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domingo, 3 de fevereiro de 2019

ALBERTO CUNHA MELO: UM POETA POUCO LIDO E EXTENSO EM SUA OBRA

Alberto C Melo por https://bit.ly/2UxzWgq
EXÓRDIO

Levamos fogo, não esponjas,
ao trono sujo do excremento,
disputando o mesmo vazio
de uma estrela no firmamento;

jarros negros e estrelas, tudo
é uma busca de conteúdo;

ou somos renúncia ou cobiça,
atravessando esses planaltos
feitos de cinza movediça;

mas todos estamos em casa,
   como os vôos dentro das asas.


Alberto Cunha Melo -1942-2007, foi um dos poetas de minha geração.Li e reli.Tive ligeiros encontros em Recife, nos  anos setenta, sempre na Livro Sete, antiga grande Livraria do Recife, hoje nao mais existente.
Alberto era um sério jornalista e poeta. Era sociólogo e isso deixava-se ver nas frestas de sua poesia, que apesar de ser tida com influencia de João Cabral , acho que ele tem aromas, afinal leu e releu  aquele poeta, mas sua identidade é muito própria.O humano os protocolos da vida frágeis estão na boca de seu verso.
A poesia era uma arma, um termômetro, um forma de ler e ver o país.(a boa poesia).Apesar de está entre os grandes poeta  brasileiros, dito isto pelo sul maravilha,-ou  poder hegemônico da crítica dali, ele ainda é desconhecido pelo Brasil afora.
Trabalhou com a imprensa pernambucana e paulista,mas o verso foi seu maior entalhe sem desmerecer  seus outros trabalhos, como  seus  ensaios.
Iniciando-se  Jaboatão dos Guararapes, onde nasceu, cidade contígua a cidade do Recife.Será, lá-Recife, que seu burburinho cresce, avantaja-se  e torna-se um grande poeta,que o diga outro poeta Orley Mesquita, a quem devo o conhecimento da obra de Alberto.
Assumiu cargos públicos como diretor de Assuntos Culturais da Fundarpe. Pertenceu a Academia Pernambucana de Letras.
Após sua morte a Record lançou sua poesia completa, 2017.Vale ler esse grande volume que traz de modo cronológico sua produção e inclui alguns inéditos.
Abaixo transcrevo a entrevista a Poesia e Cia. ( https://bit.ly/2SmNBcN)






