REDES

quinta-feira, 30 de maio de 2019

AULA NAS RUAS -POVO FORTEMENTE AMADO- PROFESSORES -ALUNOS-BRASILEIROS

foto Orlando Maneschy

Largo da Batata, SP, dia 30 de maio (Foto: Wellington Valsechi/TV Globo)

Face Ana Oliveira


Renasce a garra estudantil do país, e com isto há uma aula de política  e  engajamento dentro do Brasil.(30.05.2019.)

O tiro saiu  pra trás. O tirano despreparado e sua trupe incompetente proporcionou uma aula gigantesca ao povo Brasileiro de participação popular.

Democracia não é apenas voto, é participação, é estar , ser cidadão.

Os ataques  brutos, ferozes ao povo desde a educação, previdência, SUS, afora toda uma postura retrograda , fez com que  uma grande camada popular despertasse de um sono anestésico, propiciado pela ausência de uma educação permanente, como assim nos  dizia Paulo Freire.

As mídias, laçaram o povo na dormência; a WEB, pelas redes sociais fingiu uma participação da informação e comunicação.

As falsas rede sociais, que de laço social pouco tem, bestificaram a população , coisa já defendida por muitos autores, como Eco, Baudrillard, Breton e Florestan Fernandes.

Não temos união Latina, assim não damos as mãos ao nossos  irmãos de nossa América do Sul ferida vilipendiada, mal sabemos o nome de todos os estados do Brasil e suas fronteiras.

Hoje, dia 30.05  o estudantes  e o povo em geral, grande parte, vieram às ruas para dizer NÃO, estamos em aula séria e competente com a voz do povo, dos estudantes e intelectuais.

Não foram apenas as grandes capitais - dos estados que foram às ruas, como: SP, RJ, Minas, Pernambuco,Bahia, Rgs e muito mais, foram vilas, campesinos pelas entranhas do Brasil.

Esse som se prolifera pelo mundo, ecoa , os canais de tv mesmo  conservadores retratam o fato.
Mas destaque-se as mídias progressivas na Web  como: TELESUR, HISPANTV, RT que destacam o nosso grito de fortemente amados e armados de garra  do corpo.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Há três modelos de educação: a Academia, o Liceu e os Jardins.

Conosco sempre: Elton L.L. Souza que arranja devidamente o pensamento sempre ao lado da Filosofia  e nos fornece um pensar largo e libertador nos tempos de orgia da desordem, quase caos, senão o próprio CAOS. Capturamos do seu Facebook:








Há três modelos de educação: a Academia, o Liceu e os Jardins. Foi Platão quem inventou a Academia. Na porta da Academia Platão afixou a seguinte placa: “Só pode entrar aqui quem for geômetra”. Assim, na Academia de Platão somente eram ensinadas coisas exatas: fórmulas, dogmas, gramáticas . Os poetas eram proibidos de entrar lá. Já o Liceu é obra de Aristóteles. Este queria mostrar que há ordem não apenas na matemática, a ordem também existe na própria natureza. 
Para provar isso
, Aristóteles recolhia flores de uma mesma espécie e dizia: “apesar de cada indivíduo ser diferente, todos nasceram de um mesmo molde : tudo o que existe se explica por uma Identidade-Padrão". Quando um aluno mais curioso ia explorar o mundo e aparecia com uma flor diferente, uma flor única e rara, Aristóteles mandava jogar a flor fora, alegando que a diferença é um erro da natureza que nos afasta da Razão.
 Foi Epicuro que aprendeu a fazer dos jardins salas de aula: como espaço aberto à natureza multivariada. E as flores diferentes que a Razão homogeneizante desprezava , Epicuro as acolhia em seu jardim, as plantava e regava. Ao invés de tabuada e gramática, cantos e cores. No lugar de moral e cívica, ética e artes . Não apenas a alma dizia “presente” na hora da chamada, também dizia “presente” o corpo, com a vida intensificada. 
A ideia de “jardim” sobreviveu ao tempo e às perseguições , e sua semente ainda vive nos nossos “jardins de infância”. Havia algo da infância nos jardins de Epicuro, como (re)invenção de um devir-criança , feito a “não velhez” do poeta Manoel de Barros . 
Hoje, a academia se tornou sinônimo de universidade, isso é fato. Os fascistas querem que nela se ensinem apenas cartilhas e tabuadas, ordens exatas que adestrem para o “mercado”. A universidade é composta de bibliotecas , laboratórios , refeitórios, isto é, coisas físicas, e mais os educadores e estudantes, a sua parte viva. Quando educadores e estudantes se unem para proteger e intensificar essa vida, mostrando ao povo que o saber ali produzido também faz parte de sua vida, a universidade então sai dos muros da academia, ganha praças e ruas, e se torna novamente Jardim de Epicuro: conhecimento unido à vida.


terça-feira, 28 de maio de 2019

Foi assim: após aprender a contar de zero a dez, descobri que o zero nem sempre é zero, isto é , nada.


por pixabay

CAPTURA DO FACEBOOK
Nada mais a dizer quando Elton escreve, é certeiro, sem vírgulas,sem ponto,vai direto ao alvo!

