REDES

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Luditas


Interessantísssima a reportagem do Bitniks-Espanha- exposta na Nova.e
Unabomber: os velhos luditas nunca morrem


Iñaki Arzoz e Andoni Alonso

"Ou luta ou se cala. Não é tempo de queixas". John Zerzan

Detido há 10 anos, que lições nos deixa Theodore Kaczynski

Nessa irreversível globalização tecnológica não é ouro tudo que reluz. Assim ao menos pensam alguns. Diante dos discursos triunfantes de Bill Gates ou Nicholas Negroponte, ouvem-se numerosas vozes críticas, cada vez mais severas, diante do avanço irreversível de uma impiedosa economia globalizada - segundo Manuel Castells: mais perigosa em certas ocasiões que uma bomba de neutrons - e de uma técnica desumana que arrasa tanto o meio ambiente como as distintas culturas vernáculas.

O velho rei Ludd está de parabéns, vendo como seus seguidores não somente não têm desaparecido, como também têm-se reproduzido e tentam revolucionar este estado de dominação tecnológica, amiúde, por meio da mesma tecnologia. Internet ferve de páginas "neoluditas" onde incluem-se arquivos e livros eletrônicos para os fieis súditos à causa rebelde do fantasioso Ned Ludd. Nas filas destes novos luditas podemos contar os famosos Hakim Bey ou John Zerzan e, naturalmente, Theodore Kaczynski, mais conhecido como Unabomber, cujo apelido já é um sinônimo de neoludismo do século XX.

Este é hoje o protagonista de nossa seção, um anti-herói ludita, não tanto por suas idéias – legítimas em muitos aspectos – mas por seus métodos atrozes e absurdos, que sem dúvida atingiram seu objetivo: suas críticas foram ouvidas e conhecidas popularmente.




Um intelectual brilhante

Theodore Kaczynski (1941). Este ex-professor de matemática da Universidade de Berkeley passou à história como um dos casos de intelectuais mais singulares do século (a revista People concedeu-lhe em 1996 o prêmio como uma das personalidades mais estranhas do momento). Um intelectual brilhante, segundo as declarações de seus companheiros e professores, porém de caráter antisocial, com um grande talento pela matemática, abandona sua promissora carreira universitária em 1969 sem maiores explicações, para dedicar-se a trabalhos semi-especializados, até que finalmente retira-se para os bosques de Montana, para viver como um ermitão em uma cabana.

Kaczynski confessou posteriormente que desde 1979 não havia cobrado nenhum tipo de salário, isto é, que viveu 17 anos sem remuneração, completamente autosuficiente, como Thoreau – o modelo dos luditas norte-americanos – na cabana Walden.

Ao mesmo tempo, desde 1978, e esta é a parte mais notória de sua “carreira pública”, envia pelo correio uma série de bombas artesanais – num total de 23 -, a diferentes personalidades da universidade (daí o apelido: Una-bomber) e de empresas de informática (entre eles Bill Gates), cujo resultado foram 22 feridos e mutilados e 2 mortos. A razão que argumentou para sua campanha terrorista é um tópico do neoludismo: o desenvolvimento tecno-econômico ameaça com a destruição do mundo.

Portanto, segundo seu raciocínio, todo aquele que colabore com o desenvolvimento da tecnologia é cúmplice do previsível genocídio da humanidade. 1995 foi o ano Unabomber por excelência, pois conseguiu que o “Washington Post” publicasse, pois prometeu que se isso ocorresse já não enviaria mais bombas, seu libelo entitulado:”Manifesto: Industrial Society and Its Future” (Sociedade Industrial e seu futuro), (tradução espanhola no “El manifiesto Unabomber”, Coletivo Likiniaño, 1999).

