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sábado, 10 de abril de 2010

Hillary Clinton criticou o que chamou de 'regime intransigente' -quais seriam estas intransigências? oculta-se


Cuba não quer normalizar relações, diz Hillary=CLQUE NO TÍTULO E VÁ DIRETO PARA MATÉRIA DA BBC-



A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou, nesta sexta-feira, que os líderes cubanos Raúl Castro, e seu irmão, Fidel, não querem normalizar as relações entre o país e os Estados Unidos.
A BBC Brasil noticiou, os depoimentos de Hillary, mas não esclarece quais as condições que eles dos EUA impõem para a dita intransigência Cubana.
Dizer é fácil,mas não coloca quais são as condições que Cuba exige.Acredito que as exigências dos EUA Impõem uma mudança de forma de governar , o que, portanto, implica em um país-USA-adentrar na ordem e independência, e sua soberania ,como sempre fez junto a vários países-caso do Oriente médio ,para se apontar pouco , no caso de Cuba é querer desaparecer um Regime Socialista, posto de forma libertária , em que antes eles, os americanos usaram e abusaram na época de Batista, subordinando os cubanos como verdadeiros escravos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Abril Pro Rock divulga programação completa e detalhes do festival este ano

Do JC Online
O Abril Pro Rock divulgou nesta terça-feira (6) sua programação completa. Como já foi anunciado, os shows deste ano acontecem em dois locais:, no Pavilhão do Centro de Convenções, entre os dias 16 e 17; e na Rua do Apolo, no Recife Antigo, numa festa conhecida como APR Club, a partir do dia 15.

A proposta é inédita dentro da história do evento, que completa 18 anos em 2010. O local escolhido para o APR Club é um casarão do Bairro do Recife que já abrigou a academia Jaime Arôuxa. Os ingressos custam R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 15 (ingresso social), à venda na Seaway do Paço Alfândega.

No Centro de Convenções, ocorrem os shows principais, com os dois dias de apresentações, como no ano passado. Confira o serviço completo do evento este ano.

APR CLUB | 15.04 – Festa do APR | A partir das 22h

Instituto Mexicano del Sonido | MEX
DJ Dolores | PE
Diversitrônica | PE
DJ Rodrigo Lariu | RJ
DJ Seba | ARG

Pavilhão do Centro de Convenções | 16.04 | Abertura dos portões: 20h

Inner Demons Rise | PE
Alkymenia | PE
The Mullet Monster Mafia | SP
Agent Orange | EUA
Claustrofobia | SP
Eminence | MG
Varukers | Ing
Ratos de Porão | SP
Terra Prima | PE
Blaze Bayley | UK

Pavilhão do Centro de Convenções | 17.04 | Abertura dos portões: 17h

Anjo Gabriel | PE
Mini Box Lunar | AP
Plástico Lunar | SE
Bugs | RN
Vendo 147 | BA
River Raid | PE
Zeca Viana | PE
Instituto Mexicano del Sonido | MEX
Nevilton | PR
Afrika Bambaataa | EUA
Plastique Noir | CE
3naMassa | PE/SP
Wado | AL
Pato Fu | MG

APR CLUB | 20.04 – Noite BBC Radio 3 | A partir das 22h

Orquestra Contemporânea de Olinda | PE
Bongar | PE
Combo Percussivo de Olinda | PE

APR CLUB | 22.04 – Noite Radio Antena 3 | A partir das 22h

The Legendary Tigerman | POR
Dead Combo | POR
Chambaril | PE

APR CLUB | 23.04 – Noite BBC Radio 3 | A partir das 22h

Siba | PE
Alessandra Leão | PE
Ylana | PE

APR CLUB | 24.04 | A partir das 22h

Mundo Livre S/A | PE
Burro Morto | PB
Camarones Orquestra Guitarristica | RN

APR Club | 30.04 | A partir das 22h

Dead Fish | ES
Love Toys | PE

APR Club | 01.05 | A partir das 18h

Dead Fish | ES
Rotten Flies | PB


SERVIÇO | Abril Pro Rock 2010: 18 anos

:: Abril Pro Rock no Pavilhão do Centro de Convenções
Local: Dias 16 e 17 de abril. Abertura dos portões às 20h (dia 16) e 17h (dia 17).
Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia-entrada); R$ 25 (ingresso social, com 1 kg de alimento não-perecível
À venda nas lojas Seaway dos shoppings Tacaruna, Plaza e Recife (Seaway da quarta etapa)
Informações: 3421.5380


