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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Instituto Livro


UMA DAS MAIS ANTIGAS FEIRAS DE LIVROS DO BRASIL ESTÁ NA SUA 54 EDIÇÃO- PORTO ALEGRE-RGS

UMA DAS MAIS ANTIGAS FEIRAS DE LIVROS DO BRASIL ESTÁ NA SUA 54 EDIÇÃO- PORTO ALEGRE-RGS
A Feira do Livro de Porto Alegre é uma das mais antigas do País. Sua primeira edição ocorreu em 1955 e seu idealizador foi o jornalista Say Marques, diretor-secretário do Diário de Notícias. Inspirado por uma feira que visitara na Cinelândia no Rio de Janeiro, Marques convenceu livreiros e editores da cidade a participarem do evento.

O objetivo era popularizar o livro, movimentando o mercado e oferecendo descontos atrativos. Na época, as livrarias eram consideradas elitistas. Por esse motivo, o lema dos fundadores da primeira Feira do Livro foi: Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo.

A Praça da Alfândega era um local muito movimentado na Porto Alegre dos anos 50 e de 400 mil habitantes. E, no dia 16 de novembro de 1955, era inaugurada a 1ª Feira do Livro, com 14 barracas de madeira instaladas em torno do monumento ao General Osório.

Na segunda edição do evento, iniciaram as sessões de autógrafos. Na terceira, passaram a ser vendidas coleções pelo sistema de crediário. Nos anos 70, a Feira assumiu o status de evento popular, com o início da programação cultural. A partir de 1980, foi admitida a venda de livros usados. E, na década de 90, conquistou grandes patrocinadores, estimulados pelas leis nacional e estadual de incentivo à cultura.

A infra-estrutura foi ampliada e modernizada, os eventos culturais se consolidaram e a Feira passou a receber grandes nomes do mercado editorial brasileiro e internacional.


Patronos em 42 edições
A Feira do Livro de Porto Alegre adotou a tradição de eleger um patrono na 11ª edição, escolhendo o jornalista, político e escritor Alcides Maya. Os patronos eram eleitos entre escritores e livreiros significativos para o mercado editorial gaúcho e já falecidos. Entre os anos de 1965 e 1983, foram homenageados 13 escritores gaúchos, um jornalista, três livreiros e dois escritores estrangeiros.

Em 1984, a 30ª edição inicia uma nova fase. O patrono Maurício Rosenblatt, um dos fundadores e grande incentivador da Feira, é o primeiro homenageado em vida. A partir desse ano, os patronos passaram a ser escritores gaúchos ou radicados no Estado em atividade.

Na 40ª edição, a Câmara do Livro fez uma homenagem a outros fundadores do evento. Foram escolhidos como patronos Nelson Boeck, Edgardo Xavier, Mário de Almeida e Sétimo Luizelli.

Confira todos os homenageados até a 53ª edição de 2007.


1965: Alcides Maya

1966: João Simões Lopes Neto

1967: Alceu Wamosy

1968: Caldas Júnior

1969: Eduardo Guimaraens

1970: Augusto Meyer

1971: Manoelito de Ornellas

1972: Luís Vaz de Camões

1973: Darcy Azambuja

1974: Leopoldo Bernardo Boeck

1975: Athos Damasceno Ferreira

1976: Erico Verissimo

1977: Henrique Bertaso

1978: Walter Spalding

1979: Auguste Saint-Hilaire

1980: Moysés Vellinho

1981: Adão Juvenal de Souza

1982: Reynaldo Moura e Monteiro Lobato

1983: José Bertaso

1984: Maurício Rosenblatt

1985: Mario Quintana

1986: Cyro Martins

1987: Moacyr Scliar

1988: Alberto André

1989: Maria Dinorah

1990: Guilhermino César

1991: Luis Fernando Verissimo

1992: Paulo Fontoura Gastal

1993: Carlos Reverbel

1994: Nelson Boeck, Edgardo Xavier, Mário de Almeida Lima e Sétimo Luizelli

1995: Caio Fernando Abreu

1996: Lya Luft

1997: Luiz Antonio de Assis Brasil

1998: Patrícia Bins

1999: Décio Freitas

2000: Barbosa Lessa

2001: Armindo Trevisan

2002: Ruy Carlos Ostermann

2003: Walter Galvani

2004: Donaldo Schüler

2005: Frei Rovílio Costa

2006: Alcy Cheuiche

2007: Antonio Hohlfeldt

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O muro de Berlin de Cara lavada pela arte


El Muro de Berlín se lava la cara
Un centenar de artistas ha iniciado los trabajos sobre el lienzo de 1,3 kilómetros de muro conservado en la East Side Gallery del viejo Berlín oriental de cara a su puesta de gala el próximo 9 de noviembre de 2009, vigésimo aniversario de la caída física del telón de acero

Pintadas contra la historia
Durante casi 19 años, la 'East Side Gallery', ha permanecido abierta al público de forma gratuita y sin protección alguna como un muro más de la renovada cara del Berlín oriental. Sin embargo, el paso de los años, los estragos del tiempo y el vandalismo de vecinos y turistas ha dejado el muro prácticamente irreconocible. Las pinturas de los 118 artistas que lo decoraron en los 90 se esconden ahora bajo grafitis, dibujos y frases de recuerdo del visitante que obligan ahora a su limpieza.

O.G. - 2008

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sozinho, professor não muda a educação, avaliam especialistas

Sozinho, professor não muda a educação, avaliam especialistas
Da Agência Brasil
Seu professor é nota 10? Envie uma foto e faça sua homenagem
Mande um cartão para o seu mestre

Brasília - Bons salários e uma formação adequada aos professores não garantem melhoria da qualidade do ensino, acreditam educadores. "O professor é variável fundamental no processo, mas não é a única", avalia a doutora em educação da USP (Universidade de São Paulo), Lisete Arelaro.

No dia do professor, comemorado neste dia 15, a especialista lembra que a educação é formada por uma série de fatores e o docente, apesar de ser peça-chave, "não muda sozinho a escola e o sistema".

DIA DOS PROFESSORES
REFORMA DA CARREIRA

EDUCAÇÃO PIOROU

QUALIDADE DO ENSINO


Para ela, o professor hoje é responsabilizado por todos os problemas da educação e carrega "uma forte carga sob os ombros". "Existe uma política hoje de encontrar um culpado para tudo e esse dedo está apontado para o professor. Geralmente quem faz isso são os governos, falta eles olharem para si próprios", defende.

Apesar de o docente não ser o único ator do processo educacional, a sua valorização traz impactos diretos na melhoria da qualidade da educação, defende Lisete. "Uma boa formação, acompanhada de bons salários e condições de trabalho adequadas são variáveis que criam um resultado positivo em qualquer etapa do ensino. Essa é uma situação urgente no Brasil. Não tem jeito, educação de qualidade custa caro", aponta.

De acordo com a pesquisa "A Qualidade da Educação sob o Olhar do Professor", da Fundação SM e da Organização dos Estados Ibero-americanos feita com 8 mil professores em 19 estados, mais de 80% dos professores se sentem desvalorizados pela sociedade. O cenário não muda dentro da escola, onde 75% acha que a administração do colégio ou mesmo da secretaria de educação de sua cidade não reconhecem a importância da categoria.

Ensino deficiente
De acordo com Lisete, o ensino público deficiente que existe hoje no país é resultado dos baixos investimentos na área. "Estamos colhendo os resultados negativos de muito discurso e pouco recurso. O desafio agora é a população se conscientizar e fiscalizar como esse dinheiro está sendo gasto", acredita.

Ela defende que aspectos pouco discutidos como o número de alunos por professor e até mesmo o espaço físico das salas de aula influenciam no processo de aprendizagem e modificam o resultado final. "A desvalorização do professor é apenas um dos problemas, porque na educação não há um fator exclusivo que você mexe nele e tudo se resolve", avalia.

Leda Fiorentini, professora do departamento de métodos e técnicas da UnB (Universidade de Brasília), recomenda que a educação seja encarada como um problema de toda a sociedade. "O professor tem uma grande responsabilidade, mas também o Poder Público, os órgãos federais, municipais, estaduais e a própria comunidade", indica.

A educadora lembra que "não existe fórmula". "A gente não pode dizer que há uma regra que alcance todos os lugares. Nosso país é enorme, cheio de variáveis diferentes que interferem no processo. A solução é buscar esses caminhos. Às vezes as pessoas pensam que é só escolher um modelo e encaixar o professor ali, mas não funciona assim", alerta Leda.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Editoras brasileiras têm prateleiras vazias na abertura da Feira do Livro de FrankfurtGUSTAVO MARTINS


Editoras brasileiras têm prateleiras vazias na abertura da Feira do Livro de FrankfurtGUSTAVO MARTINS
De Frankfurt

* Atualizada às 13h58

Editoras brasileiras ficam com prateleiras vazias na Feira do Livro de Frankfurt
VEJA MAIS FOTOS DA FEIRA
FEIRA ABRE SUA 60ª EDIÇÃO
EM EVENTO, PAULO COELHO APÓIA INTERNET
O estande da Câmara Brasileira do Livro (CBL) na Feira de Frankfurt passou o primeiro dia do evento (quarta-feira, 15) com as prateleiras vazias. Nenhum dos livros das 39 editoras que expõem pela CBL chegou em tempo à Frankfurt Messe, o complexo de edifícios onde se realiza a feira, pois todos ficaram barrados na Espanha.

De acordo com informações da CBL, a razão foi que uma das editoras enviou seus livros em uma caixa com o símbolo de "produto corrosivo", o que fez com que a companhia aérea espanhola Iberia retivesse o material em Madri.

Ao longo do dia, a CBL informou que o problema já teria sido resolvido e que os livros seriam entregues ainda hoje, mas nenhum exemplar brasileiro foi exposto na abertura da feira, dia dedicado à visitação do mercado editorial. A previsão atual é de que os livros sejam entregues até às 2h da manhã de quinta-feira (16), 21h de quarta-feira no horário do Brasil.

A editora Companhia das Letras, que comprou estande próprio mas utilizou o serviço de transporte de livros da CBL, também teve que iniciar sua participação em Frankfurt de estande vazio.

