REDES

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Mais uma do Zé Alagão.

Também retirado do site do Paulo Henrique Amorim(http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=27045), o vídeo dá ânsias de vômito ao explicitar o sinismo de um (des) Governo que por não haver feito os investimentos na magnitude e constância adequadas põe a culpa na natureza pelo caos instaurado na cidade de São Paulo nesse período de chuvas rápidas na tarde e no decorrer de algumas madrugadas. Assistam e se irritem:


Lula dá de 10 a 0 em FHC!

Aproveitando um artigo que o Farol de Alexandria (FHC) publicou no Jornal do Brasil no domingo passado (dia 07/02/2010) pedindo uma comparação de seu (des) Governo com o realmente Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, listo alguns números atualizados, extraídos do site do Paulo Henrique Amorim (http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=27022), que simbolizam os desempenhos de um tipo de Gestão Pública competente (Lula) e uma espécie de descaso com o público típico dos (des) Governos tucanos, como é o caso do abandono e da violência que a população de São Paulo - diga-se de passagem, os moradores das periferias - vem recebendo do Governador José Serra vulgo, Zé Alagão.



Como o PiG(*) está muito aflito e começou a acreditar nos números que o FHC colheu numa cerimônia de voodoo, o Conversa Afiada republica singela tabelinha que compara os anos cinzentos de um com os anos ensolarados de outro :

Dados atualizados:

Governos Lula X FHC!!

1) Juros Nominais (Taxa Selic):

FHC (2002): 25% ao ano;

Lula (2008): 8,75% ao ano;

2) Inflação (IPCA):

FHC – 12,5% (2002);

Lula – 4,3% (2009);


3) Transações Correntes:

FHC – Déficit de US$ 186,5 Bilhões (1995-2002);

Lula – Superávit de US$ 44 Bilhões (2003-2007);

4) Exportações:

FHC – US$ 60 Bilhões (2002; crescimento de 39% em 8 anos);

Lula – US$ 153 Bilhões (2009; crescimento de 155% em 7 anos));

5) Crescimento Econômico:

FHC – 2,3% ao ano (1995-2002);

Lula – 5,3% ao ano (2004-2008);

6) Empregos Formais:

FHC – 1.700.000 (1995-2002);

Lula – 9.700.000 (2003-2009);



7) Balança Comercial:

FHC – Déficit de US$ 8,7 Bilhões (1995-2002);

Lula – Superávit de US$ 237 Bilhões (2003-2009);


8) Taxa de Desemprego:

FHC – 10,5% (Dezembro de 2002);

Lula – 6,8% (Dezembro de 2009);


9) Risco-País:

FHC – 1550 pontos (Dezembro de 2002);

Lula – 220 pontos (Janeiro de 2010);


10) Reservas Internacionais Líquidas:

FHC – US$ 16 Bilhões (Dezembro de 2002):

Lula – US$ 241 Bilhões (Janeiro de 2010);


11) Relação Dívida/PIB:

FHC – 51,3% do PIB (Dezembro de 2002);

Lula – 43% do PIB (Novembro de 2009);


12) Déficit Público Nominal (inclui despesas com juros):

FHC – 4% do PIB (2002):

Lula – 2% do PIB (2008);


13) Dívida Externa:

FHC – US$ 210 Bilhões (Dezembro de 2002) – 45% do PIB:

Lula – US$ 205 Bilhões (Janeiro de 2008) – Negativa em US$ 36 Bilhões;


14) Salário Mínimo em US$:

FHC – US$ 56 (Dezembro de 2002);

Lula – US$ 275 (Janeiro de 2010).


15) Inflação Acumulada (IPCA):

FHC – 100,6% (1995-2002);

Lula – 45% (2003-2009);


16) Pronaf:

FHC – R$ 2,5 Bilhões (2002);

Lula – R$ 15 Bilhões (2010);


17) ProUni:

FHC – Não existia;

Lula – 470 mil estudantes beneficiados;


18) PIB (em US$):

FHC – US$ 459 Bilhões (2002):

Lula – US$ 1,8 Trilhão (2009):


19) Produção de automóveis:

FHC – 1.791.000 (2002);

Lula – 3.130.000 (2009; crescimento de 74,8%);


20) Produção de máquinas agrícolas:

FHC – 52000 (2002):

Lula – 65000 (2007; crescimento de 25%);


21) Vendas de automóveis zero KM:

FHC – 1.465.000 (2002);

Lula – 3.140.000 (2009; crescimento de 114%);


22) Pagamento de juros da Dívida Externa em % das Exportações anuais:

FHC – 20,3% (2002);

Lula – 10,1% (2009);


23) Renda Per Capita:

FHC – US$ 2859 (2002);

Lula – US$ 9.300 (2009).


24) Coeficiente de Gini (Indica a Distribuição da Renda do Trabalho; quando mais próximo de 0 menor é a concentração da renda):

FHC – redução de 0,602 (1993) para 0,593 (2002);

Lula – redução de 0,593 (2002) para 0,544 (2008).