:: APR Club
Local: Casarão 143, da Rua do Apolo, Bairro do Recife
Dias 15, 20, 22, 23, 24, 30 de abril e 01 de maio a partir das 22h
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 15 (ingresso social)
À venda na Seaway do Shopping Paço Alfândega. Ingressos sociais só na bilheteria do APR Club.
Informações: 3421.5380

:: APR conexão Recife – Rio
Dias 9 e 10 de abril. Teatro Odisséia. A partir das 21h.
Dia 9, sexta - Mundo Livre S/A e Sambê (RJ).
Dia 10, sábado - Instituto Mexicano Del Sonido, DJ Dolores e Tono
Nos dois dias, DJ set com Bruno Pedrosa.
Ingressos: R$ 40 (na hora) e R$ 30 (antecipado).

:: Oficinas de Qualificação do APR
Local: Centro Cultural dos Correios
De 12 a 24 de abril
Gratuitas
Informações: 4101.1551

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A literatura brasileira no século 21

A literatura brasileira no século 21
Jornal do Brasil -LEIA MAS LÁ,PRESTIGIE O JORNAL DO BRASIL

RIO - Por volta de fins dos anos 70 do século 20, com a transformação das estruturas da geopolítica mundial, a literatura também passa por mudanças e arranjos que vão afastá-la dos pilares erigidos pelo movimento estruturalista via universidade e crítica literária. Com efeito, o processo de globalização e o consequente desejo de enfraquecimento das linhas demarcatórias entre os países, trazendo a reboque a debilitação do conceito de identidade, e a aplaudida (por muitos) vitória do sujeito, acabam por se manifestar no processo narrativo. Aspectos que evidenciam essa mudança no campo das letras são, entre outros, o esmaecimento das linhas fronteiriças entre os gêneros literários e o surgimento do conceito de economia do livro, com capas chamativas e a super-exposição do autor como parceiro fundamental para a venda da obra-objeto.

Essa ficção passou a ganhar notoriedade a partir dos anos 90, ao usufruir das diversas ferramentas de publicação e de divulgação na web. As categorias literárias e os critérios canônicos foram perdendo nitidez. Clarice Lispector, prenunciando com genialidade o pós-modernismo na literatura brasileira, já refletia, em Água viva, sobre essa questão do definhamento das fronteiras entre os gêneros: “Tentei classificar o livro: notas? Pensamentos? Fragmentos autobiográficos? Cheguei à conclusão que é tudo isso junto” – reflexões de Clarice que, diga-se, vão prefaciar dezenas de romances brasileiros dos anos 80. Essa dessacralização da literatura, às vezes algo cabotina, também teve o apoio de Ana Cristina César, uma das poetas mais emblemáticas dos anos 70/80: “A literatura ficou associada a uma coisa que te dá prestígio, a um artifício para você conquistar pessoas(...) acho isso ridículo”.

A cena literária, sobretudo a partir da década de 90, passa a se caracterizar por uma massificação de escritores, pela democratização criativa usada e abusada por todos, pela consolidação do individualismo, pelo umbiguismo autobiográfico e pelo descaso, às vezes absoluto, com a tradição – “não preciso ler poetas do passado para ser poeta”, ouvia-se pelos corredores das universidades. A classe média, a urbe e os fragmentos comunitários da cidade devoradora são escolhidos como temas e as ansiedades individuais trazidas à frente da cena. O roteiro cinematográfico sai fortalecido. É claro que a narrativa virá vazada em linguagem crua e direta. A violência e a competição desenfreada são moedas correntes. Mas houve uma abertura sadia para mais segmentos sociais e para novos experimentos de linguagem e de estilo. A aproximação com a oralidade não é, porém, a mesma da época dos modernistas em busca de uma identidade nacional: ela agora é a busca do reconhecimento e da fixação do sujeito social.