  1. A literatura brasileira ressente-se de maior reconhecimento internacional. Exceto Machado de Assis, e um ou outro autor, sazonalmente – tipo Jorge Amado ou Paulo Coelho (sic) – , nossa literatura é pouco conhecida. A seu ver, a que se deve isso?
R.:     É comum justificar-se o não reconhecimento internacional de nossa literatura ao fato de ela ser escrita num idioma, vamos dizer, bárbaro, o português. Mas isso não justifica o também não reconhecimento de artes não literárias, como a música, a pintura, a escultura, a dança, etc. Se o econômico não condiciona a arte do ponto de vista da criação, ele condiciona a sua difusão e, com esta, o seu prestígio e sua imposição como modelo para as economias periféricas. A hegemonia de Roma impôs modelos greco-romanos a todo o Ocidente, vindo em seguida os colonialismos inglês, francês e alemão, para culminar com a hegemonia econômica dos Estados Unidos. O expancionismo da Inglaterra no século XIX foi responsável pelo fato de, hoje em dia, o inglês ser a língua oficial de 45 países, sendo o segundo idioma mais falado do mundo, depois do mandarim. Isso favorece, não resta dúvida, a difusão da literatura e dos modelos artísticos norte-americanos. Mas o idioma sozinho, sem o poder econômico enorme, que o precede, não seria suficiente para garantir aquela difusão. Vejam que os colonialismos espanhol e português fizeram com que seus idiomas sejam o 3º e 6º mais falados do mundo, mas a fragilidade econômica da Espanha e de Portugal limitou a imposição internacional de seus modelos culturais. Embora a qualidade da literatura brasileira não dependa do desenvolvimento econômico, o seu reconhecimento internacional depende do PIB, da exportação, da multinacionalidade de nossas empresas, do peso da economia brasileira no mundo.
  1. Nossa literatura, um tanto recente, descende dos clássicos, do Oriente, de Camões, de Gregório de Matos, de Vieira… Já desenvolvemos um estilo? Quais seriam nossos estilistas?
R.:     Não entendi bem a pergunta. Se vocês querem saber se eu acredito na existência de um estilo nacional, digo de pronto que para se definir um estilo “brasileiro” seria preciso um trabalho colossal de literatura comparada para diferenciá-lo do estilo “francês”, “português”, “inglês”, etc. Trabalho monstruoso para determinar a diferença específica não só entre as literaturas ocidentais e as orientais. Estou mais propenso a crer na existência de um estilo ocidental em relação a um estilo oriental, do que em estilos nacionais. Mas o conceito de estilo é mais confuso do que o conceito de gênero. Não quero perder tempo com isso porque não sou nem nunca fui professor. Mas admiro profundamente cinco grandes escritores brasileiros, ou seja, que têm uma maneira própria, inconfundível de escrever.
  1. Quem são?
R.:     Os cinco talvez únicos estilistas brasileiros, para mim, são Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa e Gilberto Freyre.
  1. Após o falecimento de João Cabral, restam-nos os poetas das gerações seguintes (sem esquecer os remanescentes de 1940-50). Onde você se encaixa (se é a palavra)? Já se considera um estilista?
R.:         Eu e a maior parte dos poetas de minha geração (65) somos epígonos da Geração 45, que tentou valorizar a poesia metrificada e até mesmo a forma fixa, como o soneto. Bem, o soneto eu o evitei, porque passei uns quinze ou mais anos escrevendo numa estrutura fixa que consistia em cinco quartetos octossilábicos, brancos. Daí, pulei para o verso livre e voltei depois para o octossílabo, agora rimado, em outra estrutura fixa, a que dei o nome de “retranca”. Se me considero um estilista? Remeto-os à resposta da pergunta nº 3, quando nomeio quem na verdade considero estilistas no Brasil.
  1. Em seu livro mais recente, Yacala, você desenvolve um ritmo futebolístico. Publicou apenas duzentos exemplares. Qual a relação do esporte de massa com a suposta escassez de leitores de poesia?
R.:     O que chamam de “futebolístico”, eu chamo de retranca. Como é uma forma fixa de onze versos, com distribuição estrófica na ordem de 4-2-3-2, caracterizando uma armação defensiva ou de “retranca” no futebol, além de me lembrar dos tempos de linotipo no Jornal do Commercio, com diagramação para o chumbo também chamada de “retranca”, aproveitei as duas acepções e batizei assim aquela forma. César Leal gostou da proposta e escreveu sobre ela. Quanto às relações do esporte de massa com a escassez de leitores de poesia, a ele se poderia também acrescentar a cultura de massa ou a indústria cultural. Não acredito que essas opções de lazer roubem leitores de poesia, como não roubam fruidores de qualquer outra manifestação da chamada alta cultura, porque seu nível de sofisticação só a torna accessível para uma elite intelectual, em qualquer época, a partir da invenção da escrita. A escassez de leitores de poesia se deve mais, talvez, ao declínio do ensino das humanidades e o consequente predomínio das ciências exatas e da tecnologia. Em países periféricos, como o Brasil, pesa também o baixo nível educacional da população, e, atualmente, a péssima qualidade dos livros didáticos e do ensino da literatura nos cursos médios. Há uma reação contra isso, e Pernambuco já possui um bom número de professores do segundo grau valorizando a poesia e os escritores da terra. Creio que essa reação futuramente será ampliada, para que a nossa escola se aproxime do padrão das escolas européias.