A Feira do Livro de Frankfurt, maior evento editorial do planeta, acontece de 15 a 19 de outubro na Frankfurt Messe.
by uol

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

La artista boliviana Cecilia Wilde presentó en Rusia e cautivó


La artista boliviana que cautivó a Moscú
La paceña Cecilia Wilde presentó en Rusia 23 cuadros de una colección que denominó De Jalq’a a Calamarca, caminos andinos, que fue expuesta en la galería Novy Manezh. La obra reflejó dos momentos históricos en la región andina del país





Artista. Cecilia Wilde con uno de sus trabajos que reflejan la llegada de los españoles



EL DEBER http://www.eldeber.com.bo/brujula/2008-10-04/nota.php?id=081003205041

Rusia aplaudió a la artista paceña Cecilia Wilde, que cerró en Moscú una exitosa presentación de su última colección de obras denominada De Jalq’a a Calamarca, caminos andinos. La exposición fue presentada al público en el Novy Manezhruso, una de las más prestigiosas galerías de ese país.
Cecilia mostró 23 lienzos que reflejaron dos etapas distintas de Bolivia: una, la llegada de los españoles a estas tierras y, la otra, lo ancestral, ese respeto a los dioses que caracteriza a la región andina. Cada trabajo tiene textos traducidos al ruso, que orientan al visitante lo que quiere reflejar cada cuadro.
Para la autora, sus lienzos relatan que antes de la llegada de los españoles a América, los pueblos andinos originarios poseían un fuerte sentimiento de religiosidad, con su propia visión del mundo. La interpretación de los fenómenos naturales, los ciclos de las estaciones y su relación con la vida y la muerte.
Estas creencias, en un principio vinculadas con el culto a los ancestros y a las deidades indígenas, fueron penetradas por la religión cristiana que trajeron los conquistadores españoles.
A fines del siglo XVI y principios del XVII nació en los Andes una interpretación artística original de los modelos europeos. Así, el arte fue utilizado como un medio visual de adoctrinamiento.
Junto con las obras de arte de España, Flandes e Italia, llegaron también artistas europeos con la misión de enseñar y crear talleres, introduciendo nuevas técnicas pictóricas, dando curso a la creación de un arte adaptado a la realidad circundante y que simplificó mucho la virtuosa técnica europea y la meticulosidad de la simbología cristiana, con el objetivo de convertirse en una herramienta más de la evangelización de los pueblos originarios.
Empero, aunque se alcanzó cierta simbiosis, la fuerza de las creencias originarias nunca perdió su esencia y hoy pervive con todo su esplendor. Es así que para ilustrar esta visión, Cecilia presentó al público ruso una interpretación libre de los Ángeles y Arcángeles de Calamarca.


La explicación de los ángeles se remonta a los escritos del siglo V, que enumeran las jerarquías angelicales y sus atributos. Estos seres (serafines, querubines, ángeles, arcángeles) han sido representados con frecuencia tanto en América como en Europa.
En los Andes ciertos trajes han sido adaptados a los atuendos locales con gran profusión de encajes y colores brillantes que dan a estas series un aspecto original. Una de las mayores escuelas de este arte andino está en la iglesia de Calamarca, de estilo renacentista.
En la otra parte de la presentación, la artista buscó interpretar, también en forma libre, lo puro de la cultura ancestral del país.
El cosmos y la naturaleza son parte integrante de la vida cotidiana de los andinos: El Sol, la Tierra, las estrellas, la luz, el rayo, el trueno, el arco iris, el agua; además de narraciones e historias ideadas para dar respuesta a la creación del universo.
La cosmovisión está ligada a la cosmografía o descripción del cosmos, correspondiente al cielo del hemisferio austral, cuyo eje visual y simbólico lo marca la constelación de la Cruz del Sur, denominada Cruz Cuadrada (Chakana, en voces de las milenarias culturas andinas), que representa la unión como centro del mundo donde el Wiracocha, o imagen de un ser supremo, es el ordenador y creador del cosmos.
Jalq’a es una pequeña población ubicada en Chuquisaca, al sur del país, donde se encuentran textiles autóctonos considerados entre los más hermosos y puros de la región andina, y de los pocos que han conservado su identidad propia y son estos tejidos los que Wilde explora con su paleta llena de colores.


Este conjunto de dos espacios y periodos trasciende en forma de interpretación libre a los lienzos de la presente obra, que a través de formas y ritmos pictóricos se desliza en la búsqueda de entender pensamientos y sentimientos.
La exposición de la artista boliviana, la segunda que realiza en Rusia, tuvo contornos especiales en Moscú, pues se presentó conjuntamente con una magnífica interpretación de música nacional a cargo del grupo Kirkincho, compuesto por músicos rusos conocedores y admiradores de las expresiones musicales bolivianas.
El evento contó con la presencia de las altas autoridades de la Alcaldía de Moscú, que auspició la presentación de la obra y una nutrida presencia del cuerpo diplomático en la cpaital rusa, especialmente invitado por el embajador boliviano en Rusia, Sergio Sánchez Ballivián. Asistieron a la presentación artistas y críticos que gustaron de la muestra.

Evandro Teixeira El desierto y su memoria en ar




El desierto y su memoria
Nació en Irajuba, un caserío al nordeste de Bahía, y logró ser uno de los fotógrafos fundamentales de América latina. Evandro Teixeira, que puso en imagen medio siglo de este continente, vino a Buenos Aires a presentar Canudos, una muestra que lleva once años recorriendo el mundo. Canudos es un pueblo del norte de Bahía fundado a fines del siglo XIX por el beato Antonio Conselheiro: según la leyenda, entre 25 y 30 mil pobres lo siguieron y en medio de esa nada armaron una comunidad. Pero pronto fue arrasada por gobierno, autoridades religiosas y dueños de la tierra que no toleraron el próspero intento colectivista. Es la historia que cuenta Mario Vargas Llosa en La guerra del fin del mundo, y tiene muchos más registros ilustres, como el de Euclides da Cunha. Fueron esas voces, y la de su abuela nordestina, las que oyó Teixeira para embarcarse en un trabajo de cuatro años, de charlas con ancianos centenarios que tenían memoria de la masacre, de imágenes que desempolvan el polvo de la Historia.

http://www.pagina12.com.ar/diario/suplementos/radar/9-4857-2008-10-09.html




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Por Angel Berlanga

Tiene cincuenta años de oficio, sus imágenes se exhiben en los museos más importantes del mundo, asistió a unos cuantos momentos clave de la historia de Latinoamérica, está considerado uno de los más grandes en Brasil y, sin embargo, no quiere desplegar argumentos teóricos para una pregunta sencilla: ¿por qué es fotógrafo? “Es una cosa que también me pregunto, y no tengo explicación”, dice Evandro Teixeira en el hall del hotel en el que se aloja, centro de Buenos Aires. “Porque donde yo nací no había nada, ni televisión; apenas una radio”, dice, y lleva su mano derecha al oído como quien busca sentir de cerca una portátil pequeña, un movimiento que puede remitir hoy al del uso del celular, pero con matices. Detenerse en esos matices –el gesto de una atención menos urgente, más concentrada, los dedos que se abren algo más para recrear el ancho de la Spika que viene con su memoria– es buscar captar algo del arte de este hombre amable, inquieto, de talante muy cálido. “La primera vez que llegó un coche al pueblo salí corriendo, llorando”, dice, como para reforzar la ruralidad y lo polvoriento de Irajuba, el caserío al nordeste de Bahía en el que se crió, y enseguida dice que además quiso ser escultor. O expedicionario. Parte de esos oficios, de algún modo, también están a la vista en su trabajo.


Teixeira vino a presentar Canudos en la Fundación Centro de Estudios Brasileiros, una muestra fotográfica que lleva ya once años recorriendo ciudades de diversos países. Parece clave, en este trabajo, que su abuela materna le contara, cuando era chico, qué había pasado en ese sitio desértico del nordeste brasileño. “Ella era de ahí, y todo el tiempo volvía sobre cosas de esa historia –dice Teixeira–. Y luego, cuando era estudiante, leí el libro de Euclides da Cunha, Os Sertoes (en él se inspiró también Sergio Rezende para hacer una película). Fue algo que me quedó. Y mucho más adelante, cuando llevaba décadas como fotoperiodista, pude arreglar el sueño de construir este proyecto, y a lo largo de cuatro años fui para allá, para conocer a fondo la ciudad, hablar con los personajes, los viejos.” Cuatro años, también, fue lo que duró el antiguo Canudos de esta historia: hay que retroceder al período 1893-1897. Por entonces, el beato Antonio Conselheiro, distanciado de los mandatos de la nueva república, se fue a la aridez extrema, tierras de ásperas sequías, en el Sertao cercano a Bahía. La leyenda cuenta que entre 25 y 30 mil “pobres harapientos” lo siguieron y se instalaron allí, con él, y que en medio de esa nada se armó una comunidad. “Mi abuela contaba que la Iglesia mandó a dos capuchinos italianos, que llevaban muy poco tiempo en Brasil, para intentar mover las ideas de Conselheiro, que les dijo que no estaba contra la Iglesia. Como ellos insistían, los moradores, que se llamaban conselheiristas, los expulsaron. Cuando los capuchinos volvieron a Salvador, hicieron un informe terrible: dijeron que era un loco fanático. Allí todos trabajaban para todos, no se pagaban impuestos: era una colectividad. La ciudad estaba prosperando. Eso incomodó a los dueños de la tierra, porque estaban perdiendo mano de obra. Entonces la Iglesia, los militares, los terratenientes y el gobierno los atacaron.”


El último ataque, en 1897, fue una masacre: incendio, destrucción, asesinatos, deportaciones, hombres vendidos como esclavos. Arrasaron. Hay un registro de 68 imágenes tomadas por Flavio de Barros, fotógrafo del ejército brasileño. Un siglo más tarde, Teixeira fue a ver qué quedaba de aquello: de ahí surgió el libro Canudos - 100 años. “Fue un trabajo difícil, de pesquisa –dice Teixeira–. Porque usted tiene que conocer a las personas, tomar confianza. Después del libro quedé muy amigo de esos viejos; algunos de ellos ya murieron. Pero era necesario construir esta relación, porque son personas que viven distantes, en una zona de supervivencia; entonces hay que hablar, integrarse de algún modo, y entender a fondo qué pasó. No era cuestión de llegar, preguntar, fotografiar y ya está. Ahora soy como una especie de ídolo allá: voy todos los años, para octubre, porque ahí se hace una fiesta de celebración de los muertos, una fiesta muy bonita, religiosa, con cantos y danzas folklóricas.” Lo que cuenta puede verse en Instantáneos da realidade, el documental que Paulo Fontenelle hizo sobre su vida en 2003: allí registra los diálogos de Teixeira con viejos de entre 93 y 110 años.

