REDES

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Marina morena, Marina voce se pintou... mas faça o favor...


Marina, morena Marina, você se pintou diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o grito da Terra e o grito dos pobres, como diz Leonardo.

Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?

Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram as famiglias que controlam a informação no país. E elas não só decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O Estadão dixit: Serra deve ser eleito.

Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz. Sacaram da manga um ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.

Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul. Azul tucano. Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos inimigos viscerais.

Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia não cansa de propagar a vitória da Marina. Não aceite esse presente de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a sua luta e contra quem ela se dirige.

Marina, você faça tudo, mas faça o favor: não deixe que a pintem de azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que pensem que para você tanto faz. Que os percalços e dificuldades que você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os 500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive na senzala. Não deixe que pintem esse rosto que o povo gosta, que gosta e é só dele.

Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de comunicação. Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu.
Professor de filosofia da UFES, autor de Iara e a Arca da Filosofia (Mercuryo Jovem), dentre outros.

Marilena Chauí tritura a mídia golpista

REPRODUZO DO BLOG DO MIRO CLIQUEM NO TÍTULO E LEIAM O ORIGINAL



Reproduzo entrevista concedida ao jornalista João Peres, publicada na Rede Brasil Atual:

Em entrevista exclusiva à Rede Brasil Atual, a professora de filosofia da USP aponta setores ruralistas e classe média urbana como focos de anti-Lula. Ela faz reiteradas críticas à ameaça à liberdade de expressão provocada pela concentração dos meios de comunicação.

Marilena Chauí pensa que a velha mídia está nos seus estertores. A filósofa e professora da Universidade de São Paulo (USP) entende que o surgimento da internet, o crescimento das alternativas e as atuais eleições delineiam o fim de um modelo.

A professora, que deixou de escrever e de falar para a velha mídia por não concordar com a postura de vários desses veículos, entende que a imprensa tem papel fundamental para a ausência de debate de temas-chave nas atuais eleições, alimentando questões que favorecem à candidatura de José Serra (PSDB).

Ela considera que não é possível falar de democracia quando se tem o poder da comunicação concentrado em poucas famílias, sem que a sociedade tenha a possibilidade de contestação. Após ato pró-Dilma Rousseff (PT), na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro da capital paulista, a filósofa manifestou à Rede Brasil Atual que os ruralistas e a classe média urbana são os setores que alimentam o ódio a Lula.

Marilena Chauí aponta, sempre em meio a muitos gestos e a uma fala enfática, que o presidente jamais será perdoado. O motivo? Combateu a desigualdade no país.

Acompanhe a seguir os principais trechos da entrevista:

O único ponto aparente de consenso entre os institutos de pesquisa é quanto à aprovação do governo Lula. Que grupos estão entre os 4% da população que consideram ruim ou péssimo o desempenho do presidente?

É um mistério para mim. Tudo que tenho ouvido, sobretudo no rádio, em entrevistas sobre os mais diversos temas, vai tudo muito bem. Os setores que eu imaginaria que diriam que o governo ruim não são. Surpreendentemente.

Mas há dois setores que são "pega pra capar". Um é evidentemente a agroindústria, mas é assim desde o primeiro governo Lula. Eles formam esse mundo ruralista que o DEM representa. Não são nem adversários, são inimigos. Inimigos de classe.

O segundo setor é a classe média urbana, que está apavorada com a diminuição da desigualdade social e que apostou todas suas fichas na ideia de ascensão social e de recusa de qualquer possibilidade de cair na classe trabalhadora. Ao ver o contrário, que a classe trabalhadora ascende socialmente e que há uma distribuição efetiva de renda, se apavorou porque perdeu seu próprio diferencial. E seu medo, que era de cair na classe trabalhadora, mudou. Foram invadidos pela classe trabalhadora.

Os trabalhadores têm reconquistado direitos e, com isso, setores do empresariado reclamam que há risco de perda de competitividade pelo mercado brasileiro.

Isso é uma conversa para a campanha eleitoral. É coisa da Folha, do Estadão, do Globo, da Veja, não é para levar a sério. E se você for lá e pedir para provar (que perderia competitividade), vão dizer que não falaram, que foi fruto das circunstâncias. Eles sabem que é uma piada isso que estão dizendo, não tem qualquer consistência.

