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domingo, 21 de outubro de 2018

SOS BRASIL! O valor da liberdade só lhes será caro quando não a tiverem mais! Capturas do Facebook


JANAÍNA CALAÇA*


Janaína Calaça é uma dessas democratas que vai a luta,  defende a democracia  e lembra-nos o passado sombrio que muitos não sabem ou não querem saber, pondo em risco o país que tem um candidato nestas eleições de extrema direita (#bolsonarojamais), aliás um candidato estelionatário da política,como disse  um jornalista da mídia alternativa digital .Ela é escritora e trabalha no campo editorial.Formada em Letras pela UFBA, radicada em São Paulo. Seu recado é rápido e certeiro.Palavras de uma Brasileira que segura o bastão do respeito e da dignidade humana via democracia. Meu respeito e  aplausos para ela!
Viva a DEMOCRACIA! Paulo Vasconcelos

.....


Muitos que nasceram em um país democrático talvez não tenham consciência de que a liberdade custou a vida e o sangue de muitos. Vidas foram ceifadas e famílias foram destruídas para que tivéssemos um país minimamente livre.

Muitos que viveram os anos da ditadura militar no Brasil e dizem que só "vagabundos comunistas" eram presos, torturados e mortos naturalizam o horror, apenas porque o horror era praticado principalmente contra quem pensava diferente e enxergava o silenciamento, a truculência, a liberdade tolhida. Essas pessoas olham o passado com escárnio e usufruem da liberdade conquistada por esses "vagabundos comunistas", fatia da população em que hoje, na concepção dessas pessoas, eu me incluo.

Vocês usufruem da liberdade conquistada com luta e com sangue e hoje, a uma semana das eleições, querem entregá-la de bandeja. A liberdade, esse artigo tão barato para vocês. Uns porque escolheram abertamente o horror; outros, privilegiados ou porque não entendem a gravidade do momento, preferem a "isenção".

O valor da liberdade só lhes será caro quando não a tiverem mais, e nós, os "vagabundos comunistas", é que teremos que, mais uma vez, dar nosso sangue para vocês viverem em um país livre e democrático.

Autora do livro Obs(cena)s nasceu em 1982, em Salvador, Bahia. Em 2007, trocou o colorido das tardes quentes no Solar do Unhão pelo p&b de São Paulo e hoje anda com a cara para cima, tonta com os arranha-céus, à procura de um horizonte impossível. É graduada em Letras pela UFBA e hoje dedica-se a por o pé na estrada, escrevendo sobre viagens para o Jeguiando (http://jeguiando.com), sem abandonar, no entanto, seu amor pela literatura. Obs(cena)s é uma reunião de contos sobre o cotidiano, recortes de vida, cenas de bastidores, o que está por trás das cortinas e da sujeira debaixo dos tapetes desbotados.( por Editora Patuá)

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O poder democrático nunca é teológico (para bom entendedor basta) Captura do Face


Conosco, mais uma vez Elton L.Souza, filósofo , poeta pesquisador, nos fala da inflamada corrida dos ditos NEOPENTECOSTAIS, entendo assim, e nos dá pistas com alguns argumentos importantes para nos situarmos neste momento difícil, em que nos encontramos -tendo de um  lado a burguesia- dita cristã e neopentecostal.Ele parte de Espinosa mas espicha ainda mais seus argumentos breves ,mas claros.Vamos a ele:
ELTON L. DE SOUZA


" Conforme argumenta Espinosa em seus livros sobre política, um dos maiores inimigos da democracia é o poder teológico-político. O que caracteriza o teológico é que ele se apoia em um livro que considera sagrado: o Alcorão, para os muçulmanos; o Talmud, para os judeus; a Bíblia, para os cristãos. 