El casamentero
Empezó tomando lecciones en Jequié, cerca de su pueblo natal, con un fotógrafo de estudio y un fotoperiodista, en simultáneo y por cuerdas separadas, mientras estudiaba Bellas Artes. “Aprendía con uno y otro –rememora–. Con uno en un atelier hacía foto académica, tomas con luces para iluminar; tenía una cámara grande así –abre los brazos, levanta una funda negra imaginaria y se mete ahí abajo, sale, sigue–. Chapa de vidrio, 12 por 24, lindísima. Con el otro hacía algo más moderno, trabajaba en un pequeño jornal de Jequié, sacaba con una Rolleiflex.” Luego, en Salvador de Bahía, comenzó a trabajar para un magazine, O Cruzeiro. En 1957 se instaló en Río de Janeiro y empezó a trabajar en Diario da Noite. Le gusta contar un par de anécdotas de patinazos de novato con un editor llamado Angel Regato, que a modo de bienvenida le dijo: “Voçé va ser o Santo Casamenteiro”. Tenía que conseguir fotos de casamientos, pero con una condición: no quería negros retratados. Aunque en una de las noches siguientes encontró a un preto con los pelos rizos como una bola enorme en casorio con una alemana, así que Evandro sucumbió a la tentación, llevó su foto al diario y se encontró con el simpático recibimiento del jefe: “¿Esta mierda? ¿No te dije que no quería negros? ¡Fuera, bahiano, burro!”. Dos semanas después llegó la chance para reivindicarse: “Me mandaron a cubrir el Baile do municipal –cuenta–. En aquella época era un carnaval más chico, más ingenuo, no había vedettes, eran todos pasistas. Era en otro lugar, en Río Branco; no es como hoy, en el Sambódromo. Y este baile, que ahora está prohibido, se hacía en un teatro como el Colón, de aquí. Cuando llegué, me había perdido el desfile”. El jefe se enfureció otra vez y le dio el ultimátum con la cobertura de las escolas de samba. “Ahí sí, hice un bello trabajo –dice–. ‘Bueno, el bahiano tiene chance’, me dijo. Ahí comenzó mi historia en Río de Janeiro.”


Desde hace 45 años trabaja en el Jornal do Brasil. Sigue yendo a diario, unas horas por la tarde, pero con muchas libertades: lo convocan todo el tiempo para dar charlas y cursos, para presentar libros y presidir jurados. Como dice su colega y amigo Sebastiao Salgado, su oficio le permitió seguir de cerca “la cresta de la ola de la historia” y así pudo registrar varios golpes de Estado, represiones, figuras en momentos clave, en encrucijadas: el ataque a La Moneda en Chile y los detenidos en el Estadio Nacional; Chico Buarque, Tom Jobim y Vinicius de Moraes tumbados panza arriba sobre las mesas de un bar; los centenares de cadáveres que cosechó en Guyana el reverendo Jim Jones con su Templo del Pueblo; Olimpíadas, giras presidenciales, mundiales de fútbol, desfiles de modelos; los fuegos de artificio del carnaval, los asesinatos en las favelas; Ayrton Senna en una escola de samba, Neruda recién muerto, Baryshnikov volando en el Colón. Antes, dice Teixeira, venía muy seguido a la Argentina: estuvo cuando el golpe y también durante la guerra de Malvinas.

Testimonio y destino
El libro que presentó hace unos meses lo lleva y lo trae a lo largo de Brasil: se llama 68: Destinos. Paseata dos 100 mil. El 26 de junio de 1968, Teixeira fotografió una multitud en la plaza Cinelandia, una marea de rostros identificables y una bandera con la inscripción “Abajo la dictadura / Pueblo en el poder”. “En 1983 publiqué mi primer libro de fotos y contenía esta imagen, que en su momento no fue publicada en el diario por la censura –cuenta–. Y la directora de arte se reconoció ahí. Y también reconoció a su marido, un arquitecto, que aparece más arriba en la imagen. Pero por entonces todavía no se conocían; después se casaron y se encontraron, coincidiendo en esta foto. De ahí partió la idea de construir un proyecto buscando a las personas.” 68: Destinos reúne un centenar de testimonios de aquellos manifestantes, retratados en el mismo sitio por Teixeira casi cuatro décadas después. La presentación, en Río de Janeiro, fue un acontecimiento histórico y cultural.

Este mes se publica en Brasil otro libro con sus fotos. “Es sobre fútbol, sobre los torcedores”, dice, y pregunta si a las hinchadas acá se les llama igual. “Sólo de eso, la alegría y la tristeza del torcedor”, dice. Y hay más: entre fines de agosto y comienzos de septiembre recorrió los territorios en los que transcurre Vidas secas, del narrador y cronista Graciliano Ramos, de cuya publicación se cumplen 70 años. “La editora que tiene los derechos me contrató para hacer un libro de arte, grande –cuenta Teixeira–. Pasé quince días en el Nordeste, por Alagoas y Pernambuco, para acompañar los caminos de Graciliano, uno de los más grandes escritores brasileños.”

¿Y cómo se lleva con el contraste entre aquella radio de su infancia y la proliferación de imágenes de la actualidad, de aquella escasez a este desborde? Teixeira responde con una historia reciente que proviene de su rastreo para Vidas secas: “A muchos lugares fui en coche, pero otras veces tuve que caminar mucho –cuenta–. Fui a buscar a un vaquero que había convivido con Graciliano, 102 o 103 años; al final un chico me indicó una sierra, distante. Caminamos unos tres kilómetros y llegamos a un pequeño caserío, bajo, perdido; no había coches, pero sí una antena parabólica. Le estaba tomando fotos al viejo y en eso llegó una señora con unos niños; saqué algunas más y los niños se me vinieron encima, manoteaban la cámara. ‘Eh, no peguen la máquina.’ Les mostré, y luego quise saber cómo podía hacer para mandárselas: no había modo. Les pregunté cómo sabían que la foto podía verse ya en la cámara: ‘Ah, la gente en la TV, a toda hora’, me dijeron. No se podía llegar ahí en coche, no había cómo mandar las fotos, pero la televisión les muestra. Quedé impresionado”.

Teixeira dice que su fotografía es triste. “Con Lula el país avanzó, se introdujo una voz familiar en los sectores populares, hay mejorías –sostiene–. Brasil cambió bastante, pero todavía faltan muchas cosas. Y tal vez por eso en mis imágenes haya un poco de tristeza.” También dice Teixeira que es “un profesional insatisfecho en el esfuerzo por develar el alma de las cosas”. “Tengo mucho para mostrar y para vivir –se ríe–. El mundo y la vida es grande y no pienso en parar. No pienso en ponerme un pijama y aposentarme. Estoy con otros proyectos pra-frente. Pienso continuar, siempre.” ¿Sacó fotos en Buenos Aires, durante este viaje? “No tuve tiempo”, se lamenta. Lluvias, compromisos, visitas, el montaje de Canudos. “Siempre llevo conmigo el equipo”, dice, y señala una valijita de la que saca una de sus cámaras, una digital de esas diminutas. “La semana pasada me llamó Sebastiao Salgado y me dijo: ‘Evandro, adivina: ¡cambié! Ahora estoy con digital’. ‘¡Por amor de Dios!’, le dije. Para este libro que acabo de hacer, Vidas secas, pensé en usar una Leica, como para Canudos. Pero tenía que hacer un trabajo rápido y pensé: papel, film, revelación, contactos, copias de trabajo... Se hace mucho gasto. Usé digital y quedé feliz.”

En 2000 fue seleccionado, en Nueva York, entre los 40 fotógrafos del siglo XX. A lo largo de medio siglo, sus imágenes sumarán millones. ¿Sueña, mientras duerme, que saca fotos? “Por supuesto –dice–. Anoche mismo soñé que sacaba una a las Madres de Plaza de Mayo, en una de esas rondas que hacen.” ¿Será difícil que elija alguna favorita, entre tantas, tantas? Para nada. “Es un casamiento en Paraty, una foto que está en el libro de periodismo –dice–. El es pequeño; ella, grande. Una vez llegué al Museo Pompidou y vi que estaba en exposición y que había muchas personas mirando, tocando, riéndose, haciendo gracias. Es una foto que no tiene nada, simple, ingenua, pero con una belleza plástica que me gusta mucho.”

Luego se va a la calle, para las fotos. De regreso, Nora Lezano dice que resultó tan fotógrafa como fotografiada. Teixeira invita café. Y cuenta, sigue contando: cómo una especie de termita le comió un archivo, episodios de censura, Garrincha...

La muestra Canudos se puede ver en Fundación Centro de Estudios Brasileiros, Esmeralda 969, Capital. Más información en www.evandroteixeira.net (sitio oficial del fotógrafo). Además, hoy a las 16, en el Museo Etnográfico (Moreno 350), se proyectará Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos, basada en la novela de Graciliano Ramos.