Elton Luiz Leite de Souza
Quando eu era bem criança, antes mesmo de saber ler e escrever , fiz uma rica descoberta que não cabe no que ensinam cartilhas e tabuadas: aprendi que se podia brincar também com o pensamento. Foi assim: após aprender a contar de zero a dez, descobri que o zero nem sempre é zero, isto é , nada. 
Ele é nada quando é visto sozinho, isolado, como se fosse um ego ensimesmado. Mas se engana quem acha que o zero é só isso. Pois quando o zero é colocado para fazer companhia ao 1, e este aceita a companhia do zero, o 1 vira 10. Como pode o zero fazer o mero 1 se tornar dez “uns”, isto é, dez unidades dele mesmo? E essa interrogação levava a outras: colocando dois zeros , o 1 cresce ainda mais, sem deixar de ser 1, mas ao mesmo tempo já não sendo : ele se torna 100! Colocando mais um zero, nasce o 1.000! 
Descobri então que o zero não é um “nada”, a não ser que se o reduza a isso. Mas se a gente coloca o zero na companhia de outro número dele diferente, do encontro nascem outros números, como se dentro dele existissem potencialidades que a gente só conhece quando ele “desabre” ( “desabrir” é prática que nos ensina o poeta Manoel de Barros) . 
O zero precisa do 1 para se saber mais do que zero. É a diferença, o outro, que o enriquece. Quando o zero conhece a si próprio, ele vê então o que ele é de verdade: não um nada , mas um “ovo”, uma realidade cheia de potencialidades. 
Depois de fazer essa descoberta, ainda bem criança, sempre que alguém perguntava minha idade eu respondia: “Tenho mais de 1.000 anos!”, e os adultos riam achando que eu não sabia contar os anos. Mas na verdade eu queria dizer , brincando, que o pensar faz a alma aumentar em mil seu tamanho. 
Depois aprendi com poetas e filósofos libertários que o pensar só é autêntico quando faz a gente agir para sair do ovo . E quanto mais gente sair ( mil, milhares, milhões...) , mas difícil fica para o poder nos reduzir a nada.
"A zeroidade é o plano de imanência do pensamento" (Deleuze)

( imagem: livros como escudos, lápis como lanças. Foto compartilhada da página A Casa de Vidro)

sábado, 25 de maio de 2019

Dilma no Encontro de Assinantes em Porto Alegre (25.5.19) - Parte 2

Glenn Greenwald entrevista Lula: entrevista completa

Professor é demitido após trabalhar texto sobre tortura na ditadura militar

foto por diário da informação



Estamos em época de perseguição desorientada. A docência tornou-se um estorvo pela vigilância, que não é ideológica apenas,  é aos diferentes. 
Passei por isto na Ditadura Militar em Pernambuco-Recife, onde provas iam parar no quarto exército e éramos chamados a explicar questões.
Repete-se agora de forma ampla tendo a família como delatora. Aonde vamos chegar ? Queremos negar a história e a consciência de um processo vivido com perdas terríveis: exílios, torturas e perseguições?
Não podemos, temos que resistir!
RESISTIR COM FORÇA NAS RUAS!!!!

MINHA TOTAL SOLIDARIEDADE AO COLEGA -Willian Meister!!!!!

ABAIXO RECORTO MATÉRIA DA CARTA EDUCAÇÃO-http://bit.ly/2JWpIny QUE FAZ A DENÚNCIA, LEIAM:




SC: Professor é demitido após trabalhar texto -sobre tortura na ditadura militar
O docente foi denunciado por um pai de aluno e a Secretaria de Educação de Itapema decidiu por desligá-lo da escola

Willian Meister por http://bit.ly/2JWpIny


O professor de educação física Willian Meister foi demitido da escola Escola Municipal de Educação Básica Oswaldo dos Reis, de Itapema, Santa Catarina, após trabalhar um texto poético sobre o período da ditadura militar com seus estudantes.