25) Indice de Pobreza:

FHC – 38,6% (1995); 38,2% (2002) – queda de 0,6 p.p.;

Lula – 38,2% (2002); 25,3 (2008) – queda de 12,9 p.p..


26) Gastos Sociais Públicos (% do PIB):

FHC – 19,2% (1995);

Lula – 21,9 (2005).


27) Pobreza Extrema (fonte: IPEA)

FHC – De 17,3% (1995) caiu para 16,5% (2002) (queda de 0,8 p.p.);

Lula – De 16,5% em 2002 caiu para 8,8% (2008) (queda de 7,7 p.p.).


28) Renda per capita mensal dos 10% mais pobres:

2001 – R$ 34

2008 – R$ 58 (crescimento de 70,6%);


29) Renda per capita mensal dos 10% mais ricos:

2001 – R$ 2316

2008 – R$ 2566 (crescimento 10,8%).


Obs: Assim, entre 2001 e 2008, a renda dos mais pobres cresceu 6,5 vezes mais do que a renda dos mais ricos.

Fontes: Banco Central, IBGE, IPEA

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A cobertura (omissa) das políticas sociais

Por Ângela Carrato e João Mendes em 9/2/2010.

Os leitores de Veja, O Globo e O Estado de S.Paulo se depararam, nos últimos dias, com uma série de matérias contendo dados equivocados e juízos de valor que não se sustentam em se tratando do Programa Bolsa Família, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Em comum às três matérias, além dos equívocos, uma nítida tentativa de vincular o programa – que é referência nacional e internacional em redução de pobreza – com ações eleitoreiras e até mesmo com o que denominam de "terrorismo eleitoral".

A primeira matéria coube à revista Veja que, na edição 2149 (de 24/1/2010), sob o título de "Bolsa-Cabresto", publicou duas páginas onde, no lugar de informações para o leitor, lançou mão de dados equivocados, chegou a números fantasiosos e nem se deu ao trabalho de ouvir o MDS antes de publicar a sua "tese" sobre o assunto. Na segunda-feira (25/1), a Assessoria de Comunicação do MDS enviou à Veja uma nota de esclarecimento, na qual rebatia todos os pontos da matéria e solicitava que a revista a publicasse na próxima edição. Na terça-feira (26), a repórter de Veja que assina a matéria, Laura Diniz, fez contato com a Assessoria de Comunicação do MDS e solicitou mais alguns dados, no que foi prontamente atendida.

Na oportunidade, a assessora responsável direta pelo Programa Bolsa Família, jornalista Roseli Garcia, informou à repórter de Veja que o MDS havia enviado a nota de esclarecimento e que aguardava a publicação. Em resposta, ouviu que a nota estava "grande demais" e que "dificilmente seria publicada". Na noite de quarta-feira (27), a repórter encaminhou para o MDS um texto com a proposta de retificação por parte da revista Veja. A nota, num total de quatro linhas, nem de longe contemplava as correções apontadas pelo ministério na matéria publicada por Veja.

Diante disso, a Assessoria de Comunicação encaminhou, na quinta-feira, ao diretor de redação de Veja Eurípedes Alcântara e ao redator-chefe, Mario Sabino, uma mensagem contendo todo o ocorrido e solicitando, em respeito aos leitores e à verdade, a publicação da resposta na íntegra. Não recebemos retorno por parte dos dois dirigentes da revista. Aliás, as duas mensagens foram descartadas sem terem sido lidas. Na sequência, a repórter responsável pela matéria telefonou para Ascom/MDS solicitando uma diminuição no tamanho da nota. Atendendo a esse pedido, essa redução foi feita de forma a contemplar explicações mínimas que pudessem fazer o leitor entender o equívoco cometido pela revista. Essa nova nota foi encaminhada na noite de quinta-feira (28/1).

Na sexta-feira, a repórter liga novamente para Ascom/MDS dizendo que a carta "continuava grande demais" e que tinha preparado uma correção, pois considerava "melhor para o ministério" a retificação da revista do que a publicação da carta. A ela foi respondido que preferíamos a carta, por esclarecer melhor o caso aos leitores.

Veja optou pela correção que ela própria fez, publicada em corpo minúsculo sem ter respondido aos principais equívocos apontados pela Ascom/MDS. Além disso, em destaque, publicou duas cartas de leitores que continham críticas ao Programa Bolsa Família a partir de uma matéria repleta de erros. Vale dizer: amplificou, novamente, o próprio erro, sem aceitá-lo como tal.

Campeões da democracia

Já no dia 1º de fevereiro, o MDS é novamente surpreendido. Em editorial, intitulado "Bolsa Família e eleição" o jornal O Estado de S. Paulo, utilizando os mesmos argumentos usados na matéria da revista Veja, afirma que não haveria exclusão de beneficiários do programa em 2010. O que é um equívoco, pois já em fevereiro estão sendo cancelados 710 mil benefícios por falta de atualização cadastral. A Ascom/MDS encaminhou carta ao Estado de S. Paulo explicando que o editorial fazia uma análise equivocada da instrução operacional do MDS – que apenas detalha o trabalho as ser feito pelos gestores do Programa Bolsa Família em 2010 – idêntica à cometida pela revista Veja.