FERREIRA GULLAR, LLAMADO “EL ULTIMO GRAN POETA BRASILEñO


Jueves, 9 de Octubre de 2008

LITERATURA › FERREIRA GULLAR, LLAMADO “EL ULTIMO GRAN POETA BRASILEñO”

“No fue mi intención ser ‘maldito’”
El escritor, admirado por Vinicius de Moraes, fue perseguido en los años ’70 por las dictaduras latinoamericanas y hoy regresa a Buenos Aires a 33 años de la escritura en la ciudad de su obra capital, el texto Poema sucio.
http://www.pagina12.com.ar/diario/suplementos/espectaculos/4-11582-2008-10-09.html





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Por Silvina Friera

Las dictaduras latinoamericanas le mordían los talones a Ferreira Gullar, “el último gran poeta brasileño”, según Vinicius de Moraes. Denunciado por un compañero del Partido Comunista, bajo tortura, el poeta, ante la fragilidad de su situación, decidió pasar a la clandestinidad a fines de la década del 60. La sensación de que tenía los días contados lo obligó a exiliarse. Lo que nunca sospechó es la mala suerte que tendría para elegir refugios. Llegó a la URSS en agosto de 1971 y se quedó hasta mayo del ’72, cuando decidió rumbear para Chile. En Santiago, se encontró con el violento epílogo del gobierno socialista de Salvador Allende. Cuatro meses después de su llegada, se produciría el golpe de Pinochet. Si pudo eludir la salvaje cacería que sufrirían los comunistas chilenos y extranjeros, fue porque nadie sabía por dónde andaba Ferreira Gullar, y eso evitó que fuera llevado al Estadio Nacional, donde mucha gente fue fusilada. Escapó a Lima, pero como no encontró trabajo, decidió instalarse en Buenos Aires. “¡Ah, de la vida!... no hay calamidad que no me ronde”, podría haber parafraseado a Quevedo, cuando desembarcó en Ezeiza exactamente el día en que murió Perón, el 1º de julio de 1974. Tenía su pasaporte vencido y estaba rodeado de dictaduras. Pronto llegaría Videla para agudizar el cerco. En un departamento de la avenida Honorio Pueyrredón, en el barrio de Caballito, entre mayo y octubre de 1975, convencido de que era lo último que haría, que podría desaparecer en cualquier momento, Ferreira Gullar escribió Poema sucio, uno de los poemarios capitales de la literatura brasileña, publicado recientemente por Ediciones Corregidor en una edición bilingüe –que incluye En el vértigo del día, libro que reúne poemas escritos entre el ’75 y el ’80– al cuidado de Paloma Vidal y Mario Cámara.

Treinta y tres años han pasado de ese derrotero de exiliado político en la Argentina, de la escritura en trance de esa composición sinfónica que es Poema sucio (“pero viene junio y me apuñala/ viene julio y me lacera/ septiembre expone mis despojos/ en los postes de la ciudad”), y esta es la primera vez que Ferreira Gullar regresa al país. “¿Por qué tardé tanto en volver?”, repite la pregunta que le hace PáginaI12, alzando, con exageración, sus huesudos hombros. “No soy masoquista, necesitaba cicatrizar las heridas”, dice, y sus carcajadas sacuden el cuerpo flaco como un elástico de este poeta nordestino, maranhense, sanluisense, que nació en la ciudad de Sao Luís, capital de Maranhao, el 10 de septiembre de 1930. Aunque a los 78 años se confiesa curado del trauma que significó su clandestinidad porteña, cuenta que el problema más grande que tuvo para venir hasta Buenos Aires es su irreversible pánico al avión. Desde Río de Janeiro, donde vive, viajó durante dos días, por tierra, en auto.

“Era la primera vez que escribía un poema tan largo y pensaba que sería mi último libro”, recuerda Ferreira Gullar, moviendo las manos en círculos como espantando viejos fantasmas. “Tenía mucho temor por la calidad del poema, escrito bajo el imperativo de esa urgencia; me daba vergüenza leerlo en público, no se lo quería mostrar a nadie. Pero en la casa de Augusto Boal (que entonces vivía en Buenos Aires), Vinicius de Moraes me insistió y leí Poema sucio para un grupo de unas diez personas.” Vinicius, conmovido “hasta la médula”, según sus propias palabras, por esa lectura, convenció a Ferreira Gullar de hacer una grabación con esos versos para burlar el cerco de la censura militar brasileña. El cassette llegó a Brasil y Vinicius lo reprodujo entre amigos. El poema comenzaba a circular. “Nadie sabía dónde estaba yo; el Partido Comunista, al que pertenecía, decía que no podía decir mi paradero. Yo era una voz desaparecida que reaparecía en mi país. Y mi voz, en la clandestinidad, causaba sensación”, repasa el poeta, que se acomoda un mechón de ese pelo blanquísimo y un tanto rebelde que se quiere meter en la boca de Gullar. De mano en mano, el cassette llegó a Da Silveira, dueño de la editora Civilizaçao Brasileira, que decidió publicarlo. En 1976 el libro fue presentado sin la presencia del autor, pero la repercusión y la popularidad que fueron generando esos versos sucios allanaron el camino para que Ferreira Gullar regresara a Brasil en 1977.

–¿Por qué eligió titularlo Poema sucio?

–No era un poema para agradar, no debía obedecer a ninguna norma ni regla de mi propia poesía. Yo quería que fuera estilísticamente sucio, estaba dispuesto a hablar de todo: de mis intimidades, de mis experiencias sexuales, en fin... También era sucio moralmente. Sabía que hablaría de la miseria brasileña y de la pobreza, que es tremendamente sucia. Le puse ese título por intuición, en ese momento no pensaba en estas cosas. No escribí este poema con un tono político ni es un poema sobre mi exilio. Es cierto que estaba en la clandestinidad, en Argentina, viviendo una situación política muy frágil, pero no pensaba en la política. Fue una escritura existencial, pero claro que aparecen en el poema las cuestiones políticas porque hacen a mi vida.

Quizá la angustia del fugitivo –acosado por las dictaduras latinoamericanas ensañadas en desatar sus virulentas represiones justo cuando los pies del poeta pisaban el suelo de un país– haya dejado huellas en los surcos que se forman en la frente de Gullar. El poeta, que se esmera por disimular la inquietud que le provoca remover los escombros de ese pasado reciente, se queda mirando la llovizna que cae sobre la avenida Callao, tal vez pidiendo una tregua. Antes de escapar de cuanta dictadura se le cruzara por el camino, tuvo que huir, a tiempo, del equívoco que podría haber generado conservar su nombre verdadero: José Ribamar Ferreira. “Mi nombre de pila es muy común en Maranhao. Había muchos escritores con nombres parecidos: Ribamar Pereira, Ribamar Galiza, Ribamar Silva.... Pero había un Ribamar Pereira que era un poeta muy flojo, y un día apareció publicado un poema suyo con mi nombre: Ribamar Ferreira. Entonces decidí cambiarme el nombre para evitar que me atribuyeran poemas que nunca hubiera querido escribir”, señala el poeta, que tomó el Goulart de su madre, un apellido de origen francés, y adoptó desde entonces la grafía en portugués: Gullar.

Frente al callejón sin salida de la muerte, Poema sucio es un poema mugriento de imágenes vitales que giran en torno de la infancia, los olores, las calles y las casas de su tierra natal. “Esa era mi vida, yo no tenía amargura por el hecho de haber nacido pobre; tuve una infancia muy divertida, nunca fui una persona dramática, triste, quejosa”, aclara el poeta. “Cuando empecé a publicar, mi madre estaba muy contenta; ella no tenía mucha cultura, pero le gustaba leer, y sentía una gran felicidad por tener a un poeta en la familia.” En el momento más bello de este extenso poemario, la voz poética evoca un viaje junto al padre (“entramos al vagón los dos/ yo entre alegre y asustado/ mi padre (que ya no existe)/ me hizo sentar a su lado/ tal vez más feliz que yo/ por llevarme a mí de viaje/ mi padre (que ya no existe)/ sonreía con los ojos”), recobra las incertezas de lo vivido (“No sé de qué vértigo está hecha mi carne y este vértigo que me/ arrastra por avenidas y vaginas entre olores de gas y orina”), registra lo que observa (“Hombre muerto en el mercado/ sangre humana en las legumbres./ Mundo sin voz, cosa opaca”).

–Una de las partes más conmovedoras de Poema sucio es cuando rememora el viaje en tren con su padre. ¿Esa experiencia fue también un modo de descubrirse poeta?

–Este poema es un rescate del tiempo vivido, y ese viaje con mi padre es algo que ocurrió en mi infancia; fue mi primer viaje, una experiencia muy linda porque fue el descubrimiento del mundo, atravesando los bosques y el campo. El hallazgo de la poesía fue posterior. Descubrí que podía ser poeta cuando en una clase escribí una redacción y la profesora consideró que estaba muy bien escrita. Como no sabía qué hacer en la vida, me dije que podía ser escritor (risas). A Sao Luís no había llegado la poesía moderna; al principio escribía como los poetas nacionales del siglo XIX, era un parnasiano que vivía en Macondo (risas). Después llegó el movimiento modernista, pero en ese Macondo todo sucedía cien años después. Entonces descubrí la poesía moderna y me puse a estudiar para entender por qué escribían de esa manera tan extraña, sin rima, sin métrica, sin nada. Ahí descubrí la riqueza y creatividad que te permitía la poesía moderna y supe que seguiría por ese camino. Pero nunca pensé en hacer vanguardia o ser un poeta vanguardista.

–Pero fue vanguardista cuando escribió en 1959 El manifiesto neoconcreto y La teoría del No-Objeto, dos textos que fueron decisivos para la vanguardia de su país.

–Yo no concordaba con las ideas del movimiento concretista de San Pablo porque tenía a mi modo de ver una visión equivocada de la poesía. Ellos decían que la poesía tenía que ser planeada, que debía considerarse racionalmente, matemáticamente, que tenía que ser hecha a partir de ecuaciones matemáticas. ¡Era imposible escribir un poema bajo esas condiciones! Las vanguardias siempre dicen lo que no hacen. Prometen una cosa que no cumplen. Las vanguardias nacieron como los partidos políticos que tienen manifiestos, como el Manifiesto Comunista. Los partidos prometen cosas y las vanguardias también. Nada de lo que prometía el manifiesto del futurismo de Marinetti se realizó. Yo escribí un manifiesto neoconcreto, pero no anunciaba nada, hablaba de lo que ya habíamos hecho. El poeta es un ser incómodo que suele ser perseguido porque piensa de un modo distinto, pero nunca fue mi intención ser un poeta maldito. La poesía existe porque la vida no basta, ¡pero yo ya sé que la vida no tiene ningún sentido!, entonces me interesa darle un sentido, buscar, encontrar y discutir esos posibles sentidos. Yo no me voy a cortar la oreja para ser un poeta maldito.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Pinacoteca mostra obras de Eliseu Visconti, pioneiro do design no BrasilDa



Pinacoteca mostra obras de Eliseu Visconti, pioneiro do design no BrasilDa Redação

Cartaz criado por Eliseu Visconti para a Companhia Antarctica na década de 1910
VEJA IMAGENS DA EXPOSIÇÃO
Abre neste sábado (4) na Pinacoteca do Estado de São Paulo a exposição "Eliseu Visconti: Arte e Design", dedicada a um dos pioneiros do design no país. Nascido em na cidade italiana de Salerno, Eliseu Visconti (1866-1944) formou-se no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e realizou diversos trabalhos na então chamada "arte decorativa", incluindo painéis, selos, ex libris e utensílios.

