REDES

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Diez buenos motivos para no suicidarse en 2008

Diez buenos motivos
para no suicidarse en 2008
Desde hoy, y hasta el 15 de octubre, la tele norteamericana estrenará infinidad de nuevas series. Aquí un top-ten de comedias.
HERNAN CASCIARI - 20 de septiembre, 2007
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Sí, está bien. Quizás el título es demasiado optimista, pero que haya diez nuevas comedias en la pantalla no es una mala noticia. Tendremos, por lo menos, risas enlatadas y situaciones absurdas a cada rato.

Así como el drama usamericano está pasando por un gran momento, la sitcom y la comedia, a mi entender, flojean un poco, o al menos no mantienen esa evolución. Las pocas excepciones de 2007 han sido remakes de la televisión inglesa o, directamente, la televisión inglesa (que sí está experimentando cimas de calidad).

¿Y qué habrá este año? ¿Alguna cosa fuera de lo común, algo imprescindible? Yo no he visto nada, al menos en las tramas y los trailers, que me llamase la atención. Posiblemente lo más esperado sea la versión americana de The IT Crowd, pero los rumores no son halagüeños: la producción parece estar detenida, la actriz yanqui se ha retirado y Moss está cobrando el sueldo por no hacer nada.

Alguna de las diez producciones que comienzan ahora (entre hoy y el 15 de octubre) pueden dar el batacazo (batacazo en tercera acepción) y convertirse en la gran comedia de 2008. ¿Por qué no? Aquí les dejo apuntes personales que surgen de mi intuición (que siempre es mala, pero al menos está llena de prejuicios) y unas imágenes de cada serie para que ustedes comiencen a preparar el disco y la grabadora.

En lo personal, apuesto por dos: Carpoolers, de la NBC; y Samantha Who?, de la ABC. No pongo las manos en el fuego por ninguna, pero son las únicas tramas que, a priori, me han interesado mientras hacía este resumen.

Que les aproveche.

Próximos estrenos: 10 series de comedia
Back To You
19 de septiembre
Comedia

Típica sit-com "de oficios". La trama ocurre en una emisora local, donde un famoso presentador de noticias (Frasier) debe regresar a los informativos de su ciudad natal. Y, oh sorpresa, la actual presentadora es su ex mujer. El actor puede salvarla.
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The Big Ban Theory
24 de septiembre
Comedia

Esta es otra de frikis y gente bizarra (¿síndrome IT Crowd?). En este caso se trata de dos físicos, a cual más inadaptado social, que descubren que la vecina de al lado es una mujer de bandera. Esperemos guiones alucinantes, porque eso solo no dice nada.
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Reaper
25 de septiembre
Comedia

Me suena a Dead Like Me. En este caso se trata de Sam, un chico que al cumplir 21 descubre que sus padres le vendieron su alma al diablo. La serie comienza cuando el mismísimo Satanás llega a por lo que es suyo. Le tengo confianza. Poca, pero le tengo.
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Private Practice
26 de septiembre
Comedia, Drama

No me gusta Grey's Anatomy, así que poca fe le tengo a este spin-off, que está basado en el personaje de Addison. La doctora empieza una nueva vida al sur de California. Tendrá muchos amigos y seguramente habrá besitos, operaciones y esas cosas.
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Aliens In America
1 de octubre
Comedia

Justin es un chico que intenta pasar inadvertido. Esto resulta complicado porque su madre acoge a un estudiante de intercambio pakistaní en casa, con quien deberá compartirlo casi todo: estudios, amigos, etc. La promo es divertida pero huele a chiquilinada.
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Carpoolers
2 de octubre
Comedia

Esta estructura es muy rara, y por eso le doy mi visto bueno. Se trata de cuatro hombres, muy diferentes entre sí, que se reúnen cada día para ir juntos al trabajo compartiendo coche. Así aprovechan para ahorrar y contarse sus vidas. Muy bien, la compro.
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Cavemen
2 de octubre
Comedia