A senhora passou por uma situação parecida à da psicanalista Maria Rita Kehl, agora dispensada pelo Estadão por ter elogiado o governo Lula...

Não foi parecida porque não fui demitida. Eu disse a eles que me recusava a escrever lá. Tanto no Estado quanto na Folha. Tomei a iniciativa de dizer a eles que não teriam minha colaboração.

Quando li o artigo da Maria Rita Kehl, pensei mesmo que poderia dar algum problema. Como é que o Estadão deixou o artigo sair? Era de se esperar que houvesse uma censura prévia.

Agora, se você tomar o que aconteceu nos últimos oito ou nove anos, vai ver que houve uma peneirada e uma parte das pessoas de esquerda simplesmente desistiu de qualquer relação com a mídia. Outras tiveram relação esporádica em momentos muito pontuais em que era preciso se expressar publicamente.

Houve, em um primeiro momento, um deslocamento das pessoas de esquerda para o Estadão, mas um deslocamento que não tinha como durar porque o jornal não tinha como abrigar esse tipo de pensamento.

Desapareceu para valer qualquer pretensão da mídia até mesmo de se oferecer sob uma perspectiva liberal. E sob uma perspectiva democrática. É formidável que no momento em que dizem que nós, do PT, ameaçamos a liberdade de imprensa, eles demitam a Maria Rita.

O que acho, com o segundo turno das eleições de Lula e as eleições da Dilma, é que há um estilo de mídia que está nos seus estertores. O fato de que haja internet e mídia alternativa que se espalha pelo Brasil inteiro muda completamente o padrão.

Passa-se de jornais que tinham função de noticiar para jornais que têm a função de opinar, o que é um contrassenso. A busca pela notícia faz com que não se vá mais em direção ao jornal, vá se buscar em outros lugares.

Em períodos eleitorais, tem sido recorrente a associação entre mídia e partidos políticos. Qual a implicação disso na tentativa de consolidação da democracia?

Isso é o que atrapalha a democracia do ponto de vista da liberdade do pensamento e de expressão. O que caracteriza uma sociedade democrática é o direito de produzir informação e de receber informação, de modo que possa circular, ser transformada. O que se tem é a ausência da informação, a manipulação da opinião e a mentira.

Acabo de ver em um site a resposta do Marco Aurélio Garcia (um dos coordenadores de campanha de Dilma) à manchete da Folha. Como é que a Folha dá manchete falando que Dilma vai tirar a questão do aborto do programa de governo se essa questão não está no programa? É dito qualquer coisa.

Desapareceu o compromisso mínimo com a verdade, o compromisso mínimo com a informação. É uma coisa de partido, puramente ideológica, perversa, de produção da mentira. Isso me lembra muito um ensaio que Hannah Arendt escreveu na época da Guerra do Vietnã. Ela comentava as mentiras que a TV, o rádio e os jornais apresentavam. Apresentavam a vitória no Vietnã, até o instante em que a mentira encontrou um limite tal nos próprios fatos que a verdade teve que aparecer. Ela chamou isso de crise da República, que é quando tem a mentira no lugar da informação. Ou seja, a desinformação. Isso não serve para a democracia.

O governo Lula teve, internamente, a convivência de polos opostos. Talvez tenha sido o primeiro a ter, por exemplo, Ministério de Desenvolvimento Agrário voltado a agricultura familiar e dialogando com o MST e o Ministério da Agricultura, voltado para o agronegócio. O governo e o presidente se saíram bem na tarefa de fazer opostos conviverem?

Sim. E isso é um talento peculiar que o presidente Lula tem, de ser um negociador nato. Como uma boa parte do trabalho do governo foi feita pela Casa Civil, podemos dizer que Dilma Rousseff tem a capacidade de fazer esse trânsito e essa negociação.

Mas como explicar as reações provocadas?