Alguns acontecimentos relativamente recentes, entretanto, parecem confluir para uma mudança radical do ponto de vista do homem em relação a si mesmo e ao mundo. O iminente colapso ecológico e a crise econômica, a exigir uma reformulação do sistema do capital, incitam dois polos reativos: o do ser agonizante ou melancólico diante das ruínas de um modelo malogrado, e daquele capaz de abandonar a longa fase individualista e buscar uma forma de se reconciliar com o outro e de se harmonizar com o planeta. Se observarmos o panorama literário do fim do primeiro decênio do século 21, podemos constatar que germina, entre muitos de nossos escritores, uma estética que remete para valores estritamente literários, com romances visitando a poética de João Cabral, de Drummond, de Graciliano e até de autores do movimento pré-modernista brasileiro. É uma jovem e dispersa tendência – que talvez se firme ou não. Cabe ao pesquisador arguto primeiro mapeá-la com isenção e, depois, acompanhar seu desenrolar. O que ela seria? Um mero desdobramento da pós-modernidade? Ou estaríamos diante de uma tendência que, agregando tônus, pode vir a superar o pós-moderno?

Qualquer que seja a resposta, o certo é que essa jovem e dispersa tendência, que poderíamos chamar de pós-pós, volta-se para a exposição de relações humanas mais delicadas e consentâneas da necessidade de uma sociedade menos bestializada – sociedade que o pós-moderno, por excesso de individualismo de uma economia liberal vencedora, acabou por priorizar. Do ponto de vista das categorias literárias sente-se o retorno do emprego metafórico e simbólico da linguagem e da poética. A língua portuguesa aparece mais caprichada e são abandonadas a indigência lexical e a oralidade propositalmente vulgarizada. Constata-se o uso mais frequente de técnicas gráficas como o velho travessão, por exemplo, diante da fala dos personagens, refletindo a presença mais assídua do narrador onisciente, além da diminuição drástica do emprego do palavrão e da violência gratuita. A fragmentação do texto e do sujeito, tão tipicamente pós-moderna, parece perder força. As narrativas são mais descritivas, volta insidiosamente o enredo. O regionalismo entra em foco e, então, o conflito campo versus cidade passa a reviver a província como o lugar do homem mais puro, sem o choque da violência e da efemeridade nociva da urbe. O amor – visto, em geral, no pós-moderno como algo piegas – entra devagarzinho em cena no lugar do sexo e da cocaína insaciáveis. As descrições das cenas de extrema violência parecem estancar antes do jorro cinematográfico do sangue.

A brutalidade das narrativas da intitulada Geração 90 vai desaparecer? A classe média, não só os especialistas em letras, vão voltar a ler romances?

Pela relativa diminuição da “fissura” dos blogs, segundo relato de alguns professores, os jovens blogueiros e twitteiros parecem estar se perguntando: “de que adianta uma escrita democratizada, para nós, jovens escritores que buscamos ingressar no mercado editorial, se não atendemos a um mercado de leitores? Só vou me sentir um verdadeiro escritor quando o meu texto no blog for publicado por uma editora” – eis um pensamento que, não raro, ouve-se por aí. Não se pode ainda esquecer do iminente impacto dos leitores de e-books no mercado editorial e as resultantes transformações em todas as esferas que englobam a ficção. Ocorrerá uma maior democratização da literatura? O recente concurso da Academia Brasileira de Letras de contos no Twitter, por exemplo, aumentará o público leitor? Quais as mudanças no fazer ficcional e na recepção das obras literárias?

A ficção brasileira do último decênio aponta novas veredas de composição literária. Cabe ao crítico atentar para os sinais de esgotamento de uma estética violenta, fragmentada e febril e para as consequentes bifurcações estilísticas de um movimento pós-pós-modernismo.

sábado, 3 de abril de 2010

“Semana Marx”.