Espaço na mídia

E então o FBI enlouqueceu, começando uma campanha nacional com a distribuição de supostos retratos do terrorista, um rosto sinistro com bigode, oculto por trás de óculos negros e sob um capuz. A busca do inimigo público número 1 se estendia demasiadamente e ademais, o terrorista ganhava terreno no espaço da mídia. O contra-ataque da polícia interestadual não podia ser mais curioso: humilharam a Kaczynski chamando-o de terrorista a assassino em série, esperando com isso desacreditar seu Manifesto.

E justamente a chave do caso, mais que nos atentados, estava neste Manifesto. De estilo lacônico e severo, porém bem documentado e, segundo os especialistas, dá sequência à linha crítica contra a tecnologia do sociólogo francês Jacques Elull (com ecos de Mumford y Winner), este Manifesto não passou despercebido entre a intelectualidade norte-americana. Pois manifestava sem rodeios o desespero de uma ampla minoria alternativa – desde ecologistas a esquerdistas marginais – que vêem o progresso acabar com uma forma de vida “natural” e que vai impor outra dominação do império da tecnologia.

Por ele, este texto – um dos manifestos definitivos da nascente cibercultura junto à Declaração de Perry Barlow e o Manifesto de Dona Haraway sobre o cyborg – se começa a utilizar como livro de textos em cursos universitários (enquanto o FBI efetua infrutíferas buscas em vários campus suspeitos) onde é distribuido amplamente, tanto em papel como na Internet, o qual converteu-se em um pequeno best-seller da contracultura.

Washington Post

O Manifesto expressa, de forma radical, que nossa sociedade aproxima-se do desastre, afirmação que, por outra parte, o Clube de Roma mostra-se disposto a aceitar, apesar de que não compartilha com os remédios violentos de luditas como Unabomber. Já não adianta negociar reformas ou mudanças nos estabelecimentos tecno-industriais, e muito menos agora, envolvidos como estamos com a economia ultratecnológica e virtual dessa grande rede. Nem sequer a esquerda é capaz de encontrar um ponto de equilíbrio entre as idéias e os métodos para mitigar seus efeitos ou atrasar seu avanço, pois já faz tempo que perdeu-se o norte e conforma-se com as migalhas que o duro mercado livre lhe oferece.

Ainda que haja algo tão familiarmente norte-americano nessa visão, ao mesmo tempo populista e individualista, de Unabomber, que não é de se estranhar que algum tempo depois, mais tarde, o jornal “Washington Post” publicou um artigo com um surpreendente título “Ex ’pluribus’, Unabomber”, imitando assim a velha inscrição que aparece nas notas dos dólares: “de muitos, um só povo”. E o que acontece é que detemo-nos um instante a pensar, seguramente toma-nos um forte desejo de que Unabomber e os luditas podem ter algo de razão, e que provavelmente, de imediato ou mais tarde, dirigimo-nos até uma catástrofe global. Esta é a sensação que transmite o Manifesto, e aí reside seu particular atrativo.

La cárcel

Pode-se afirmar que Unabomber é uma espécie de “anarquista conservador”, defensor do individualismo norte-americano e muito distante de qualquer tentação comunista, o qual faz-se ainda mais interessante para a intelectualidade norte-americana. O indivíduo na solidão ou muito enrraigado em uma pequena comunidade – o neo-pioneiro ecologista -, é a única esperança para sobreviver distante dos fluxos de poder internacionais, das corporações multinacionais ou de instituições como a Organização Mundial do Comércio (OMC) ou o Fundo Monetário Internacional (FMI). Não é de se estranhar que, pouco depois da prisão de Unabomber, um dos anarquistas teóricos mais conhecidos e respeitados, John Zerzan, foi visitá-lo no cárcere.

E tampouco foi casual porque Zerzan, durante muitos anos, foi o candidato mais provável para ser o verdadeiro Unabomber (apesar de declarar-se pacifista). Muitos consideravam que sua idéia de um “Futuro Primitivista” parecia-se muito com os postulados de Unabomber, o que se confirmou realmente, segundo todos os indícios, no claro instigador intelectual das revoltas de rua de 1999 contra a OMC em Seattle e contra a recente reunião do FMI em Nova York.

