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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O muro de Berlin de Cara lavada pela arte


El Muro de Berlín se lava la cara
Un centenar de artistas ha iniciado los trabajos sobre el lienzo de 1,3 kilómetros de muro conservado en la East Side Gallery del viejo Berlín oriental de cara a su puesta de gala el próximo 9 de noviembre de 2009, vigésimo aniversario de la caída física del telón de acero

Pintadas contra la historia
Durante casi 19 años, la 'East Side Gallery', ha permanecido abierta al público de forma gratuita y sin protección alguna como un muro más de la renovada cara del Berlín oriental. Sin embargo, el paso de los años, los estragos del tiempo y el vandalismo de vecinos y turistas ha dejado el muro prácticamente irreconocible. Las pinturas de los 118 artistas que lo decoraron en los 90 se esconden ahora bajo grafitis, dibujos y frases de recuerdo del visitante que obligan ahora a su limpieza.

O.G. - 2008

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sozinho, professor não muda a educação, avaliam especialistas

Sozinho, professor não muda a educação, avaliam especialistas
Da Agência Brasil
Seu professor é nota 10? Envie uma foto e faça sua homenagem
Mande um cartão para o seu mestre

Brasília - Bons salários e uma formação adequada aos professores não garantem melhoria da qualidade do ensino, acreditam educadores. "O professor é variável fundamental no processo, mas não é a única", avalia a doutora em educação da USP (Universidade de São Paulo), Lisete Arelaro.

No dia do professor, comemorado neste dia 15, a especialista lembra que a educação é formada por uma série de fatores e o docente, apesar de ser peça-chave, "não muda sozinho a escola e o sistema".

DIA DOS PROFESSORES
REFORMA DA CARREIRA

EDUCAÇÃO PIOROU

QUALIDADE DO ENSINO


Para ela, o professor hoje é responsabilizado por todos os problemas da educação e carrega "uma forte carga sob os ombros". "Existe uma política hoje de encontrar um culpado para tudo e esse dedo está apontado para o professor. Geralmente quem faz isso são os governos, falta eles olharem para si próprios", defende.

Apesar de o docente não ser o único ator do processo educacional, a sua valorização traz impactos diretos na melhoria da qualidade da educação, defende Lisete. "Uma boa formação, acompanhada de bons salários e condições de trabalho adequadas são variáveis que criam um resultado positivo em qualquer etapa do ensino. Essa é uma situação urgente no Brasil. Não tem jeito, educação de qualidade custa caro", aponta.

De acordo com a pesquisa "A Qualidade da Educação sob o Olhar do Professor", da Fundação SM e da Organização dos Estados Ibero-americanos feita com 8 mil professores em 19 estados, mais de 80% dos professores se sentem desvalorizados pela sociedade. O cenário não muda dentro da escola, onde 75% acha que a administração do colégio ou mesmo da secretaria de educação de sua cidade não reconhecem a importância da categoria.

Ensino deficiente
De acordo com Lisete, o ensino público deficiente que existe hoje no país é resultado dos baixos investimentos na área. "Estamos colhendo os resultados negativos de muito discurso e pouco recurso. O desafio agora é a população se conscientizar e fiscalizar como esse dinheiro está sendo gasto", acredita.

Ela defende que aspectos pouco discutidos como o número de alunos por professor e até mesmo o espaço físico das salas de aula influenciam no processo de aprendizagem e modificam o resultado final. "A desvalorização do professor é apenas um dos problemas, porque na educação não há um fator exclusivo que você mexe nele e tudo se resolve", avalia.

Leda Fiorentini, professora do departamento de métodos e técnicas da UnB (Universidade de Brasília), recomenda que a educação seja encarada como um problema de toda a sociedade. "O professor tem uma grande responsabilidade, mas também o Poder Público, os órgãos federais, municipais, estaduais e a própria comunidade", indica.

A educadora lembra que "não existe fórmula". "A gente não pode dizer que há uma regra que alcance todos os lugares. Nosso país é enorme, cheio de variáveis diferentes que interferem no processo. A solução é buscar esses caminhos. Às vezes as pessoas pensam que é só escolher um modelo e encaixar o professor ali, mas não funciona assim", alerta Leda.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Editoras brasileiras têm prateleiras vazias na abertura da Feira do Livro de FrankfurtGUSTAVO MARTINS


Editoras brasileiras têm prateleiras vazias na abertura da Feira do Livro de FrankfurtGUSTAVO MARTINS
De Frankfurt

* Atualizada às 13h58

Editoras brasileiras ficam com prateleiras vazias na Feira do Livro de Frankfurt
VEJA MAIS FOTOS DA FEIRA
FEIRA ABRE SUA 60ª EDIÇÃO
EM EVENTO, PAULO COELHO APÓIA INTERNET
O estande da Câmara Brasileira do Livro (CBL) na Feira de Frankfurt passou o primeiro dia do evento (quarta-feira, 15) com as prateleiras vazias. Nenhum dos livros das 39 editoras que expõem pela CBL chegou em tempo à Frankfurt Messe, o complexo de edifícios onde se realiza a feira, pois todos ficaram barrados na Espanha.