:: Veja imagens da exposição ::

Um dos destaques da exposição são os 22 estudos preliminares para o pano de boca do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que foi pintado por Visconti em Paris entre 1906 e 1907. No mesmo periodo, o artista também pintou o teto sobre a platéia e o proscênio do teatro, completando o trabalho apenas em 1915, quando terminou as pinturas do teto do foyer.

A mostra, com curadoria do professor da PUC-RJ Rafael Cardoso, tem cerca de 100 peças e 30 documentos, entre selos feitos para os correios, cartas-bilhetes, projetos de pratos e de jarros em cerâmica, vasos, vitrais, marchetaria, luminárias, estamparia em tecidos e papéis de parede.

Ao mesmo tempo, tão perto e tão longe-Pedagogia Revista Nova Escola


O recente número da revsita faz críoticas a formação do Pedagogo, ediçaõ do mês
Ao mesmo tempo, tão perto e tão longe
O currículo dos cursos de Pedagogia, principal entrada na profissão, não contempla o "quê" e o "como" ensinar nem prepara para a realidade escolar, revela pesquisa da Fundação Carlos Chagas para NOVA ESCOLA
Thais Gurgel

O professor, por excelência, é o profissional que sabe ensinar e tem domínio sobre os conteúdos que leciona. Aparentemente óbvios, esses preceitos infelizmente não se confirmam no dia-a-dia, e a maior causa disso é a formação inicial. O curso de Pedagogia, que deveria garantir a competência de quem leciona na Educação Infantil e nas primeiras séries do Ensino Fundamental, forma profissionais despreparados para planejar, ensinar e avaliar. O resultado é a péssima qualidade da Educação no país.

Leia também:
A origem do sucesso (e do fracasso) escolar

Não basta (só) tapar os buracos

Eles podem inspirar a busca por soluções

Um curso que tem como missão formar profissionais tão diversos como professores de diferentes segmentos, além de coordenadores pedagógicos, gestores, supervisores de ensino e pesquisadores, não tem como prioridade no currículo o "quê" e o "como" ensinar determinadas faixas etárias. Segundo a pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas para NOVA ESCOLA, apenas 28% das disciplinas dos cursos ministrados em todo o país se referem à formação profissional específica - 20,5% a metodologias e práticas de ensino e 7,5% a conteúdos (veja o gráfico desta página).

Faltaram didáticas
Foto: Fernando Vivas


Elaine Oliveira, professora da rede municipal de Salvador, BA

Quando começou a trabalhar com uma turma de 1ª série em Salvador, há dez anos, Elaine Oliveira não estava preparada para essa difícil tarefa. Apesar de ter estudado as hipóteses de escrita, ela não sabia o que fazer com a informação quando se deparava com os textos escritos pelas crianças. "Não tinha claro quais atividades propor para que cada uma delas avançasse", conta. " Ficava frustrada por não conseguir usar em sala de aula conhecimentos tão importantes para o trabalho com essa fase." Nas aulas de Matemática, o problema era igualmente grave. Além da didática, conteúdos da disciplina, como o trabalho com sistemas de numeração, também ficaram de fora das aulas durante a graduação.

"Não aprendi os conteúdos de Matemática nem como alfabetizar."

"Muitos dos futuros educadores não dominam esses conteúdos, e cabe à faculdade considerar os conhecimentos dos ingressantes e suprir essas lacunas", diz Gisela Wajskop, doutora em Educação e diretora do Instituto Superior de Educação de São Paulo - Singularidades. Na Argentina, um país reconhecido por desenvolver de forma articulada a investigação didática e projetos de formação docente, as disciplinas do currículo voltadas a "o quê" e "como" ensinar correspondem a 65,2% do currículo do curso.

No Brasil, grande parte da carga de matérias da Pedagogia - 42% do total - é voltada para o funcionamento dos sistemas educacionais e os fundamentos da Educação (História, Psicologia da Educação etc.). Uma boa base teórica em humanidades é fundamental, mas não o suficiente (leia os depoimentos nesta página e nas seguintes). "A graduação deve ajudar os professores a se servir de conhecimentos teóricos para ref letir sobre o cotidiano - o que não acontece hoje", afirma Elisabete Monteiro, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

A formação de professores no Brasil
1939
O curso de Pedagogia é regulamentado. Os bacharéis podem atuar na administração pública e na área de pesquisa. Os licenciados, com um ano de estudos em Didática e Prática de Ensino, podem lecionar no ginasial.

1961
Cria-se um currículo mínimo para o bacharelado em Pedagogia, com sete disciplinas determinadas pelo Conselho Federal de Educação, além de outras duas abertas, definidas a critério das próprias instituições de ensino.

1962
O estágio supervisionado e o currículo da licenciatura em Pedagogia são regulamentados. O curso passa a ter entre as disciplinas obrigatórias Psicologia da Educação e Didática e Prática de Ensino.

1968
É aprovada a Lei da Reforma Universitária, que possibilita aos cursos de Pedagogia oferecer as habilitações Inspeção Educacional, Administração, Orientação e Supervisão Escolar e Magistério.

1969
Acaba a divisão entre licenciatura e bacharelado na Pedagogia. As instituições são obrigadas a formar no mesmo curso os professores que vão lecionar nas Escolas Normais e os "especialistas", como supervisores e inspetores.

1971
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) unifica o Ensino Médio, antes dividido em Clássico, Científico e Normal. A Escola Normal passa a se chamar Magistério e os que nela se formam mantêm o direito de lecionar da 1ª à 4ª série.

Raízes históricas
A história da formação docente no país ajuda a entender a ênfase do curso de Pedagogia, em fundamentos da Educação (leia a linha do tempo abaixo). Desde antes da República, os professores primários eram colocados no mercado pelas Escolas Normais de nível médio e assim permaneceu após a criação do superior de Pedagogia, que tinha como foco preparar especialistas e pesquisadores em Educação, mas nada relacionado à prática.

Essa trajetória voltada para as humanidades fez surgir um impasse quando, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, ficou definido que em dez anos o diploma do Normal médio não seria mais suficiente para lecionar e que Institutos Superiores de Educação (ISEs) e Escolas Normais Superiores formassem professores da Educação Básica com foco na prática docente. "Houve um embate entre os ISEs e as faculdades de Pedagogia, que também lutavam por esse mercado", explica Bernardete Gatti, coordenadora do departamento de pesquisas educacionais da Fundação Carlos Chagas. Essas últimas levaram a melhor e os ISEs se adaptaram ou fecharam.

Concursada, mas perdida
Foto: Marcos Rosa


Daniela Arco e Flexa, professora da rede municipal de São Paulo, SP

Durante o curso de Pedagogia, concluído em uma faculdade particular da capital paulista, Daniela não aprendeu a trabalhar com crianças de Educação Infantil. Mesmo assim, recém-formada, ela foi aprovada em um concurso da rede municipal de São Paulo para trabalhar com turmas de até 3 anos. Ao chegar à sala de aula, se deu conta de que não dominava questões fundamentais para a rotina profissional. "Não sabia nada sobre os cuidados, que incluíam a alimentação e o banho, nem que atividades propor a crianças tão pequenas. Nessas situações, o acompanhamento pedagógico é essencial, mas não tive esse apoio."

"Ao longo do curso, tive pouquíssimas aulas sobre Educação Infantil."


As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, de 2006, não ajudaram a definir o que se espera do curso. O resultado é um currículo fragmentado, como mostra a pesquisa. Nos 71 currículos analisados, foram identificadas 1.968 disciplinas diferentes sem correspondente em nenhuma outra instituição.

A prática de sala de aula está em segundo plano no currículo. "As faculdades de Pedagogia não discutem os problemas da escola, só os tangenciam", diz Bernardete. "Há que levar em conta que muitos docentes universitários nunca lecionaram na Educação Básica", acrescenta. "Mesmo os poucos pós-graduandos que estudam práticas de ensino não levam para a rede o que defendem na teoria", diz Estela Giordani, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Essa distância da realidade escolar se evidencia na análise das ementas dos cursos de Pedagogia na pesquisa: apenas 8% delas citam a palavra "escola".

Mais ausentes ainda das faculdades de Pedagogia estão as didáticas específicas: saberes que tratam da interação entre professor, aluno e objeto de estudo, ou seja, as relações de ensino e aprendizagem de cada conteúdo para cada faixa etária (leia o quadro na página ao lado).

A proposta é que, pela reflexão, se abram novos caminhos para a prática docente e se evite a simples reprodução do modo de ensinar conhecido na infância e na universidade. "Os professores precisam produzir respostas próprias, e não ‘inventar’ o que já se sabe", afirmou Delia Lerner em entrevista à NOVA ESCOLA, em setembro de 2006.

A formação de professores no Brasil
1982
Surgem os Centros Específicos de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (Cefams), criados pelo governo federal para aprofundar a formação de professores em nível Médio com carga horária em período integral.

1986
O Conselho Federal de Educação cria uma resolução que permite aos cursos de Pedagogia, além de formar os técnicos em Educação, oferecer habilitação para a docência de 1ª a 4ª série, antes limitada ao Magistério em nível Médio.

1996
Com a nova LDB, institui-se a exigência de nível superior para os professores da Educação Básica. Redes públicas e privadas e profissionais da Educação têm prazo de dez anos para se adaptar à nova legislação.

1997
O ano marca o início de uma disputa: de um lado, Institutos Superiores de Educação e Escolas Normais Superiores e, do outro, Faculdades de Pedagogia. Professores de 1ª a 4ª série são formados sem diretrizes claras.

2003
O Conselho Nacional de Educação emite resolução e nota de esclarecimento confirmando a obrigatoriedade do diploma em nível superior para a docência na Educação Infantil e séries iniciais, o que já fora instituído na LDB de 1996.

2006
Saem as Diretrizes Nacionais para a Pedagogia, de caráter vago. E as Diretrizes Nacionais da Educação delegam ao curso a formação de professores de 1º a 5º ano, Educação Infantil, Ensino Médio na Modalidade Normal e EJA.