Duas coisas são muito importantes com relação ao atual governo. A primeira é que o governo Lula jamais será perdoado por ter enfrentado a questão da desigualdade social. Lula enfrentou a partir da própria figura dele. O fato de você ter um presidente operário, que tem o curso primário (Lula tem o ensino médio completo), significou a ruína da ideologia burguesa. Todos os critérios da ideologia burguesa para ocupar este posto (Presidência da República), que é ser da elite financeira, ter formação universitária, falar línguas estrangeiras, ter desempenho de gourmet... Enfim, foi descomposta uma série de atrativos que compõem a figura que a burguesia compôs para ocupar a Presidência. Ponto por ponto.

A burguesia brasileira e a classe média protofascista nunca vão perdoar isso ter acontecido. Imagine como eles se sentem. Houve (Nelson) Mandela, Lula, (Barack) Obama, (Hugo) Chávez. É muita coisa para a cabeça deles. É insuportável. É a sensação de fim de mundo.

Tudo que fosse possível fazer para destruir esse governo foi feito. Por que não caiu? Não caiu porque foi capaz de operar a negociação entre os polos contrários. Isso é uma novidade no caso do Brasil porque, normalmente, opera-se por exclusão. O que o governo fez foi operar por entendimento. E a possibilidade de corrigir uma coisa pela outra.

Agora, há milhares de problemas que o próximo governo vai ter de enfrentar. Não podemos cobrar de nós mesmos que façamos em oito ou em 16 anos o que não foi feito em 500. Mas quando se olha o que já foi feito, leva-se um susto. A redução da desigualdade, a inclusão no campo dos direitos de milhões de pessoas, o Luz para Todos, a casa (Minha Casa, Minha Vida), o Bolsa-Família, a (geração de empregos com) carteira assinada... É uma coisa nunca feita no Brasil.

A sra. faz uma avaliação muito positiva do governo. Por que essas medidas não ocorreram antes?

Alguém tinha de vir das classes trabalhadoras para dizer o que precisa fazer no Brasil. Os governos anteriores sequer levavam em conta que isso existia. O máximo que existia era o incômodo de ver essa gente pela rua, embaixo da ponte, fazendo greve, no ponto de ônibus, caindo pelas tabelas na condução pública. Era uma coisa assim que incomodava - (diziam:) "é meio feio, né? É antiestético". O máximo de reação que a presença de classes populares causava era por serem antiestéticos. É a primeira vez que essa classe foi levada a sério.

Eles vão estrebuchar, vão gritar, vão xingar. Vão pintar a saracura, como diria minha mãe. Mas é isso aí. Deixa pintar a saracura que nós ficamos em pé.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Um mosaico cultural em construção


Documentário apresenta debate polifônico entre 100 realizadores da cultura brasileira


05/10/2010


Cristiano Navarro
da Redação




Na maioria das vezes, quem lê, ouve ou assiste não sabe o que está por trás de um produto cultural. Furando o pano dos cenários das artes, o documentário multimídia “Produção Cultural no Brasil” traz por meio de 100 entrevistas o pensamento e as ações de gestores, produtores, diretores, trabalhadores de bastidor e ativistas.

Os depoimentos sobre a cultura brasileira contemporânea têm seis minutos cada e estão sendo colocados em uma plataforma livre na internet:http://www.producaocultural.org.br.

Inezita Barroso from FLi Multimídia on Vimeo.



Publicado a partir de setembro, é possível interagir com o projeto em redes sociais – como Twitter, Orkut e Facebook –, dialogando com seus realizadores. O internauta pode ainda baixar as transcrições, fotos, vídeos e áudios das entrevistas para utilizar como desejar.

Em novembro, quando todos os 100 personagens estiverem incluídos na página, cinco livros serão editados e lançados com os 600 minutos de depoimentos completos. Os exemplares serão distribuídos para as bibliotecas nacionais e universitárias e, ao mesmo tempo, ficará integralmente disponível para download gratuito.

O projeto é realizado pela Casa da Cultura Digital, a Cinemateca Brasileira, a Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) e o Ministério da Cultura. Segundo Rodrigo Savazoni, da Casa de Cultura Digital, a idéia do “Produção Cultural” é ser um guia básico para todos que queiram trabalhar com cultura no Brasil, nas diferentes funções que o setor mobiliza.