De acordo com informações da CBL, a razão foi que uma das editoras enviou seus livros em uma caixa com o símbolo de "produto corrosivo", o que fez com que a companhia aérea espanhola Iberia retivesse o material em Madri.

Ao longo do dia, a CBL informou que o problema já teria sido resolvido e que os livros seriam entregues ainda hoje, mas nenhum exemplar brasileiro foi exposto na abertura da feira, dia dedicado à visitação do mercado editorial. A previsão atual é de que os livros sejam entregues até às 2h da manhã de quinta-feira (16), 21h de quarta-feira no horário do Brasil.

A editora Companhia das Letras, que comprou estande próprio mas utilizou o serviço de transporte de livros da CBL, também teve que iniciar sua participação em Frankfurt de estande vazio.

A Feira do Livro de Frankfurt, maior evento editorial do planeta, acontece de 15 a 19 de outubro na Frankfurt Messe.
by uol

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

La artista boliviana Cecilia Wilde presentó en Rusia e cautivó


La artista boliviana que cautivó a Moscú
La paceña Cecilia Wilde presentó en Rusia 23 cuadros de una colección que denominó De Jalq’a a Calamarca, caminos andinos, que fue expuesta en la galería Novy Manezh. La obra reflejó dos momentos históricos en la región andina del país





Artista. Cecilia Wilde con uno de sus trabajos que reflejan la llegada de los españoles



EL DEBER http://www.eldeber.com.bo/brujula/2008-10-04/nota.php?id=081003205041

Rusia aplaudió a la artista paceña Cecilia Wilde, que cerró en Moscú una exitosa presentación de su última colección de obras denominada De Jalq’a a Calamarca, caminos andinos. La exposición fue presentada al público en el Novy Manezhruso, una de las más prestigiosas galerías de ese país.
Cecilia mostró 23 lienzos que reflejaron dos etapas distintas de Bolivia: una, la llegada de los españoles a estas tierras y, la otra, lo ancestral, ese respeto a los dioses que caracteriza a la región andina. Cada trabajo tiene textos traducidos al ruso, que orientan al visitante lo que quiere reflejar cada cuadro.
Para la autora, sus lienzos relatan que antes de la llegada de los españoles a América, los pueblos andinos originarios poseían un fuerte sentimiento de religiosidad, con su propia visión del mundo. La interpretación de los fenómenos naturales, los ciclos de las estaciones y su relación con la vida y la muerte.
Estas creencias, en un principio vinculadas con el culto a los ancestros y a las deidades indígenas, fueron penetradas por la religión cristiana que trajeron los conquistadores españoles.
A fines del siglo XVI y principios del XVII nació en los Andes una interpretación artística original de los modelos europeos. Así, el arte fue utilizado como un medio visual de adoctrinamiento.
Junto con las obras de arte de España, Flandes e Italia, llegaron también artistas europeos con la misión de enseñar y crear talleres, introduciendo nuevas técnicas pictóricas, dando curso a la creación de un arte adaptado a la realidad circundante y que simplificó mucho la virtuosa técnica europea y la meticulosidad de la simbología cristiana, con el objetivo de convertirse en una herramienta más de la evangelización de los pueblos originarios.
Empero, aunque se alcanzó cierta simbiosis, la fuerza de las creencias originarias nunca perdió su esencia y hoy pervive con todo su esplendor. Es así que para ilustrar esta visión, Cecilia presentó al público ruso una interpretación libre de los Ángeles y Arcángeles de Calamarca.