O que fundamenta um Estado livre é que seu poder provém de uma Constituição laica livremente instituída , podendo ser emendada ou substituída por outra mediante uma assembleia constituinte, obra humana, fato este que não pode acontecer com o Texto que fundamenta a teologia. O poder democrático nunca é teológico, porém o poder teológico, saindo de sua esfera própria, pode ambicionar ser político, mas nunca será democrático. Ao contrário, o poder teológico-político verá na democracia um inimigo a ser destruído em nome de Deus. 
Mas qual Deus? De qual religião? E aqui está o que revela a impossibilidade de um poder teológico-político se manter a não ser com a força ( não a de Deus, mas a das armas bem humanas, demasiado humanas...).

 Na democracia, a Constituição é um texto que todos seguem , mesmo os que pensam diferente, como liberais e socialistas. Mas judeus, cristãos e muçulmanos seguem livros sagrados diferentes que lhes conferem uma identidade religiosa incomunicável com a religião diferente da sua . Então, quando um poder teológico quer se tornar também poder teológico-político, ele quer na verdade não apenas desfazer a essência da política, que é pautar-se em uma Constituição livremente instituída que preserva a diversidade, como também afirmar-se como religião única. 

Assim, quando o poder teológico, saindo da esfera que lhe é própria ( a esfera subjetiva-privada) , quer se tornar também poder político , correm risco não apenas a democracia e os partidos, como também as outras religiões que, mais cedo ou mais tarde, também serão perseguidas ( no Brasil , os católicos ,os espíritas e as religiões de matriz africana). As outras religiões serão perseguidas logo depois dos artistas, filósofos, educadores, enfim, os democratas."

*grifos em negritos meus

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Primeira mulher negra a ocupar uma cadeira a A. Legislativa da Bahia -OLIVIA SANTANA-

Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel...
...
Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis, inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão.-Tigresa Caetano Veloso

Uma mulher,Olívia Santana, com garra de tigresa   brasileira, tem uma história difícil,mas poética e se assume diante de um estado negro, mas que nao se reconhece como tal, aliás o país não se reconhece como tal e  somos todos humanos e temos sangue com a mesma tinta.Eleita recentemente pelo PcdoB para  Assembléia Legislativa da Bahia, Olívia é nossa cara, nossa na luta.

Nascida em Salvador Ondina,(1967),desde cedo teve que tomar a espada para lutar, lutar e se impor,resistir como mulher e negra.

Depois de muita luta, formada pela UFBA,em pedagogia,passou por cargos públicos vários e ganhou algum reconhecimento.Agora o povo,  nas eleições de 2018, consagra-a e elege-a   pelas urnas. O Brasil 247 faz uma menção ao fato que transcrevo abaixo:





ESTADO COM MAIOR POPULAÇÃO DE NEGROS ELEGE PRIMEIRA DEPUTADA NEGRA NAS ELEIÇÕES 2018


Olívia Santana (PCdoB) será a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira a Assembleia Legislativa da Bahia, o Estado mais negro do País, com 81,4% da população autodeclarada descendente de africanos (60% pardos e 21,4% pretos). Ela diz:  "o racismo está no Brasil todo, mas na Bahia deveria ser comum que mulheres negras ocupem espaços de poder na política. Mas o que vemos é que isso é incomum."
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo traça o perfil da futura deputada: "Olívia evoca nomes como Marielle Franco (PSOL), vereadora do Rio de Janeiro assassinada, além de Leci Brandão (PCdoB) e Benedita da Silva (PT) como exemplos raros de mulheres negras eleitas. Faz a defesa enfática das pautas de costumes, como os direitos das mulheres, mas rejeita que seu mandato parlamentar seja defensor exclusivamente das causas identitárias. 'Quero representar a sociedade baiana. Querem nos aprisionar nos rótulos e eu não aceito, quero defender direitos', afirmou. 'Eles é que são identitários, mas querem ser universais e nos colocar como específicos. Mas universal não são eles, universal é a diversidade'."
A campanha de Olívia não foi fácil: "gastando R$ 150 mil na campanha, sendo R$ 80 mil do fundo partidário, R$ 35 mil do Fundo Eleitoral e o restante de doações, a ativista do movimento negro obteve 57.775 votos na votação deste domingo, 7, e ficou em 31.º lugar na lista dos 63 eleitos para a próxima legislatura baiana. Na campanha, recebeu contribuição militante de correligionários. As viagens foram feitas em carros cheios dividindo espaço com auxiliares e o material de campanha. 'O poder econômico não pode determinar quem vai e quem fica'."

