REDES

terça-feira, 11 de junho de 2019

NOVAS DENÚNCIAS - VAZAJATO SAIRÃO NAS GRANDES MÍDIAS INTERNACIONAIS










"Publicamos *4 artigos complexo*, com muita evidencia, so 3 dias atrás. Entendo que pessoas querem mais, mas precisa nos dar tempo e espaço pra fazer jornalismo certo. Se errarmos, isso não ajudará a informar o público, e eles vão usar isso pra sempre. Tudo será dito. Eu prometo."


Material farto foi distribuído às mídias internacionais  por Greenwald-The Intercept Brasil.
Há muita gente envolvida e pode ser a grande degola do fascismo do Executivo -Judiciário  e Legislativo.

As novas denúncias sairão nas mídias Internacionais, talvez antes mesmo que as do Brasil para a abrangência ser mais fatal.
The Tele

Glenn Greenwald é nome de peso e respeitado  no mundo ocidental, ganhador de vários prêmios no Jornalismo, incluso o PULITZER.

Telegram fundado em 2013 pelos irmãos Nikolai e Pavel Durov, de onde grande parte do material  foi colhido já manifestou-se, nao sabemos detalhes
Ela é uma empresa independente, não mais ligada ao VK - uma  espécie de Facebook Russo.

Glenn mantém mudez,  é proposital e correta face a dimensão dos fatos.O que vale é a ação dos fatos e sua difusão.

O Lawfare que impera no Brasil - América Latina é  uma combinação internacional aculoiada para fazer desmoronar as frágeis democracias do continente Latino.A Telesur e Hispantv vem tratando o caso corretamente, bem como outros ramos da mídia, mesmo as americanas- do norte, e as do continente europeu.

A depender da Justiça Brasileira, a coisa irá demorar- o povo tem que está nas ruas aos gritos, berros para fazer  valer o trabalho bem talhado da Intercept Brasil.Uma equipe sigilosa e criteriosa o acompanhou dentro e fora do país para  a denunciar e fazer  eclodir.

O jornalismo alternativo está fazendo sua parte , resta a nós brasileiros darmos suporte contra a ferida que vem destruindo o país.Não temos mais democracia e república.

Atores Sociais de peso, em circulação nas mídias hegemônicas ,precisam ajudar a detonar o crime!

A rede Globo não tem interesse em divulgar pois ela faz parte dos crimes- ela é parceira  da Lavajato!

Perguntas: Quem banca o INTERCEPT BRASIL? PIERRE OMYDIAR  e aí?
A que se quer chegar?
Quem vai divulgar o resto do material? Omydiar decidirá?

domingo, 9 de junho de 2019

Bolsonaro veta projeto de concursos de Literatura promovidos pelo governo POR EXAME





Bolsonaro: presidente vetou projeto de lei que atribuía ao Poder Executivo a criação de concursos de literatura (Adriano Machado/Reuters)

A revista Exame- http://bit.ly/2wN3xsc  traz esta matéria que só agora damos conta, vejam o que é um governo que só sedimenta a ignorância, a falácia e o desprestígio ao povo brasileiro.Como disse um post de um assinante do Facebook-Guedes Sopra no seu ouvido e ele repete. Leiam a abaixo a citada matéria:

Bolsonaro veta projeto de concursos de Literatura promovidos pelo governo

Planalto justifica o veto alegando que a medida "acaba por aumentar despesa pública, sem o cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória"


Brasília — O presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente projeto de lei que atribuía ao Poder Executivo a criação de concursos regionais de literatura, para descobrir e incentivar novos autores no país. O projeto pretendia alterar a Lei da Política Nacional do Livro para incluir os concursos regionais no rol de ações de difusão do livro de responsabilidade do governo. O veto está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (5).
O Planalto justifica o veto alegando que a medida “acaba por aumentar despesa pública, sem o cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória e sem que esteja acompanhada de estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro”.
Além disso, segundo o governo, o veto não impede a realização de eventual concurso, com respaldo orçamentário, uma vez que a mesma Lei do Livro já prevê ações para o estímulo à produção dos escritores e autores brasileiros.

