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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

No momento em que médicos são apresentados à sociedade como guerrilheiros


ARQUIVO DA ORGANIZADORA M.TELLES


SE É DA MARA - NÃO PRECISA FALAR MAS NADA -FLAGRA DO FACEBOOK




No momento em que o Direito Universal à saúde e o Programa Mais Médicos do Brasil estão sendo atacados por Fakes News produzidas pelo Governo Federal;
No momento em que o atual ocupante do Executivo Federal lança frases de efeitos contra políticas públicas de saúde;
No momento em que são criados factóides contra especialistas em saúde e médicos estrangeiros por políticos que desconhecem o Brasil profundo;
No momento em que quaisquer dados de agências estatais são desmentidos quando revelam verdades que contrariam as ideologias do Executivo Federal;
No momento em que os cientistas, pesquisadores e professores são humilhadas publicamente pelo governo;
No momento em que médicos são apresentados à sociedade como guerrilheiros;
No momento em que os povos das aldeias indígenas são assassinados e a população das regiões mais vulneráveis são abandonadas;
Este é o momento de apresentar uma obra com dados inéditos sobre uma política de saúde inclusiva, justa, técnica e exitosa: o Mais Médicos.
Vozes dos atores: gestores, médicos cubanos, brasileiros e estrangeiros, população Quilombola, Indígenas e usuários desta política foram ouvidos em mais de 700 comunidades.
De Oiapoque ao Chuí.
Do sertão ao interior da Amazônia.
Mais de 18 mil entrevistas.
Neste momento obscuro pelo qual passa nosso país é um prazer apresentar à opinião pública meu novo livro “Mais Médicos: vozes dos atores e impactos do programa na atenção básica em saúde” com a colaboração de prestigiados pesquisadores da área.
Já está nas gráficas da Editora UFMG.
Em breve, nas melhores livrarias e mesas redondas.
Meus agradecimentos especiais ao fotógrafo Araquém Alcântara, que cedeu generosamente suas fotos sobre o Programa,
Ao professor Renato Janine Ribeiro que escreveu generosa apresentação do livro,
E a todos os professores, pesquisadores e estudantes da UFMG e de outras instituições que participaram desta inédita e necessária pesquisa e apresentaram as interpretações sobre o Programa a partir dos nossos dados, como Telma Maria Gonçalves Menicucci Joao Feres Jr. Camila Vida entre outros.
Navegar é preciso. Viver não é preciso.

TUTAMÉIA- O FASCISMO E VILANIA NO GOVERNO ATUAL

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

O Fim das TVS? Será? Youtube e Rutube



http://bit.ly/2LNBZMV



The New York Times , https://nyti.ms/2GxEdfa,  por Alberto Barrera Tyszkasua  em edição para espanhol, traz uma matéria sobre as Tvs partindo do caso da Univision-MX, pioneira da TV em espanhol nos Eua. Vai mais adiante, deflagra uma afirmativa do fim ou o  caminho para o fim das TVS e uma volta para o mundo digital, especialmente entre os jovens.

Não sei se isso se aplica  com veemência ao Brasil e América Latina. As Classe C -D (e olha lá senão a B ) ainda estão pregadas a TV com destaque   às telenovelas  que foi seu grande princípio e ainda tem sua hipnose coletiva face  uma estratégia de ligá-las aos telejornais, sua grande manta de fazer política descarada e anestesiar ideologicamente.

A Tv ainda é companhia e hábito entre nós brasileiros das classes acima referidas.Liga-se e deixa rolar especialmente entre  os de meia idade  e idosos. Os jovens, sim , renegaram a TV e migraram para o mundo digital - caso do YouTube e redes ditas sociais-Face, Insta,Twitter e agora o Vk e Ok.Ru Russo.

Os países no topo de desenvolvimento como China , Rússia tem deflagrado uma onda de uma nova  TV noticiosa  com muitos documentários e até cinema, aberta ao mundo digital em língua espanhola e até em português,  algumas inseridas a cabo  ou no espectro digital refiro-me _:RT-Rússia, CGTN- China,TeleSur -Venezuela/Cuba  e HispanTv- Irã.