La explicación de los ángeles se remonta a los escritos del siglo V, que enumeran las jerarquías angelicales y sus atributos. Estos seres (serafines, querubines, ángeles, arcángeles) han sido representados con frecuencia tanto en América como en Europa.
En los Andes ciertos trajes han sido adaptados a los atuendos locales con gran profusión de encajes y colores brillantes que dan a estas series un aspecto original. Una de las mayores escuelas de este arte andino está en la iglesia de Calamarca, de estilo renacentista.
En la otra parte de la presentación, la artista buscó interpretar, también en forma libre, lo puro de la cultura ancestral del país.
El cosmos y la naturaleza son parte integrante de la vida cotidiana de los andinos: El Sol, la Tierra, las estrellas, la luz, el rayo, el trueno, el arco iris, el agua; además de narraciones e historias ideadas para dar respuesta a la creación del universo.
La cosmovisión está ligada a la cosmografía o descripción del cosmos, correspondiente al cielo del hemisferio austral, cuyo eje visual y simbólico lo marca la constelación de la Cruz del Sur, denominada Cruz Cuadrada (Chakana, en voces de las milenarias culturas andinas), que representa la unión como centro del mundo donde el Wiracocha, o imagen de un ser supremo, es el ordenador y creador del cosmos.
Jalq’a es una pequeña población ubicada en Chuquisaca, al sur del país, donde se encuentran textiles autóctonos considerados entre los más hermosos y puros de la región andina, y de los pocos que han conservado su identidad propia y son estos tejidos los que Wilde explora con su paleta llena de colores.


Este conjunto de dos espacios y periodos trasciende en forma de interpretación libre a los lienzos de la presente obra, que a través de formas y ritmos pictóricos se desliza en la búsqueda de entender pensamientos y sentimientos.
La exposición de la artista boliviana, la segunda que realiza en Rusia, tuvo contornos especiales en Moscú, pues se presentó conjuntamente con una magnífica interpretación de música nacional a cargo del grupo Kirkincho, compuesto por músicos rusos conocedores y admiradores de las expresiones musicales bolivianas.
El evento contó con la presencia de las altas autoridades de la Alcaldía de Moscú, que auspició la presentación de la obra y una nutrida presencia del cuerpo diplomático en la cpaital rusa, especialmente invitado por el embajador boliviano en Rusia, Sergio Sánchez Ballivián. Asistieron a la presentación artistas y críticos que gustaron de la muestra.

Evandro Teixeira El desierto y su memoria en ar




El desierto y su memoria
Nació en Irajuba, un caserío al nordeste de Bahía, y logró ser uno de los fotógrafos fundamentales de América latina. Evandro Teixeira, que puso en imagen medio siglo de este continente, vino a Buenos Aires a presentar Canudos, una muestra que lleva once años recorriendo el mundo. Canudos es un pueblo del norte de Bahía fundado a fines del siglo XIX por el beato Antonio Conselheiro: según la leyenda, entre 25 y 30 mil pobres lo siguieron y en medio de esa nada armaron una comunidad. Pero pronto fue arrasada por gobierno, autoridades religiosas y dueños de la tierra que no toleraron el próspero intento colectivista. Es la historia que cuenta Mario Vargas Llosa en La guerra del fin del mundo, y tiene muchos más registros ilustres, como el de Euclides da Cunha. Fueron esas voces, y la de su abuela nordestina, las que oyó Teixeira para embarcarse en un trabajo de cuatro años, de charlas con ancianos centenarios que tenían memoria de la masacre, de imágenes que desempolvan el polvo de la Historia.

http://www.pagina12.com.ar/diario/suplementos/radar/9-4857-2008-10-09.html




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Por Angel Berlanga

Tiene cincuenta años de oficio, sus imágenes se exhiben en los museos más importantes del mundo, asistió a unos cuantos momentos clave de la historia de Latinoamérica, está considerado uno de los más grandes en Brasil y, sin embargo, no quiere desplegar argumentos teóricos para una pregunta sencilla: ¿por qué es fotógrafo? “Es una cosa que también me pregunto, y no tengo explicación”, dice Evandro Teixeira en el hall del hotel en el que se aloja, centro de Buenos Aires. “Porque donde yo nací no había nada, ni televisión; apenas una radio”, dice, y lleva su mano derecha al oído como quien busca sentir de cerca una portátil pequeña, un movimiento que puede remitir hoy al del uso del celular, pero con matices. Detenerse en esos matices –el gesto de una atención menos urgente, más concentrada, los dedos que se abren algo más para recrear el ancho de la Spika que viene con su memoria– es buscar captar algo del arte de este hombre amable, inquieto, de talante muy cálido. “La primera vez que llegó un coche al pueblo salí corriendo, llorando”, dice, como para reforzar la ruralidad y lo polvoriento de Irajuba, el caserío al nordeste de Bahía en el que se crió, y enseguida dice que además quiso ser escultor. O expedicionario. Parte de esos oficios, de algún modo, también están a la vista en su trabajo.