Savazoni explica que, na escolha dos participantes, alguns critérios, sem muita rigidez, foram respeitados. “Os aspectos regionais, de ter gente de todos os cantos do país, foi algo que se buscou. Também questões étnico-raciais e de gênero foram respeitadas. Também procuramos trabalhar nomes de diferentes gerações, para produzir um mínimo de contraditório. O projeto é ecumênico. Tem gente que sente falta de um determinado tipo de representação, um ou outro nome importante não topou participar”.

Compondo um panorama diverso, o projeto envolveu figuras independentes, populares e de mercado, que vão de algumas mais conhecidas como o diretor do Teatro Oficina, José Celso Martinez, e o produtor musical, Nelson Motta, até o poeta fundador da Cooperifa, Sérgio Vaz, e o percussionista e dirigente do Maracatu Paiba de Ouro, Manoel Salustiano Filho.

No documentário, os pontos de vista são apresentados de lugares sociais distintos e apontam caminhos diferentes que, inclusive, se chocam. A polifonia e o formato não linear de leitura constroem um mosaico de opiniões sobre o papel do Estado junto à cultura, propriedade intelectual, formas de produção, entre outros temas. “Não existe democracia sem conflito, um aspecto fundamental para o avanço da sociedade. Mas a minha sensação é que estamos vivendo em um país que está aprendendo a conviver com a diversidade de opiniões, que quer dialogar, que quer encontrar soluções para seus desafios, sem reduzir toda e qualquer questão a uma visão maniqueísta”, comenta Savazoni.

Para além do que vai ao ar até novembro, a plataforma multimídia “Produção Cultural Brasileira” é um catálogo de consulta aberto que, por meio da participação do público, pode ser permanentemente construído com novas entrevistas. Ou, como destaca Savazoni, “a principal riqueza desse trabalho é o de apresentar as múltiplas vozes num plano comum, onde todos de alguma maneira nos encontramos”.

A seguir, alguns trechos extraídos dos depoimentos:


André Midani, executivo da indústria fonográfica


“Olha, eu vou te dizer, é muito difícil para falar de política cultural num país como o Brasil. Muitas vezes, eu acho que esse 'debate de política cultural' é uma grande injustiça com as classes menos favorecidas que não precisam de cultura, elas precisam de educação, elas precisam de hospital, elas precisam de coisas que posteriormente permitirão a eles o acesso a cultura.”


José Celso Martinez Corrêa, Diretor do Teatro Oficina


“A gente descobriu a geração de 68, que me fez a cabeça e o corpo – fez tudo, entendeu –, praticamente esta geração de 68, eu acho que foi muito sacrificada. Eu tinha 30 anos, os jovens tinham 20: eles foram massacrados porque eles não podiam mais fazer aquilo que eles tinham todo o talento para fazer.”


Sérgio Vaz, Poeta e fundador da Cooperifa

“Meu, a Cooperifa é um movimento cultural, não é um lugar, é um sentimento, é um lugar em que a gente construiu uma nova auto-estima para o bairro, para a gente. [...] Para nós, a Cooperifa é a nossa Primavera de Praga, é a nossa bossa nova, é a nossa tropicália, é uma coisa que está acontecendo em nossas vidas e é a primeira vez – e todo mundo que faz a coisa pela primeira vez é muito mais intenso.”

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Um museu na Espanha está expondo brinquedos e bonecos pouco convencionais criados por artistas revolucionários, como Pablo Picasso e Paul Klee.

Clique no título e veja as imagens

Um museu na Espanha está expondo brinquedos e bonecos pouco convencionais criados por artistas revolucionários, como Pablo Picasso e Paul Klee.

A exposição "Los juguetes de las vanguardias" ("Os brinquedos da vanguarda") – em cartaz no Museu Picasso de Málaga – reúne mais de 200 obras e manuscritos de artistas que buscaram inspiração na arte moderna para criar brinquedos.

Segundo os curadores da exposição, muitos artistas foram influenciados pelas teorias de Sigmund Freud sobre a importância da infância no desenvolvimento psicológico dos indivíduos.