No dia seguinte, o jornal publicou a íntegra da carta e questionou o seu conteúdo, afirmando que o documento "não permite conhecer a fundo os critérios estabelecidos pelo programa, o erro não é do jornal, mas do Ministério". Como rege o bom jornalismo, se um documento não está claro, cabe ao jornalista estudar o assunto e informar de maneira clara aos seus leitores. Em outras palavras, faltou ao Estado de S.Paulo ater-se a uma regra básica no jornalismo: a apuração. Nesse ponto, aliás, O Estado de S.Paulo, O Globo e Veja se assemelham: estão deixando de apurar e publicando o que acreditam ser a verdade.

Na mesma segunda-feira (1/2), devido ao editorial de O Estado de S.Paulo, a Ascom/MDS foi procurada pela reportagem de O Globo. Todas as explicações dadas à Veja e ao Estado de S.Paulo foram repassadas a O Globo, mostrando os equívocos cometidos pelas duas outras publicações. Mas o jornal, lendo a instrução normativa – que trata apenas de procedimento em relação à atualização cadastral – encaminhada pelo MDS aos gestores, abordou outro aspecto também de forma incorreta. O Globo classificou essa norma, em manchete, como: "Governo faz ameaça eleitoral ao recadastrar Bolsa Família".

Mais uma vez a Ascom/MDS encaminhou carta ao jornal, que foi utilizada na matéria do dia seguinte em texto intitulado "Tiroteio com o Bolsa Família". Neste texto, o jornal utiliza as declarações de parlamentares de partidos da oposição ao governo para sustentar a polêmica criada pelo próprio veículo.

O assunto repercutiu em vários veículos nacionais e também na imprensa regional, criando uma situação no mínimo curiosa para quem é leitor atento ou para aqueles que se interessam pelo comportamento de parte da mídia brasileira. Nos dias atuais, a mídia tem deixado de lado o papel clássico de informar, interpretar e opinar (nos espaços devidos) para, ela própria, tornar-se a origem da informação e, não raro, ator no cenário político nacional.

No caso do Programa Bolsa Família, as informações e a análise apresentadas pela mídia foram equivocadas e funcionaram como retroalimentação. Num dia um veículo publica algo equivocado. Não retifica o erro. No dia seguinte, outro veículo, tomando o que foi publicado como verdade, amplifica o erro. No terceiro dia, um novo veículo entra "na roda" e assim a "polêmica" está criada. Para confirmar os pressupostos da mídia, políticos de oposição são entrevistas e ganham destaque.

Essa situação em si é extremamente preocupante para o futuro das instituições e para a própria democracia no Brasil, porque deixa a parte atingida, no caso o agente público, sem condição para restabelecer a verdade. A preocupação torna-se maior ainda quando se sabe do papel central que a mídia tem na sociedade contemporânea.

No caso brasileiro, a censura oficial à imprensa foi abolida há décadas e a liberdade de informação e expressão encontra-se consagradas na Constituição de 1988. Mas, infelizmente, o que se percebe é que o poder de censura, que nos governos autoritários estava nas mãos do Estado, migrou para as mãos de um reduzido número de empresas e de articulistas que se auto-intitulam os porta-vozes da verdade e os campeões da democracia. Essa situação torna-se ainda mais difícil quando dentro dos grandes grupos midiáticos prevalecem as velhas ideologias do liberalismo do século 18 e 19.

Escolhas próprias

Nos três casos descritos, faltou muito mais do que o necessário restabelecimento da verdade. Faltou seriedade profissional e empresarial na cobertura de um tema da maior importância para a sociedade brasileira e que mexe com a vida de milhares de pessoas. Dia a dia, o que se verifica é que a mídia brasileira não percebeu que o Brasil mudou e que as políticas sociais estão instituídas enquanto políticas públicas, que demandam conhecimento e acompanhamento permanente em relação ao seu funcionamento. As políticas públicas na área social estão sepultando a cultura política da dádiva, contribuindo para a emancipação das pessoas e para a plena cidadania.

Com exceção de uns dois ou três jornalistas que se especializaram – por conta própria – na cobertura dos chamados programas sociais, não há, na mídia brasileira, quem acompanhe, com um mínimo de regularidade, a vida desses programas e, sobretudo, os seus resultados. Apesar da importância dos programas sociais, a mídia brasileira ainda não criou, sequer, uma editoria específica para a cobertura deles. E se no passado podia-se argumentar que as classes C, D e E não tinham peso no mercado, também esse argumento não mais se sustenta. A cobertura jornalística das políticas públicas é um dos grandes desafios e uma das maiores deficiências da imprensa brasileira.