  1. Depois que tudo parece já ter sido dito, por que escrever?
R.:     Às vezes eu me faço essa mesma pergunta, de uma forma diferente: Por que escrever depois de Kafka  e João Cabral de Melo Neto? Creio que Rilke respondeu a essa pergunta quando nos aconselha a só escrever quando pressionados por uma imperiosa necessidade cósmica. Para falar a verdade eu gosto mais de pescar do que de escrever, mas desde menino me sinto condenado a satisfazer aquela estranha necessidade.
  1. Você presenciou o nascimento do Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco, no início da década de 80, constituindo-se em um dos seus principais incentivadores. Valeu a pena apoiar o Movimento?
R.:     Claro. Faria aquilo quantas vezes fosse possível. Sempre considerei um movimento arejado, alegre, louco e livre, que não se propõe a criar regras estéticas para ninguém. Deixando que o espírito procure livremente o seu caminho, atenda como quiser as suas próprias aspirações.
  1. Como você observa, ainda hoje, as críticas aos remanescentes da poesia marginal dos anos 80, acusados de “romanticóides” e “inadaptados” aos novos tempos literários por não “elaborarem” uma poesia “cerebral”, cabralina?
R.:     O termo “romanticóide” é pejorativo, não concordo com ele, e chamar um grupo de artistas de pessoas inadaptadas a este mundo é um grande elogio. Eu seria um sujeito leviano se ousasse fazer uma crítica à produção dos poetas marginais baseado apenas em poemas que li aqui e ali, sem qualquer preocupação de fazer uma análise sistemática. Quanto ao estilo de vida parece-me correto considerá-lo de romântico, como o foi boa parte de minha geração, nos tempos de grandes bebedeiras, varando as noites do Recife, como foi romântica a Geração Beat norte-americana dos Ferlinghetti, Ginsberg, Snyder, Corso, Burroughs e Kerouac. Se toda a poesia brasileira fosse “cerebral”, cabralina, seria uma poesia absolutamente pobre e repetitiva. Quando entrevistei Cabral, nos fins da década de 60, ele me confessou que gostava de muita poesia diferente da dele e achava que a poesia brasileira deveria ser um arco-íris de tendências, e que gostava, inclusive, da poesia de Vinícius de Morais, embora não o aprovasse moralmente. Cabral não era formal somente na poesia não, ele o era em tudo na vida, creio que eu não poderia ser um amigo íntimo do poeta, não.
  1. E os poetas surgidos no último decênio (90), você os conhece em forma e conteúdo?
R.:     Evitando citar nomes, porque toda vez que o faço eu me arrebento, por erros de revisão ou esquecimento, posso dizer que tenho recebido pequenas publicações alternativas, geralmente com um poema de cada autor, revistas, jornais e micro-antologias. Não é um material suficiente para um julgamento sério, mas tenho observado uma tendência muito forte para o poema curto, o que me agrada muito, porque eu o venho praticando há muito tempo, e para as formas coloquiais de elocução, algo que está bastante entranhado na melhor poesia moderna. Outro aspecto que me parece marcante é o predomínio pela temática urbana, reportando quanto possível o presente. Só me preocupa é talvez a existência de uma certa inconsciência ritmica, em alguns autores, como se a escolha do verso livre dispensasse qualquer controle, inclusive o do ritmo. Eliot já disse que não existe verso livre para quem quer fazer um bom poema. Mas é esta uma opinião superficial, que pode naturalmente ser alterada com um conhecimento maior da produção dos jovens poetas.
  1. Você é tido como o principal poeta da Geração 65. No livro organizado pelo poeta Jaci Bezerra, de 1998, transcrevendo debates e depoimentos do Seminário dos 30 anos da Geração, a sua ausência é nítida e notória. Há ressentimentos?
R.:     Minha ausência se deveu a dois motivos: não gosto de participar de seminários, mesas redondas, nada que tenha um aspecto meio formal, e minha geração, diferentemente da Geração de Mauro Mota, com o tempo gerou dentro dela inimizades terríveis, que não saem nos jornais. Como estou velho, preferi ficar em casa e evitar um possível aborrecimento.
  1. Muitos, por malquerência, atribuem a sua projeção nacional à tenacidade do poeta e crítico carioca Bruno Tolentino. Se seus papéis realmente não fossem de alta envergadura poética, será que o crítico carioca, tão sabido dessa matéria, se preocuparia em divulgá-lo?
R.:     Se hoje existe um maior conhecimento ou reconhecimento do meu trabalho, isso se deve, realmente, às atenções do bom Bruno Tolentino, que nunca precisou de mim para nada deste mundo. Quanto à “alta envergadura” de minha poesia, é o tempo que dirá se ela está mais para peso pena ou peso pesado. Já é tarde demais para me preocupar com essas coisas, deixo essa preocupação para aqueles que me querem mal.
OUTUBRO/1999