*Filha de uma empregada doméstica com um marceneiro, ela nasceu em uma família pobre, na invasão de Ondina, onde teve uma infância de carência extrema. Nasceu em Salvador no dia 25 de março de 1967, na comunidade do Alto de Ondina.
Aos 14 anos de idade, começou a trabalhar como faxineira, em uma escola particular para auxiliar no orçamento familiar. Sua história sofreu a primeira grande mudança em 1987, quando passou no vestibular da Universidade Federal da Bahia (UFBA) para pedagogia e deixou o emprego de faxineira do Colégio Universo do Guri para dedicar-se aos estudos. Já na graduação, ingressou no movimento estudantil através de inserções no diretório de educação e no Diretório Central dos Estudantes da UFBA.
Militante histórica das causas negras e foi secretária Municipal de Educação de Salvador, Maria Olívia Santana - “A negona da cidade” - foi vereadora pelo PCdoB eleita pela coligação "Todos juntos por Salvador"[3] e integra o Fórum das Mulheres Negras e o Conselho de Promoção da Igualdade Racial. Tem tido o privilégio de poder entregar ou propor a entrega da Medalha Zumbi dos Palmares a diversas personalidades como Vadinho França,[2] Egbomi Nice,[4] José Vicente (reitor),[5] Gilberto Gil,[6] entre outros.
Em 2007, foi instituído no Brasil o "Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa" (21 de Janeiro) pela Lei 11.635/07. Esta lei federal, foi inspirada na Lei 6.464/04 do Município de Salvador que teve a sua génese no Projeto de Lei de autoria de Olívia Santana da criação do "Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa".[7] Em 2012, foi candidata a vice-prefeita de Salvador na chapa de Nelson Pelegrino (PT).
Em 2015, foi nomeada pelo Governador da Bahia, Rui Costa, Secretária Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia. por wikpedia

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

UM POETA MORTO e a falta que nos fará ! Um dos mais digno representante de nós brasileiros.




Cantou e dançou no Brasil, compôs e gritou suavemente pela nossa Bahia e pelo Brasil!!!!!!!
Matéria abaixo do Correio da Bahia  , mas antes :escute, leia- ARNALDO ANTUNES:


https://glo.bo/2Elwzpo




Moa do Katendê compôs Badauê, um dos hinos do Ilê Aiyê (Foto: Reprodução)