Esta puede ser desastrosa o genial, pero yo apuesto por desastrosa después de haber espiado algunas imágenes. Se trata de tres hombres prehistórcos que deben adaptarse al mundo actual. Huele bastante mal, yo que ustedes me alejo.
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Pushing Daisies
3 de octubre
Comedia, Fantasía

Buena trama: un hombre descubre que puede devolver los muertos a la vida con sólo tocarlos, pero si los toca otra vez, morirán para siempre. Mala estructura: he visto el preair del episodio piloto y me aburrí muchísimo con toda esa estética pomposa.
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Life Is Wild
7 de octubre
Comedia, Aventuras

¿Se acuerdan de Daktari? Esta puede tener algo que ver. Una familia muy citadina (padtre veterinario en Nueva York) se traslada a vivir a una región salvaje de Sudáfrica, donde un familiar regentea una reserva ecológica. No sé. Odio a los leones.
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Samantha Who?
15 de octubre
Comedia

Una mujer despierta después de un coma de ocho días y no recuerda nada. Le van diciendo quién fue, y comienza a asquearse de su pasado. La serie va de cómo intenta remediar los males que ha hecho. ¿My name is Ear...lina? Habrá que verlo.
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Porque será que o Carnaval em São Paulo é morto?



o que ocorre, na maior cidade da America Latina e do Brasil??????????????
Uma cidade que teve Corso Famoso, na av Paulista, Augusta , com bonecos enormes no carnaval do Braz, como os de Olinda.
O que ocorreu na nossa cultura e na políticas públicas ligadas ao Lazer?
Parece algo normal, e população nao tem espírito Carnavalesco?
Será?
Reclama-se do Barulho!!!!!!!
Mas que barulho, se o maior barulho é da própria frota!
Estranho!!!!
Ou será que a passeata gay tomou isto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Precisamos repensar isto!
Paulo a cv

Agência Magnum confirma descoberta de fotos de Robert Capa no México


Agência Magnum confirma descoberta de fotos de Robert Capa no México

Este é um grande achado de um grande e célebre fotógrafo, emais de um período histórico rico.
pacv
PARIS, 30 Jan 2008 (AFP) - Mais de 3.500 fotos da Guerra Civil espanhola, algumas tiradas pelo célebre fotógrafo de guerra Robert Capa, foram descobertas recentemente no México, confirmou nesta quarta-feira a agência Magnum em Paris.


Foto da Guerra Civil espanhola tirada por Robert Capa; imagens estavam no México
Os negativos das fotografias, tiradas entre 1936 e 1939, foram descobertos pelo herdeiro de um ex-cônsul do México em Marselha, sul da França, que os recebeu de um ajudante de Capa, segundo a agência, que confirmou informações publicadas no último domingo pelo jornal espanhol El Periódico de Catalunya.

Algumas fotos inéditas, de acordo com as primeiras análises, são atribuídas a Capa, a David Seymour "Chim" e à companheira de Capa, Gerda Taro.

As imagens mostram soldados republicanos, a vida diária de civis, artistas e escritores como Federico García Lorca e André Malraux, segundo a Magnum, que as distribuirá depois que os estudos da coleção forem concluídos.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Fórum Econômico Mundial: entenda o que a elite mundial faz todos os anos em Davos

UOL MÍDIA GLOBAL



23/01/2008
Fórum Econômico Mundial: entenda o que a elite mundial faz todos os anos em Davos

Frédéric Lemaître

O Fórum de Davos foi criado por um universitário alemão, que mora e ensina na Suíça, Klaus Schwab. Impressionado pelo livro "O Desafio Americano", publicado por Jean-Jacques Servan-Schreiber em 1967, este jovem docente, que havia seguido parte dos seus estudos no Massachusetts Institute of Technology (MIT, uma universidade situada perto de Boston, considerada como a mais importante nos campos das ciências e da tecnologia), pretendia responder àquela obra, lançando um "desafio europeu". Para tanto, ele fundou uma associação, a European Business Leaders (Líderes europeus do mundo dos negócios), e organizou um primeiro simpósio em 1971, financiado entre outros por Raymond Barre (1924-2007, ex-primeiro-ministro francês), então comissário europeu para as questões econômicas.