Em anos de eleição, as dificuldades se acentuam mais. A disputa política envolve grandes riscos para os jornalistas. Se muitos temem se tornar instrumento de propaganda eleitoral de governos e candidatos, ao cobrir de forma acrítica o desempenho dos programas sociais, há igualmente o risco de dar a todas as políticas públicas um caráter e uma intenção eleitorais e, com isso, deixar de levar ao cidadão beneficiado as informações essenciais. Isso, sem falar na arrogância daqueles que se arvoram em "defensores do povo" sem, ao menos, dar a palavra a quem é de direito.

Voltando ao caso da revista Veja, chama atenção na matéria citada como os grandes ausentes do texto são os beneficiários do Programa Bolsa Família. Eles aparecem na foto que ilustra a matéria, mas não são ouvidos pela repórter. Se ouvidos, esses beneficiários teriam muito a dizer sobre o que está mudando em suas vidas. Mas, ao que tudo indica, isso não é interessante para os porta-vozes do nicho mais conservador da sociedade brasileira. Motivo pelo qual se prefere dar voz aos "formadores de opinião", sejam eles cientistas políticos ou articulistas.

A importância da mídia para a formação da opinião pública é inegável, mas a cada dia o cidadão e a cidadã se mostram mais conscientes e competentes ao fazerem as suas escolhas. Escolhas não só em termos eleitorais, mas escolhas sobre o que ler e onde buscar informações. Não é por acaso que a tiragem da mídia impressa brasileira tem apresentado acentuado declínio nos últimos anos, enquanto crescem exponencialmente os acessos aos sites e blogs.

Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=576IMQ004

Se o Brasil tivesse imprensa

Por: Eduardo Guimarães.

Este país está às portas daquela que talvez seja a mais importante campanha eleitoral de sua história. O governo que emergirá das urnas ao fim de outubro próximo estará incumbido de pilotar um país comparável a um bólido de fórmula 1, transbordante de riquezas e centro das atenções do mundo como jamais aconteceu em sua história.

Se o Brasil tivesse imprensa, TODOS os candidatos a presidente da República estariam sendo inquiridos e investigados, questionados por todos os seus atos e palavras e tendo seus desempenhos em cargos públicos devassados em cada detalhe.

Infelizmente, isso não acontece. Entre Dilma Rousseff e José Serra, apenas a ministra-chefe da Casa Civil é questionada e cobrada e investigada. E nem direi que, em sendo candidata – ou pré-candidata – à Presidência, Dilma esteja sendo mais cobrada e fiscalizada do que deveria. Não. O único problema é que seu principal adversário não está recebendo o mesmo tratamento.

Expoente de um governo exitoso, fato internacional e nacionalmente reconhecido por uma maioria massacrante, a ministra tem cada um de seus atos perscrutados com lente de aumento em todos os jornais, telejornais, rádios e programas de televisão possíveis e imagináveis. Todos os dias é acusada de tudo. Todos os dias é desmerecida. Todos os dias tem sua capacidade questionada.

Seu principal adversário, porém, recebe tratamento diametralmente diferente, a ponto de qualquer notícia negativa sobre ele na imprensa ser recebida com surpresa. Isso ocorre devido à total inapetência da imprensa brasileira em dispensar ao governador de São Paulo o mesmo tratamento que à sua provável principal adversária nas próximas eleições.

O Brasil precisa ser informado sobre os problemas da administração do Estado de São Paulo e da capital paulista tanto quanto é informado sobre os problemas do PAC, por exemplo. E não digo que não existam problemas nos dois lados. Seria impossível. No entanto, o governo de São Paulo que aparece nas tevês e nos jornais é quase que exclusivamente o da propaganda do governador.

E problemas não faltam. O Estado está submergindo em água misturada com excrementos; bairros inteiros estão alagados ininterruptamente há quase dois meses; no centro da capital, centenas de zumbis fumam crack à luz do dia e à vista de quem quiser ver; o metrô e o resto do transporte público estão colapsados; centenas de milhares de paulistanos estão sem água há quatro dias; quando chove, enorme parte da capital fica sem luz, às vezes por um dia inteiro...

Os problemas acima mencionados são apenas os mais dramáticos. Nem falei ainda do espancamento de vítimas dos alagamentos que foram para diante da prefeitura do indicado pelo governador paulista para sucedê-lo na administração da capital para pedirem providências por já não agüentaram mais continuar vivendo em casas inundadas por água suja e fezes, uma situação que já vai completando dois meses.

Se o Brasil tivesse imprensa em vez dessa máfia composta dos piores tipos de escroque travestidos de “jornalistas”, o governador José Serra certamente não se elegeria nem para síndico de prédio, pois sua administração é um desastre.

Enquanto isso, a imprensa se ocupa de criticar e difamar ininterruptamente programas e obras do governo federal mundialmente reconhecidos e que inclusive ajudaram o país a sair mais rapidamente da crise, mas só quando essa imprensa não está a repercutir os insultos desesperados dos aliados de Serra ao presidente da República e à sua pré-candidata a ocupar seu cargo a partir do ano que vem.

E quando um único veículo ousa fazer o que nenhum outro fez, quando a TV Brasil pergunta a Serra quando as setecentas mil pessoas que estão há três dias sem água voltarão a poder tomar banho, o governador, o responsável por resolver essa situação, eleito para tanto, pago para tanto pelos cofres públicos, escandaliza-se e se diz vítima de perseguição.