Conheça Moa do Katendê, artista morto durante discussão sobre política

Caetano, Lazzo e outros artistas destacam sua importância para a cultura da Bahia
Romualdo Rosário da Costa falava pouco. Entre os amigos, há quem diga que, para que ele abrisse a boca, era um trabalho imenso. Mas quando se transformou no artista e mestre de capoeira Moa do Katendê, no fim da década de 1970, Romualdo falou muito. Através de suas muitas artes – a música, a dança, a capoeira –, Moa disse muito à Bahia e ao mundo.
Aliás, ‘se transformou’, não. É difícil encontrar um relato de alguém que diga como Moa despertou para a arte; os amigos contam que ela sempre esteve com ele. Na madrugada desta segunda-feira (8), aos 63 anos, o homem que falava tão pouco deixou mais uma mensagem – à Bahia, ao Brasil, ao mundo. Moa do Katendê foi assassinado brutalmente após uma discussão política. 
A notícia de sua morte veio logo nas primeiras horas da manhã desta segunda. Abalou parentes, amigos, artistas, capoeiristas, pessoas ligadas ao circuito cultural em Salvador. O artista, autor da canção Badauê, eternizada pelo Ilê Ayê, foi morto com 12 facadas, quando bebia com um irmão e um primo, no Bar do João, em frente ao Dique do Tororó, no Engenho Velho de Brotas, pouco depois da meia-noite desta segunda.
De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o autor do crime foi o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, 36, que, segundo testemunhas, chegou ao bar defendendo ideias de Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República.
Ele ouviu críticas de Moa e, depois que a discussão acabou, foi até em casa, buscou uma faca e voltou para atacar o artista. O crime aconteceu apenas algumas horas após a confirmação de que Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) se enfrentariam no segundo turno das eleições presidenciais no país.
O cantor Tonho Matéria, amigo de mais de 30 anos, ficou surpreso com as circunstâncias. A imagem de Moa que conheceu era de um homem calado, que não tinha hábito de discutir.
“Estava vendo uma reportagem em que o rapaz falou que chamou ele de negro. Moa jamais ia criar um ato racista. Isso não existe. Mestre Moa era um exemplo de dignidade”,dizia, incrédulo, por telefone, ao CORREIO.
Tranquilo no combate
Até na capoeira, Moa era diferente. Costumava ensinar de forma tranquila. O cantor Lazzo Matumbi conta que os amigos até se divertiam com o quanto ele era calmo enquanto praticava o esporte. “Ele dizia: ‘eu passo a minha paz de espírito exatamente para mostrar como executar os golpes’. E a gente vê que ele não teve nem tempo de se defender com o que ele conhecia”. 
Moa sempre viveu no Dique Pequeno, localidade onde o crime aconteceu. Ali, conheceu Mestre Beto Gogó, que o iniciou na capoeira. Como muitos meninos que cresceram na localidade, foi influenciado pelos ensinamentos do mestre. Em pouco tempo, se tornou uma referência de continuidade no trabalho de Gogó. 
Moa do Katendê foi um dos mentores dos afoxés da Bahia (Foto: Reprodução)
O ‘Katendê’ do nome veio depois da capoeira. Era um apelido herdado de um grupo folclórico de que fez parte ainda na década de 1970. O grupo, na época, era formado por estudantes do antigo Colégio Iceia, no Barbalho, e participava de disputas intercolegiais. Um dos irmãos de Moa, assim como Lazzo, também fazia parte. Eram alunos da professora Lúcia de Sandes, que dava aulas sobre folclore. 
“Moa tinha uma academia de capoeira na época, isso no começo da carreira de todos nós. Eu tocava e cantava no grupo, enquanto Moa dançava e jogava capoeira. Era um grupo folclórico que expressava cultura”, lembra Lazzo.
Para o gerente de equipamentos culturais da Fundação Gregório de Mattos, Chico Assis, Moa do Katendê foi um dos maiores difusores da capoeira e dos afoxés para o mundo. É difícil até estimar o que o artista representou para a música baiana e para o Carnaval.
Na mesma década de 1970, Moa começou a compor para blocos afro. Em pouco tempo, se consagrou vencedor de diversos festivais que aconteciam nos blocos afro.
Foi assim que compôs, para o Ilê Ayê, a música que fez com que ficasse ainda mais conhecido: Badauê. Na canção, ele pede que o interlocutor não esqueça da beleza do Ilê. “De longe se nota a sua riqueza, esmagando sua tristeza. E o povo, com certeza, vai aplaudir”, diz a música.
Fundador e presidente do Ilê, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô, lembra bem de quando Moa chegou ao primeiro bloco afro da Bahia. Na época, ele não veio sozinho. Veio acompanhado de outros compositores do Engenho Velho de Brotas, como Jorjão Bafafé e Vicente de Paula. Para Vovô, Badauê se tornou um dos clássicos do Ilê.