De 5 a 9 de abril o Setor de Estudos em Cidadania, Trabalho e Teoria Social (SECTS-PPSS) e os programas de Pós-Graduação em Serviço Social, Filosofia e História (CCHLA), com o apoio da ADUFPB, a Universidade Federal da Paraíba, campus de João Pessoa, sediará a “Semana Marx”.

O evento contará com o mini-curso “Iniciação à Leitura de O Capital” e com a mesa-redonda “As tramas de Marx: filosofia, História e Política”. O curso será ministrado a partir das 9h, na Sala 402 do Centro Humanístico (CCHLA), pelo professor Mauro Castelo Branco de Moura, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do Grupo de Trabalho Marxismo da ANPOF (Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia).

Os interessados podem fazer a inscrição gratuitamente na Secretaria da Pós-Graduação em Serviço Social. As vagas são limitadas.

No decorrer do curso os alunos vão debater as partes mais relevantes do Livro I de O Capital, com ênfase para as duas primeiras seções. Os participantes precisam estar munidos de um exemplar do Livro I, mas de acordo com a organização do evento é possível imprimir uma versão xerografada no ato da inscrição.

Já no dia 8 de abril, a partir das 19 horas, no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), será realizada a mesa-redonda “As tramas de Marx: Filosofia, história e política”, com a participação dos professores Mauro Castelo Branco (PPGF-UFBA), Jaldes Reis de Meneses (PPGSS/PPGH-UFPB) e Antônio Rufino (PPGF-UFPB).

A obra

Escrita por um judeu alemão do século XIX, um cosmopolita em plena Era Vitoriana, sob o signo da totalidade, os manuscritos de Marx revolucionaram os campos da política, economia, filosofia e a história. Talvez somente Darwin e Freud, entre os cientistas da modernidade, se igualem em influência a Marx - criaram territórios teóricos e vocabulários novos, incorporados às multifaces da contemporaneidade.

Mais detalhes pelo telefone (83) 3216 7330.

Corrupção - é tudo ou nada!

Alice Jay - Avaaz.org
)

Caros amigos,

Chegou a hora: dia 7 de abril será a votação do Projeto de Lei Ficha Limpa. Nossos deputados têm uma escolha -- votar a favor da lei e remover criminosos da política, ou ficar do lado dos corruptos ao custo de toda a nação.

Não será uma vitória fácil, forças corruptas estão resistindo bravamente – somente uma mobilização massiva poderá vencê-los. Esta é a reta final para pressionar nossos deputados a votarem a favor da política limpa no Brasil -- assine a petição no link abaixo, ela será entregue diretamente ao Congresso:

http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl

Se a Ficha Limpa passar, candidatos que cometeram crimes sérios como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e assassinato, serão removidos das eleições de outubro. Este pode ser um enorme passo para livrar o Brasil de uma classe política corrupta.

Através de muita pressão popular do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e da Avaaz, nós ajudamos a introduzir esta lei e aprová-la para votação. Porém se ela passar, vários partidos políticos irão ver seus candidatos desqualificados das eleições de outubro, portanto muitos vão tentar barrá-la no Congresso. Nós não podemos perder esta oportunidade histórica – vamos mobilizar milhares de brasileiros nesta reta final -- assine a petição abaixo:

http://www.avaaz.org/po/brasil_ficha_limpa/?vl

Em um movimento histórico, mais de 1.6 milhões de brasileiros já levantaram as suas vozes contra a corrupção na política. Nós não podemos perder agora -- cada nome conta – encaminhe este alerta para todos que você conhece!