Ficou provado o óbvio que é o poder da notícia , o quarto poder.Todavia ainda não temos um sucesso absoluto de audiência.Há tentativas do Google de tentar boicotá-las  face ao Departamento de Estado Americano.Caso Hispantv - Irã- .

Na América Latina  a TELESUR é destaque para um púbico mais maduro,  América Latina (alguns países outros não) - Caribe e na Venezuela em forma aberta. Seu projeto teve a participação no governos de esquerda   como :da Argentina, Brasil -época do  PT, Nicarágua, Bolívia,Equador, e Cuba.Hoje  apenas Venezuela e Cuba a mantém, porém ela se coliga com outras ja aqui citadas-Russas, Chinas e Iranianas.

A Telesur desmascara  a CNN em espanhol e isto é bom, embora ela esteja-CNN-  instalando-se  aqui no Brasil, mas com certeza não competirá com a Telesur e sim com a GloboNews.

Os jovens nao curtem notícias , o que entendemos como perigoso, mas este é o fato, agora é a web suas múltipla opções onde o youtube é sucesso e garante boa espionagem sem sombra de dúvidas.Neste sentido a Russia esta tendo o seu  Rutube -https://rutube.ru/, ainda não firme concorrente do Youtube, face ainda a linguagem em Russo, mas em progresso.

Penso que ainda teremos tempo com o  poder televisivo e suas artimanhas com programas debilóides, de auditório, ou gravados, fofocas e as inomináveis telenovelas.
Ainda haverá tempo para a TV Aberta, mesmo que concorde em sua decadência- face seu poderio por mais de 50 anos.

O fato é que temos agora canais alternativos de notícias retirando um pouco  a ditadura plena das redes hegemônicas , embora não atinja a grande massa que não possuem wifi de boa qualidade .
Mas é o começo do fim , não tenho dúvidas!

Abaixo matéria citada EL País!

https://nyti.ms/2GxEdfa



CreditE+/Getty Images






CIUDAD DE MÉXICO — Hace dos semanas, a través de un comunicado, la empresa Univisión confirmó lo que ya era un sonoro rumor: la posibilidad de su venta. Se trata de la cadena pionera de la televisión en español en Estados Unidos y, junto a Telemundo, una de las dos pantallas que se disputan el público hispano en ese país. Más allá de los elementos puntuales, entre los que destaca una deuda millonaria, la gran pregunta es si realmente existe alguien interesado en comprar hoy en día un canal de televisión abierta. ¿Para qué?


Desde hace años, la aparición de internet, los cambios en las plataformas comunicacionales y las consecuentes variaciones en los hábitos de consumo de las nuevas generaciones han terminado produciendo una revolución involuntaria: es una transformación radical y casi inesperada, sin dirección política, sin otro sujeto protagonista que la tecnología. De pronto, el poder pasó de la pantalla a los usuarios. El control sobre lo que puede o no se puede ver cambió de manos. La “dictadura” de la TV abierta —como la llamó Carlos Monsiváis— finalmente ha sido derrotada.


No es aventurado afirmar que en el futuro, la palabra “televisión” dejará de existir. Se quedará sin referencias. Tan sola e inútil como la palabra “betamax” o la palabra “casete”. Un cambio tecnológico ha producido una crisis en una de las industrias aparentemente más sólidas y bien cimentadas. Y se trata de una alteración que escapa a la moralidad con la que frecuentemente se enjuicia a la televisión. No se trata de dilucidar si el cambio es bueno o malo. Simplemente es inevitable. Su propia dinámica le ha dado más libertad a los contenidos, ha redimensionado las posibilidades de la narrativa audiovisual. No está en crisis el relato. Todo lo contrario. Lo que está en crisis es su forma de producción, distribución y consumo. El televisor y la industria que respira tras él de repente comenzaron a convertirse en una antigüedad.


El día a día, con su urgencia de llenar veinticuatro horas de programación, tal vez no permite mostrar tan nítidamente lo radical que en el fondo está siendo el cambio. La tele abierta tenía un poder casi absoluto. La única defensa posible ante ella consistía en apagarla. No había más opciones. Desde su trono emisor, administraba y distribuía no solo la sentimentalidad y la moral sino que, incluso, también organizaba los tiempos del gusto y de la angustia, los horarios para reír o para informarse. Era el centro de la casa. Y muchas veces lo era de manera literal, física.