“Essa foi uma lacuna muito grande para os carnavalescos da Bahia, para os capoeiristas, para o pessoal da cultura. Moa foi o grande mentor do renascimento dos afoxés na Bahia”, diz Vovô do Ilê, adiantando o que aconteceria, em seguida, na vida do artista.
Após a criação de Badauê, a música, veio Badauê, o afoxé. 
Mentor dos afoxés
O afoxé foi fundado em 1978, na mesma época em que Moa faz parte de um grupo cultural chamado Jovens Loucos, fundado também no Engenho Velho de Brotas. Foi em 1979, no Carnaval, que o Badauê saiu no Carnaval de Salvador pela primeira vez, como conta Chico Assis, autor de uma dissertação de mestrado sobre a memória do afoxé, defendida na Universidade Federal da Bahia (Ufba), em 2017. 
Desde 1979, foi como se o Badauê desse novo significado aos afoxés. “O Badauê foi muito importante, porque era um momento em que os afoxés estavam enfraquecidos e veio esse afoxé contemporâneo, que trazia uma miscigenação, uma tradição e uma contemporaneidade. Isso fez com que os afoxés voltassem à cena com muita força, junto com o ressurgimento dos Filhos de Gandhy nessa época”, explicou Chico. 
O Badauê logo começou a chamar atenção de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Moraes Moreira, que passaram a frequentar os ensaios do afoxé.
“Começou um movimento de certificação do ijexá, que acredito que tenha sido esse movimento que deu origem ao que, anos depois, passou a se chamar de axé music”. 
Caetano, inclusive, refere-se ao afoxé diferentes canções do álbum Cinema Transcendental: na própria Badauê ("Misteriosamente o Badauê surgiu / Sua expressão cultural o povo aplaudiu" - ouça abaixo) e em Beleza Pura ("Moço lindo do Badauê, beleza pura").
Em seu perfil no Instagram, Caetano escreveu que deve a Moa a revelação de ouvir pessoas na rua cantando esses versos. 
“Moa era meu amigo e foi uma das figuras centrais na história do crescimento dos blocos afro de Salvador. Estou de luto por ele. (...) Fundador do Badauê, compositor, mestre de capoeira, Moa vive na história real da cidade e deste país”, publicou.
Alguns anos atrás, Moa quis trazer o Badauê de volta. Queria revitalizá-lo. Procurou Lazzo, pediu a opinião. Só que o cantor ponderou: naquela época, no fim dos anos 1970, o afoxé era algo novo, revolucionário. Ficou marcado na mente das pessoas justamente por isso. 
“Eu falei: ‘ô, bicho, aquele Badauê que você criou já foi. Era uma marca que ficou no coração das pessoas. Se você recriar o Badauê, não vai ser a mesma coisa”, defendeu Lazzo, na ocasião.
Para o cantor, o Badauê era um projeto de resgate da autoestima da comunidade negra. Tinha propósito social e político.
“Mas, nos dias de hoje, todas as coisas que a gente combatia que estão vindo à tona de novo, a ponto de desencadear um caso como esse. Nos deixa muito tristes porque mostra o quanto a nossa sociedade não avançou”, afirmou Lazzo. 
Andarilho
Em casa, Moa também falava através da música. Aos cinco filhos, ensinou a paixão pela cultura e pelas artes. A filha Jasse Mahi nem soube dizer quando, exatamente, ele começou a vocação. 
Para ela, ele sempre foi músico. Os dois costumavam cantar juntos em casa. Elis Regina, Tim Maia, músicas de capoeira, músicas do próprio Moa. Um começava, o outro seguia. 
Jasse diz que nunca viu o pai triste. Nunca o viu chorar – só de alegria. Com ele, aprendeu a ter força. A não desistir dos objetivos, mas sempre com humildade. “Ele me ensinava muito a respeitar o direito dos outros, que o meu direito começava quando o do próximo terminava”, lembra. 
Nesta terça (9), Moa viajaria para São Paulo. No fim de semana, participaria de um evento com o afoxé que ajudou a criar na cidade, o Amigos do Katendê. Ia promover oficinas de dança e música no Tambores de Zé Benedito, no bairro de Pinheiros. 
Nos últimos anos, como explica Chico Assis, Moa se transformara em um andarilho – um que levava, na mala, a cultura baiana. “Hoje, tem esse afoxé que ele fundou em São Paulo, tem ramificações de afoxés que ele ajudou a construir no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, em Recife (PE). Com a capoeira, ele circulava por diversos países da Europa. Hoje, a gente é que deve uma grande salva de palmas a esse grande artista”. 
Entre os amigos e parentes, uma fala comum, repetida por diversas vezes: a mensagem de Moa era da tranquilidade, do respeito e da tolerância. E, para eles, isso não vai mudar. 