ORÇAMENTO
Segundo seu relatório anual, o orçamento do Fórum Econômico Mundial é de 70,8 milhões de euros (R$ 186,56 milhões). Esta quantia provém essencialmente dos direitos de adesão (17,2 milhões de euros - R$ 45,32 milhões); dos direitos de participação (18,6 milhões de euros - R$ 49 milhões) e das parcerias (31,5 milhões de euros - R$ 83 milhões).

COTIZAÇÕES
Existem três tipos de membros, e, portanto, três níveis de cotização. Os membros simples - mas que devem figurar entre os grandes grupos mundiais - pagam 26.300 euros (cerca de R$ 70.000) e podem enviar um dirigente a Davos. Cerca de mil membros pertencem a esta categoria.
Além do mais, 230 parceiros industriais pagam 154.000 euros (R$ 405.784) para terem o direito de enviar dois representantes. Algumas sessões setoriais lhes são reservadas, longe dos olhares indiscretos.
Por fim, 93 parceiros estratégicos pagam 309.000 euros (cerca de R$ 814.200) para poder enviar cinco pessoas, das quais quatro dirigentes, a Davos.
NÚMEROS

Mais de 400 pessoas participaram da primeira edição do fórum, que durou duas semanas. Foi preciso esperar até 1974 para ver políticos serem convidados a Davos, uma estação de esportes de inverno suíça que foi escolhida justamente em razão do seu isolamento. Em 1976, as 1.000 principais companhias mundiais foram convidadas a se tornarem membros da associação.

Neste ano, a 38ª edição do fórum será realizada, de 23 a 27 de janeiro.

Objetivos A meta inicial - que era de promover um modelo europeu de gestão de empresas - evoluiu. Em 1987, o fórum foi rebatizado com o nome de World Economic Forum (WEF). Um dos seus objetivos é de oferecer uma tribuna para resolver os conflitos mundiais. Atualmente, o objetivo do Fórum Econômico Mundial é de "integrar os dirigentes dos setores político, econômico e social em uma comunidade que atua na escala planetária com o objetivo de melhorar o mundo, além do bem-estar e da prosperidade da humanidade".

Organização O Fórum é uma organização não-governamental (ONG). Baseada em Genebra, ela é dirigida por quatro pessoas e conta cerca de 280 assalariados. Recentemente, ela abriu dois novos escritórios, um em Nova York e o outro em Pequim.

A administração do Fórum de Davos é coordenada pela Publicis Live, uma sociedade dirigida conjuntamente pelo grupo de comunicação Publicis e pelo francês Richard Attias.

Encontros A cúpula que é organizada anualmente em Davos, durante a última semana de janeiro, e da qual participam 2.400 pessoas, é a manifestação mais emblemática do WEF, mas ela deixou de ser a única. Em 2007, um outro fórum anual viu a luz do dia, desta vez na China. Este novo evento está dirigido aos "novos campeões da economia mundial".

Além do mais, o WEF também organiza fóruns regionais na Índia, no Oriente Médio, na América Latina, na Turquia e na Rússia, mas estes não se repetem necessariamente todo ano.

Montagens de redes O WEF vem multiplicando as redes. Por iniciativa da sua organização, homens de negócios árabes se reúnem uma vez por ano. As mulheres líderes contam com a sua própria estrutura. As empresas também se reúnem em margem da cúpula de Davos - e beneficiando da mais completa discrição -, distribuídas por setor de atividade. Existem atualmente 17 setores (automóvel, energia, etc.).

Preocupado em valorizar a transparência, e também interessado em dispor de contatos, o WEF reúne duas vezes por ano uma centena de dirigentes dos meios de comunicação (editorialistas, blogueiros, etc.).