O caso aconteceu próximo ao 1 de abril, data que este ano marcou os 55 anos do golpe militar ocorrido em 1964, e levou à instauração da ditadura. O professor reservou parte de algumas aulas para ler e debater com as turmas do sétimo e nono anos o texto “Canção para Paulo (A Stuart Angel)”, de Alex Polari, que narra a tortura sofrida por Stuart, filho da estilista Zuzu Angel, morto durante o período ditatorial. O professor explicou que a atividade de leitura era prevista no cronograma escolar.

“Na introdução da aula, eu falei um pouco sobre a ditadura, os impactos que o movimento teve na reformulação da educação e também da Educação Física, que se tornou desportivista no período, ou seja, serviu aos militares como uma ferramenta  de contenção dos corpos, de aplicação de uma moral comportamental”, explicou o docente. Ele garante que a atividade rendeu a participação e debate dos estudantes e que a escola tinha conhecimento sobre o material utilizado.
Dias após a atividade, o professor foi advertido pela diretor da escola, Emílio César da Silva, que também é presidente do Conselho Municipal de Educação de Itapema. A justificativa para a advertência foi o que pai de um dos estudantes do sétimo ano procurou o gabinete da prefeita Nilza Simas (PSD) para reclamar do texto utilizado, por ‘ser pesado e conter palavrões’. O familiar foi encaminhado à Secretaria de Educação, que, por sua vez, cobrou que a escola chamasse o professor para uma conversa, e  emitisse um relatório para ser entregue ao reclamante.

Meister conta que, diante a situação, conversou novamente com os estudantes. “Narrei o que estava acontecendo e disse que estava aberto ao diálogo, que caso algum deles ou familiar quisessem conversar sobre o meu trabalho, era só me procurar. Entendo que não houve uma ilegalidade, um questionamento técnico pedagógico sobre a minha prática, mas uma crítica, e ela poderia ser feita diretamente a mim”, contou o professor.
Após a atitude, no entanto, a situação se agravou. Admitido em caráter temporário pela rede, Meister não teve o seu contrato renovado no fim do mês de abril, situação que, segundo ele, foi anunciada pelo diretor da seguinte forma: “procure o RH da prefeitura, seu contrato não será renovado e você não trabalha mais aqui”.

Discordância política ideológica

Segundo o professor, o caso acerca do texto não foi o único enfrentado por ele na escola, que garante ter sofrido perseguição política ideológica e ter sido visto como adversário político dentro da instituição – em 2016, Meister se candidatou a prefeito de Itapema pelo PSOL e fez oposição à chapa da atual prefeita, apoiadora de Bolsonaro.
O professor entrou com uma representação no Ministério Público, que prevê crime de improbidade administrativa, devido a um esforço burocrático por parte da gestão escolar de afastar o professor da instituição – a escola produziu registros de outras práticas do professor, sem que ele tivesse conhecimento. A ação também alega ofensa ao princípios da legalidade e impessoalidade, além de assédio moral.
A defesa reitera o pedido para que o Ministério Público de Santa Catarina abra um inquérito civil para analisar a conduta dos envolvidos no caso e para que o professor seja reinserido no serviço público.
“Quero voltar a trabalhar em sala de aula por uma questão de dignidade, do meu compromisso social e profissional. Sou vítima de uma injustiça, de uma ilegalidade. Sobretudo nesses tempos de ataque a educação, é importante registrar esse ato de resistência como professor, com relação a arbitrariedade, autoritarismo e censura. É fundamental que os professores denunciem situações como essa. Não vão destruir a educação crítica do Brasil por uma perspectiva politica ideológica”, criticou.

Repúdio

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) publicou uma nota de repúdio no dia 14 de maio em relação á demissão sumária do professor, “ato que representou o ápice de um movimento intenso de perseguição política e ideológica“, grafou.
O texto coloca que, casos como este, “ficam, infelizmente, cada vez mais comuns e corriqueiros nos tempos em que vivemos, forjando um caldo de perseguição política e ideológica dentro das escolas brasileiras”.
“Estamos todos/as atentos/as aos desdobramentos desse caso e não nos furtaremos em reverberar nacional e internacionalmente essa atitude vergonhosa de gestores públicos de um município que não honram a área que deveriam gerir. Essa espécie de gente, que não entende nada de educação, não deveria assumir funções dessa natureza e lutaremos para que nunca mais o faça”, finaliza a nota.
A reportagem procurou a Secretaria de Educação de Itapema para comentar o caso, mas não recebeu respostas até o fechamento da reportagem.