Desacostumado a prestar contas de seus atos publicamente, Serra não pode conviver com o jornalismo e seus questionamentos naturais a ocupantes de cargos públicos. Para ele, para esse déspota dissimulado, quando o assunto é São Paulo jornalismo é não fazer perguntas e não pedir respostas.

O que é mais assustador é que há risco de alguém como Serra pôr as mãos no governo do país sem que reste ninguém para incomodá-lo. Sua eleição se constituiria no mesmo desastre que foi o governo FHC simplesmente porque o Brasil, como naquela época, continua sem imprensa e, assim, não terá como lhe pedir explicações, que se tivessem sido pedidas ao ex-presidente tucano poderiam ter evitado muito sofrimento.

Se o Brasil tivesse imprensa, toda ela estaria ao lado da TV Brasil e contra a atitude antidemocrática e arrogante do governador paulista contra a emissora pública. Infelizmente, o Brasil é um país onde a comunicação é controlada por bandidos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Cerqueira César: Enchentes em SP refletem falta de governo


Júlio Cerqueira César Neto: "São Pedro e o lixo jogado na rua não foram os responsáveis pelas enchentes de 8 de setembro e 8 de dezembro em São Paulo"

por: Conceição Lemes


Filho feio não tem pai. Já se o rebento tem pedigree, sobram candidatos.

O governador de São Paulo, José Serra, é hors concours na área. Assume como dele a criação do Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde, considerado um exemplo no mundo. Só que os verdadeiros criadores são a doutora Lair Guerra de Macedo Rodrigues e o professor Adib Jatene.

“Serra, pai dos genéricos? PSDB, criador dos genéricos? Assumir como deles é um embuste!”, disse em junho ao Viomundo, o médico Jamil Haddad, falecido na semana passada, aos 83 anos. Ex- deputado federal, ex-prefeito do Rio Janeiro e ministro da Saúde de outubro de 1992 a agosto de1993, Jamil Haddad é o verdadeiro pai dos genéricos do Brasil.

Em compensação, Serra nunca é pai de perebentos. Inexoravelmente culpa os outros. Tanto que terceirizou a paternidade das inundações em São Paulo. Além do desplante de dizer que o noticiário negativo era obra do que chamou de PT Press, o governador afirmou que problema da enchente foi a enorme, anormal, atípica chuva.

Para colocar os pingos nos is, o Viomundo entrevistou o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto. Durante 30 anos – está com 80 – foi professor de Hidráulica e Saneamento da Escola Politécnica/USP. É considerado um dos grandes especialistas do Brasil nessa área.

Viomundo – Nos últimos dois meses, São Paulo submergiu duas vezes. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o governador José Serra (PSDB) culparam principalmente a “quantidade anormal de chuvas no período” e “ lixo jogado na rua pela população”. São Pedro e o povo são os responsáveis por essas duas inundações históricas?

Júlio Cerqueira César Neto – Não. Querendo dourar a pílula, as autoridades lançaram mão de vários parâmetros para confundir a opinião pública. Esses fatores realmente existem. Porém, São Pedro e a educação sanitária não são os causadores das enchentes de 8 de setembro e 8 dezembro.

Viomundo – São Pedro não teve mesmo culpa no cartório?

Júlio Cerqueira César Neto – Nas duas inundações deste ano, São Pedro está completamente isento. As duas chuvas [8 de setembro e 8 dezembro] não foram catastróficas, elas foram moderadas. Aliás, sempre que acontece uma enchente dessas, o prefeito, o governador, os secretários aparecem dizendo que São Pedro foi o responsável. Nada deixa a população mais irritada do que essa desculpa esfarrapada.

Viomundo – E o lixo jogado na rua?

Júlio Cerqueira César Neto – Prejudica um pouco, mas não é o principal. É só um fator colocado no debate pelas autoridades para confundir a opinião pública, e esconder os verdadeiros responsáveis.

Viomundo – Então quais as causas principais dessas enchentes?

Júlio Cerqueira César Neto – Uma delas, o assoreamento do Tietê. Assoreamento é o material sólido que vem na corrente líquida do rio: terra, erosão, lixo, entulho de obra. Na cidade de São Paulo, a declividade do Tietê é muito pequena e a velocidade, muito baixa. É como se o rio estivesse quase parado. Todo material sólido deposita-se, então, no fundo do canal, reduzindo a profundidade. Consequentemente, diminui também a capacidade de transporte de água na hora da chuva. É o que acontece com o Tietê. Em vez de ter espaço para passar, por exemplo, 1.000 metros cúbicos por segundo, só “cabem” 500. Os outros 500 transbordam.

Viomundo – Isso acontece também com os afluentes do Tietê?

Júlio Cerqueira César Neto – Pelo contrário. Eles têm declividade forte e velocidade grande de água e não assoreiam. Consequentemente, das cabeceiras até chegar ao Tietê, eles têm facilidade de transporte de material sólido. E como o Tietê tem velocidade muito baixa, esse material se deposita no canal do próprio Tietê.