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

MEUS TÍTULOS NÃO SÃO BÍBLICOS SENHORA DAMARES- EXIGIMOS RESPEITO!!!!!!


https://bit.ly/2UxGOu2



Faço das palavras da amiga Dra.Jurema Sampaio as minhas palavras e creio que a de  milhares de mestres e doutores deste país!- Captura do Facebook!




Sra. Ministra Damares,
Reforçando e apoiando a carta aberta reproduzida a seguir, gostaria de declarar que meus títulos NÃO SÃO BÍBLICOS!
Me graduei pela primeira vez em 1985, com 20 anos, e pela segunda vez, em 1986, com 21 anos e uma filha na barriga.
Tornei-me especialista aos 31, com dois filhos e trabalhando em duas escolas e uma universidade, com carga de 60 horas semanais.

Obtive o título de Mestre aos 38 anos, sendo responsável por casa, família e filhos com 10 e 14 anos, respectivamente, e trabalhando em 2 universidades, além de morar a 100 km do estudo e 160 do trabalho.
O título de Doutora só veio aos 48, já divorciada, ainda sustentando dois filhos SEM nenhum auxílio financeiro do pai deles, na infeliz realidade da maioria explícita das mulheres chefes de famílias desse país machista e hipócrita em que vivemos, lecionando em 3 universidades, morando a 100km do estudo e dos trabalhos, e depois de um período morando fora do país, para o qual me preparei financeiramente por 3 anos, trabalhando insanamente e economizando o quanto pude. Um infarto e uma cirurgia de histerectomia de emergência, depois de uma hemorragia quase fatal, ainda enfrentei nesse período de quatro anos, durante o doutorado.
Levei todos esses anos para percorrer esse caminho de formação, não por minha vontade propriamente, mas por ser o que foi possível e, mais ainda, até por teimosia em enfrentar essa sociedade machista e medíocre que suas declarações grotescas espelham e ilustram.
Sustentei e formei dois filhos junto com tudo isso, em grande parte desse tempo, como já disse, sozinha.
Portanto, senhora ministra, NÃO!
Não admito esse desrespeito!
Meus títulos NÃO são "bíblicos", são reais, e foram frutos de MUITO empenho, dedicação, esforço e estudo.
Exijo respeito!
A mim e à todas as mulheres mestres e doutoras desse país, com histórias de vida semelhantes, e até mesmo mais duras que a minha, que também não têm "títulos bíblicos" e enfrentam todo tipo de revezes por ACREDITAREM NA EDUCAÇÃO COMO ÚNICO CAMINHO A SER SEGUIDO.

Assino embaixo da carta aberta dessa colega, e repasso adiante, como protesto e marco de repúdio pela sua total falta de respeito e despreparo para o cargo que ocupa, e também pelo CRIME de falsidade ideológica que a senhora comete com suas equivocadas e insanas declarações.

Reforço a fala da colega autora da carta: quer ser chamada de mestre ou doutora? Pare de falar e fazer tantas asneiras e ESTUDE!
Att.
Profa. Dra. Jurema L. F. Sampaio
.......