Diz a razão do veto publicada no Diário Oficial: “A propositura legislativa ao determinar a obrigatoriedade de instituição de concursos regionais em todo território nacional visando a descobrir e a incentivar novos autores, acaba por aumentar despesa pública, sem o cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória e sem que esteja acompanhada de estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro, o que viola o art. 113 do ADCT, o art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como o art. 114 da LDO para 2019. Não obstante, o presente veto não impede a realização de eventual concurso, com respaldo orçamentário, tendo-se como permissivo legal o inciso IV do art. 1º, e o caput do art. 13 da Lei nº 10.753, de 2003, que já prevê, como diretriz da Política Nacional do Livro, o estímulo à produção dos escritores e autores brasileiros.”

sexta-feira, 7 de junho de 2019

O que leem os Americanos de nossa literatura -BRASIL?



http://bit.ly/2wBC0Kq



Pesquisa informal acerca do que leem os americanos de nossa literatura, não me atemorizou. Eles basicamente não leem nada, salvo acadêmicos, universitários em pesquisa.

No geral nada leem, até porque os autores brasileiros que estão a frente aqui, no nosso mercado não estão traduzidos para o inglês.

Tomei 3 casos de brasileiros e um americano. o que ouvi foi alarmante.
1-Entre os quatro um é americano e o recebi em casa para uma estadia de  dois meses;.
2-O Segundo, um professor de Letras de umas das grande universidades Brasileiras Federais;
3-O Terceiro- um editor Brasileiro;
4-O quarto, um gerente de uma das grande livrarias de S.Paulo.
Afora isto, pautei-me por leituras de que tratam o assunto.




Antes de trazer flashes dos  depoimentos  ouvidos, quero passar a limpo algumas questões que são genéricas e que se incluem nos referidos depoimentos.

A grande dificuldade é que o Americano não lê português e até despreza a língua, refiro-me a uma classe média americana.Nem mesmo o espanhol cai em suas graças.Por outro lado a um desprezo, despreparo, por nossa realidade e portanto de nossa literatura.Sua leitura é influenciada pela mídia de baixa qualidade e seus gêneros de preferencia sao policiais, ficção e ou biografia.
Se compararmos entre nós da língua portuguesa e os da língua hispânica, esta última ganha em seus redutos universitários.

São raríssimas as livrarias especializadas na nossa língua, mesmo em Nova York ,neste sentido o Kindle-Amazon abre um pouco este caminho, mas não tem grandes fluxos.
Desta feita existem redutos ilhados das academias, ou pessoas que moraram no Brasil e conhecem um pouco da nossa literatura ,mas sem grandes volumes estatísticos. O americano olha para seu umbigo, no geral, da sua língua dai leem os anglosaxões.

Não há um programa de parte do Brasil para divulgação de nossa produção, coisa que eixste de parte do mundo espânico lá.

A web tem salvo alguns de nosso críticos, e aqui me incluo,, pois a visitação desde blog é em primeiro lugar, advinda dos EUA, depois Brasil. Quero crer que sao migrantes daqui e em estando lá  querem manter uma atualização.

Em que pese nosso mundo editorial aqui ser monopolizado pelas industria editorial americana, entre outras, ele exploram aqui ,mas nao se interessam em traduzir para o inglês, até porque não há interesse de um público lá.
Bom partamos para expor partes os depoentes:

1-Bom o primeiro um americano de 37 anos, engenheiro, radicado no Basil ha 3 anos, fala que seu interesse em ler é mais para biografia, como  deleite,  engenheiro e interessou-se pela biografia de Lula, mas não se interessa por ficção , aliás diz ele" isto é comum entre nós, lá nos estados unidos."Nao temos empatia com a língua, eu particularmente , diz ele: acho o modo brasileiro de se expressar belo, diferente de nós. Desconhecemos um Brasil múltiplo e cheio de novidades.Todavia não temos habito de leitura tão intenso, a não ser os pockets e muito do cinema,comic e quadrinhos, coisas de bobeira, como vocês dizem.A nossa classe media é idiotizada inteiramente, sobretudo do interior e de alguns estados.Nova York  é uma ilha, difere de tudo do nosso país.Eu não compreendo porque tantos brasileiros são fascinados pelo nosso país, claro, tem algo que nos chama atenção, a arquitetura, a pseudo liberdade, as tecnologias, e afinal é um centro econômico forte, mas em declínio.E sei que temos grandes nomes  na literatura, no jornalismo, mas há um exagero, sinto isto"