terça-feira, 9 de outubro de 2018

É preciso lutar ‘contra o aparelho em sua cretinice infra-humana’ Luciana Hidalgo capturas do Facebook

Pensar é um ato  de extrema complexidade, sobretudo se queremos ir a fundo.Pensar é desarranjar o posto vulgarmente, é ir em busca de constructos mais profundos, cercando-se do pensamento já posto  pela Filosofia e entremeando-se com os  pilares conceituais do sujeito.  Luciana Hidalgo faz isto diante do que seja o FASCISMO, ora arregaçado no mundo e em nossa sociedade.Tomo seu post no seu Facebook:
V. FLUSSER

HANNAH ARENDT

Lendo a excelente biografia do filósofo tcheco Vilém Flusser, “O homem sem chão”, bem-escritíssima por Gustavo Bernado e Rainer Guldin, encontro um trecho sobre o fascismo e o homem. Um texto pertinente nesse momento em que um presidenciável de ideias fascistas atrai muita “gente boa” por aí. Pior: nesse momento em que o presidente do Supremo Tribunal Federal decide que o Golpe de 1964 (aquele que começou com tropas militares cercando o Rio de Janeiro, derrubou o presidente civil do país e instituiu uma ditadura com presidentes militares durante 21 anos no Brasil) agora é “movimento" de 1964. A opção pelo eufemismo diz muito. Ao relativizar o golpe militar de 1964 (que realmente só deu certo devido ao apoio da sociedade civil da época), a autoridade máxima do Judiciário brasileiro relativiza a ditadura e o fascismo em si. Recorro, pois, à filosofia. A partir de Hannah Arendt e Vilém Flusser, Gustavo e Rainer explicam a genealogia do fascismo, isto é, por que e como gente como a gente vai aderindo a ideias fascistas, aceitando e participando da barbárie, dia a dia, às vezes sem nem se dar conta:
“A filosofia alemã, de origem judaica, demonstra a falsidade da concepção corrente: de que os maiores males são cometidos pelos maiores monstros. Na verdade, para Hannah Arendt, os maiores males são cometidos por funcionários medíocres empregados, isto sim, por aparelhos gigantescos.

Flusser concorda com ela, mas procura, como sempre, olhar para o avesso do problema: como pessoas cultas, quando empregadas por aparelhos medíocres, cometem males que nunca deveriam ter cometido. Ou seja: enquanto Hannah trata do aparelho como transformador de gente medíocre em funcionário poderoso e destrutivo, Vilém estuda o aparelho como transformador de gente culta em funcionário incômodo e chato. 

Ambos os tipos de funcionário, entretanto, sustentam e promovem aparelhos como o do nazismo, como nos ensina Flusser no seu artigo:


'Todos temos a vivência do aparelho chato, nem todos, felizmente, do aparelho destrutivo. Quem é apanhado na engrenagem do aparelho destrutivo (por exemplo, do nazismo) tem a sensação do terror e de ser triturado. E quem entra desprevenido na engrenagem do aparelho chato (por exemplo de uma firma comercial ou de um instituto de ensino) tem a sensação do cômico e da futilidade. Mas a distinção é provisória, fortuita e perigosa. Lembro-me do período de formação do nazismo, quando o seu aspecto cômico e fútil era perfeitamente visível. Mais tarde o terror apagou este aspecto. E a comicidade dos aparelhinhos chatos encobre a sua tendência de triturar-nos aos poucos. Tivesse sido tomado a sério, quando ainda aparelhinho cômico, e talvez não teria tido Eichmann.’