Descoberta de talentos O WEF não quer limitar-se a reunir os "dirigentes do mundo" de hoje. Ele quer também detectar aqueles de amanhã. Para tanto, três "comunidades" foram criadas: as empresas de crescimento - 138 sociedades internacionais cuja atividade vem crescendo em mais de 15% por ano, e cujo faturamento situa-se entre US$ 100 milhões (R$ 180 milhões) e US$ 2 bilhões (R$ 3,6 bilhões) -, as pioneiras tecnológicas (38 pequenas sociedades foram selecionadas em 2008), e cerca de 250 "jovens líderes" detectados a cada ano.

Engajamento social Interessado em se diferenciar da imagem ultraliberal que lhe é atribuída com freqüência, o Fórum criou a Fundação Schwab. Atuando em parceria com veículos da mídia, a Fundação premia num grande número de países o "empreendedor social do ano" e o faz beneficiar dos seus serviços.

Além do mais, o WEF desenvolve múltiplas iniciativas contra a fome no mundo, a pobreza, as desigualdades no acesso aos recursos informáticos e tecnológicos, ou ainda em favor da educação.

Publicações Todo ano, o WEF publica um grande número de estudos. Aos poucos, o seu relatório anual sobre a competitividade dos países vem se impondo como uma das referências na área.

Uma atividade intensa, para resultados nem sempre satisfatórios
Cerca de quarenta anos depois da sua fundação, o World Economic Forum é, à primeira vista, um sucesso incontestável. Mais de 2.400 personalidades disputam espaços em Davos. Klaus Schwab, o seu fundador, é considerado como um visionário. Logo no final dos anos 1970, empreendedores chineses foram convidados a participar do evento. Em 2006, a escolha da Índia como "convidada de honra" revelou-se sensata. Mal aquela edição do Fórum havia sido encerrada, o gigante da siderurgia Mittal lançou a sua oferta pública de compra do europeu Arcelor, uma operação que iria simbolizar o novo equilíbrio do mundo.

Por sua vez, os militantes anti-Davos parecem ter "sossegado o facho". O Fórum Social Mundial que se reuniu no Brasil a partir de 2001 optou em 2005 por "descentralizar-se". Em 2008, as suas iniciativas estarão concentradas num único dia, sábado, 26 de janeiro.

Contudo, "o espírito de Davos" ainda não ganhou a partida. Primeiro, porque o objetivo inicial do Fórum era de estabelecer um contrapeso europeu em relação ao poderio econômico absoluto dos Estados Unidos. Atualmente, americanos e asiáticos dominam amplamente as atividades do Fórum. Acima de tudo, os dirigentes do WEF reconhecem que o mundo está se tornando cada vez mais incerto. Com isso, o seu objetivo - "tornar o mundo melhor" - está longe de ser alcançado.

Uma pesquisa de opinião, que foi realizada no final de 2007, por encomenda do Fórum de Davos, junto a 61.000 pessoas em 60 países, pelo Instituto Gallup, confirma o pessimismo ambiente. Cerca de 50% das pessoas interrogadas se disseram convencidas de que o mundo estará menos seguro num futuro próximo do que hoje. Para solucionar os problemas, as pessoas interrogadas dizem confiar em primeiro lugar nos professores (34%), nos líderes religiosos (27%), na polícia e no exército (18%), nos jornalistas (16%), nos magistrados (15%), nos patrões (11%), nos sindicalistas (10%) e, por último, nos responsáveis políticos (8%).

Tradução: Jean-Yves de Neufville

by uol

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

ARTES



A revista CONTINENTE é um produto editorial de altíssima
qualidade e se põe entre as revistas de cultura do país elevando o nível do mercado .
paulo a c v

ARTES
Depois daquele beijo
A cambojana Rindy Sam beijou a tela branca do pitor Cy Towmbly, provocando uma disputa na justiça e um debate sobre a arte conteporânea.
Por Camilo Soares