Viomundo – Sempre foi assim?

Júlio Cerqueira César Neto – O Tietê sempre teve velocidade baixa. Não dá para modificar isso. É a conformação geológica e topográfica do rio.

Viomundo – Anualmente quanto de resíduos o Tietê recebe?

Júlio Cerqueira César Neto – Na cidade de São Paulo, entre a barragem da Penha [Zona Leste] e o Cebolão [Zona Oeste], aproximadamente 1,2 milhão de metros cúbicos de terra. Se você deixar isso no fundo do rio, a capacidade dele diminui. E o que o Departamento de Águas e Energia Elétrica, o DAEE do governo do Estado de São Paulo, tem feito? O DAEE faz a limpeza, mas tira apenas 400 mil metros cúbicos por ano.

Viomundo – O DAEE tira só um terço.

Júlio Cerqueira César Neto – Deixa, portanto, anualmente uma quantidade muito grande de sedimentos no Tietê, diminuindo capacidade de ele transportar as vazões de enchentes. No dia 8 de setembro, às 16h30m, no Viaduto da Casa Verde, um engenheiro mediu a quantidade de água que passava no rio. Deu 735 metros cúbicos por segundo. Ali, naquele trecho, se o canal do Tietê estivesse limpo, poderia passar mais de 1.000 metros cúbicos por segundo. Se o Tietê já transbordou com 735 metros cúbicos é porque estava assoreado.

Viomundo – Se o Tietê não estivesse assoreado, a inundação de setembro não teria havido?

Júlio Cerqueira César Neto – A inundação aconteceu porque o Tietê estava com mais da metade da sua capacidade obstruída por resíduos depositados no fundo do seu canal e que não foram limpos adequadamente pelo governo do estado.

Viomundo – E no dia 8 dezembro?

Júlio Cerqueira César Neto – Nenhum engenheiro foi lá medir. Mas pelas consequências a coisa foi muito semelhante à de 8 de setembro. Se a vazão não foi 735 metros cúbicos por segundo, foi de 835, 800, ou algo parecido. Se não houvesse assoreamento, a cidade não teria inundado. Houve inundação, porque o Tietê estava ainda mais assoreado do que em setembro. As causas que levam às enchentes são principalmente o assoreamento e a má limpeza do rio.

Viomundo – Ou seja, tem de se varrer todo dia o lixo da "casa"(rio). Se acumular, com o tempo a gente não passa mais...

Júlio Cerqueira César Neto -- Você tem um rio que deveria ter capacidade de 1.000 metros cúbicos por segundo. Se ele está sujo, a capacidade dele fica reduzida para 500, por exemplo. Assim, se a quantidade de água devido à chuva for de 700 metros cúbicos por segundo, ele extravasa. Não tem jeito. Encheu porque estava assoreado.

Viomundo – Alargar o Tietê, avançando sobre as marginais, resolveria as enchentes?

Júlio Cerqueira César Neto – Não acho que a solução seja por aí. Outro dia vi uma entrevista de um urbanista, dizendo que a prefeitura precisava tirar as marginais da várzea e colocá-las na encosta. No meu entender, tirar as marginais do lugar é algo totalmente fora de propósito.

Viomundo – E o que fazer?

Júlio Cerqueira César Neto – A calha do Tietê foi projetada há 20 anos. Na época, previa-se que a vazão de 1.000 metros cúbicos por segundo seria adequada para os nossos dias. Dez anos depois de iniciada a obra [levou 20 para ficar pronta], verificou-se que os 1.000 metros cúbicos já não seriam suficientes. Eram necessários 1.400. A urbanização foi muito mais intensa e mais rápida do que o imaginado. Ampliar o tamanho da calha não dá mais. A única forma de fazer com que a vazão voltasse a ser de 1.000 metros cúbicos por segundo é fazer piscinões. Infelizmente, pois são um mal necessário.

Viomundo – Por que infelizmente?

Júlio Cerqueira César Neto – Do ponto de vista hidráulico, os piscinões são perfeitos. Retêm o pico das cheias dos afluentes, diminuindo a quantidade de água que chega ao Tietê. É o único jeito de fazermos com que a vazão do Tietê baixe de 1.400 metros cúbicos por segundo para 1.000. Para isso, o governo do estado de São Paulo, via DAEE, projetou 134 piscinões. Entretanto, nos últimos dez anos, construiu apenas 43.

Viomundo – Um terço...

Júlio Cerqueira César Neto – Pois é. Com isso, não conseguiu baixar a vazão de 1.400 metros cúbicos para 1.000. Ou seja, mesmo que a calha do Tietê estivesse limpa, ela seria insuficiente para uma capacidade de 1.300 metros cúbicos por segundo, por exemplo, que são vazões que ocorrerão daqui para frente, no período chuvoso, que vai principalmente de janeiro a março.

Viomundo – Então até agora não choveu muito mesmo?

