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sábado, 29 de maio de 2010

José Nêumanne Pinto e um falatório Impreciso no Jornal do SBT

O paraibano José Nêumanne Pinto, não tem vigor em suas aparições diárias no Jornal do SBT, em se tratando de comentarista político;é frágil, sem densidade no seu discurso o que o leva a uma desmesura discursiva política e sem atrativo ao Jornal de Nascimento-SBT- que exibe qualidade derrapando neste comentarista paraibano.Não tem vigor nem força em seus comentários!!!!!!!!!!!
Uma pena para um jornal que vem desafiando o famoso Jornal da Globo, que está em total decadência editorial e de pauta.

Crónica de uma família à beira de um ataque de nervos


Crónica de uma família à beira de um ataque de nervos
por NUNO CARVALHOOntem


Terceira edição da Festa do Cinema Italiano apresenta hoje, como filme de encerramento, a mais recente obra de Ferzan Özpetek, numa sessão com a presença do realizador.

A condição dos homossexuais é um tema frequente na obra de Ferzan Özpetek, realizador italiano de origem turca, e abertamente gay, que se estreou na realização em 1997 com Il Bagno Turco. Uma temática que o autor volta a abordar no seu mais recente filme, Mine Vaganti (escolhido para encerrar a 3.ª edição da Festa do Cinema Italiano e a exibir hoje, pelas 21.30, no Cinema Monumental).
A oitava longa-metragem de Özpetek é uma comédia dramática centrada numa família italiana da alta burguesia em que cada membro oculta um segredo atrás de uma fachada de conveniências. O filme centra-se em Tommaso (Riccardo Scamarcio), um dos três filhos de um clã que detém uma fábrica de massas, que ao regressar a casa da família, depois de uma estada em Roma (onde os pais julgam que se prepara para dar continuidade ao negócio familiar, mas onde realmente faz estudos de literatura com vista a tornar-se escritor), se prepara para revelar o segredo que o atormenta - o facto de ser homossexual. Mas quando o seu irmão Antonio (Alessandro Preziosi), roubando- -lhe o momento em que se preparava para sair do armário, se declara gay perante toda a família, Tommaso vê-se obrigado a calar o seu segredo por temer pela saúde do pai (Ennio Fantastichini), que sofre um ataque cardíaco ao ouvir a inesperada revelação.
Özpetek e o argumentista Ivan Cotroneo voltam a abordar o tema da "saída do armário" neste filme que cruza a comédia de costumes com o melodrama sentimental para encenar em tom de suave farsa (fazendo um uso deliberado do estereótipo) a "tragédia" que representa para muitos pais de espírito conservador (e certamente egoísta) o facto de terem um filho gay. Num estilo acessível, Mine Vaganti retrata com humor, mas também com dureza, o absurdo e o erro dos que vêem como maldição aquilo que na verdade não o é.

Próxima terça-feira dia 1 de junho nossas florestas irão sofrer um ataque perigoso

Próxima terça-feira dia 1 de junho nossas florestas irão sofrer um ataque perigoso – deputados da “bancada ruralista” estão tentando destruir o nosso Código Florestal, buscando reduzir dramaticamente as áreas protegidas, incentivando o desmatamento e crimes ambientais.

O que é mais revoltante, é que os responsáveis por revisar essa importante lei são justamente os ruralistas representantes do grande agronegócio. É como deixar a raposa cuidando do galinheiro!

Há um verdadeiro risco da Câmara aprovar a proposta ruralista – mas existem também alguns deputados que defendem o Código e outros estão indecisos. Nos próximos dias, uma mobilização massiva contra tentativas de alterar o Código, pode ganhar o apoio dos indecisos. Vamos mostrar que nós brasileiros estamos comprometidos com a proteção ambiental – clique abaixo para assinar a petição em defesa do Código Florestal:

http://www.avaaz.org/po/salve_codigo_florestal/?vl

Enquanto o mundo todo defende a proteção do meio ambiente, um grupo de deputados está fazendo exatamente o contrário: entregando de mão beijada as nossas florestas para os maiores responsáveis pelo desmatamento do Cerrado e da Amazônia. Eles querem simplesmente garantir a expansão dos latifúndios, quando na verdade uma revisão do Código deveria fortalecer as proteções ao meio ambiente e apoiar pequenos produtores.