Teixeira vino a presentar Canudos en la Fundación Centro de Estudios Brasileiros, una muestra fotográfica que lleva ya once años recorriendo ciudades de diversos países. Parece clave, en este trabajo, que su abuela materna le contara, cuando era chico, qué había pasado en ese sitio desértico del nordeste brasileño. “Ella era de ahí, y todo el tiempo volvía sobre cosas de esa historia –dice Teixeira–. Y luego, cuando era estudiante, leí el libro de Euclides da Cunha, Os Sertoes (en él se inspiró también Sergio Rezende para hacer una película). Fue algo que me quedó. Y mucho más adelante, cuando llevaba décadas como fotoperiodista, pude arreglar el sueño de construir este proyecto, y a lo largo de cuatro años fui para allá, para conocer a fondo la ciudad, hablar con los personajes, los viejos.” Cuatro años, también, fue lo que duró el antiguo Canudos de esta historia: hay que retroceder al período 1893-1897. Por entonces, el beato Antonio Conselheiro, distanciado de los mandatos de la nueva república, se fue a la aridez extrema, tierras de ásperas sequías, en el Sertao cercano a Bahía. La leyenda cuenta que entre 25 y 30 mil “pobres harapientos” lo siguieron y se instalaron allí, con él, y que en medio de esa nada se armó una comunidad. “Mi abuela contaba que la Iglesia mandó a dos capuchinos italianos, que llevaban muy poco tiempo en Brasil, para intentar mover las ideas de Conselheiro, que les dijo que no estaba contra la Iglesia. Como ellos insistían, los moradores, que se llamaban conselheiristas, los expulsaron. Cuando los capuchinos volvieron a Salvador, hicieron un informe terrible: dijeron que era un loco fanático. Allí todos trabajaban para todos, no se pagaban impuestos: era una colectividad. La ciudad estaba prosperando. Eso incomodó a los dueños de la tierra, porque estaban perdiendo mano de obra. Entonces la Iglesia, los militares, los terratenientes y el gobierno los atacaron.”


El último ataque, en 1897, fue una masacre: incendio, destrucción, asesinatos, deportaciones, hombres vendidos como esclavos. Arrasaron. Hay un registro de 68 imágenes tomadas por Flavio de Barros, fotógrafo del ejército brasileño. Un siglo más tarde, Teixeira fue a ver qué quedaba de aquello: de ahí surgió el libro Canudos - 100 años. “Fue un trabajo difícil, de pesquisa –dice Teixeira–. Porque usted tiene que conocer a las personas, tomar confianza. Después del libro quedé muy amigo de esos viejos; algunos de ellos ya murieron. Pero era necesario construir esta relación, porque son personas que viven distantes, en una zona de supervivencia; entonces hay que hablar, integrarse de algún modo, y entender a fondo qué pasó. No era cuestión de llegar, preguntar, fotografiar y ya está. Ahora soy como una especie de ídolo allá: voy todos los años, para octubre, porque ahí se hace una fiesta de celebración de los muertos, una fiesta muy bonita, religiosa, con cantos y danzas folklóricas.” Lo que cuenta puede verse en Instantáneos da realidade, el documental que Paulo Fontenelle hizo sobre su vida en 2003: allí registra los diálogos de Teixeira con viejos de entre 93 y 110 años.

El casamentero
Empezó tomando lecciones en Jequié, cerca de su pueblo natal, con un fotógrafo de estudio y un fotoperiodista, en simultáneo y por cuerdas separadas, mientras estudiaba Bellas Artes. “Aprendía con uno y otro –rememora–. Con uno en un atelier hacía foto académica, tomas con luces para iluminar; tenía una cámara grande así –abre los brazos, levanta una funda negra imaginaria y se mete ahí abajo, sale, sigue–. Chapa de vidrio, 12 por 24, lindísima. Con el otro hacía algo más moderno, trabajaba en un pequeño jornal de Jequié, sacaba con una Rolleiflex.” Luego, en Salvador de Bahía, comenzó a trabajar para un magazine, O Cruzeiro. En 1957 se instaló en Río de Janeiro y empezó a trabajar en Diario da Noite. Le gusta contar un par de anécdotas de patinazos de novato con un editor llamado Angel Regato, que a modo de bienvenida le dijo: “Voçé va ser o Santo Casamenteiro”. Tenía que conseguir fotos de casamientos, pero con una condición: no quería negros retratados. Aunque en una de las noches siguientes encontró a un preto con los pelos rizos como una bola enorme en casorio con una alemana, así que Evandro sucumbió a la tentación, llevó su foto al diario y se encontró con el simpático recibimiento del jefe: “¿Esta mierda? ¿No te dije que no quería negros? ¡Fuera, bahiano, burro!”. Dos semanas después llegó la chance para reivindicarse: “Me mandaron a cubrir el Baile do municipal –cuenta–. En aquella época era un carnaval más chico, más ingenuo, no había vedettes, eran todos pasistas. Era en otro lugar, en Río Branco; no es como hoy, en el Sambódromo. Y este baile, que ahora está prohibido, se hacía en un teatro como el Colón, de aquí. Cuando llegué, me había perdido el desfile”. El jefe se enfureció otra vez y le dio el ultimátum con la cobertura de las escolas de samba. “Ahí sí, hice un bello trabajo –dice–. ‘Bueno, el bahiano tiene chance’, me dijo. Ahí comenzó mi historia en Río de Janeiro.”