Internauta e pacifista...

Estes são os herdeiros de Unabomber, a nova geração de luditas; jovens inconformados que se coordenam pela Internet para montar barricadas contra a globalização; o ludismo convervador, anti-tecnológico e sangrento, derivando até um ludismo possibilista, internauta e pacifista.

Unabomber, como se sabe, foi finalmente detido em 1998, sua exígua cabana de madeira transportada em um reboque para ser exaustivamente analisada e, diante das provas encontradas, finalmente acusado.

Depois de longo tempo do processo e um sem-fim de sutilezas legais de Unabomber e seus advogados, uma espera mais que provável pela condenação – a prisão perpétua sem indulto ou perdão, tal como foi pedido pelo juiz -, e pelo que parece, Walt Disney vai filmar o caso (suponhamos que devam incluir a delação de seu irmão, que cobrou um milhão de dólares de recompensa).

Ninguém parece defender hoje os métodos de Unabomber, moral ou estrategicamente, porém seu Manifesto seguirá inquietando-nos durante muito tempo.

Os velhos luditas nunca morrem...

Iñaki Arzoz y Andoni Alonso - São licenciados em Belas Artes e doutor em Filosofìa, respectivamente, pela Universidad del País Vasco. Tradução e adaptação do texto por Luiz Cirne.

Texto pentencente a biblioteca Bitniks.es, revista espanhola parceira há oito anos da NovaE, que os reedita e republica com exclusividade em português. O real é atual. Credibilidade não envelhece.
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1009

sábado, 6 de dezembro de 2008

Prêmio Ludicidade/Pontinhos de Cultura

Prêmio Ludicidade/Pontinhos de Cultura
26 de Setembro de 2008 by Redação

Até o dia 8 de novembro, estão abertas as inscrições para o Prêmio Ludicidade/Pontinhos de Cultura, a ser desenvolvido no âmbito do Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania - Cultura Viva, promovido pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Programas e Projetos Culturais do MinC.

A iniciativa tem como objetivo premiar e também mapear entidades sem fins lucrativos e instituições governamentais estaduais, distritais e municipais que desenvolvam atividades sócio-cultural-artístico-educacionais que assegurem os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente e que desenvolvam atividades relacionadas com os saberes e fazeres da Cultura da Infância.

Além disso, esta iniciativa insere-se na Ação Ludicidade/Espaços do Brincar, que tem como finalidade promover uma política nacional de transmissão e preservação da Cultura da Infância, por meio de ações que fortaleçam os direitos da criança segundo o Estatuto da Criança e Adolescente, sensibilizado e capacitando profissionais de instituições públicas governamentais para implantação e/ou continuidade de ações lúdicas em espaços denominados ‘Pontinhos de Cultura’.

Poderão ser inscritos projetos sócio-cultural-artístico-educacionais relacionados com os saberes e fazeres da Cultura da Infância, realizados em parceria com entidades que atuam ou tenham como objetivo promover uma política nacional de transmissão e preservação da Cultura da Infância. Para cada uma das 200 iniciativas escolhidas será destinada o valor de R$ 18 mil, com investimento de R$ 3,6 milhões. O número total de premiações será distribuído regionalmente, obedecendo a proporcionalidade da demanda habilitada.
A análise das propostas recebidas será realizada por uma Comissão de Avaliação composta por representantes das Secretarias e das Representações Regionais do Ministério da Cultura, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH-PR), do Conselho dos Direitos da Criança e Adolescente (Conanda) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), além de quatro personalidades de notável experiência.

Dentre os critérios para a seleção estão: experiência inovadora e investimento da entidade no seguimento de Cultura da Infância de sua região e no projeto cultural, artístico e educativo proposto; currículo do proponente; qualidade e originalidade do projeto apresentado; e interação e integração com instituições que promovam pesquisas na área.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O HOMEM QUE ENGARRAFAVA NUVENS", BIOGRAFIA DE HUMBERTO TEIXEIRA.