As propostas absurdas incluem:
Reduzir a Reserva Legal na Amazônia de 80% para 50%
Reduzir as Áreas de Preservação Permanente como margens de rios e lagoas, encostas e topos de morro:
Anistia aos crimes ambientais, sem exigir o reflorestamento da área
Transferir a legislação ambiental para o nível estatal, removendo o controle federal
Essa não é uma escolha entre ambientalismo e desenvolvimento econômico, um estudo recente mostra que o Brasil ainda tem 100 milhões de hectares de terra disponíveis para a agricultura, sem ter que desmatar um único hectare da Amazônia.

A proteção das floretas e comunidades rurais dependem do Código Florestal, assim como a prevenção das mudanças climáticas e a luta contra a desigualdade do campo. Assine a petição para salvar o Código Florestal e depois divulgue!

http://www.avaaz.org/po/salve_codigo_florestal/?vl

Juntos nós aprovamos a Ficha Limpa na Câmara e no Senado. Se agirmos juntos novamente pelas nossas florestas nós podemos fazer do Brasil um modelo internacional de desenvolvimento aliado à preservação.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Chávez dijo que en Argentina algunos medios "tienen una pelea con la verdad"

Chávez dijo que en Argentina algunos medios "tienen una pelea con la verdad"
17:21| El presidente de Venezuela aseguró que al igual que en su país "una buena parte de los medios, manejados por la derecha, tienen un pleito con la Patria y nosotros estamos al frente de la Patria". Y definió a Antonini Wilson como "un agente de la CIA" y "un excremento".

“Igual pasa en Caracas; yo no lo pondría como que Cristina tiene un pleito con los medios y Chávez también”, dijo Hugo Chávez. (Radio La Red)
Hugo Chávez dijo que en Argentina como en Venezuela, algunos medios tienen una pelea con la verdad. Y evitó hablar del caso de Guido Alejandro Antonini Wilson, el empresario que en agosto de 2007 intentó ingresar a la Argentina una valija con 800 mil dólares y fue interceptado por la Policía de Seguridad Aeroportuaria.
Luego de hablar de los festejos por el Bicentenario argentino del que participó junto a la Presidenta argentina y otros mandatarios latinoamericanos, el presidente de Venezuela habló de la relación de ambos gobiernos con la prensa.
"Yo no creo que tengamos peleas con los medios. Algunos medios tienen una pelea con la verdad. Son los medios que son de la derecha, de las burguesías, que le prestaron y apoyaron las dictaduras militares, apoyando gobiernos neoliberales que entregaron la Argentina", indicó el venezolano por radio La Red.
"Igual pasa en Caracas; yo no lo pondría como que Cristina tiene un pleito con los medios y Chávez también", indicó el presidente de Venezuela. "Una buena parte de los medios, manejados por la derecha, tienen un pleito con la Patria y nosotros estamos al frente de la Patria", agregó.
Además, Chávez evitó responder sobre el empresario que intentó ingresar un maletín con 800.000 dólares y dijo que prefiere "hablar de la grandeza de la relación" entre ambos países.
En diálogo con radio La Red, Chávez intentó eludir el tema: "Te quiero hablar de la grandeza de la relación entre Argentina y Venezuela y tú sigues insistiendo en el excremento". "Eso sí es esencial y ustedes siguen hablando de la maldita maleta, de los Antonini, que es un agente de la CIA, compadre", sentenció Chávez, quien fue el único presidente extranjero que participó de la cena ofrecida por Cristina Fernández de Kirchner en la Casa Rosada. La causa por el ingreso al país de Guido Alejandro Antonini Wilson está en manos del juez en lo Penal Económico de Daniel Petrone. Allí se investiga la llegada a la Argentina del empresario venezolano-estadounidense con una valija con casi 800.000 dólares, en el mismo vuelo que integraban funcionarios de las empresas ENARSA, PDVSA y el entonces titular del OCCOVI, Claudio Uberti. De esa causa, también hay otra, como desprendimiento de la principal, en manos del juez federal Marcelo Martínez de Giorgi, quien investiga posibles irregularidades en el alquiler de aviones para trasladar a quién operaba como "embajador paralelo" en Venezuela

Em João Pessoa, 60 casais estão na lista de espera para adotar uma criança cadastrada

Monique Vilante
ClickPB


O sonho de adotar uma criança pode ser adiado para muitas pessoas. Em João Pessoa, cerca de 60 casais estão na lista de espera e apenas uma criança está cadastrada para ir à adoção. Apesar de ter ocorrido uma ampliação nas preferências, como idade e sexo, o número de crianças disponíveis ainda é baixo.