Desde hace 45 años trabaja en el Jornal do Brasil. Sigue yendo a diario, unas horas por la tarde, pero con muchas libertades: lo convocan todo el tiempo para dar charlas y cursos, para presentar libros y presidir jurados. Como dice su colega y amigo Sebastiao Salgado, su oficio le permitió seguir de cerca “la cresta de la ola de la historia” y así pudo registrar varios golpes de Estado, represiones, figuras en momentos clave, en encrucijadas: el ataque a La Moneda en Chile y los detenidos en el Estadio Nacional; Chico Buarque, Tom Jobim y Vinicius de Moraes tumbados panza arriba sobre las mesas de un bar; los centenares de cadáveres que cosechó en Guyana el reverendo Jim Jones con su Templo del Pueblo; Olimpíadas, giras presidenciales, mundiales de fútbol, desfiles de modelos; los fuegos de artificio del carnaval, los asesinatos en las favelas; Ayrton Senna en una escola de samba, Neruda recién muerto, Baryshnikov volando en el Colón. Antes, dice Teixeira, venía muy seguido a la Argentina: estuvo cuando el golpe y también durante la guerra de Malvinas.

Testimonio y destino
El libro que presentó hace unos meses lo lleva y lo trae a lo largo de Brasil: se llama 68: Destinos. Paseata dos 100 mil. El 26 de junio de 1968, Teixeira fotografió una multitud en la plaza Cinelandia, una marea de rostros identificables y una bandera con la inscripción “Abajo la dictadura / Pueblo en el poder”. “En 1983 publiqué mi primer libro de fotos y contenía esta imagen, que en su momento no fue publicada en el diario por la censura –cuenta–. Y la directora de arte se reconoció ahí. Y también reconoció a su marido, un arquitecto, que aparece más arriba en la imagen. Pero por entonces todavía no se conocían; después se casaron y se encontraron, coincidiendo en esta foto. De ahí partió la idea de construir un proyecto buscando a las personas.” 68: Destinos reúne un centenar de testimonios de aquellos manifestantes, retratados en el mismo sitio por Teixeira casi cuatro décadas después. La presentación, en Río de Janeiro, fue un acontecimiento histórico y cultural.

Este mes se publica en Brasil otro libro con sus fotos. “Es sobre fútbol, sobre los torcedores”, dice, y pregunta si a las hinchadas acá se les llama igual. “Sólo de eso, la alegría y la tristeza del torcedor”, dice. Y hay más: entre fines de agosto y comienzos de septiembre recorrió los territorios en los que transcurre Vidas secas, del narrador y cronista Graciliano Ramos, de cuya publicación se cumplen 70 años. “La editora que tiene los derechos me contrató para hacer un libro de arte, grande –cuenta Teixeira–. Pasé quince días en el Nordeste, por Alagoas y Pernambuco, para acompañar los caminos de Graciliano, uno de los más grandes escritores brasileños.”

¿Y cómo se lleva con el contraste entre aquella radio de su infancia y la proliferación de imágenes de la actualidad, de aquella escasez a este desborde? Teixeira responde con una historia reciente que proviene de su rastreo para Vidas secas: “A muchos lugares fui en coche, pero otras veces tuve que caminar mucho –cuenta–. Fui a buscar a un vaquero que había convivido con Graciliano, 102 o 103 años; al final un chico me indicó una sierra, distante. Caminamos unos tres kilómetros y llegamos a un pequeño caserío, bajo, perdido; no había coches, pero sí una antena parabólica. Le estaba tomando fotos al viejo y en eso llegó una señora con unos niños; saqué algunas más y los niños se me vinieron encima, manoteaban la cámara. ‘Eh, no peguen la máquina.’ Les mostré, y luego quise saber cómo podía hacer para mandárselas: no había modo. Les pregunté cómo sabían que la foto podía verse ya en la cámara: ‘Ah, la gente en la TV, a toda hora’, me dijeron. No se podía llegar ahí en coche, no había cómo mandar las fotos, pero la televisión les muestra. Quedé impresionado”.