2-O segundo, professor de letras ,43anos-UFPB ja residente nos EUA, nos fala: "se há uma falta de interresse de nós brasileiro, alunos que vem fazer letras, imagine você um americano se interessando por nossa literatura, é raríssimo. Temos alunos em Mestrado e Doutorado que focam -nos mas quase sempre se fixam nos clássicos, como Machado, Joao Guimarães, Clarice Lispector,Jorge Amado,  quanto a poesia eles não se aproximam muito, até porque a linguagem é mais fechada, digamos assim, mas há exceções foi o caso de um que veio estudar Drummond e até Orides Fontela, coisa que me deixou boquiaberto, mas são raridades e chegaram a tal por professores do Brasil em passagem pelos EUA.Nossa literatura já esteve melhor, isto também vai da política e liderança governamental e sua exposição externa.Também acho que as rede Sociais, retiram o estimulo a leitura, no geral.Decoram-se titulo e resumos, é o um mundo do simulacro.Minha experiencia lá nos EUA , foi um apredizado, mas realmente eles nao tem interesse por nossa produção, a população de classe média, é outro mundo.Muitos vinham fazer meu curso por curiosidade e muitos desistiam, segundo eles o idiomaé o entrave. A língua é política e nós não temos poder no entrelaçamento geopolitico econômico,linguístico.; os latinos nos Eua tem maior interesse."


3-O terceiro, um editor - de uma pequena editora,38- SP. anos é mais cético e nos fala: "  se nós não lemos nosso idioma eles muito menos e não temos bons tradutores as pencas nos Estados Unidos.Salvo Exceções, caso de Bejamim Moser, por exemplo.Neste sentido os canadenses tem mais empatia por nossa literatura que os americanos.Por outro o lado não temos um programa de incentivo a tradução de nossas obras e difusão em salões de livros lá.Isto faz falta e como faz.Há também pessoas que bancam a sua tradução mas é  difícil difundir dentro dos Eua, não é fácil. Os livros digitais como da kindle, ou google, tem feito algo para a literatura, mas não basta, há que ter uma política de divulgação, difusão, eventos, exposição do autor, palestras, debates e claro sua qualidade.Há um modismo de autores qe passeiam pelo mundo e  escrevem suas memórias, ms não estou certo que isto deu um impulso de venda.Não creio.Outra coisa há destacar é a estilística da literatura americana que difere bastante da nossa, e na tradução há que ser mestre, um batuta"


4-O quarto- o gerente de livraria- Este nos coloca :56 anos -SP " a procura por livros técnicos é boa ou razoável em inglês, aqui, mas a procura na aérea de ficção e poemas é quase nula por estrangeiros, salvo estudantes bolsistas aqui.Os americanos são um povo profundamente distinto de nós, refiro-me a  classe media, eles são manipulados inteiramente por uma mídia ignorante e a única salvação deles é a universidade-lá. Não há estimulo  ao conhecimento do nosso mundo literário, por incrível que pareça.Eles se acham donos do mundo e só a literatura deles, os best-sellers  é o que há, e ainda mandam para ca traduzidos e vendem , vendem muito.Agora há professores daqui ou autores que sao convidados para visitarem suas universidade por um tempo, fazendo residência e isso fura um pouco o bloqueio de nossa literatura,mas nada tão expressivo.para vendas.As feiras internacionais por outro lado fazem alguma divulgação, tendo por trás algumas editoras deles- dos EUA, quando sentem que podem vender bem por lá. O livro é mercadoria com outra qualquer, não se engane.Por isto há um trabalho editorial que vai desde a capa, titulo, cor, diagramação etc, para eles isso é fundamental.Claro isto muda de pais para pais, sobretudo em capa, cor e volume, sim isto mesmo, grossura do exemplar, as vezes melhor divi-lo em dois que num só."



sábado, 1 de junho de 2019

Família nordestina guardou séculos de romances medievais de mais de 700 anos na memória