Para mostrar as relações entre arte e educação, os curadores reuniram bonecos, teatros em miniaturas, fantoches, jogos, móveis e livros criados por artistas renomados, como Pablo Picasso, Paul Klee, Joan Miró, Henri Cartier-Bresson, Alexander Rodchenko, Bruno Munari, El Lissitzky e Joaquín Torres-García.

A mostra é separada em duas seções. Uma contém brinquedos do final do século 19 e 20. A segunda mostra jogos criados apenas por artistas de movimentos de vanguarda, como Construtivismo, Funcionalismo e Futurismo.

A exposição estará em cartaz até o final de janeiro de 2011, no Museu Picasso de Málaga, na Espanha.

Chávez desafia a CNN para que entreviste os Cinco

REPRODUZDIO A PARTIR DO BLOG PRAXIS
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez desafiou o canal de televisão CNN para dar uma demonstração de equanimidade entrevistando a quem eles qualificam de "terroristas", deixando de lado a manipulação imperial.
Eu desejaria ver a CNN entrevistando os Cinco heróis cubanos que eles chamam "terroristas" e que o império ianque os têm presos, disse o chefe de Estado durante um ato onde juramentou a um grupo de mulheres para que sejam defensoras do voto nas eleições parlamentares de 26 de setembro próximo, informou a imprensa presidencial.

Chávez, que na véspera censurou uma entrevista realizada pela jornalista Patricia Janiot — uma das principais apresentadoras da televisora norte-americana — ao terrorista Raúl Díaz Peña, foragido da justiça venezuelana, indicou que a apresentadora lhe solicitou através da rede social Twitter o direito a réplica ao vivo, acrescenta a agência PL.
"Eu desafio você para que entreviste um dos cubanos presos nos Estados Unidos. O assunto não é comigo, senhora Patricia, é com a dignidade de um povo", afirmou.

Embora a justiça venezuelana condenasse Díaz a nove anos de prisão por colocar bombas nas embaixadas da Espanha e Colômbia em 2003, Janiot apresentou o caso como um estudante que buscava refúgio nos EUA.

Original no Granma

domingo, 3 de outubro de 2010

Une presse très remontée contre Lula


POUR CURRIER INTERNATIONAL
DE RIO DE JANEIRO
Dans la dernière ligne droite de la campagne, le torchon brûle entre les grands journaux et le gouvernement. Ce phénomène s’est déjà produit lors de la réélection de Lula, en 2006, lorsque les classes moyennes aisées l’avaient lâché. Quatre grandes familles se partagent le contrôle des principaux médias : les Marinho, propriétaires du quotidien de Rio O Globo et de la toute-puissante Télé Globo ; les Mesquita de O Estado de São Paulo ; les Frias, de Folha de São Paulo ; et les Civita, de la maison d’édition Abril, éditeur du principal hebdomadaire, Veja. Ces grandes familles ne se sont jamais remises de l’élection de Lula, ce président peu instruit, venu d’un Etat pauvre et issu du syndicalisme.

Récemment, ces médias ont déclenché une campagne contre Dilma Rousseff, la candidate de Lula, dans l’espoir d’évincer de la présidence le Parti des travailleurs : on a donc pu lire beaucoup de bilans négatifs des années Lula et force articles sur les affaires de corruption qui ont émaillé les huit ans de gouvernance du PT. Il est vrai que le gouvernement lui-même a fourni des munitions à ses adversaires avec une succession de scandales : le plus célèbre d’entre eux, le “Mensalão”, en 2005, avait coûté son poste au Premier ministre, José Dirceu, alors candidat naturel à la succession.

Dilma Rousseff n’est pas encore élue qu’elle doit faire face à des accusations de trafic d’influence qui, le 16 septembre, ont conduit à la démission son bras droit, Erenice Guerra. La semaine dernière, on a vu dans les rues de São Paulo des manifestations “pour la défense de la démocratie”, mais aussi d’autres “contre les abus de la presse”.