FONTES HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DOCENTE NO BRASIL: TRÊS MOMENTOS DECISIVOS, DE DERMEVAL SAVIANI, E DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O CURSO DE PEDAGOGIA


Modalidades de ensino
Os formados em Pedagogia podem atuar em diferentes segmentos: Educação Infantil, séries iniciais, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e em contextos não escolares, como organizações não-governamentais. Para dar conta de tão diversas modalidades de ensino, o curso tem apenas 11% das disciplinas. Para o trabalho com crianças de até 5 anos, segundo a pesquisa, há em média apenas duas disciplinas. Cerca de 29% das universidades federais e 11% das privadas não oferecem matérias relacionadas ao segmento. A situação não é menos crítica em relação à EJA, abordada em 1,5% das disciplinas. "As especificidades da prática nas diferentes modalidades de ensino são tratadas de forma insuficiente e isso é percebido quando os formados chegam à sala de aula", diz Elisabete Monteiro, da Uneb.

Se a ênfase da graduação não está na prática profissional, ao menos nos estágios obrigatórios os futuros mestres poderiam se ver inseridos no ambiente escolar. Propostas consistentes de estágio, porém, ainda não estão presentes no curso. Hoje, a lei manda que o estudante de Pedagogia cumpra no mínimo 300 horas de estágio em instituições de ensino: nada mais fica claro sobre como deve ser essa experiência, fundamental para o educador.

Caos no estágio
Foto: Hermínio Oliveira


Monica Fonseca, estudante de Pedagogia de Brasília, DF

O batismo de Monica Fonseca na condução de uma sala de aula não foi diferente do de muitos professores. Além de não conhecer bem o que cabe ao professor ensinar e de que forma, ela não estava preparada para comandar um grupo de cerca de 30 crianças. E, o pior, cumprindo estágio em uma escola pública de Brasília, soube que substituiria a titular da turma. "Deram-me exercícios em papel mimeografado e me mandaram para a sala de aula. Eu não sabia nada sobre como intervir e nem havia planejado nada. A classe ficou agitadíssima e eu quase comecei a chorar." Ela levava os dilemas para os encontros com a orientadora na faculdade, mas saía de lá sem soluções.

"A escola que encontrei não me foi apresentada durante a faculdade."

A observação seguida de relatório é a atividade cumprida com mais freqüência pelos estagiários. Poucas vezes, no entanto, eles são suficientemente orientados sobre como relacionar o que foi visto em aula à teoria estudada na faculdade. É freqüente, assim, que eles vejam de forma pouco crítica a prática dos educadores com que tomam contato e, se identificam problemas, não conseguem propor soluções. O choque com o cotidiano costuma ser a tônica dessa etapa. "Cria-se ao longo do curso um modelo idealizado de ensino e desconstruí-lo é difícil", diz Estela Giordani, da UFSM.

Para enfim vivenciar como profissional a realidade da rede pública de ensino, o formado em Pedagogia muitas vezes presta um concurso público. Dados obtidos na pesquisa da Fundação Carlos Chagas demonstram que 57,1% dos editais não trazem bibliografia. A análise das que foram encontradas demonstra que o conhecimento exigido de quem leciona de 1º a 5º ano em redes estaduais e municipais está bem próximo do curso oferecido pelas faculdades de Pedagogia. As leituras pedidas sobre "o quê" e "como" ensinar nas provas correspondem a 32% do total, enquanto aspectos gerais da Educação, legislação e currículo somam 63%.

Maria Auxiliadora Seabra Rezende, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação, aponta para a necessidade de diretrizes que dêem a estados e municípios suporte para a realização das provas de seleção. O ideal, de acordo com ela, seria que os concursos trouxessem questões mais relacionadas à sala de aula, criando uma demanda para as próprias faculdades de Pedagogia. Alguns estados tentam aproximar a escola do ensino superior, mas esbarram na autonomia universitária. "A universidade precisa se conscientizar de seu papel para que a Educação avance", conclui Maria Auxiliadora.

A boa graduação
Segundo os especialistas, o curso de Pedagogia eficiente...

Valoriza as didáticas específicas
Esses saberes devem ter destaque, pois são eles que dão a base para um ensino que garanta a aprendizagem das crianças. "Só com a apropriação do conhecimento didático - baseado em pesquisa sobre a prática docente - é possível instrumentalizar o profissional para ensinar bem História, Ciências ou qualquer outra disciplina", diz Gisela Wajskop. (Em novembro, NOVA ESCOLA vai trazer reportagem sobre como o conhecimento didático é produzido e aproveitado em classe.)

Promove estágios supervisionados
A primeira experiência em sala de aula é um importante campo para a reflexão sobre a prática e deve ocorrer ao longo do curso. Na Argentina, o estágio é marcado pela forte interação entre a escola e a instituição formadora. Em Buenos Aires, por exemplo, existe o "maestro orientador" - o titular de sala que acompanha o futuro profissional durante sua experiência na rede.

Ensina a planejar, avaliar e registrar
Para promover a aprendizagem, é necessário saber planejar as aulas, avaliar o trabalho, reorientar os próximos passos e colocar tudo no papel. "A escrita de projetos, relatórios e textos acadêmicos também faz parte da rotina docente - embora ainda esteja longe dos currículos", diz Magdalena Viviani Jalbut, coordenadora do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, em São Paulo.

Contempla os segmentos de ensino
Dar mais peso às características dos segmentos assegura a competência para atuar em cada um deles. "Com informações sobre o ambiente educacional, é possível organizar o espaço e o tempo em sala de aula, determinar os conteúdos a ensinar e escolher como trabalhá-los com cada aluno", afirma Magdalena.

http://revistaescola.abril.uol.com.br/ed_anteriores/0216.shtml

sábado, 20 de setembro de 2008

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Santa Cruz de la Sierra vive tensão à espera de marcha camponesaRodrigo Bertolotto



Testigo. Mario Cossío entregó anoche al cardenal Terrazas una copia del acuerdo con el Gobierno.


Avance. El prefecto de Tarija, Mario Cossío, firmó anoche, en representación del Conalde, el documento en el que acordaron con el Gobierno las bases de la pacificación y del diálogo, que comienza mañana














Santa Cruz de la Sierra vive tensão à espera de marcha camponesaRodrigo Bertolotto
Enviado especial do UOL Notícias
Em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)
"Não aceitem provocações" é o mantra dos políticos de Santa Cruz de La Sierra. A recomendação foi dada pelo governador do Departamento (Estado), Rubén Costas. E repetida por Branko Marinkovic, o presidente do Comitê Cívico local, entidade que concentra empresários em favor da autonomia da região.

Tudo porque os camponeses partidários de Evo Morales prometiam abandonar nesta quarta-feira os bloqueios de estrada que estrangulam o abastecimento para marchar em direção à praça central da cidade que é a principal opositora ao regime esquerdista do ex-líder cocaleiro que chegou ao máximo cargo da Bolívia. Com o diálogo reiniciando, as marchas pararam na manhã de hoje a quilômetros da entrada da cidade.


Carro do governo boliviano foi destruído durante protestos


Pichação em prédio depredado chama Lula de 'intrometido'


Policial faz guarda diante de prédio do Fisco em Santa Cruz de la Sierra

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"Nosso movimento é pacífico. Tomara que não mexam com a gente, porque vamos reagir", afirmou Joel Guarach, líder rural que espera 5.000 agricultores no ato. Ao lado dele, um camponês fala, entre uma mascada e outra do bolo de coca que tem na boca, que quer ver a cara dos "malditos depois que ficaram sem batata e verdura".

"Eles podem vir que não temos medo deles", afirmou a autonomista Maria Luisa Limpias, que estava nesta terça em manifestação anti-Evo e em prol do governador preso de Pando, Leopoldo Fernández, acusado pela matança de 17 campesinos na fronteira com o Acre.

O ato mostrava o clima de tensão que vive a cidade, mesmo com o começo do diálogo entre as partes, que pareciam na semana passada à beira da guerra civil. "Eles querem impor sua cultura na nossa. Querem que nossas mulheres usem sete saias como as deles, que falemos quéchua. Não precisamos da cultura desses `collas´ sujos", se exaltou um jovem ao megafone falando da população do Altiplano, que é a maioria dos pobres do território. Depois se defendeu: "O governo diz que em Santa Cruz só há mafiosos, que quatro famílias mandam em tudo. Isso é mentira", gritou de trás de seus óculos espelhados.

Outros disparavam contra o principal aliado internacional de Morales, o presidente venezuelano, Hugo Chávez. "Evo é pobre índio que só obedece ao que o macaco do Chávez manda", disparou outra senhora aos microfones da imprensa local que cobriam o protesto na praça 24 de Septiembre. E sobrou até para Michelle Bachelet, a presidente chilena, que foi cicerone da cúpula sul-americana que discutiu a crise boliviana na última segunda: "Ela está enganando o Evo porque o Chile precisa de nosso gás."

Já Lula foi poupado nos comentários, mas não nas pichações - várias no centro da cidade o chamam de "metiche" (intrometido). "Pelo menos, ele teve a sensibilidade de ver a importância da oposição nessa crise e exigiu o diálogo nas conversas em Santiago", analisou Carol Durán, que gritava ordens de "fora comunistas" ao lado de mais 40 senhoras na frente da Catedral.

No subúrbio, as pichações são a favor de Morales. Mas, no centro de Santa Cruz, são todas ferozmente contrárias - principalmente as próximas dos edifícios públicos saqueados e depredados. Assassino, vendido, gay, filho de lhama, punheteiro, traficante. Toda tentativa de ofensa é válida para os ânimos acirrados.

Os destroços do vandalismo contra as repartições ligadas ao poder de La Paz não foram removidos. No prédio do Fisco, as calçadas estão cheias de cacos de vidro e uma faixa de "proibido passar" separa os transeuntes dos policiais municipais que vigiam o local. "De qual veículo você é? Você é brasileiro mesmo? Mostre sua credencial", foi a reação do chefe dos guardas com minha aproximação.

Mais amistosa foi a recepção na sede do INRA, instituto que tenta promover a reforma agrária no país, mas que teve sua documentação toda incendiada na última semana. "Minha amiga está solteira. O marido dela emigrou para a Espanha. Quer conhecê-la?", brincou a policial de plantão, atrás do portão retorcido que deu passagem para os opositores invadirem o prédio. Na rua, um carro oficial está estacionado tão destruído pela turba autonomista que parece o veículo veio rolando pelas ribanceiras dos Andes.