De acordo com a assistente social do Juizado da Infância e da Juventude da capital, Fátima Cananéa, esta única criança cadastrada é um menino e já está em idade considerada avançada do habitual: cinco anos. Normalmente, as exigências são de meninas recém-nascidas, mas Fátima explica que isso tem mudado, pois a vontade de ter um filho é maior.

“A ansiedade dos adotantes é muito grande, muitos até compram o enxoval antes mesmo de receber a criança. São pessoas que, geralmente, gastaram muito dinheiro com tratamentos para engravidar e que esperam ansiosos pelo primeiro filho”, disse a assistente.


Crianças em abrigos

O resgate dessas crianças para abrigos acontece quando as mães alegam que precisam se organizar e procurar emprego; ou quando são vítimas de maus tratos dentro de casa ou até mesmo abandonadas.

No Brasil, existem muitas crianças em abrigos e poucas para adoção. Em João Pessoa, têm cerca de doze abrigos comportando uma média de duzentas crianças. Fátima conta que esses locais não estão lotados, mas são provisórios. Pela lei, a criança pode permanecer por dois anos num abrigo até que seja retirada. Se os pais ou algum familiar não se responsabilizar pela criança, logo ela será encaminhada para a adoção pelo Ministério Público.

Até o ano passado, havia a adoção consentida, na qual os pais biológicos abdicam do papel de pais e a criança vai diretamente para os adotantes, por uma relação de confiança que há entre as partes. Agora, esse tipo de adoção só pode acontecer com familiares (ver tipos de adoção mais abaixo)*. Fátima analisa e diz que em 2009, se comparado a esse ano, o número de criança está muito abaixo da média.


Acompanhamento

O Juizado da Infância e Juventude faz todo o acompanhamento da criança durante o processo de adoção e adaptação. Fátima diz que é preciso verificar em que condições a criança vai viver e em que ambiente ela será educada, desde seu espaço na casa dos pais até a escola em que irá estudar. Os aspirantes a pais são obrigados a fazer um curso preparatório, que orientará sobre os cuidados com a criança, principalmente sobre a hora certa para revelar a paternidade não biológica.

Para a assistente, muitos desses meninos e meninas carregam traumas psicológicos e necessitam de carinho e atenção. Ela conclui que existem muitos casais dispostos a dar amor a essas crianças. Eles só esperam que a lista aumente para realizar o sonho não só deles de terem um filho, mas de uma criança ter pais.


Quem pode adotar?

Podem adotar uma criança tanto casais como pessoas solteiras; ser maior de 18 anos e ter uma diferença de 16 anos do adotado; qualquer parente pode adotar, menos avôs e irmãos da criança; precisa apresentar boa renda e condições financeiras; não responder a processos criminais; apresentar boas condições de saúde. A partir disso, o juizado marca uma entrevista para verificar a veracidade das informações e só assim o candidato poderá fazer parte da lista de espera.



*Existem três tipos de adoção as quais chamaremos ordinária, consentida e exposta. O tipo da adoção vai depender das circunstâncias em que a criança surgiu ou que caminhos os pais procuraram para a adoção.

Adoção ordinária

É aquela feita todos os dias pela Vara da Infância e da Juventude. A primeira ação dos pretendentes à adoção se inscrevem no Cadastro Nacional de Adoção. Para entrar no Cadastro, é preciso levar à Vara da Infância e da Juventude a documentação necessária. Com a documentação aprovada, os adotantes passam por entrevistas com um psicólogo e uma assistente social. Após essas duas etapas, já está apto a adotar e inscrito no Cadastro.

Os adotantes devem informar que tipo de criança procuram e esse dado vai ser confrontado com os dados das crianças disponíveis para a adoção. Há uma fila de adotantes para aquele perfil de crianças e o casal deve esperar um tempo até que seja a sua vez e a criança esteja disponível. A fila de adotantes mais longa é daqueles que procuram uma menina, até um ano de idade, branca, logo, esse encaixe entre perfil do adotante e da criança costuma demorar um pouco mais.