Sérgio Gusmão
A PROPÓSITO DO FILME "O Jornal Folha de São Paulo, como sabem muitos de vocês, tem uma Revista chamada "SERAFINA". Na edição de setembro de 2008 pode-se ver uma entrevista com a filha de Humberto Teixeira, que foi produtora do Filme dirigido pelo pernambucano Lírio Ferreira, Denise Dummont, atriz que ficou famosa nos anos 80. Ainda não assisti ao filme, mas devo dizer que já o considero uma justa homenagem ao grande compositor e parceiro de Luiz Gonzaga., o Doutor do Baião. Antes que se possam levantar questões sobre esta famosa parceria, permitam-me transcrever aqui trecho do depoimento que HT deu ao comunicador e pesquisador cearense, Nirez.
É assim:
pergunta: Como foi esse contato com Luiz Gonzaga?

HT - É a história: O Luiz Gonzaga, tal como eu, como Lauro Maia estava fazendo os primeiros sucessos dele com a Mula Preta, com Xamego, com as músicas que ele fazia com Miguel Lima. Mas a vontade de Luiz era lançar a música do norte, como ele chamava. Ele não dizia do nordeste. Era a música do norte. Ele procurou o Lauro Maia e o Lauro disse:"olha rapaz, esse negócio de campanha, isso me apavora. Eu sou um homem indisciplinado, eu não guardo coisas nem compromisso de uma dia pro outro e tudo isso. De maneira que eu acho mais interessane você procurar meu cunhado Humberto Teixeira. ele também é compositor e faz músicas do norte... Ele é mais organizado". Um belo dia, eu estou no meu escritório de advogado lá no Rio, na Av. Calógeras, quando me procurou o Luiz Gonzaga. Se apresentou, eu o conhecia de nome e tal, mas foi a primeira vez que eu vi o Luiz Gonzaga pessoalmente. Ele me contou que tinha estado com Lauro Maia, o Lauro tinha me indicado... Aí falou da idéia dele de deflagrar a música do norte nos grandes centros, que ele tinha muitas idéias...Bem, nós ficamos, Nirez, naquela tarde, de quatro e meia até quase meia noite, nesse primeiro encontro. Eu fechei praticamente o escritório, como fazia sempre que vinha negócio de música e nós relembramos, retrospectamos em torno dos ritmos nordestinos, do Ceará, de Pernambuco, a terra dele... Naquele dia nós chegamos a duas conclusões muito interessantes. Uma delas é que a música ou o ritmo que iria servir de lastro para a nossa campanha de lançamento da música do norte, a música nordestina no sul, seria o baião. Nós achamos que era o que tinha características mais fáceis, mais uniformes para se lançar essa música. E outra coisa: naquele mesmo dia nós fizemos os primeiros versos, discutimos as primeiras idéias em torno de Asa Branca, não só a letra, como também melodicamente, essa coisa formidável que só dois anos depois, foi gravada, e que no dia em que gravamos, com o conjunto de Canhoto, ele disse assim: "mas puxa, vocês depois de um negócio desses, de sucessos, vêem cantar moda de igreja, de cego, aqui? Que troço horrível!!"...Mal sabiam eles que que nós estávamos gravando alí uma das páginas mais maravilhosas da música brasileira...
...Muita gente diz que eu sou o letrista das músicas de Luiz Gonzaga. Não existe isso.Muitas delas são integralmente minhas. Letra, música e tudo. Como outras são do Luiz. A nossa parceria, eu costumo dizer que não sei onde começa o poeta e termina o músico, é uma parceira indestrutível, muito amiga, muito fraterna. De maneira que o que não foi feito por ele, eu considero feito e vice-versa, a recíproca é absolutamente verdadeira. Nós temos um entendimento perfeito..."
trecho do depoimento "Eu sou Apenas Humberto Teixeira"
Equatorial Produções- 11/12/1977

domingo, 30 de novembro de 2008

El catalán Juan Marsé ganó el Premio Cervantes de Literatura


El cataMiembro de la llamada "generación de la década del cincuenta", Marsé es autor de novelas como Si te dicen que caí, censurada por el régimen franquista aún en 1973, y La muchacha de las bragas de oro que obtuvo el Premio Planeta en 1978 y fue llevada con gran éxito al cine. Otra novela de gran repercusión en su trayectoria es Rabos de lagartija que en 2001 recibió el Premio Nacional de la Narrativa española.