Les relations de Lula avec la presse n’ont jamais été cordiales. En 2004, la présidence avait même menacé d’expulser le correspondant du New York Times, Larry Rohter, qui avait laissé entendre que Lula buvait trop 5 (voir aussi cet article écrit par Larry Rohter). A la veille de l’élection, le président continue de se plaindre de l’attitude hostile des médias à l’égard du PT, ce qui suscite des réactions indignées de ces médias. Beaucoup d’éditorialistes lui reprochent de trop se consacrer à la campagne de sa candidate, au détriment des affaires de l’Etat. La charge des journaux est parfois caricaturale. Ainsi, Folha de São Paulo, en septembre, n’a pas hésité à rendre Dilma Rousseff responsable de la perte de 1 milliard de dollars (voir la une de Folha de São Paulo ci-dessus) pour avoir mis trop de temps à changer une loi sur l’énergie qui avait été votée à la fin du mandat de Fernando Henrique Cardoso (1994-2002). Cependant, l’électorat n’est pas dupe : à la suite de cette affaire, des blagues ont massivement circulé sur Twitter, attribuant à Dilma Rousseff tous les maux de la planète. La presse semble d’ailleurs avoir perdu de son influence d’antan. Le fait que son lectorat se cantonne majoritairement à la région Sud-Est, la plus riche du pays, limite aujourd’hui son rayonnement. La société a désormais accès à l’information à travers des milliers d’ONG et d’associations, sans oublier le rôle essentiel d’Internet. Et les chaînes de télévision gratuites, qui restent de loin la plus importante source d’infos, ont adopté une certaine prudence dans leurs critiques du gouvernement : sans doute pour ne pas s’aliéner leurs publics naturels, composés des plus défavorisés et des classes moyennes inférieures, qui continuent d’aduler un président qui leur ressemble.

sábado, 2 de outubro de 2010

Alguém já conhecia essa? 1970.Vinícius e Toquinho.....

Alguém já conhecia essa? 1970.Vinícius e Toquinho voltam da Itália onde haviam acabado de inaugurar a parceria com o disco “A Arca de Noé”, fruto de um velho livro que o poetinha fizera para seu filho Pedro, quando este ainda era menino. Encontram o Brasil em pleno “milagre econômico”. A censura em alta, a Bossa em baixa. Opositores ao regime pagando com a liberdade e a vida o preço de seus ideais.
O poeta é visto como comunista pela cegueira militar e ultrapassado pela intelectualidade militante, que pejorativa e injustamente classifica sua música de easy music. No teatro Castro Alves, em Salvador, é apresentada ao Brasil a nova parceria. Vinícius está casado com a atriz baiana Gesse Gessy, uma das maiores paixões de sua vida, que o aproximaria do candomblé, apresentando-o à Mãe Menininha do Gantois.
Sentindo a angústia do companheiro, Gesse o diverte, ensinando-lhe xingamentos em Nagô, entre eles “tonga da mironga do cabuletê”, que significa “o pêlo do cu da mãe”. O mote anal e seu sentimento em relação aos homens de verde oliva inspiram o poeta.
Com Toquinho, Vinícius compõe a canção para apresentá-la no Teatro Castro Alves. Era a oportunidade de xingar os militares sem que eles compreendessem a ofensa. E o poeta ainda se divertia com tudo isso:
- “Te garanto que na Escola Superior de Guerra não tem um milico que saiba falar nagô”.

Fonte: Vinicius de Moraes: o Poeta da Paixão; uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

Tonga da Mironga do Cabuletê
Toquinho e Vinicius de Moraes

Eu caio de bossa eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa xingando em nagô
Você que ouve e não fala / Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala / Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do cabuletê
A tonga da mironga do cabuletê
A tonga da mironga do cabuletê
Você que lê e não sabe / Você que reza e não crê
Você que entra e não cabe / Você vai ter que viver
Na tonga da mironga do cabuletê
Na tonga da mironga do cabuletê
Na tonga da mironga do cabuletê
Você que fuma e não traga / E que não paga pra ver
Vou lhe rogar uma praga / Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do cabuletê
Pra tonga da mironga do cabuletê
Pra tonga da mironga do cabuletê