Quando a criança e o adotante forem compatíveis, eles devem passar por um estágio de convivência, comumente de 15 dias, acompanhados pela Vara da Infância e da Juventude. Após esse período, o juiz anuncia sua decisão quanto à adoção.

O Acalanto não realiza nenhuma ação de apoio judicial nesses casos, mas os adotantes podem procurar o projeto para dúvidas e apoio.


Adoção consentida

A Nova Lei de Adoção modificou o Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8.069 - em vários aspectos. Há uma discussão forte sobre continuidade da adoção consentida, que antes da vigência da Nova Lei era permitida e muito comum. Na adoção consentida os pais biológicos abdicam do papel de pais e a criança vai diretamente para os adotantes, por uma relação de confiança que há entre as partes.

O Projeto Acalanto Natal entende que o Art. 166 foi ampliado e que adoção consentida foi regulamentada pelo legislador, e não extinta como tem interpretado o judiciário. Esta é uma discussão que ainda deve durar por algum tempo. Para compreender melhor o assunto leia o artigo "ADOÇÃO CONSENTIDA E A NOVA LEI DE ADOÇÃO" .


Adoção exposta

A exposição de uma criança acontece quando ela é deixada na porta de uma casa ou encontrada em abandono. Esta criança deverá ser imediatamente encaminhada a 1ª Vara da Infância e recolhida numa instituição de acolhimento. Caso a família biológica não seja localizada a criança será encaminhada para adoção e figurará na lista de crianças disponíveis.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Twitter para brasileiro ver Site prepara versão em português, revela executiva. País tem mais usuários que América Latina


LEIA NO JORNAL O GLOBO

Twitter para brasileiro ver



Site prepara versão em português, revela executiva. País tem mais usuários que América Latina

Bruno Rosa:

Twitter, site de microblogs mais popular da internet, já trabalha em uma versão para o português. De acordo com a companhia, o Brasil é um dos países estratégicos, embora inglês e japonês sejam os dois idiomas mais escritos na plataforma.

O brasileiro é um dos povos mais ativos no Twitter, confirmou Jenna Dawn, porta-voz do site americano.

Segundo a consultoria britânica comScore, há 5,945 milhões de usuários no país, cerca de 1,5 milhão de pessoas a mais que em todo o resto da América Latina, onde 4,498 milhões acessam o Twitter.

Em uma conferência com os jornais da América Latina que fazem parte do Grupo de Diarios América (GDA) — formado por 11 dos principais periódicos da região, entre eles O GLOBO — Jenna lembrou do forte crescimento do Twitter no Chile após o terremoto de fevereiro, quando o número de contas aumentou 500%.

Com isso, a empresa percebeu, segundo ela, a importância de ter o site de microblogs em diversos idiomas. Atualmente, são seis: além de inglês, espanhol e japonês, há italiano, francês e alemão.

— Se não tivéssemos Twitter em espanhol, não teríamos conhecido o impacto (da importância do idioma). O Twitter estará disponível em português, mas ainda não temos uma data para o lançamento — revelou.

O Twitter se define como um serviço aberto de informação em tempo real, em que milhões de pessoas trocam conteúdo. A informação postada deve caber em 140 caracteres.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Usinas do Rio Madeira: novos problemas trabalhistas

Usinas do Rio Madeira: novos problemas trabalhistas
BY BOLETIM BRASIL -CLIQE NO TÍTULO E VÁ AO ORIGINAL
As frentes de trabalho da empresa V.P. São Paulo, contratada para desmatar áreas que serão inundadas pela Usina de Santo Antônio, ficaram paralisadas de 9 de março a 6 de maio. Usina de Jirau também apresentou condições irregulares

Por Bianca Pyl

Centrais dentro da Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) federal e contestados por ambientalistas, as Usinas Hidrelétricas (UHEs) do Rio Madeira, em Rondônia, colecionam irregularidades trabalhistas. Duas fiscalizações realizadas recentemente nos canteiros de obras da UHE de Santo Antônio e da UHE de Jirau aumentaram o rol de problemas ligados aos empreendimentos.