Título não é Bíblico.
Título de Mestra e/ou Doutora no Brasil é algo que infelizmente uma ínfima minoria consegue obter, dados os processos de exclusão social e desigualdade do país que vivemos e cujo governo atual reforça.
Quando uma mulher obtém um título de Mestra e/ou de Doutora não significa apenas que ela estudou algum assunto com base em metodologias definidas, evidências científicas e o rigor que sua área exige. Significa muito mais.
Significa que ela precisou vencer o machismo estrutural que a considera inferior ao homem mediano mesmo quando ela é uma pesquisadora fantástica, a falta de investimentos financeiros, a descrença da sociedade em sua capacidade, a desvalorização profissional, a violência da academia para com mulheres. Quando ela é uma mãe estudante, então, significa que ela muito provavelmente foi criticada, preterida em processos seletivos, sobrecarregada e, certamente, ser uma Mestra ou uma Doutora mãe neste país por si só já deveria ser motivo de reconhecimento, apoio e incentivo.
Quando a senhora, uma mulher completamente equivocada em tantos assuntos e sem preparo acadêmico algum para ocupar o cargo que ocupa, MENTE dizendo ter Mestrado em Educação quando não o tem e, ao ser questionada sobre sua mentira, afirma que "título é Bíblico", a senhora se alia ao cenário de completa desvalorização que uma Mestra e uma Doutora enfrentam, além de desonrar seu cargo. Além de cometer falsidade ideológica, o que constitui crime.
O Brasil possui milhares de Mestres e Doutores desempregados por não oferecer estrutura empregatícia que acompanhe a formação acadêmica. Faça o trabalho para o qual é paga com nosso dinheiro ao invés de proferir impropérios de toda ordem.
A senhora nos envergonha perante o mundo menosprezando os rigores do estudo acadêmico.
O título de Mestra ou Doutora não é Bíblico.
Quem o tem - como eu e milhares de outras mulheres deste país tão desigual e injusto - sentiu na pele o que é preciso fazer para tê-lo.
Ao invés de desqualificar títulos acadêmicos, preste esclarecimentos sobre as denúncias de tráfico infantil que recaem sobre a senhora.
Isso é bem mais relevante...
Quer ser Mestra ou Doutora, Sra. Damares?
Estude.
E conheça a desigualdade, iniquidade e violência contra a mulher no meio acadêmico.
Atenciosamente,
Dra. Ligia Moreiras*

*Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista, Mestra em Psicobiologia pela Universidade de São Paulo, Doutora em Ciências pela Universidade Federal de Santa Catarina, Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina, tendo realizado meu segundo doutorado com um bebê no colo.

domingo, 27 de janeiro de 2019

A conspiração é o lema deste governo !



De cabo a rabo  Brasil esta no lamaçal desde 2016.O Golpe foi profundo, bem articulado com a formatação dos Militares.Estamos numa nova Ditadura, desenhada arquitetada nos escritórios das forças armadas e com o aval dos poderes, especialmente o JUDICIÁRIO. Moro foi pedra angular, o designer de toda a armação com a ajuda dos EUA.

A vale do Rio Doce pode ser uma armação dentro do golpe com a chegada de militares Israelitas.
É um a tropa  de choque PESADA  e virá mais, aguardem.

Enquanto a lama com sangue se desenha em Minas, outras lamas podem ser desenhadas nas veias abertas pelos rios rumo a Venezuela.

Nada pode ser descartado!

A conspiração  é o lema deste governo que na verdade é comandado pelo militares.O Sr. Bolsonaro é  um fantoche escolhido a dedo por pesquisa para a presidência.
........
Por Brasil 247 https://bit.ly/2HBoJdb

Por Esmael Morais, em seu blog –O senador Roberto Requião (MDB-PR) desconfia da presença de 140 soldados de Israel, a pretexto de socorrer Brumadinho (MG), com 16 toneladas de equipamentos.
Pelo Twitter, o parlamentar disse que os militares israelenses se parecem mais com um grupo de assalto à Venezuela.
Nos últimos dias, Brasil e Estados Unidos lideram esforços para derrubar o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Coincidência ou não, neste domingo (27), Benjamin Netanyahu reconheceu o movimento golpista na Venezuela.