Teixeira dice que su fotografía es triste. “Con Lula el país avanzó, se introdujo una voz familiar en los sectores populares, hay mejorías –sostiene–. Brasil cambió bastante, pero todavía faltan muchas cosas. Y tal vez por eso en mis imágenes haya un poco de tristeza.” También dice Teixeira que es “un profesional insatisfecho en el esfuerzo por develar el alma de las cosas”. “Tengo mucho para mostrar y para vivir –se ríe–. El mundo y la vida es grande y no pienso en parar. No pienso en ponerme un pijama y aposentarme. Estoy con otros proyectos pra-frente. Pienso continuar, siempre.” ¿Sacó fotos en Buenos Aires, durante este viaje? “No tuve tiempo”, se lamenta. Lluvias, compromisos, visitas, el montaje de Canudos. “Siempre llevo conmigo el equipo”, dice, y señala una valijita de la que saca una de sus cámaras, una digital de esas diminutas. “La semana pasada me llamó Sebastiao Salgado y me dijo: ‘Evandro, adivina: ¡cambié! Ahora estoy con digital’. ‘¡Por amor de Dios!’, le dije. Para este libro que acabo de hacer, Vidas secas, pensé en usar una Leica, como para Canudos. Pero tenía que hacer un trabajo rápido y pensé: papel, film, revelación, contactos, copias de trabajo... Se hace mucho gasto. Usé digital y quedé feliz.”

En 2000 fue seleccionado, en Nueva York, entre los 40 fotógrafos del siglo XX. A lo largo de medio siglo, sus imágenes sumarán millones. ¿Sueña, mientras duerme, que saca fotos? “Por supuesto –dice–. Anoche mismo soñé que sacaba una a las Madres de Plaza de Mayo, en una de esas rondas que hacen.” ¿Será difícil que elija alguna favorita, entre tantas, tantas? Para nada. “Es un casamiento en Paraty, una foto que está en el libro de periodismo –dice–. El es pequeño; ella, grande. Una vez llegué al Museo Pompidou y vi que estaba en exposición y que había muchas personas mirando, tocando, riéndose, haciendo gracias. Es una foto que no tiene nada, simple, ingenua, pero con una belleza plástica que me gusta mucho.”

Luego se va a la calle, para las fotos. De regreso, Nora Lezano dice que resultó tan fotógrafa como fotografiada. Teixeira invita café. Y cuenta, sigue contando: cómo una especie de termita le comió un archivo, episodios de censura, Garrincha...

La muestra Canudos se puede ver en Fundación Centro de Estudios Brasileiros, Esmeralda 969, Capital. Más información en www.evandroteixeira.net (sitio oficial del fotógrafo). Además, hoy a las 16, en el Museo Etnográfico (Moreno 350), se proyectará Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos, basada en la novela de Graciliano Ramos.

FERREIRA GULLAR, LLAMADO “EL ULTIMO GRAN POETA BRASILEñO


Jueves, 9 de Octubre de 2008

LITERATURA › FERREIRA GULLAR, LLAMADO “EL ULTIMO GRAN POETA BRASILEñO”

“No fue mi intención ser ‘maldito’”
El escritor, admirado por Vinicius de Moraes, fue perseguido en los años ’70 por las dictaduras latinoamericanas y hoy regresa a Buenos Aires a 33 años de la escritura en la ciudad de su obra capital, el texto Poema sucio.
http://www.pagina12.com.ar/diario/suplementos/espectaculos/4-11582-2008-10-09.html





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Por Silvina Friera

Las dictaduras latinoamericanas le mordían los talones a Ferreira Gullar, “el último gran poeta brasileño”, según Vinicius de Moraes. Denunciado por un compañero del Partido Comunista, bajo tortura, el poeta, ante la fragilidad de su situación, decidió pasar a la clandestinidad a fines de la década del 60. La sensación de que tenía los días contados lo obligó a exiliarse. Lo que nunca sospechó es la mala suerte que tendría para elegir refugios. Llegó a la URSS en agosto de 1971 y se quedó hasta mayo del ’72, cuando decidió rumbear para Chile. En Santiago, se encontró con el violento epílogo del gobierno socialista de Salvador Allende. Cuatro meses después de su llegada, se produciría el golpe de Pinochet. Si pudo eludir la salvaje cacería que sufrirían los comunistas chilenos y extranjeros, fue porque nadie sabía por dónde andaba Ferreira Gullar, y eso evitó que fuera llevado al Estadio Nacional, donde mucha gente fue fusilada. Escapó a Lima, pero como no encontró trabajo, decidió instalarse en Buenos Aires. “¡Ah, de la vida!... no hay calamidad que no me ronde”, podría haber parafraseado a Quevedo, cuando desembarcó en Ezeiza exactamente el día en que murió Perón, el 1º de julio de 1974. Tenía su pasaporte vencido y estaba rodeado de dictaduras. Pronto llegaría Videla para agudizar el cerco. En un departamento de la avenida Honorio Pueyrredón, en el barrio de Caballito, entre mayo y octubre de 1975, convencido de que era lo último que haría, que podría desaparecer en cualquier momento, Ferreira Gullar escribió Poema sucio, uno de los poemarios capitales de la literatura brasileña, publicado recientemente por Ediciones Corregidor en una edición bilingüe –que incluye En el vértigo del día, libro que reúne poemas escritos entre el ’75 y el ’80– al cuidado de Paloma Vidal y Mario Cámara.