As frentes de trabalho da V.P. São Paulo, contratada para desmatar áreas que serão inundadas pela Usina de Santo Antônio, ficaram paralisadas de 9 de março a 6 de maio por conta de irregularidades. Alguns equipamentos utilizados na construção da Usina de Jirau também foram interditados. Ano passado, as duas obras foram flagradas com problemas e 38 trabalhadores em condições análogas à escravidão foram libertados nas obras de Jirau.

A primeira fiscalização ocorreu entre 15 e 19 de março na V.P. São Paulo, contratada pela madeireira Madepar - que presta serviço para o consórcio Santo Antônio Energia - para a derrubada de árvores nas localidades de Riacho Doce e Vila Franciscana, às margens esquerda e direita do Rio Madeira.

Em entrevista à Repórter Brasil, a procuradora do trabalho Michelle Bastos Chermont, que participou da ação fiscal, disse que os empregados relataram que foram contratados no Pará e no Amazonas, com promessas de salários superiores aos que vinham recebendo desde que chegaram ao local.

"Eles disseram que os valores não são conforme o combinado e havia atrasos de salários", complementa Michelle, da Procuradoria Regional do Trabalho da 14ª Região (PRT -14). Além disso, a empresa reteve a Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CTPS) dos trabalhadores por até 120 dias. A V.P. São Paulo fornecia somente um uniforme aos empregados, que eram obrigados a trabalhar até com a camiseta molhada, por falta de peças para revezar. O período de trabalho dos empregados variava de 90 a 120 dias.

De acordo com Michelle, a alimentação era de "embrulhar o estômago". O cardápio era sempre o mesmo: carne com osso. O auditor fiscal Juscelino José Durgo dos Santos, coordenador da fiscalização rural da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Rondônia (SRTE/RO), confirma que a péssima alimentação era servida aos 31 trabalhadores que estavam alojados na "Vila Franciscana". "Os empregados estavam há cerca de três meses comendo carne com osso todos os dias, sem uma salada sequer", relata.

As instalações sanitárias deste alojamento também estavam em desacordo com o padrão estabelecido pela Norma Regulamentadora 31 (NR 31). "A parede era construída totalmente em madeira sem observância da altura mínima em material liso, impermeável e lavável", acrescenta.

A V.P. São Paulo disponibiliza três alojamentos para 180 trabalhadores. "Havia a previsão de chegar mais trabalhadores. Entretanto, dado as interdições, a empresa adiou as novas contratações", conta Juscelino, da SRTE/RO. Ele declara ainda que a fiscalização ainda não teve tempo de realizar uma inspeção noturna para confirmar o número de pessoas alojadas, no alojamento da Madepar, alugado pela V.P. São Paulo. Outro abrigo fica na oficina mecânica para os tratores e máquinas pesadas. "Era nesse ambiente que havia duas famílias dormindo juntamente com outros trabalhadores, sendo que no mesmo dia que nos deparamos com a situação a empresa retirou os trabalhadores e levou para um hotel. Precisamos retornar lá para confirmar se os trabalhadores ainda permanecem em hotel ou se retornaram para o local", diz Juscelino. Os outros continuaram nos alojamentos.

A fiscalização resultou na interdição de todas as frentes de obras executadas pela V.P. São Paulo. A paralisação durou até o dia 6 de maio, quando uma equipe de fiscais voltou ao local e verificou que a situação estava regularizada. "Pudemos verificar que os trabalhadores estavam com os equipamentos de proteção, havia duas ambulâncias no local e rotas de fuga", explica Juscelino.
A empresa está terminando de construir um alojamento maior, dentro da área da Madepar. As promessas incluem equipamentos de lazer, uma área só de instalações sanitárias e outra com local para descanso e pernoite. "Isso está na fase final. Creio que, com os prejuízos das interdições e retiradas do pessoal para hotéis, tenha caído a ficha de que a única forma de conduzir os trabalhos até o final sem nós no encalço deles seria regularizando definitivamente as situações".