Júlio Cerqueira César Neto – As duas enchentes ocorreram com chuvas moderadas. São chuvas do período de estiagem. Ou seja, o pior está por vir.

Viomundo – E como resolver a questão das enchentes a curto prazo?

Júlio Cerqueira César Neto – A calha do Tietê tem duas deficiências importantes e não há como resolvê-las de pronto. Vamos ter de conviver com a insuficiência da calha por muitos anos ainda.

Viomundo – Por quê?

Júlio Cerqueira César Neto – Primeiro: temos de fazer 91 piscinões. Se eles levaram [o governo São Paulo] 10 anos para fazer 43, levarão mais 20 para fazer os que faltam. Segundo: o governo do estado não está disposto a gastar mais do que a limpeza [de resíduos da calha] de 400 mil metros cúbicos por ano, quando são necessários 1,2 milhão. São duas deficiências que precisam ser resolvidas. Ou o governo do estado faz mais piscinões e limpa a calha do Tietê ou vamos ter enchentes frequentemente.

Viomundo – O senhor disse que os piscinões são um mal necessário. Gostaria que me explicasse por quê.

Júlio Cerqueira César Neto – Nós temos um sistema que conduz o esgoto doméstico e outro, as águas pluviais. Chama-se sistema separador absoluto. Porém, há 30 anos, a nossa "magnífica" Sabesp constrói redes coletoras de esgoto que jogam o esgoto diretamente no córrego mais próximo. O córrego é do sistema de drenagem e não do sistema de esgotos. Então, todos os córregos da região metropolitana de São Paulo e o próprio rio Tietê – deste eu nem preciso falar para você – são esgotos a céu aberto. Os esgotos saem da rede, entram nos córregos. Portanto, quando se faz um piscinão num córrego desses, você retém não apenas a água da chuva mas a do esgoto também.

Viomundo – Quer dizer que o piscinão é um “esgotão”?

Júlio Cerqueira César Neto – Na prática, os piscinões são verdadeiros esgotos, sim. Ainda mais quando a água fica parada. Daí, sim, ela decanta, formando um lodo no fundo. É uma situação sanitária extremamente desfavorável. Esse é um dos aspectos pelos quais eu não gosto dos piscinões. Na sequência, eles se tornam um tremendo problema; são foco de proliferação de doenças na cidade.

Viomundo – Ou seja, do ponto de vista de saúde pública o piscinão é péssimo?

Júlio Cerqueira César Neto – Sim. Por isso eu digo que é um mal necessário. Só deve ser feito onde não há outra coisa a fazer. Não façam, pelo amor de Deus, piscinões para resolver alagamentos das cidades da região metropolitana, que são as enchentes das prefeituras. Deixem a água correr normalmente.

Viomundo – A curto prazo, o senhor já disse que não tem solução para o Tietê. Se o governo acelerar hoje a limpeza do rio, o resultado não vai aparecer amanhã. E agora?

Júlio Cerqueira César Neto – Esse trabalho tem de ser iniciado já. O governo do estado tem de passar a tirar 1,2 milhão metros cúbicos de resíduos do Tietê. Precisa colocar mais dinheiro no orçamento do ano que vem, porque essas obras não são feitas em uma semana. E esse trabalho de limpeza tem de ser feito o ano inteiro – de janeiro a dezembro. Ininterruptamente. É tirar, tirar, tirar, para evitar o acúmulo de resíduos no fundo do rio.

Viomundo – E se governo do estado de São Paulo não fizer a limpeza diária como tem de ser feita, nem investir os recursos necessários?

Júlio Cerqueira César Neto – Então que avise a população. Avise-a também que a cidade vai inundar. Quanto aos piscinões, em vez de levar 10 anos para fazer os que 91 que faltam, que faça em 5 anos.

Viomundo – E se o governo disser que não pode?

Júlio Cerqueira César Neto – Pode, sim. É só colocar dinheiro.

Viomundo – Isso implica estabelecer as enchentes como prioridade.

Júlio Cerqueira César Neto – Se é que é uma prioridade... Não me parece. Até agora, o governo de São Paulo não disse a que veio. Na quarta-feira, a Câmara Municipal aprovou o orçamento da Prefeitura. Para 2010, a verba de córregos e galerias para o sistema de drenagem pluvial da cidade foi cortada pela metade. E olha que provavelmente nem o orçamento inicial seria suficiente. Mas não cortaram a verba de publicidade da prefeitura. Com essas atitudes, o recado que deram é o de que enchente não é um problema importante.

Viomundo – Será que a Prefeitura e o Governo do Estado de São Paulo estão contando com a ajuda especial de São Pedro nos próximos meses?

Júlio Cerqueira César Neto – Eu não vejo com otimismo a nossa próxima estação chuvosa, não. Janeiro, fevereiro e março são os meses das grandes chuvas. E nós vamos ter situações piores do que as tivemos em setembro e dezembro.

Viomundo – Há quatro anos, quando foi concluído o bilionário rebaixamento da calha do Tietê, se propagandeou que São Paulo não teria mais enchentes. E agora?