Treinta y tres años han pasado de ese derrotero de exiliado político en la Argentina, de la escritura en trance de esa composición sinfónica que es Poema sucio (“pero viene junio y me apuñala/ viene julio y me lacera/ septiembre expone mis despojos/ en los postes de la ciudad”), y esta es la primera vez que Ferreira Gullar regresa al país. “¿Por qué tardé tanto en volver?”, repite la pregunta que le hace PáginaI12, alzando, con exageración, sus huesudos hombros. “No soy masoquista, necesitaba cicatrizar las heridas”, dice, y sus carcajadas sacuden el cuerpo flaco como un elástico de este poeta nordestino, maranhense, sanluisense, que nació en la ciudad de Sao Luís, capital de Maranhao, el 10 de septiembre de 1930. Aunque a los 78 años se confiesa curado del trauma que significó su clandestinidad porteña, cuenta que el problema más grande que tuvo para venir hasta Buenos Aires es su irreversible pánico al avión. Desde Río de Janeiro, donde vive, viajó durante dos días, por tierra, en auto.

“Era la primera vez que escribía un poema tan largo y pensaba que sería mi último libro”, recuerda Ferreira Gullar, moviendo las manos en círculos como espantando viejos fantasmas. “Tenía mucho temor por la calidad del poema, escrito bajo el imperativo de esa urgencia; me daba vergüenza leerlo en público, no se lo quería mostrar a nadie. Pero en la casa de Augusto Boal (que entonces vivía en Buenos Aires), Vinicius de Moraes me insistió y leí Poema sucio para un grupo de unas diez personas.” Vinicius, conmovido “hasta la médula”, según sus propias palabras, por esa lectura, convenció a Ferreira Gullar de hacer una grabación con esos versos para burlar el cerco de la censura militar brasileña. El cassette llegó a Brasil y Vinicius lo reprodujo entre amigos. El poema comenzaba a circular. “Nadie sabía dónde estaba yo; el Partido Comunista, al que pertenecía, decía que no podía decir mi paradero. Yo era una voz desaparecida que reaparecía en mi país. Y mi voz, en la clandestinidad, causaba sensación”, repasa el poeta, que se acomoda un mechón de ese pelo blanquísimo y un tanto rebelde que se quiere meter en la boca de Gullar. De mano en mano, el cassette llegó a Da Silveira, dueño de la editora Civilizaçao Brasileira, que decidió publicarlo. En 1976 el libro fue presentado sin la presencia del autor, pero la repercusión y la popularidad que fueron generando esos versos sucios allanaron el camino para que Ferreira Gullar regresara a Brasil en 1977.

–¿Por qué eligió titularlo Poema sucio?

–No era un poema para agradar, no debía obedecer a ninguna norma ni regla de mi propia poesía. Yo quería que fuera estilísticamente sucio, estaba dispuesto a hablar de todo: de mis intimidades, de mis experiencias sexuales, en fin... También era sucio moralmente. Sabía que hablaría de la miseria brasileña y de la pobreza, que es tremendamente sucia. Le puse ese título por intuición, en ese momento no pensaba en estas cosas. No escribí este poema con un tono político ni es un poema sobre mi exilio. Es cierto que estaba en la clandestinidad, en Argentina, viviendo una situación política muy frágil, pero no pensaba en la política. Fue una escritura existencial, pero claro que aparecen en el poema las cuestiones políticas porque hacen a mi vida.

