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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ESTÉTICA DO CANGAÇO EM LIVRO DE LUXO


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Por Antonio Cardoso - Assessor de Imprensa da Revista Nordeste VinteUm
A literatura de cordel e o cinema novo heroificaram o cangaço e seus líderes mais notórios, Lampião e Corisco. Bandidos sangüinários, eles souberam usar, antes das letras e do celulóide, uma outra mídia para se autopromover e intimidar. Nos anos 30, Lampião deixou que o mascate libanês Benjamin Abrahão fotografasse a si e a seu bando, uma história já contada pelos cineastas Paulo Caldas e Lírio Ferreira no longa "Baile Perfumado" (1997).
O diretor-presidente da Revista Nordeste VinteUm, Francisco Bezerra, prestigiou na última quinta-feira, 26 de agosto, no Museu do Estado de Pernambuco o lançamento do livro “Estrelas de Couro – A Estética do Cangaço”, obra de Frederico Pernambucano de Mello. Resultado de estudo profundo a que se dedicou Pernambucano desde 1997, a obra trata-se de um ensaio interdisciplinar, um livro de arte com mais de 300 fotos históricas.
No prefácio, Ariano Suassuna afirma que foi no início da década de 1970 que conheceu pessoalmente Frederico Pernambucano e travou contato direto com os primeiros resultados de suas pesquisas e reflexões sobre o cangaço – tema que fascina a ambos.

“Ao tempo que apareceu sem lei nem rei, eu ainda não conhecia Frederico Pernambucano, um dos maiores conhecedores do Cangaço com quem já tive oportunidade de conversar. Não conhecia, portanto, sua teoria a respeito da personalidade dos cangaceiros, teoria que procura explicar a psicologia desse nosso herói extraviado através de dois polos principais: o orgulho e aquilo que Frederico Pernambucano chama de o escudo ético”.

Ainda conforme Ariano Suassuna, se todo prefaciador é de certo modo suspeito em seus elogios, deve-se confessar que nesse caso a suspeição aumenta ainda mais. “Vejo que eu e Frederico concordamos em quase tudo o que diz respeito ao Cangaço”, disse o escritor.

Também presente na cerimônia, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, apresenta o livro como “uma leitura imprescindível para todos que tenham, por curiosidade ou profissão, desejo ou dever de melhor saber sobre os nordestinos e sobre o contexto social que fez de nós o que somos: brasileiros que, apesar dos desafios seculares, construímos, neste pedaço quase todo árido do Brasil, uma civilização de mulheres e homens corajosos, solidários e criativos”.
Como as demais obras de Frederico Pernambucano, esse livro vem para o deleito daqueles buscam um conhecimento aprofundado a respeito da cultura de um povo admirado e odiado, os cangaceiros.

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