Júlio Cerqueira César Neto – Essa informação de que não teríamos mais enchentes em São Paulo era simplesmente uma mentira. Primeiro, a calha não tem a capacidade que deveria ter. Segundo, faltam 91 piscinões. Terceiro, se o governo não se propuser a tirar do fundo do rio a quantidade necessária de resíduos, nós vamos continuar tendo mais enchentes . Portanto, é mentira que não teríamos mais enchentes aqui.

Viomundo – Mas não tem jeito mesmo de se evitar inundação nesses próximos meses em Sâo Paulo?

Júlio Cerqueira César Neto – A não ser que São Pedro se transforme num anjinho e diga: “Não chova mais na região de São Paulo, a não ser umas gotinhas...” Mas isso a gente não pode esperar, concorda?
Fonte: http://www.viomundo.com.br/denuncias/cerqueira-cesar-enchentes-em-sp-refletem-falta-de-governo/

Como Zé Alagão trata os alagados: a pau!



Um protesto envolvendo cerca de 200 moradores de bairros alagados da Zona Leste de São Paulo terminou em confusão em frente à sede da Prefeitura, no Centro, na tarde desta segunda-feira (8). Policiais militares usaram spray de pimenta e cassetetes para conter o protesto.

A manifestação começou por volta das 14h, quando o grupo chegou em frente à sede da administração municipal. Revoltados com a situação em que se encontram os bairros do Jardim Pantanal e do Jardim Romano, os moradores pretendiam ser recebidos pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). A assessoria da Prefeitura, porém, negou o encontro e afirmou que uma comissão receberia representantes do grupo.

De acordo com o assessor do gabinete da Prefeitura, Roberto Tamishiro, os moradores só seriam atendidos caso a manifestação fosse pacífica. Em seguida, soldados da Polícia Militar formaram um cordão de isolamento para afastar os manifestantes.

Houve desentendimento e os policiais usaram sprays de pimenta e deram golpes de cassetete nos manifestantes. Nesse instante, algumas lideranças do movimento foram atingidas e as pessoas começaram a se dispersar.

Segundo o major Marcos Rangel Torres, da PM, o uso do gás de pimenta e os casos de violência serão investigados. "Houve um acirramento da tensão e nesse momento foi necessário dispersar os manifestantes", afirmou.


“É mais fácil saírmos da Zona Leste do que o prefeito descer para falar com a gente?”, questionou Jackson Camilo, morador do Jardim Pantanal. Segundo ele, as únicas medidas imediatas tomadas foram a retirada de entulhos das ruas e o decreto de calamidade pública.

"O que nós queremos é saber como vai ficar a situação dos moradores da área legalizada", disse. "A enchente não atingiu apenas os moradores da várzea do Tietê".

A estimativa da organização do protesto é que mais 200 manifestantes cheguem ainda durante a tarde. Procurada, a assessoria de imprensa da PM informou que houve um princípio de tumulto, mas que a situação já havia se normalizado às 15h.
Fonte: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=26865

A corrupção é o que faz chover em São Paulo

Chove há 43 dias em São Paulo.

Há 72 pessoas mortas.

O Bom (?) Dia Brasil mostrou hoje cenas de uma cidade desgovernada.

Uma entrevistada disse: “sete minutos de chuva e enche tudo.”

Outra ficou 1h45 à espera de um trem.

Um ficou três horas parado dentro de um taxi.

Um bairro ficou sem luz por 12 horas.

Na região do rio Tietê legiões de trabalhadores a pé em busca de uma condução que os levasse ao serviço.

Há dois corpos desaparecidos na Zona Leste, o Katrina do Serra.

Um dos entrevistados, finalmente, diz o que o Ali Kamel preferiria esconder: a culpa é do concreto.

Segundo a Folha(*), 13 vereadores e o poste que Serra elegeu prefeito de São Paulo podem perder o mandato por causa de corrupção.

Eles são acusados de receber doação ilegal de empreiteiras e da indústria da construção civil.

É o pessoal do “concreto”.

Nenhuma metrópole do mundo se corrompeu a ponto de permitir, como São Paulo, construir tantas peças de concreto num espaço sem verde.

São Paulo é um exemplo de como a corrupção destruiu o meio ambiente, impediu que a cidade respirasse, aumentou a temperatura e provocou chuva.

A corrupção é o que faz chover em São Paulo.

Um Presidente da República já disse que governar é “abrir estradas”.

Que Deus o tenha.

Zé Alagão governa para ser Presidente da República e, por isso, governa para arrecadar impostos (pedágios).

Ele não passa, como diz o meu amigo mineiro, de um “prático em contabilidade”.

José Serra escondeu-se no programa da Luciana Gimenez e na colona(**) da Eliane Catanhêde.

Ele não vai enfrentar a indústria da empreitagem.

Nem construir os 90 piscinões que faltam no rio Tietê.

Se puder, ele manterá os nordestinos nas sowetos alagadas.

Não adianta.

A chuva cospe os pobres na cara da elite.

Paulo Henrique Amorim.

Fonte: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=26670