Aconteceu no último 19 julho, no Sul da França, durante exposição da Coleção Lambert em Avig-non. Deslumbrada com o quadro do pintor norte-americano Cy Twombly, de um branco imaculado, a jovem cambojana Rindy Sam levou os lábios sobre a tela, deixando a impressão de seu batom escarlate. Presa e levada a julgamento, a moça negou declarar-se culpada, defendendo aquilo que teria sido sim-plesmente um gesto de amor, ato não-deliberado provocado pelo poder da arte. Em desacordo com tal liberdade poética sobre obra avaliada em dois milhões de euros, o diretor da coleção Eric Mézil e seus advogados classificaram o ato de vandalismo, requerendo compensação financeira correspondente ao preço da peça. Meio às querelas judiciárias, mais do que apenas marcar o alvor da tela de Twombly, tal beijo parece ter levado à tona a separação entre dois mundos, o da arte e o do mercado de arte, além de ressuscitar o debate sobre a finalidade da arte em nosso tempo.

“Não considero que um beijo de mulher possa ser considerado como uma agressão”, conserta o advogado de defesa Jean-Michel Ambrosino, comparando a murros e marteladas dados recentemente sobre obras-primas em museus parisienses. De um certo aspecto, as marcas carmins de batom Bourjois (empresa que, sentindo o cheiro da ótima publicidade, aceitou revelar o bem-guardado segredo de sua fórmula para facilitar a restauração química da tela) podem até mesmo ser consideradas um comple-mento esperado e necessário para um trabalho artístico atual. Após descobrir os happenings e as per-formances, a arte contemporânea se aproximou definitivamente do público, como aponta o professor da Sorbonne Marc Jimenez em seu L’esthétique contemporaine, pois ela « tende a se fundir na vida cotidiana, a solicitar reações do público ». Vendo assim, o quadro do ilustre artista teria sido marcado pelo impulso que ele mesmo provocou; e o vermelho borrado sobre o suporte não seria nada mais do que o indício desse desejo, traços de simbologia sensual e erótica que há muito vaga pelo inconsciente coletivo. Marcas que impregnarão para sempre a obra, o tríplice Phaedrus, mesmo depois que sejam fisicamente desmaterializadas pelos laboratórios da Nasa, que se propôs prontamente a efetuar a tarefa. A partir de hoje, não mais se poderá comentar o Phaedrus de Cy Twombly sem se falar daquele beijo. Efêmero, veloz, virtual e carnal, fusão entre objeto e observador, o gesto de Rindy Sam ainda lembra da redefinição artística fora da instituição das Belas Artes, como já pregava Duchamps há um século.


Em fins do século 19, uma visita aos mosaicos bizantinos das igrejas de Ravena, Itália, marcaria profundamente o pintor Gustav Klimt. A influência dessas imagens religiosas tornou-se evidente em sua obra, na composição da figura humana, nas inscrições sobre a tela e escolha da tipografia, na geo-metria nas dobras de vestimentas e, sobretudo, no fundo chapado e na utilização do ouro, representa-ção da luz divina nos ícones. No entanto, bem ao contrário do que tentava impedir o famoso cânone 100, o que atraiu Klimt séculos depois para essa estética foram justamente as impurezas das imagens, tentadoras aos olhos como uma irresistível gula visual banhada pela sedução das cores e pelo deslum-bramento do ouro luxuriante. O beijo (1907-1908) de Klimt é tão devoto como o beijo bizantino, tão idealizado quanto e até mesmo igualmente sensual. Não obstante, a figura idealizada é agora terrena e, embora ainda inegavelmente divinizado, o desejo assume finalmente seu erotismo. O filósofo François Dadognet aponta essa ambigüidade mística como um fator importante na atual percepção da arte : « o espectador oscila entre dois pólos opostos, o que não deixa de nos lembrar dos princípios gerais da pintura religiosa: de um lado terrestre, as alusões, de outro lado, o vazio, o aéreo. E quem não ficaria incomodado por essa alternância».