Uma cronista campinense no Recife via José Edimilson do Jornal Paraíbaonline








https://bit.ly/2FBCRkC




Josemir Camilo. Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 9:58

Tanto tempo radicada na capital pernambucana, fazendo o percurso inverso do que fizeram os intelectuais e patronos da ALCG, como Zeferino Agra, Clementino Procópio, Dra. Selma Vasconcelos mostra aos meus coestaduanos a capacidade e a tenacidade do paraibano e, mais exatamente, do campinense (campino-grandense seria o gentílico adequado!). Formada em medicina, pela UFPE, não só conquistou seu espaço entre a corporação, como tem mostrado sua inteligência e sensibilidade, sendo agraciada em sua produção literária com o prêmio ensaio da Academia Pernambucana de Letras (2010) com o seu “João Cabral de Melo Neto. Retrato falado do Poeta”.
Membro da Sociedade Brasileira de Escritores Médico, da União Brasileira de Escritores e da Academia de Artes e Letras do Nordeste, Selma Vasconcelos é, atualmente, Sócia Correspondente da Academia de Letras de Campina Grande, com muita honra. Recebi, recentemente, seus dois livros e quero registrar, aqui, o júbilo da Academia em receber duas preciosas obras de nossa confreira a quem agradecemos, pelo enriquecimento, não só de nossa biblioteca, como de nosso saber.
Dedico-me, aqui, ao seu livro de crônicas, sob o sugestivo título “No Curso da História: crônicas” (2014). Trata-se de excelente momento de conhecermos nossa escritora em crônicas e pensamentos sobre a realidade do mundo (e não só do Brasil) presente e a saúde, também. A campinense Selma Vasconcelos deve ter aprendido a ver o mundo, os desfiles humanos, a partir, talvez, de um lugar social amplo, a padaria Nossa Senhora das Neves, de sua família, ali, na Marquês do Herval, empresa que, por décadas, acompanhou o vai e vem de fregueses e consumidores do comércio campinense, bem como de colegiais do Alfredo Dantas. Tal cenário também deve ter preenchido o imaginário de seu irmão, o poeta Paulo Vasconcelos, escritor e professor, que mora em São Paulo, muito dedicado à literatura. Parabéns aos irmãos, campinenses, escritores!
Decido ler, com o mais apurado gosto, seu livro de crônicas, exercício com que me identifico. Dividido em tópicos como Cultura e Educação, De Poesia e de Poetas, Sociedade e política e, por fim, Saúde, sua crítica não se reduz a um exercício ideológico mas, sim, humanista, na vertente tradicional que lhe serviu de solo cultural, como a História e, a partir destes conceitos, analisa a Globalização e diversas manifestações culturais, quase como um exercício didático. Suas crônicas sobre cultura, sempre trazem uma base histórica e suas múltiplas facetas culturais, mas sempre consciente das deturpações ou mudanças nestes traços de vivência social.
Fala, criticamente, da educação brasileira e elogia as bibliotecas como centro vivo de difusão cultural e não um local onde se ‘guarda livros’. Para tanto, toma, como mote, a (re)inauguração da Biblioteca Félix Araújo, da Prefeitura de Campina, mostrando que está atrelada a suas raízes. Quanto aos poetas, revisita rapidamente César Leal (a quem tive o prazer de, no início de minha vida universitária, ter como professor de Teoria Literária), corresponde-se com Bráulio Travares, saúda o centenário de Pablo Neruda e noticia os 50 anos do grande Carlos (Savoy) Pena Filho. Visita, em duas crônicas, o seu modelo, João Cabral de Melo Neto, sobre quem produziu o excelente passeio em busca do humano, em seu premiado livro, acima citado. Dele, a autora reproduz o ‘aforisma’ sobre os poetas: “só tem importância aquele autor que consegue escrever de maneira original, com linguagem própria, acrescentando algum dado novo ao universo da literatura. Para repetir o que já foi feito, é melhor que fique lendo!”.
Em Sociedade e Política, alerta para problemas ecológicos e política internacional, critica os Estados Unidos pela guerra no Iraque e a destruição da cultura arqueológica, bem como saúda o nosso embaixador Sérgio vieira de Mello, vitimado por atentado, em consequência àquela intervenção. Este corpo de crônicas é bem militante pela paz e crítica aos problemas sociais do país, mostrando uma cientista de fina sensibilidade e vasta cultura, sem se descurar de sua área, agitando a bandeira da bioética. Uma cientista, em defesa da vida e da poesia, admiradora de Fernando Pessoa. Já disse tudo!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Bolsonaro é mau, mas é também um fantoche que os milionários compraram numa cadeira da câmara - enquanto ele dormia

Prof.Dr.Aldo Ambrozio nos indica o texto pelo face que é necessário ler e reler.É preciso acordar, dar as mãos e ir às ruas, a democracia se faz com a população agindo, de mão dadas.A eleição não dar poderes irrevogáveis, jamais.!