Com esperança,

Alice, Graziela, Paula, Paul, Ricken, Pascal, Benjamin, Ben e toda a equipe Avaaz

Saiba mais sobre a Ficha Limpa:

Site do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral:
http://www.mcce.org.br/

Projeto Ficha Limpa deve ser votado pela Câmara dia 7 de abril:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/23/politica,i=181531/PROJETO+FICHA+LIMPA+DEVE+SER+VOTADO+PELA+CAMARA+DIA+7+DE+ABRIL.shtml

Movimento online renue 200 mil brasileiros em torno de campanhas como "Ficha Limpa":
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2010/03/09/movimento+online+reune+200+mil+brasileiros+em+torno+de+campanhas+como+ficha+limpa+9421354.html

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral consegue assinaturas necessárias para levar Projeto Ficha limpa ao Congresso:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/09/17/politica,i=142687/MOVIMENTO+DE+COMBATE+A+CORRUPCAO+ELEITORAL+CONSEGUE+ASSINATURAS+NECESSARIAS+PARA+LEVAR+PROJETO+FICHA+LIMPA+AO+CONGRESSO.shtml

Autoridade dourada e fascista

FOTO BY A TARDE -SALVADOR -BA

(notícia enviada pelo colaborador do Blog Prof .Ranulfo Cardoso-PB.)
por Jean Wyllys

SALVADOR, BA, 10.03.2010


O sucesso do gaúcho Marcelo Dourado junto às audiências do BBB10 levanta um problema fundamental da vida humana: o desejo - às vezes inconsciente – da maioria por autoridades perversas. A autoridade perversa é, segundo a psicanálise, aquela inevitavelmente masculina, narcisista, pesada, auto-interessada arbitrária e, quase sempre, tirânica. E esse tipo de autoridade tem um apelo misterioso junto às massas.

Freud já tinha dito que nós, seres humanos, temos uma espécie de fome de dominação e de ordem que se acentua nos momentos em que a vida nos parece desordenada e confusa. Partindo dessa proposição freudiana, é possível dizer que a presença dos “coloridos” e de seus simpatizantes no BBB10 e suas “licenciosidades” ou “libertinagens” perturbaram as audiências heterossexuais e tradicionais.

É como se o fato de o programa abrigar um “sapatão”, uma drag queen e uma “bicha” andrógina pós-adolescente, bem como uma desinibida dançarina de boate, uma policial militar boquirrota e que se diz sexualmente desenfreada e um judeu editor de pornografia; é como se o fato de o programa abrigar essa fauna diversa ameaçasse os valores morais das audiências heterossexuais e zelosas da família tradicional; como se derrubasse suas certezas e mergulhasse suas vidas interiores num caos.

Por isso, Marcelo Dourado, ao se opor explicitamente à “licenciosidade” dos coloridos, emergiu como o líder de caráter fascista, que satisfaz a vontade geral de ordem e segurança. Quando as pessoas são assoladas por dúvidas, esse tipo de líder traz a segurança da “verdade”; do que é “verdadeiro” e “certo”, logo, confortável. Não por acaso Dourado cresceu na preferência dessas audiências depois da afirmação de que homens que transam apenas com mulheres não se infectam por HIV, o vírus da AIDS.

Nada mais confortável para uma maioria ameaçada por uma doença ainda incurável que saber que a mesma não lhe pode atingir, mas, apenas aqueles cujos modos de vida ela reprova, ou seja, os homossexuais. Essa afirmação de Dourado é equivocada e preconceituosa, é claro, mas, o líder fascista também se caracteriza por carisma capaz de levar as massas a engolir mentiras como se fossem verdades. Líderes assim são especialmente atraentes para jovens e mulheres, que são a maioria entre as audiências do BBB.

Dourado encarna a totalidade das aspirações da maioria heterossexual, mesmo que as audiências que lhe apóiam não estejam conscientes dessas aspirações (com certeza não estão, por isso, é que procuram justificar seu apoio ao gaúcho e sua identificação com a homofobia do mesmo no fato de ele “dizer as coisas na cara, mesmo as mais desagradáveis”).

Dourado tem as características daquele “ridículo tirano” a que Caetano Veloso se refere na letra de Podres poderes, ou seja, é tirano, mas, é passível de provocar riso. Há, por exemplo, quem ache muita graça em vê-lo arrotar à mesa. Aliás, não foi sobre Caetano Veloso que Marcelo Dourado disse que gostaria de vomitar? Sintomático.. .