"Es un gran escritor que ha marcado a varias generaciones", comentó el poeta argentino Juan Gelman, miembro del jurado, y triunfador del Cervantes en 2007.lán Juan Marsé ganó el Premio Cervantes de Literatura
by el clarin

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

IMPÉRIO DOS SONHOS David Lynch descreveu como, um foco no dilema das mulheres



QUAIS INTERPRETAÇÇÕES SE DÃO AO IMPÉRIO DOS SONHOS

Uma interpretação
A atriz de Hollywood Nikki Grace recebe uma oferta para interpretar a infeliz Sue Blue, protagonista do novo filme do diretor Kingsley Stewart. Nikki não se detém mesmo quando descobre que está no remake de um filme polonês chamado 47, que nunca foi finalizado porque os atores principais se apaixonaram e acabaram assassinados com uma chave de fenda oxidada. Quando se permite ser seduzida por Devon Berk, seu parceiro na trama, o mundo transparente de Nikki se transforma. Os amantes chamam um ao outro pelos seus nomes da ficção e as fronteiras entre várias realidades diferentes se misturam. Realidade, sonhos, visão, cinema, assim como os passados, futuros e identidades dos protagonistas ganham lugar para que os personagens se movam livremente em uma narrativa na qual o diretor David Lynch descreveu como, um foco no dilema das mulheres. Que lugar existe afinal para os coelhos de seu seriado televisivo? Essa charada de personagens famosos, em que Lynch retorna ao surrealismo dos tempos de Eraserhead (1977), levou vários anos para ser feita, sem roteiro pré-estabelecido, e foi gravada com uma câmera digital Sony PD-1http://www2.uol.com.br/mostra/31/p_exib_filme_287.shtml50

domingo, 16 de novembro de 2008

wikipedia em questão pelo seu fundador-Jimmy Wales-DIZER AOS JOVENS QUE NAO USEM O WIKIPEDIA É O MESMO QUE PROIBÍ-LOS DO ROCK


Decirles a los chicos que no pueden usar Wikipedia es lo mismo que prohibirles el rock"
Criticada, vilipendiada, endiosada, pero sobre todo utilizada todos los días por millones de personas alrededor del planeta, representa un punto de inflexión en la forma de pensar el conocimiento y el enciclopedismo. Jimmy Wales, creador de Wikipedia, visitó por primera vez la Argentina y reflexionó sobre el pasado y el futuro de la obra con mayor número de autores que jamás se haya escrito.
Por: Guido Carelli Lynch


¿PROFETICO? "Cuando se inventó el telégrafo muchos pensaron que se acabarían las guerras en el mundo, pero llegó el siglo XX...", reflexionó Wales. Por Guido Carelli.
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JIMMY WALES, EL FUNDADOR DE WIKIPEDIA. Estuvo en Argentina por primera vez. Dio su parecer sobre el futuro de su hija pródiga, la relación con Google y dijo estar complacido por la victoria de Barack Obama.
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Aunque diga lo contrario y se vista a la moda, Jimmy Jimbo Wales continúa el legado que imprimieron los nombres de Montesquieu, Diderot, Votaire, Rosseau y los hermanos Black. "Yo sólo soy un tipo amigable", se diferencia el padre de la colosal Wikipedia, que vino a Argentina para participar de la academia Wikimedia, que se realizó de manera gratuita, este jueves en la Universidad de Belgrano.