Depois do ataque às Belas Artes pelo modernismo, a técnica plástica do artista deixou de ser pre-ponderante ou pelo menos incontornável. A invenção do ready-made, segundo Yves Michaud, des-substancializou a arte, tornando-a processual, o que teria efeito duplo para o ambiente das artes plásti-cas, de liberdade e de retenção: “O mundo é invadido por essa atmosfera estética. Simultaneamente, o mundo da arte ritualizado, sacralizado, apegado a sua preciosa raridade teatral, esvazia-se pouco a pouco, não somente de obras mas de participantes. Somente alguns poucos iniciados, obstinados, faná-ticos e conservadores, senão francamente reacionários, se obstinam a perpetuar o ritual ». A atividade artística evoluiu no século 20 numa velocidade alucinante, deixando para trás um mundo institucional da arte perplexo e cada vez mais perdido na incapacidade de avaliação. Sentindo sua legitimidade ame-açada, críticos, curadores e organizações se trancafiaram num profundo obscurantismo para justificar seus salários ou as estratosféricas cotações das peças de arte que representam nesse mercado em franca ascensão.

Diante de paradoxal ressacralização de uma arte já atéia, da mercantilização de uma atividade anticapitalista e anárquica, um beijo sobre a tela revelou o desproporcional e descabido elitismo da arte contemporânea. Depois da queda da figuração, da supressão da bidimensionalidade, da revalorização do corpo como lugar de arte e após o público ser convidado a participar de criação artística, a indigna-ção do vanguardista Cy Twombly e a soma exorbitante de ressarcimento pedido pelos organizadores da exposição espelham um irritante não-me-toquismo institucional que reenquadrou a arte como um ato nobre, caro e conceitual. Julgamento finalizado em 16 de outubro, Rindy Sam deverá verter 1.500 euros aos organizadores da exposição e aos detentores da obra e o simbólico um euro pedido pelo ar-tista, que não quis aumentar a polêmica. Independentemente das conclusões penais, seu beijo, consi-derado iconaclasta pela mídia, desprendeu o nó de uma discussão sobre as evidentes limitações da arte contemporânea, do fazer artístico e do apreciar estético dentro da percepção atual. Além disso, talvez tenha mesmo esquentado um pouco a frieza desse meio, oferecendo novamente à estética o direito de ser transgressiva. “Você gosta de Twombly?”, perguntou um jornalista à ex-réu. “No processo eles disseram: suas obras não deixam ninguém indiferente. Pois é, eu estou de acordo”.



(Leia a matéria na íntegra, na edição nº 85 da Revista Continente Multicultural. Já nas bancas)






Camilo Soares é jornalista.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Philip Roth



P.Roth, é um dos grandes escritores vivos dos EUA, sua escrita flue e traz uma estilística que transversa o local para o universal.Diria que ele é um arqueólogo do humano, desconstruindo as existências humanas e colorindo de pontuações os transes as mutações do existir naquilo que tem de mais comum e fecundo, desde o nascer, o amor, os amigos, a convivência, a morte e a velhice.Sua obra é de uma autoridade na sua decrição, com pontuações filosóficas que por vezes nos deixa perplexo.Sem qualquer tansferência estilística de um Baudrilard ele as vezes nos parece o filosófo que indaga da existência a medida que a disseca e pontua nos porquês.Vale a pena ser lido.
Li o ano passado nas féria o Animal Agonizante, nestas de 2008 li O Homem Comum.Maravilhosos!!!!!!!!!
PAULO A C V

Rubem Fonseca e Nélida Piñon são convidados à feira do livro de Buenos Aires



Rubem Fonseca e Nélida Piñon são convidados à feira do livro de Buenos Aires
A Língua Portguesa esta em alta nos últimos anos na Argentina.O ano passado quando estive na Feria del Libro, o homenageado foi José Saramargo, entretanto de nossa parte não vejo homenagens a Literatura Portenha, com tantos autores de peso.
paulo av

BUENOS AIRES, 19 Jan 2008 (AFP) - Os brasileiros Rubem Fonseca e Nélida Piñon, a espanhola Almudena Grandes e o americano Tom Wolfe estão na lista dos mais de 30 convidados estrangeiros, a maioria latino-americanos, para a Feira do Livro de Buenos Aires que será realizada de 24 de abril a 12 de maio, informou a organização.

A Fundação El Libro, responsável pelo evento, convidou ainda a presidente argentina Cristina Kirchner para a inauguração da feira.