É preciso lutar ‘contra o aparelho em sua cretinice infra-humana’, defende Flusser. Todavia, como os aparelhos são inevitáveis, podemos superá-los se e somente assumirmos uma atitude irônica perante eles. A ironia não é passiva, mas sim subversiva, no sentido literal do termo. Ela solapa os aparelhos porque participa do jogo mediocrizante deles, sim, mas nunca para ganhar o jogo: o que se tenta é alterar o jogo para melhor desconjuntar o aparelho.” por Luciana Hidalgo


* tomo a liberdade de por aqui o link de um texto do Gustavo Bernardo e Rainer Guldin
https://bit.ly/2Qt20zs

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

PSOL ESTÁ COM HADDAD -NOTA OFICIAL-

VAMOS LER COM ATENÇÃO, precisamos somar, somar, convencer com argumentos claros! AVANTE


#EleNão: para derrotar Bolsonaro e defender direitos, no 2º turno o PSOL defende o voto em Haddad e Manuela
As eleições no primeiro turno terminaram mantendo o mesmo cenário de instabilidade e polarização provocados pelo golpe de 2016 e que aprofundou uma crise econômica e social que já se desenvolvia. Também aprofundou uma crise de representação política de tal monta que gerou as condições para o surgimento de uma candidatura de extrema-direita e que chegou ao segundo turno com apoio de parte considerável das classes dominantes. A eleição golpeou diferentes caciques políticos, fazendo com que a extrema-direita capitalizasse a raiva social contra o “sistema”.
O 2º turno é a continuidade da luta contra o fascismo e o golpe. A tarefa central nesse momento é, portanto, derrotar Bolsonaro. Sua derrota abre a possibilidade de bloquear a agenda iniciada por Temer, garantir a soberania nacional e reunir condições para seguir defendendo as conquistas democráticas frente ao autoritarismo. Para isso o PSOL apoiará a partir de agora a candidatura de Haddad e Manuela, mesmo mantendo diferenças políticas e preservando nossa independência. Convocamos toda a nossa militância a tomar as ruas para continuar dizendo em alto e bom som: ele não!
O PSOL e a aliança que conformamos no primeiro turno em torno de Boulos e Sônia, com os movimentos sociais e o PCB, intelectuais e artistas continuará a defender a dignidade do povo brasileiro contra a desigualdade e os privilégios. Essa candidatura marca o início de um novo ciclo na esquerda brasileira e o PSOL tem orgulho de ter acolhido e estimulado essa construção. Por isso, continuaremos a defender as causas que nenhuma outra candidatura teve a coragem de sustentar.
Estaremos na campanha para derrotar Bolsonaro e eleger Haddad e Manuela defendendo a soberania nacional e os direitos da maioria de nossa gente. Estaremos nas ruas e nas urnas exigindo a revogação de todas as medidas do governo Temer, contra a reforma da previdência, a reforma trabalhista, o fim do genocídio contra a população negra, o fim da violência contra a comunidade LGBT, a desmilitarização da polícia, a legalização das drogas, a demarcação das terras indígenas e quilombolas, o desmatamento zero e na defesa dos direitos das mulheres e todas as suas pautas – a igualdade salarial, a lista suja do machismo e a legalização do aborto. E para tanto, não abriremos mão da luta por nossa soberania energética com a defesa do Pré-sal, da Petrobrás e da Eletrobrás, na perspectiva de uma transição da matriz energética e do modal de transportes.
O PSOL compreende que a luta para derrotar Bolsonaro no 2º turno é para defender e ampliar direitos e não para negociá-los. Seguiremos enfrentando privilégios e lutando para que o povo ocupe o centro das decisões. Só assim será possível garantir um ciclo de esperança, justiça, igualdade e soberania no Brasil.
Orientamos nossa militância a constituir comitês amplos pelo #EleNão. O exemplo das mulheres, que tomaram as ruas no último dia 29 de setembro, nos inspira e fortalece para que novas manifestações massivas ocorram para derrotar a extrema-direita. Estaremos na campanha para levar Haddad e Manuela a vitória e para que a vontade do povo seja respeitada. Onde houver segundo turno para os governos estaduais, orientamos nossa militância a apoiar nomes que se oponham publicamente ao projeto de Bolsonaro. Em cada estado as instâncias locais definirão as formas de contribuir ativamente na mobilização popular para derrotar o atraso, priorizando a construção de espaços plurais e que incorporem todos e todas que defendem a democracia, mantendo nossos princípios e a coerência que marcam o PSOL.
Continuaremos nas ruas, juntos, sem medo de mudar o Brasil. Ele não!
Executiva Nacional do PSOL
São Paulo, 8 de outubro de 2018