Já a sede da Entel, empresa telefônica estatizada por Morales, as cortinas e as persianas ventam para o lado de fora do prédio depois que a fachada envidraçada foi toda cravejada a pedradas. Os trabalhos de reparação já começaram, mas os equipamentos roubados não voltam mais para a firma que simboliza tanto a administração atual.

A vinda dos camponeses é vista como uma versão sul-americana das invasões bárbaras. "Temos que sair à cavalo com chicotes, dando neles", se inflama a advogada Mabel López. O último confronto com os camponeses foi no sábado e acabou com 20 jovens autonomistas feridos a golpes de bastão, rojão e pedras - um deles está em estado de coma. O grupo foi tentar desbloquear a rodovia que liga a cidade a Cochabamba.

Outro resultado da ação foi a queda do comando da ação: o presidente da União Juvenil Cruzenha, grupo radical de jovens de classe média que promoveu os atos mais violentos para defender o ponto de vista de Santa Cruz, foi destituído pelo erro estratégico.

Agora, o lema dos autonomistas é "serenidade". "Não podemos deixar que triunfem os demônios da guerra, que querem acender o pavio do confronto", discursou o governador Costas na televisão.

Na praça central, o protesto com placas chamando Morales de "filho da puta racista" e berros de megafone classificando Chávez de "venezuelano cagão" acabou uma hora depois que começou. Carol Duran, uma das mais animadas gritando "Evo genocida", enrolou sua bandeira e foi tomar sorvete para molhar a garganta. Depois do "helado de dulce de leche", ela aproveitou o final de tarde ensolarado para relaxar fazendo compras no centro. Será tão aprazível o cenário nesta quarta e nos próximos dias?
UOL Celular

terça-feira, 16 de setembro de 2008

SITUAÇÃO TENSA NA BOLÍVIA



Dirigentes opositores afirmaron que la detención de Leopoldo Fernández, acusado de genocidio por el Ejecutivo, significa la "ruptura de las negociaciones" con el gobierno del presidente Evo Morales. El funcionario quedó preso por decisión del gobierno central, tras la muerte de al menos 15 campesinos en ese departamento amazónico.BY EL CLARIN

terça-feira, 2 de setembro de 2008

NÓS 4 BANDA



A banda pernambucana- Nós 4 -começa a ganhar o Brasil. João, Juliana, Pierro e Chacon DÃO SHOW de interpretação arranjos e comunicação com o público tendo um repertório versátil de músicas da terra e internacional rock e pop.

domingo, 24 de agosto de 2008

O capitalismo e seus bastidores onde escondem a miséria e a exploração mo maior estado do Brasil SP



Cortador de cana trabalha em canavial em Charqueada
O capitalismo e seus bastidores onde escondem a miséria e a exploração no maior estado do Brasil SP, nao se obedece as leis trabalhistas nem a nenhuma recomendação nacional e internacional. Onde fica o direito a vida e ao trabalho digno.?Se fora no Nordeste isto seria escandaloso pois seria em estados pobres e aqui , como ficamos?
PAULO VAS


A morte cansada
Com produção em alta e salários em queda, excesso de trabalho ronda canaviais

Joel Silva/Folha Imagem
Cortador de cana trabalha em canavial em Charqueada


DOS ENVIADOS AO INTERIOR DE SP

Se dinheiro chama dinheiro, como dizem, então pobreza chama pobreza -e tragédia agoura tragédia. Procurada em Guariba para conversar sobre o marido, morto após passar mal no canavial em 2005, Maildes de Araújo se põe a falar do morto de duas semanas antes: o cunhado, também cortador de cana.
José Pindobeira Santos tinha 65 anos. Colheu cana até o ano retrasado. "Ele reclamava da barriga, de cólicas", diz a filha Ivanir, faxineira. Voltava da lavoura com dor na virilha. Nunca se tratou ou foi tratado.
Pindobeira morreu de obstrução intestinal e broncoaspiração. Não se sabe até que ponto a lida na roça baqueou sua saúde. Nos anos 1960 já cortava cana nos arredores de Guariba.
Seu concunhado Antonio Ribeiro Lopes, o marido da baiana Maildes, veio ao mundo em julho de 1950, três dias antes do fracasso supremo do futebol pátrio, a final da Copa. Migrou de Berilo (MG), município da paupérrima região do Vale do Jequitinhonha.
Em acidentes registrados -a subnotificação é considerável-, o facão rasgou-lhe perna e joelho. Dores no ombro direito o afastaram da roça. Penava com dor de cabeça. O empenho no trabalho desencadeava cãibras na barriga, nas pernas e nos braços. Sofria da doença de Chagas, mas não o licenciaram.
Era funcionário da usina Moreno. Sucumbiu no campo e o levaram para o hospital. Causa da morte: "cardiopatia chagásica descompensada".
Lopes integra a relação de duas dezenas de canavieiros mortos no interior paulista de 2004 a 2007, o caçula com 20 anos. A lista foi elaborada pela Pastoral do Migrante -há mais mortes, não contabilizadas.
Dela não constam acidentes de trabalho -em 2005, de cada mil trabalhadores no cultivo da cana, 48 sofreram acidente ocupacional, registraram as pesquisadoras da USP Márcia Azanha Ferraz Dias de Moraes e Andrea R. Ferro.
Naquele ano, segundo o Ministério do Trabalho, morreram de acidentes 84 pessoas no setor sucroalcooleiro, incluindo lavoura e indústria (3,1% das mortes por acidentes de trabalho no Brasil). O Ministério Público do Trabalho investiga a razão dos óbitos e sua associação com o caráter exaustivo do corte manual.
Relatório de 2006 da Secretaria de Inspeção do Ministério do Trabalho enumera dezenas de irregularidades em empresas nas quais trabalhavam os lavradores que morreram.
Uma é o não-cumprimento do descanso de uma hora para o almoço. Os cortadores comem em dez, 20 minutos, para logo empunhar de novo o facão. Eles ganham por produção. Nenhum laudo atesta que a atividade foi decisiva para os óbitos. Seria difícil: dos oito esquadrinhados pelo ministério, só em dois houve necropsia.
O texto da Secretaria de Inspeção afirma: "As causas de mal súbito, parada cardiorrespiratória e AVC [acidente vascular cerebral], descritas nas certidões de óbito, não são elementos de convicção que justifiquem a morte natural, como alegam as empresas".
Há indícios sobre por que morrem os canavieiros.
Em 1985, os cortadores do Estado produziam em média 5 toneladas diárias de cana. Em 2008, são 9,3 toneladas, 86% a mais. Há 23 anos, um lavrador recebia R$ 6,55 por tonelada e R$ 32,70 por jornada. Em 2007, 1.000 kg valeram R$ 3,29. A remuneração por dia, R$ 28,90 (menos 12%).
A produtividade disparou e o salário caiu. Com a mecanização acelerada do corte e a expansão do desemprego, ficam os mais eficientes. O homem compete com a colheitadeira.
Os números de 1985 e 2007 são do Instituto de Economia Agrícola. Atualizados para reais de agosto de 2007, encontram-se em artigo dos pesquisadores Rodolfo Hoffmann (Unicamp) e Fabíola C.R. de Oliveira (USP).

"Penoso" e "desumano"
José Mário Gomes morreu em 2005 aos 44 anos. Era empregado da usina Santa Helena, do grupo Cosan, líder da produção de cana no planeta. "O óbito ocorreu nos períodos de maior produtividade, com picos alternados", informa o Ministério do Trabalho.
Valdecy de Lima trabalhava na usina Moreno, como Antonio Ribeiro Lopes. Em 7 de julho de 2005, desabou na roça. Morreu aos 38 anos, de acidente vascular cerebral. Em 17 de junho, decepara 16,5 toneladas.
A Moreno alega que as mortes de Antonio e Valdecy "não ocorreram em decorrência do esforço do trabalho". A Cosan diz que as causas do óbito de José Mário "ainda estão sendo investigadas pelos órgãos competentes. A empresa prestou todos os atendimentos necessários e colocou seu departamento de serviço social à disposição da família do colaborador. A Cosan cumpre rigorosamente a legislação trabalhista".
O Ministério Público do Trabalho relaciona as mortes à rotina "penosa" e "desumana" e prepara ação contra o pagamento por produção, quando o grosso da remuneração depende do desempenho. É preciso acumular em oito meses, a duração da safra, o suficiente para 12 -a maioria é dispensada na entressafra.
Usineiros e segmento expressivo dos trabalhadores desejam manter o sistema.
O afinco para cortar mais e mais provoca situações como uma acontecida em 2007. Sob o sol, em dia de temperatura máxima de 37ºC à sombra, nove trabalhadores foram hospitalizados após se sentirem mal em uma fazenda de Ibirarema.
Reclamavam de cãibras e vomitavam. Algumas usinas fornecem no campo bebidas reidratantes para a mão-de-obra suportar o desgaste.
Em áreas de corte manual, os canaviais costumam ser queimados antes da colheita. O fogo queima a palha da cana, e restam apenas as varas, o que facilita o trabalho. Quando o facão golpeia as varas com fuligem, o pó se espalha, entra pelo nariz e gruda na pele. A plantação recebe agrotóxicos. O lavrador não costuma receber máscara.
Em tese de doutorado na Unesp, a bióloga Rosa Bosso constatou que o nível de HPAs, substâncias cancerígenas, expelidos na urina de quatro dezenas de trabalhadores era nove vezes maior na safra do que na entressafra.
Em temporada sem colheita, Antonio Lopes sobreviveu como carregador de sacas de açúcar. Maildes o conheceu na lavoura da cana, onde o namoro engatou. Ainda hoje a viúva se orgulha: "Ele não era de enjeitar serviço".