A Literatura de Cordel é uma manifestação popular que se concentra no Nordeste, mas ja se espalhou pelo BRASIL. De origem ibérica, veio com os portugueses e espanhóis e aqui se fincaram.Seu valor é incalculável, pois narra  a história pelo outro lado, do povo.A nova história, Escola dos Anales -França-considera-a uma fonte preciosa para os estudos do contrapoder.Até o imperialismo dos EUA a considera, rouba ou compra seu acervos.
A Fundação Casa Rui Barbos, RJ Fundação Joaquim Nabuco-Recife, PE e IEB -SP, tem acervos consideráveis e a UFPB..
A BBC fez matéria considerável que abaixo publicamos. - https://bbc.in/2YYg2g -



https://bit.ly/2WF0a2e




















  • Família nordestina guardou séculos de romances medievais de mais de 700 anos na memória



    Ainda na infância, Benedita Maria do Nascimento, a caçula entre nove irmãs, aprendeu com o pai a arte de transformar cipó em cestas e balaios no sítio Oiteiros, em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte.
    Enquanto tecia as peças artesanais, debaixo de um pé de manga, seu Atanásio Salustino cantava o que aprendeu com os antepassados. Benedita escutava atenta. "Dom Jorge eu ouvi dizer que tu tavas pra casar. É verdade, Juliana, eu vim te desenganar. Esperai, Rei Dom Jorge, que eu vou lá no meu reinado, vou ver um copo de vinho que eu pra ti tenho guardado".
    Benedita não sabia, mas as canções que ouvia de seu pai e guardava na memória eram romances ibéricos, histórias de conquistas que eram contadas e cantadas na era medieval. Herança trazida para o Brasil nas caravelas pelos colonizadores europeus.
    "Chegou por livros e chegou na memória", é o que conta Maria Emília Monteiro Porto, professora de História Moderna e História do Brasil Colonial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Segundo ela, o povo ibérico tinha um tradição de romances muito específica e particular, em razão da ocupação da região pelos árabes.
    "Essa ocupação acontece entre o século 7 e só vai acabar no século 15, em 1453, e isso também provoca toda essa história de luta e heroísmo que vai ser a base desses romances, dessas histórias que são contadas. Inclusive, muitos temas do nosso cancioneiro nordestino vão lidar com essa briga entre mouros e cristãos".
    Mas essa ideia de cantar as aventuras é ainda anterior à Idade Média. Remete ao mundo antigo. "Seja nas histórias de Heródoto, mas sobretudo Homero na Ilíada e na Odisseia. Ele (Homero) é um cantador. Exatamente um modelo do cantador que nós temos hoje, tanto aqui no Nordeste, quanto nos séculos 10, 11, 12, 13, 14, 15 na Europa", diz Monteiro Porto.

    Mantendo o conhecimento vivo

    Pelo menos até o século 15 a escrita circulava muito pouco. A ideia de cantar as histórias surgiu exatamente para manter o conhecimento vivo, geração após geração. "Os romances terminam com uma certa combinação pra ajudar o cantador a sempre recordar. A rima ajuda a memorização", diz a professora.


    Atanásio Salustino
    Image captionBenedita e Militana aprenderam a cantar romances com seu pai | Foto: Arquivo Pessoal

    Foi dessa forma que as canções medievais se difundiram no Brasil. "Tem sempre um que sabe ler, que conta ou canta, e outro que memoriza e vai repetindo", explica Monteiro Porto. Como aconteceu com a romanceira Benedita, que reproduz hoje o que ouvia o pai cantar.
    Durante décadas, esse saber ficou na escuridão do anonimato. Até que, segundo conta Benedita, há quase trinta anos foi convidada a dividir suas memórias com estudiosos, participar de debates sobre cultura popular e apresentar-se em eventos culturais. Integrante de uma família patriarcal, não teve a autorização do marido para alçar voo. Por ciúmes, ela confidencia que ele indicou a irmã para ir em seu lugar.
    Benedita permaneceu desconhecida. Mas, aos 76 anos, nunca esqueceu as canções que embalaram sua infância. Parte do que entoa tem traços da cultura medieval como Juliana e Dom Jorge, outro tanto são canções romanceadas do Nordeste brasileiro, cantares que reúnem diversos gêneros como as toadas de boi, modinhas e cantos de romaria e cordel, como As quatro órfãs de Portugal, do paraibano João Melchiades Ferreira, poeta do século 19.