A procuradora destacou também a ocorrência de pelo menos dois acidentes de trabalho no local e que o socorro às vítimas não foi prestado de forma adequada. "Nenhuma frente de trabalho possuía ambulância, os trabalhadores eram jogados em um carro comum e atravessavam a balsa só então recebiam atendimento médico profissional". As frentes de trabalham ficam mais de 20 km distantes da cidade. Outras irregularidades relacionadas à Saúde e Segurança do Trabalho (SST) apurada pelos fiscais foram a falta de rotas de fuga e o fornecimento inadequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Os fiscais ainda não analisaram a documentação para saber se a empresa pagou os salários dos trabalhadores durante o período de interdição. Por enquanto, foram lavrados quatro autos de infração. A fiscalização não se encerrou.

A ação foi motivada por uma denúncia do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Estado de Rondônia (STICCERO) que esteve no local e fotografou a situação dos trabalhadores.





Imagens captadas durante a visita do sindicato
em janeiro deste ano (Foto: Danny Bueno)

Em setembro do ano passado, os trabalhadores das duas obras fizeram uma greve geral para reivindicar melhorias nos salários e nas condições de trabalho. De acordo com nota divulgada pelo STICCERO as denúncias "vão desde assédio moral, maus tratos, desvio de funções, falta de assistência médica, falta de ambulâncias, ameaças de demissões, alimentação estragada, não pagamento de horas extras, regime de semi-escravidão, uso de força policial ambiental para coagir trabalhador, agressões físicas, apropriação de objetos pessoais, alojamentos inabitáveis, transporte coletivo de péssima qualidade, retenção de carteiras de trabalhos, falta de equipamento de segurança adequado e uma lista infindável de absurdos".

Precedentes
O grupo especial de auditorias em obras de infraestrutura, do Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho (DSST), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), constatou problemas trabalhistas na UHE Santo Antônio, em março de 2009. A obra é tocada pelo consórcio Santo Antônio Energia, composto por empresas como Odebrecht, Andrade Gutierrez, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e Furnas Centrais Elétricas, além de sócios quotistas como o Banco Santander.

Na ocasião, auditores emitiram 48 autos de infração por conta das irregularidades nas obras de Santo Antônio - entre elas, a terceirização ilícita. "Cerca de 100 trabalhadores prestavam serviços e foram considerados como terceirização ilícita", acrescenta o auditor fiscal do trabalho Carlos Paixão, coordenador do grupo especial na época.

Jirau
O grupo especial de infraestrutura do DSST lavrou 330 autos de infração nas obras da UHE de Jirau. A fiscalização interditou uma série de equipamentos que apresentavam riscos, como lanchas e balsas usadas na travessia do rio, veículos para transporte de explosivos e guindastes usados na elevação de cargas pesadas. A fiscalização também determinou a paralisação do corte da mata para a instalação da usina. O grupo do MTE passou dez dias no canteiro de obras. A visita será refeita em junho, para checar eventuais providências tomadas.

No ano passado, a situação encontrada pelos fiscais incluía um grupo de 38 pessoas em situação análoga à escravidão. Os trabalhadores foram libertados pela SRTE/RO e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em setembro do ano passado. As vítimas estavam trabalhando para a Construtora BS, que presta serviço à Energia Sustentável do Brasil (Enersus), consórcio responsável pela construção de Jirau formado por GDF Suez , Camargo Corrêa, Chesf e Eletrosul.

Foram aliciados em Parnarama (MA) por intermediários, que prometeram salários de até R$ 1,2 mil. Eles tiveram que arcar com os custos da viagem da cidade de origem até Sorriso (MT), onde a Construtora BS mantém sua sede. "Do Mato Grosso para Rondônia, a empresa arcou com o transporte. Porém, a irregularidade se deu na forma como os trabalhadores foram arregimentados e pelo fato deles terem que pagar o primeiro trecho da viagem", explica Francisco José Pinheiro Cruz, da Procuradoria Regional do Trabalho da 14ª Região (PRT-14). Atraídos pelos ganhos, descobriram que receberiam salário mínimo e seriam submetidos a um regime de dívidas quando chegaram ao canteiro de obras.

A Repórter Brasil não conseguiu o contato da empresa V.P. São Paulo. A assessoria de imprensa do Consórcio Santo Antônio de Energia informou não ter o contato da empresa. Os empreendimentos no Rio Madeira compõem o rol de obras mais caras do PAC do governo federal e contam com financiamento público do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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