Quizá la angustia del fugitivo –acosado por las dictaduras latinoamericanas ensañadas en desatar sus virulentas represiones justo cuando los pies del poeta pisaban el suelo de un país– haya dejado huellas en los surcos que se forman en la frente de Gullar. El poeta, que se esmera por disimular la inquietud que le provoca remover los escombros de ese pasado reciente, se queda mirando la llovizna que cae sobre la avenida Callao, tal vez pidiendo una tregua. Antes de escapar de cuanta dictadura se le cruzara por el camino, tuvo que huir, a tiempo, del equívoco que podría haber generado conservar su nombre verdadero: José Ribamar Ferreira. “Mi nombre de pila es muy común en Maranhao. Había muchos escritores con nombres parecidos: Ribamar Pereira, Ribamar Galiza, Ribamar Silva.... Pero había un Ribamar Pereira que era un poeta muy flojo, y un día apareció publicado un poema suyo con mi nombre: Ribamar Ferreira. Entonces decidí cambiarme el nombre para evitar que me atribuyeran poemas que nunca hubiera querido escribir”, señala el poeta, que tomó el Goulart de su madre, un apellido de origen francés, y adoptó desde entonces la grafía en portugués: Gullar.

Frente al callejón sin salida de la muerte, Poema sucio es un poema mugriento de imágenes vitales que giran en torno de la infancia, los olores, las calles y las casas de su tierra natal. “Esa era mi vida, yo no tenía amargura por el hecho de haber nacido pobre; tuve una infancia muy divertida, nunca fui una persona dramática, triste, quejosa”, aclara el poeta. “Cuando empecé a publicar, mi madre estaba muy contenta; ella no tenía mucha cultura, pero le gustaba leer, y sentía una gran felicidad por tener a un poeta en la familia.” En el momento más bello de este extenso poemario, la voz poética evoca un viaje junto al padre (“entramos al vagón los dos/ yo entre alegre y asustado/ mi padre (que ya no existe)/ me hizo sentar a su lado/ tal vez más feliz que yo/ por llevarme a mí de viaje/ mi padre (que ya no existe)/ sonreía con los ojos”), recobra las incertezas de lo vivido (“No sé de qué vértigo está hecha mi carne y este vértigo que me/ arrastra por avenidas y vaginas entre olores de gas y orina”), registra lo que observa (“Hombre muerto en el mercado/ sangre humana en las legumbres./ Mundo sin voz, cosa opaca”).

–Una de las partes más conmovedoras de Poema sucio es cuando rememora el viaje en tren con su padre. ¿Esa experiencia fue también un modo de descubrirse poeta?

–Este poema es un rescate del tiempo vivido, y ese viaje con mi padre es algo que ocurrió en mi infancia; fue mi primer viaje, una experiencia muy linda porque fue el descubrimiento del mundo, atravesando los bosques y el campo. El hallazgo de la poesía fue posterior. Descubrí que podía ser poeta cuando en una clase escribí una redacción y la profesora consideró que estaba muy bien escrita. Como no sabía qué hacer en la vida, me dije que podía ser escritor (risas). A Sao Luís no había llegado la poesía moderna; al principio escribía como los poetas nacionales del siglo XIX, era un parnasiano que vivía en Macondo (risas). Después llegó el movimiento modernista, pero en ese Macondo todo sucedía cien años después. Entonces descubrí la poesía moderna y me puse a estudiar para entender por qué escribían de esa manera tan extraña, sin rima, sin métrica, sin nada. Ahí descubrí la riqueza y creatividad que te permitía la poesía moderna y supe que seguiría por ese camino. Pero nunca pensé en hacer vanguardia o ser un poeta vanguardista.

–Pero fue vanguardista cuando escribió en 1959 El manifiesto neoconcreto y La teoría del No-Objeto, dos textos que fueron decisivos para la vanguardia de su país.

–Yo no concordaba con las ideas del movimiento concretista de San Pablo porque tenía a mi modo de ver una visión equivocada de la poesía. Ellos decían que la poesía tenía que ser planeada, que debía considerarse racionalmente, matemáticamente, que tenía que ser hecha a partir de ecuaciones matemáticas. ¡Era imposible escribir un poema bajo esas condiciones! Las vanguardias siempre dicen lo que no hacen. Prometen una cosa que no cumplen. Las vanguardias nacieron como los partidos políticos que tienen manifiestos, como el Manifiesto Comunista. Los partidos prometen cosas y las vanguardias también. Nada de lo que prometía el manifiesto del futurismo de Marinetti se realizó. Yo escribí un manifiesto neoconcreto, pero no anunciaba nada, hablaba de lo que ya habíamos hecho. El poeta es un ser incómodo que suele ser perseguido porque piensa de un modo distinto, pero nunca fue mi intención ser un poeta maldito. La poesía existe porque la vida no basta, ¡pero yo ya sé que la vida no tiene ningún sentido!, entonces me interesa darle un sentido, buscar, encontrar y discutir esos posibles sentidos. Yo no me voy a cortar la oreja para ser un poeta maldito.