Allí, ante una veintena de periodistas primero y, ante un ecléctico auditorio colmado de de curiosos más tarde, Wales se refirió al monstruoso engranaje de artículos que cambió para siempre la forma de pensar la ilustración y el enciclopedismo.

Pasaron menos de ocho años, desde que Jimbo y su ex colega Larry Sanger, imaginaron una enciclopedia en Internet, colaborativa, gratuita y sin fines de lucro. Si acaso, hubiera especulado con convertir su criatura en el octavo sitio más visitado en Internet, de seguro nunca fantaseó con la obra múltiple, con versiones en 264 lenguas, y con más de 11 millones de entradas independientes en la que evolucionó desde 2001.

Nadie, ni el crítico más sesudo supone todavía el cambio epistemológico que representa la todavía infante Internet. Wikipedia es a esta altura uno de los motores del Aleph virtual y, promotora de la Web 2.0, es uno de los bastiones que pretenden liberar el software y, lo más importante, compartir el conocimiento.

No obstante, no todo fue fácil para Jimbo, que tuvo que hacerle frente a las críticas del canon académico que señaló indignado cada error (u horror) casual o forzado de los miembros de la comunidad Wiki. En 2006, sin embargo, la prestigiosa revista Nature publicó un estudio que refutó de principio a fin las acusaciones contra la enciclopedia inacabable y viva al demostrar que el invento de Wales no tenía muchos más errores que la inmaculada Enciclopedia Británica. "Mucha gente se sorprendió entonces por la cantidad de errores que descubrieron en la Enciclopedia Británica, pero todos los periodistas comprenderán lo difícil que es hacer todo bien todos los días. Por eso, para nosotros lo más importante es averiguar lo que los miembros de la comunidad y los editores necesitan para trabajar con la mayor confiabilidad posible. No obstante, Wikipedia siempre tendrá errores, porque es parte de la condición humana", rememora y sentencia Wales.

Un político en campaña, un pastor religioso o el líder de una secta parece el hombre cuando repite una y otra vez a lo largo de la conferencia de prensa, su palabra preferida: comunidad. De su empresa Wikia –que nada tiene que ver con Wikipedia- dependen 10 mil comunidades especializadas. La más activa en español extrañamente es sobre Pokemon, el reconocido animé japonés. "Para que una Wiki empiecen a rodar, sólo se necesitan 5 o 10 usuarios formados y comprometidos que trabajen, pero sobre todo, que se diviertan", explica Jimmy Donal Wales.

-¿De dónde emergió su confianza en "la comunidad"?

-Al principio, no tenía esa fe. Cuando recién comenzó Wikipedia me costaba dormir a la noche, porque tenía la fantasía de que encontraría todo destruido cuando me levantara. Luego entendí que mucha gente tiene ganas de participar. Si la comunidad así lo quiere y cuenta, además, con las estructuras adecuadas, se convierte en algo factible.

-¿Cómo lidia con las posiciones antagónicas sobre hechos o personajes?

Wikipedia tiene una larga y fuerte cultura de neutralidad, con la que intentamos abordar temas espinosos como la historia y la política, entre otros. Si es posible argumentar y debatir, sin la necesidad de anular al otro, al final del día podremos llegar a una conclusión. Claro que hay excepciones y personas muy difíciles. Sin embargo, en líneas generales, es muy provechoso.

-¿Cuáles son las áreas más y menos desarrolladas de la enciclopedia?

-Diría que somos muy buenos en tecnología y ciencia, tenemos mucha historia y mucha cultura pop. Pero necesitamos más entradas referidas a bellas artes, sobre todo acerca de aquellas expresiones no tan difundidas. Por ejemplo, seguramente nos resta mucho por decir sobre la poesía antigua china.

-¿Cuál es el perfil de los colaboradores?

-Wikipedia no tiene estadísticas claras sobre quién contribuye, pero tenemos cierta idea, porque conocemos mucha de esa gente dentro de la comunidad. El grupo más grande es gente que tiene entre 20 y poco más de 30 años, con educación terciaria, aunque también hay gente mayor y más joven.