Riqueza e senzala
Estado mais rico do país tem casos de trabalho escravo; procurador fala em "apartheid" nos canaviais

DOS ENVIADOS AO INTERIOR DE SP

Q uando os fiscais do Ministério do Trabalho e os procuradores do Ministério Público do Trabalho partem para diligências nos canaviais, as chances de encontrarem irregularidades equivalem às dos clientes dos serviços de "pesque-pague" disseminados pelo interior paulista fisgarem tilápias sem dificuldades: nos lagos, há profusão de cardumes; no campo, as condições de trabalho dos cortadores estão longe de cumprir plenamente a lei.
Mesmo sem os instrumentos legais de investigação à disposição dos servidores públicos, os repórteres não passaram por lavoura onde não houvesse infrações.
Em Taiaçu, os trabalhadores saíram para a roça de madrugada, em ônibus com luzes dianteiras e traseiras queimadas.
Em Serra Azul, não havia água gelada, banheiros móveis, área coberta para as refeições e muitos canavieiros não usavam alguns EPIs (equipamentos de proteção individual).
Em Pederneiras, uma lavradora estava com luva cirúrgica de borracha, não de couro com reforço metálico, como determina a norma de segurança.
Ela pegou as luvas emprestadas com uma amiga que atuou como mata-mosquito na campanha de combate à dengue.
Uma das luvas foi cortada pelo facão na véspera, ferindo um dedo (o acidente não foi registrado, o que contraria a legislação). As botinas com bicos metálicos de boa parte dos peões estavam destruídas.
Em Limeira, também não se viram alguns EPIs. Idem em Piracicaba e Charqueada. Em Dois Córregos e Guariba, cortadores vivem em pardieiros sem conforto e limpeza -falta até papel higiênico.
Em Agudos, em uma rescisão contratual, um casal apresentou os contracheques comprovando remuneração inferior a um salário mínimo mensal. Marido e mulher ainda deviam mais de R$ 100 cada um ao contratador de mão-de-obra, que retinha documentos dos funcionários havia três meses.
Hoje são proibidos e ficaram mesmo para trás os caminhões que transportavam os bóias-frias da cana em São Paulo. Mas perduram frotas de ônibus deteriorados e inseguros, sem autorização para rodar.
As empresas são obrigadas a fornecer de graça equipamentos de segurança. Às vezes não fornecem e às vezes cobram.
São pequenos inconvenientes, se comparados aos episódios de "redução a condição análoga à de escravo".
O crime é tipificado pelo Código Penal. Ocorre quando se submete alguém a "trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto". A pena é de multa e reclusão de dois a oito anos, além de sanção correspondente à violência.

Resgates e libertações
Desde 1995, quando entrou em ação, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho "resgatou" -é o verbo oficialmente empregado- 30.036 trabalhadores no Brasil. As indenizações somam R$ 42 milhões. São raras as condenações judiciais.
O recorde foi batido no ano passado, com 5.999 "libertações", outra expressão adotada pelo governo. Neste ano, até junho, 2.269 pessoas foram encontradas em condições análogas à de escravo.
Fiscais e procuradores se transformaram em uma espécie de caçadores de escravos ao contrário -não para confiná-los, mas para livrá-los da desgraça. Em São Paulo, é comum eles exigirem que empresas paguem a viagem de volta de migrantes contratados em seus Estados para o corte de cana.
A maioria -3.117- dos libertados em 2007 no país trabalhava no setor sucroalcooleiro, como a Folha informou em fevereiro passado.
Em Brasilândia (MS), na usina e na fazenda da Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool, 831 empregados indígenas foram descobertos em situação qualificada como degradante.
Neste ano, 55 funcionários de outra usina da CBAA foram descritos pelo Ministério do Trabalho como vítimas de servidão por dívida, o que configura trabalho escravo.
Ao contrário da maioria das autuações, concentradas nas regiões de expansão da fronteira agrícola no Norte e no Centro-Oeste do Brasil, esta aconteceu no Estado de São Paulo, em Icém.
A companhia, do grupo J. Pessoa, nega responsabilidade por problemas. Em seu site, afirma que "busca garantir sustentabilidade na produção e relações responsáveis no crescimento, visando sempre a melhoria e a qualidade de vida dos seus colaboradores e de seus familiares".
Empresas do grupo foram excluídas do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, um programa de organizações que se comprometem a não aceitar esse crime em sua cadeia produtiva.
O procurador do Trabalho Luís Henrique Rafael destacou em ação civil pública o que considera abismo entre os componentes contemporâneos e arcaicos do negócio da cana e seus derivados: "A tecnologia de ponta que se observa nas usinas contrasta com as "senzalas" nos canaviais, explicitando bem o verdadeiro apartheid, fruto da inescrupulosa equação de distribuição das rendas geradas pelo tal "petróleo verde'".
A Organização Internacional do Trabalho mantém no Brasil o Projeto de Combate ao Trabalho Escravo.
O procurador Mário Antônio Gomes coordena "inquérito-mãe" sobre o que chama de degradação do trabalho nos canaviais de São Paulo. Para ele, "o nível de educação mais baixo [dos cortadores] facilita a exploração".
O combate ao trabalho degradante é limitado pela escassez de recursos. Na região de Ribeirão Preto, há dois procuradores para acompanhar 39 usinas. É pouco, mas, graças (também) às ações de fiscalização, hoje está quase erradicado um fenômeno do passado, o trabalho infanto-juvenil no corte da cana no Estado.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Caymi

by uol. folha
Ter sido educado por essa coisa tão despojada de ambição, tão cheia de amor, tão mulherengo, tão criativo, tão acreditando que este país é o país, sem até tempo para se decepcionar com as grandes falcatruas que acontecem... Ter sido educado por este homem me fez tão bem, me faz tão mal", disse Dori. "Mas eu dentro da minha incapacidade de ser tão grande, queria que ele me levasse em vez de eu levar ele", afirmou. Para Dori, "este País não podia perder Caymmi, Jorge Amado, Ary Barroso, Guimarães Rosa dori caymi em frase em enterro do pai

sábado, 16 de agosto de 2008

MORRE CAYMI


JA SE PODE CANTAR CHORANDO, AI AI QUE SAUDADE EU TENHO DA BAIA.MORRE O CANTOR DOMAR BAIANO,O MAR AGORA É MENOR E CANTA MENOS PAULOACV


O cantor e compositor baiano Dorival Caymmi morreu neste sábado aos 94 anos, por volta das 6h, em sua casa no Rio de Janeiro, segundo informações da TV Globo. As causas foram insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos.

Reprodução

Compositor Dorival Caymmi morreu aos 94 anos no Rio de Janeiro
Nascido em Salvador em 30 de abril de 1914, Caymmi mudou-se para o Rio no final dos anos 30, mas nunca deixou de retratar a Bahia em seu trabalho.

Escreveu mais de cem composições. Entre seus sucessos estão "O que É que a Baiana Tem?", imortalizada na voz de Carmen Miranda, "Maracangalha", "Rosa Morena".

Teve três filhos, todos também cantores: Dori Caymmi, Danilo Caymmi e Nana Caymmi.

JULIANO GARCIA PESSANHA



Conheci a obra de Juliano Garcia Pessanha, lendo Certeza do Agora, devorei parte numa noite em Perdizes,na casa de amigos, e logo na manhã seguinte levava para minha casa os demais-Ignorância do Sempre, e Sabedoria do Nunca.Admiráveis!
É o novo em estilo, coragem, enfim, como um "anormal" como assim foram os bons poetas, para dizer cuspir fatos engendrar circunstâncias, e por cima organizar.Além disso o autor nos afeta com seu carinho de bem cuidado e gosto passeando pela Literatura de qualidade,seja prosa ou verso, e alinhando-se dialogalmente com a filosofia.Olha, é para ler com olho guloso e nao lavar as mãos para nao perder o cheiro da poética, que tem odores diversos e chega a dar barato, dos bons.

MEIO NORTE CHARGE


http://www.meionorte.com/chargesdomoises

FERNANDO LUGO


de la República del Paraguay.

Fernando Lugo asumió ayer la presidencia de la República, puso fin a 61 años de coloradismo e inició una nueva página en la historia del Paraguay. De camisa, sin saco y corbata y calzando una sandalia franciscana, con voz potente y firme, juró fidelidad a Dios y a la Patria. Delineó algunos criterios que marcarán la senda de su administración. Habló de conjugar honestidad y austeridad, y aseguró que “terminó el Paraguay exclusivo para algunos, secretista y con fama de corrupción”. Prometió ser implacable con los ladrones del pueblo.

SO NO BRASIL -A MÍDIA E SÓ JOGOS


POXA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!NÃO Há UTRA COISA A SE FALA, COMPAREM AS OUTRAS MÍDAS INTERNACIONAIS A COMEÇAR DOS AMERICANOS, ARGENTINOS E FRANCESES;
QUE É QUE É ISSO??????????????????????????????????isso é cercear o direito a informação do cidadão;que é que isso???????????????

terça-feira, 12 de agosto de 2008

MORRE IVONICE SATIE


JOVEM, NOS DEIXA IVONICE.DE GARRA, CONHECI-A NO TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO, DEIXA UMA BRECHA,UMA LACUNA NA DANÇA DA CIDADE PAULO A CV

12/08/2008 - 10h23
Coreógrafa Ivonice Satie morre aos 57 anos em SP


Morreu, na madrugada testa terça-feira (12), a coreógrafa Ivonice Satie, aos 57 anos. Ela estava internada no hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo. A artista lutava contra o câncer e teve insuficiência dos órgãos.

Ed Viggiani/Folha Imagem

Coreógrafa Ivonice Satie lutava contra o câncer e morreu nesta madrugada em SP
"Conheço a Ivonice há muitos anos e chegamos a dançar juntas. Estou muito abalada. É uma perda terrível para a dança nacional, porque ela era uma pessoa muito empreendedora. Se você falasse para ela, 'vamos fazer um espetáculo na semana que vem?', ela topava na hora. Ela dava valor à vida e o palco era a vida dela", declarou à Folha Online Liliane Benevento, diretora do Studio 3 Espaço de Dança, onde Satie trabalhou.

Entre 2003 e 2005, Satie foi diretora da Companhia de Dança do Amazonas, da qual ainda era consultora. Atualmente, era coreógrafa da Cia. Sociedade Masculina, em São Paulo.

O velório começa às 13h, no teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, São Paulo). A visitação pública estará aberta até às 17h. O enterro está marcado para esta quarta-feira (13), às 17h, no cemitério Morumbi. Ivonice Satie deixa mãe, uma filha e dois netos.

Filha de imigrantes japoneses, a bailarina começou a dançar aos nove anos, na Escola Municipal de Bailados de São Paulo. Em 1968, entrou para o Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo, o atual Balé da Cidade de São Paulo, do qual foi diretora coreográfica por seis anos, na década de 90. Em 1977, ganhou o prêmio de melhor bailarina da Associação Paulista dos Críticos de Arte.
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MIGUEL ARCANJO PRADO
da Folha Online BY UOL