    Livros
    Image captionTradição de cantar histórias se enraizou no Nordeste | Foto: Arquivo Pessoal

    É um romance longo que Benedita canta na íntegra. "Na cidade de Lisboa, havia uma união de quatro donzelas órfãs, sem pai, sem mãe, sem irmãos. Servia a moça mais velha como mãe de criação".
    Em uma hora de entrevista para a BBC Brasil, Benedita canta vários romances. Muitas vezes, porém, o olhar parece se perder no tempo. É o mal de Alzheimer que se avizinha. Nenhum dos 11 filhos que teve, como também nenhum neto, se interessou em aprender os romances cantados pela romanceira.

    Irmã famosa



    Militana
    Image captionMilitana fez shows pelo país como a 'maior romanceira' do Brasil | Foto: Arquivo Pessoal

    Felizmente, graças às pesquisas realizadas pelo folclorista potiguar Deífilo Gurgel, que morreu em 2012, todo esse conhecimento foi gravado e está preservado na voz de Militana Salustino do Nascimento, a irmã de Benedita, que também tinha um acervo considerável e uma memória privilegiada. Ela ganhou fama, notoriedade e ficou conhecida como a maior romanceira do Brasil.
    Em 2005, chegou a receber das mãos de Luís Inácio Lula da Silva, então presidente da República, a Ordem do Mérito Cultural, comenda máxima da cultura brasileira. Para o padre André Martins Melo, historiador que acompanhou de perto os passos de Militana, a comenda foi um marco. "Mudou o interesse das universidades em fazer um estudo sobre o luso-brasileiro, de conhecer historicamente", conta Martins Melo.
    Militana morreu em 2010. Já a última guardiã de uma família que manteve viva a cultura mouro-ibérica, passa boa parte do dia deitada numa rede no alpendre da casa que mora recordando histórias galantes de amores, aventuras e tragédias.
    "Todo o saber de Militana é o mesmo de Benedita. Ela canta o que cantava Dona Militana e o pai: histórias luso-brasileiras. De amor, de poder, de grandes brigas, de cristão com os mouros e assim por diante", diz o padre André.

    Invasão estrangeira



    Livros
    Image captionRomances ibéricos chegaram ao país com os colonizadores | Foto: Arquivo Pessoal

    Durante 15 anos Deífilo Gurgel estudou profundamente sobre o romanceiro no Rio Grande do Norte. Foi ele que descobriu o cantador de romances Atanásio Salustino, pai de Benedita e Militana. As pesquisas de Deífilo no Rio Grande do Norte resultaram em dois livros: O Romanceiro de Alcaçuz, publicado na década de 1990, e Romanceiro Potiguar, lançado em 2012, dois meses depois de sua morte.
    No total, o folclorista coletou 300 romances, alguns deles inéditos no Brasil. "As primeiras questões da oralidade ibérica, os primeiros registros, as primeiras cantigas, vieram pra cá. Se o Rio Grande do Norte não é o maior está entre os maiores, sem dúvida alguma", pontua Alexandre Gurgel, jornalista e pesquisador, filho de Deífilo Gurgel.
    Gurgel aponta a necessidade de dar continuidade aos estudos sobre o tema, sobretudo porque os detentores mais antigos desse conhecimento estão morrendo. "Vários já se foram e a gente vê uma invasão cada vez mais forte de culturas estrangeiras no nosso país e as novas gerações sem entenderem as suas raízes".
    "Eu tenho medo de perguntar na minha sala de aula quem conhece Militana e ninguém conhecer. Me assusta a ideia", revela a professora universitária da UFRN. Ela defende que escolas e universidades explorem mais o tema de forma pedagógica.
    Maria Emília reconhece, entretanto, que, em termos de cultura de massa, esse não é o tema, nem a música, que despertam interesse, já que são vistos como "mais sofisticados", embora tenham origem na cultura popular.
    "Você falar de uma romanceira é mais ou menos como você falar: você escutou Brahms hoje? (Johannes Brahms, compositor alemão do século 19) Tá no campo da erudição, sendo popular, e deveria ser mais difundido nas escolas e na pesquisa também."