-¿Pero cuál supone que es su motivación a la hora de participar?

-Primero está la idea de que se trata de una enciclopedia libre. Es un concepto mayor que motiva a muchas personas. Sin embargo, pensar en un fundamento así ayuda sólo a veces, cuando por ejemplo, uno tiene un mal día. La razón más importante, es que disfrutan participando, lo incorporan como si fuera un hobby y, además es una forma de conocer gente inteligente, conversar, intercambiar visiones y pasarla bien.

-¿Qué grado de rigurosidad debe esperar hoy un usuario de Wikipedia?

-Nosotros consideramos a Wikipedia como un buen punto de largada para iniciar a cualquiera en un tema que desconozca. Otorgamos información básica para que después el usuario pueda profundizarla. Como en muchos casos la gente no necesita profundizar, entonces nosotros queremos ofrecer la mayor calidad posible.


Creciendo con Bush

La plataforma de Wales empezó por casualidad, luego de que se forrara como corredor de bolsa en Chicago. Reconvertido en filántropo digital organizó su primera experiencia enciclopédica online, Nupedia. La caída fue tan alta como propulsora, y Wikipedia hizo su aparición el 15 de enero de 2001. Cinco días después George W. Bush accedía por primera vez a la presidencia de Estados Unidos. Tuvieron suertes disímiles. Ahora Jimbo dispara: "No pude votar, porque estaba en Corea, pero estoy muy complacido con el resultado de las elecciones".

La voz de Wales en materia política no debiera pasar desapercibida. Wikipedia se transformó en un elemento de divulgación tan útil como poderoso. Acaso por eso desde las oficinas de la CIA decidieron "editar" la biografía del controvertido presidente iraní, Mahmud Ahmadineyad. No menos ilustrativo es, tal como recalca el propio Wales, el hecho que la mayoría de las 200 mil entradas de la Wikipedia en chino, hayan sido añadidas durante los tres años que la enciclopedia estuvo prohibida por Beijing. "Afortunadamente hay más gente que hable chino viviendo afuera de China que personas que hablen alemán", desafía Wales sobre el futuro de esa versión.

Sin embargo, fuera de la arena política y las incertidumbres económicas, deberá sortear en el futuro un obstáculo acaso más difícil: la competencia.

-¿Qué opinión le merece la aparición de Google Knol, la enciclopedia de Google?

-Tanto Google como nosotros, consideramos que no habrá competencia. Son productos distintos que apuntan a mercados diferentes. Por otra parte, Google Knol es muy reciente por lo que es muy difícil predecir qué sucederá.

El tiempo se acaba y alguien lanza una pregunta, que si no fuera por el alcance real y potencial de Wikipedia, acaso sonaría forzada.

-¿Qué lugar va a tener Jimmy Walles cuando se escriba la historia de Internet?

-¿Personalmente? No sé, no puedo decirlo. Lo que sí sé es que en el futuro la gente mirará para atrás y seguro la mayoría estará de acuerdo en que Wikipedia fue algo positivo. La idea de poder hacer una obra comunitaria, con gente de todas partes del mundo y colaborativa, tan útil como ésta, me parece una idea muy cool, la verdad. Estoy muy orgulloso de ser parte de esto.

-Las críticas, pese a todo persisten. Incluso hay profesores que se oponen a la utilización de Wikipedia...

Es necesario enseñarles a los chicos cómo usar Wikipedia, pero, la idea de que "Wikipedia es mala" es como decir que el rock and roll es malo, es como decirles que no pueden escuchar rock. Hay que aprender sus utilidades sus limitaciones, si no, es cierto, podrían usarla de manera poco correcta.

PINTA -feira de artes contemporânea -N York


Começou em Nova York a segunda edição da PINTA -feira Latina Americana de arte contemporânea , concebida e planejada por Mauro Herlitzka, Diego Costa Peuser e Alejandro Zaia.Entre outros Lerner participa