As Grandes Cidades e o Conservadorismo - NE. Cuba do Sul Oi !!!!!!! Eleições 2018












As grandes metrópoles como: Rio, São Paulo e Minas são conservadoras, aliás o sudeste,vide resultados das  eleições. Padecem de uma doença, doença esta causada pelo stress e submissão ao capitalismo do patronato(?) ; falo isto da grande massa dos empregados, assalariados  pelo  infame  Salário Mínimo de morte. De outra parte aqui é o reduto dos grandes rentistas, da grande elite do país.

O patronato aqui ameaça a funcionários, compram seu voto pela tortura, ameaças- caso da Havan, Mânica,Tabacos D' Ítalia e outras enrustidas.
( Vide - https://bit.ly/2y4Xj7t e https://bit.ly/2zX1oNc )

O mundo ocidental denuncia tal fato e aqui os progressistas percebem e denunciam: é quase uma doença mental, ou melhor é uma situação do perverso.

O nordeste nos deu uma lição de progressivismo.Observem os resultados pelas mídias, e seus comentários, que  agora não podem falsear. E daí surgem os preconceitos e estereótipos em nos chamar -Nordestinos : de Cubanos ou Venezuelanos.Vide as redes ditas Sociais.Onde estamos, quanta falta de compreensão da diferença!!!!!!!!!!

Os Institutos de pesquisas perderam a credibilidade,isso é fato, ou o povo é mais sábio e não diz mais seu voto,  será? Caso de Suplicy, Dilma,e de alguns governadores que nao estavam entre os  mais votados e que não apareceram nos resultados, caso do Rio e Minas Gerais.

As discussões dos resultados pela mídia conservadora golpista fala num campo lexical que não se entende, o povo, não compreende. É  um politiquês absurdo e , assim, falam para uma classe  ilustrada, Comportam-se deste modo : a Band e e G.News, entre e outras,  gritando em  verdadeiros idiomas estranhos ou idioletos.Justificam o resultado da eleição com reflexões absurdas, claro  de uma ideologia classe média alta e não tem o menor interesse em descer para a simplificação maior dos fatos, nao se trata de banalizar as apreciações, mas desmitificar o complicado dos elementos que entram em análises para um português inteligível de acesso a todos. Claro, eles tem um target para seu programa e isso expulsa a população, menos  formada no politquês,  de ter acesso aos seus argumentos.

Fico apavorado em ver a cidade em que moro, São Paulo, dentro de tamanha alienação e agressividade patológica , mas precisamos resistir, sermos pedagógicos, lutar esclarecer, é preciso!
Vamos persistir, vamos ao segundo turno!