Esse tipo de líder permite alguns excessos, mas, sob certas condições prescritas. Por exemplo, Dourado tolera as excentricidades de Serginho desde que ele não fale de suas relações sexuais nem se oponha deliberadamente à ordem heterossexual que ele defende. Ora, é fácil tolerar um gay quando ele tem homofobia internalizada, é despolitizado, está reduzido ao estereótipo da “bicha louca” e, por isso mesmo, justifica a opressão que a maioria heterossexual exerce contra os homossexuais. Logo – e entendam isso de uma vez por todas - o gaúcho não deixa de ser homofóbico por causa dessa aproximação com Sérgio, muito pelo contrário.

Como eu sei que todo líder fascista é auto-interessado, eu não me deixei seduzir pelos elogios de Dourado à minha pessoa, afinal, ele sabe que eu gozo de alguma popularidade e prestígio, logo, não me criticaria abertamente; ao contrário, principalmente quando há um milhão e meio de reais em jogo. Por essa grana, ele sempre faz o jogo de “assoprar depois de morder”, ou seja, de posar de bacana depois de uma cena de fúria homofóbica, como naquela em que xingou Dicésar de “viado”, ressaltando, nesta palavra, toda sua carga negativa (sem contar que oposição “viado” versus “homem”, presente em sua frase para Dicésar, é típica da estupidez homofóbica e machista de quem não quer ver ou finge não saber que todo “viado” também é homem; alguns são até mais homens que o próprio Dourado, no sentido de que sabem conviver com os diferentes e respeitá-los verdadeiramente, sem interesses).

Sua ascensão é parte da histórica necessidade que a maioria tem de verdade, de ordem, de lei e de rei. Mas, ao mesmo tempo, essa necessidade pode resultar na destruição de méritos importantes dos seres humanos, como a democracia, as liberdades civis e o direito de livre expressão das sexualidades e de outros modos de vida que não aqueles celebrados em comerciais de margarina.

E por que venci a quinta edição mesmo sendo gay assumido? Ora, porque todas as minhas outras qualidades ficaram maiores que a minha orientação (era como se as pessoas desculpassem o fato de eu ser gay por ser, ao mesmo tempo, honesto, íntegro, bom e inteligente); porque eu era o único em um grupo majoritariamente heterossexual, logo, não representava uma ameaçava às audiências; e porque minha história de vida se parece com a de todo brasileiro que vence a pobreza através da educação; e porque eu apenas disse que era gay, não vivi minha sexualidade (e foi me comportando assim que consegui negociar minha permanência). Ficou difícil torcer contra mim. No BBB10, a maioria das audiências encontrou as condições ideais para voltar à velha homofobia.


Jean Wyllys é escritor e jornalista

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Livraria Cultura desmente boatos de que sairá do Recife Antigo Publicado

Do JC Online

A Livraria Cultura está no Recife desde 2004

Os boatos de que a Livraria Cultura, localizada no Recife Antigo, se mudaria para o Shopping Recife causou muita repercussão no Twitter. A Assessoria de Imprensa da rede de lojas instalada em cinco cidade no País se apressou em desmentir a informação: "Não estamos de mudança de local no Recife", disse.

Segundo a Livraria Cultura, não houve nenhuma conversa com o Shopping Center Recife para a instalação de uma loja no local.

Uma nota divulgada na imprensa local ajudou a dar força ao boato. Segundo o texto, um dos motivos para a mudança seria o volume de vendas da Saraiva Mega Store, que praticamente não tem concorrentes no shopping.

A assessoria informou que, no ano passado, a unidade do Recife teve um crescimento de 15%,que o movimento na loja é satisfatório e que eles "estão satisfeitos com o desempenho no Paço Alfândega".

"Nós estudamos propostas enviadas por shopping centers antes de instalarmos unidades em outras cidades. Soubemos que vão construir um novo shopping no Recife. Talvez o boato possa ter começado a partir disso", afirmou, por telefone, Thaís Arruda, responsável pela Comunicação da Livraria Cultura.

A Livraria Cultura tem nove lojas presentes em cinco cidades no País. No Recife, está presente desde 2004 e foi inaugurada com o Shopping Paço Alfândega.

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