Grato à Psicanalista Helenice Rocha pela generosidade em escrevê-lo:
“A esquerda no Brasil tem uma vocação talvez incurável, para o masoquismo. Se acostumou a um ou outro espasmo de prazer diante de uma mísera possibilidade de justiça. Se alegra quando percebe que a bandidagem está nua e começa a ter delírios de que “agora vai!”
Ora ora, a canalhada que usurpou o poder a última vez em 2016 (a primeira foi em 1500) tem deixado à mostra os vários níveis de bandidagem que passeiam por estas terras desde sempre, seja vestindo terno e gravata, toga ou farda.
A globo ajudou a eleger esta trupe. Agora quer arrumar acordo com ela fazendo pressão e fingindo que faz jornalismo. Assim que conseguir o que quer (grana, grana, grana) vai inventar outra história, vai virar sua metralhadora de mentiras pra outro lado e voltar a apoiar o mito ou quem lhe der mais grana.
Os evangélicos poderosos ajudaram a eleger este bando. Mas eles têm muito dinheiro no bolso, uma TV poderosa e a ignorância de seus fiéis que continuam a carregar a cruz enquanto eles acumulam fortuna para umas 100 gerações.
O jeca de curitiba ajudou a eleger esta quadrilha a partir do momento em que se dedicou a quebrar o país com suas mãos sujas e sua voz fina para impedir que o PT voltasse à presidência e vai pender para o lado que lhe trouxer mais garantias de uma vaguinha no supremo ou na cadeira da presidência em 2022.
O STF ajudou a eleger este grupo se acovardando e fazendo da alta corte do país um puxadinho, um boteco, onde negócios imundos e narcisismos de quinta categoria são tratados.
E tem também os não menos poderosos banqueiros, os políticos de carreira grudados em seus assentos em Brasília defendendo seus negócios (terra, saúde, armas, etc.).
E o povo? Foram 57 milhões de votos. Não é tudo, mas não é pouco.
A esquerda tem às vezes um lado ingênuo. Ela acredita que o fiasco do capitão em Davos vai enfraquecê-lo. Bobagem. O mundo sério riu dele, é verdade, mas seus eleitores acharam o máximo a sua humildade no bandejão e os donos da grana que lá estavam acharam linda a confirmação de que este governo está disposto a entregar tudo para o capital estrangeiro, enquanto o mito, que não consegue articular uma frase, assustado, convidava o mundo para fazer turismo no Brasil (belas praias...ah as mulatas...o carnaval...o samba, que lindo país!).
Alguém surpreso com a ligação deste governo com o mundo das milícias? Um governo rasteiro, medíocre, liderado por um capitão reformado truculento, que pousa seu ideal em Ustra (aquele que colocava baratas e ratos nas vaginas das mulheres), um governo composto por personagens corruptos confessos e por outras figuras da mais completa ignorância, estaria envolvido com o que?
Alguém surpreso com o fato de Temer, o mordomo do golpe, agora sem foro privilegiado, estar leve, livre e solto, mesmo com provas robustas contra ele?
Ninguém com mais de dois neurônios pode declarar-se surpreso.
Bolsonaro é mau, mas é também um fantoche que os milionários compraram numa cadeira da câmara - enquanto ele dormia, fazia caretas ou xingava mulheres - para atender aos seus interesses.
Bolsonaro é grosseiro, sem instrução, mas é também o boneco ventríloquo que a classe média raivosa comprou nos grupos de WhatsApp para ver seu ódio legitimado.
Até quando a esquerda vai repetir, melancolicamente, este roteiro de sofrimento? Estamos condenados, como Sísifo, a este eterno retorno?
Com o apelo “ninguém solta a mão de ninguém” a esquerda vem se sustentando numa fraternidade valiosa. Talvez sem ela já teríamos sido dizimados, senão fisica, pelo menos psicologicamente.
No entanto, não estaria na hora desta fratria, de mãos dadas então, lembrar que tem pernas e sair do lugar? Transformar esta ternura entre irmãos no “ódio necessário”? Aquele que converte a melancolia em potência criativa?”