Ahora somos los usuarios quienes podemos elegir y decidir qué, cómo y cuándo consumir los contenidos audiovisuales. Ya hace dos años, una encuesta mostraba cómo en España el 72 por ciento de los jóvenes ven más YouTube que televisión. La migración de la audiencia hacia las plataformas de transmisión en línea ha producido un cambio vertiginoso e irreversible. No solo se trata de un asunto de ratings y de ventas. El propio contenido que definía la ficción audiovisual también ha cambiado. También la palabra “teleculebra” se está quedando huérfana.







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La telenovela fue el género emblemático de la televisión abierta latinoamericana. Está ligada genéticamente a ella, tiene que ver con su origen, con su naturaleza. Ese folletín cotidiano e interminable —que empezó versionando algunos clásicos de la literatura del siglo XIX y que se desarrolló canibalizando el relato sentimental de la mujer pobre que se enamora de un hombre rico— fue durante años el producto estrella de nuestra tele. Su garantía de origen, su marca. Hoy en día los culebrones son animales en vías de extensión. No me refiero al melodrama sino a esa forma específica del melodrama, a ese formato de largo aliento, asentado sobre estereotipos y desarrollado narrativamente bajo la premisa de la reiteración y del falso suspenso. Ninguna de las plataformas (Netflix, Amazon Prime, etc.) que definen hoy el mercado está buscando una María la del Barrio de 150 horas.


Las llamadas plataformas de transmisión libre (OTT) han impuesto un modelo y un ritmo de ficción mucho más diverso, que se desperdiga abriendo cada vez más segmentos de la audiencia, ampliando sus límites. Lo que define a las nuevas plataformas no son sus productos sino su infinita posibilidad de tener más productos. Siempre. De cualquier tipo. Por eso una de sus condiciones esenciales es la velocidad. Cada vez son más frecuentes los formatos seriados, con un máximo de ocho o diez capítulos. No es azaroso que Televisa, la productora de telenovelas más importante del mundo, apueste ahora por transformar su grandes clásicos de siempre en series modernas e innovadoras de veinticinco capítulos.


No solo es un tema de contenidos. También, como objeto, la televisión está muriendo. Cada vez más, los jóvenes consumen el contenido audiovisual a través de sus teléfonos. El futuro está en esa pantalla que también es una extensión de la mano. Es una nueva TV, tan personal que te la llevas al baño o te la guardas en el bolsillo. Su relación con el cuerpo crea incluso una intimidad y un poder que antes no existía. De pronto, incluso las pantallas planas, de última generación, comienzan a parecer dinosaurios lejanos e inútiles.







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Por supuesto que en los contextos latinoamericanos, donde la pobreza y la desigualdad sigue definiendo drásticamente la realidad, este proceso avanza con más lentitud y dificultades. Pero, en general, la vida de la tele abierta parece tener sus días contados. Su margen de acción se va estrechando, se va concentrando cada vez más en territorios claramente delimitados: los concursos en vivo, los deportes, las noticias. El populismo mediático se alimenta de esta crisis, vive su mejor momento. Quizás pronto llegue el día en que la política sea la única ficción que se transmita por la televisión abierta.


Cada vez son más frecuentes los rumores sobre la venta, o posible venta, de canales de televisión tradicionales. Sin embargo, en general, nunca se concretan. Nadie parece ahora estar interesado en un comprar un canal. Su única posibilidad de sobrevivir es cambiar. Necesitan reinventarse como productores de contenidos, al servicio de las nuevas plataformas. Su reino se acabó. Otra señal de los tiempos: ningún poder es eterno.





















Alberto Barrera Tyszka es escritor y colaborador regular de The New York Times en Español. Ha escrito guiones para la televisión y una decena de libros, el más reciente, la novela “Mujeres que matan”.


É nesse vazio intelectual que regimes fascistas fincam raízes daí defesa a todo custo das C. Humanas.



foto por  http://bit.ly/2yBB75j




Já Publiquei vários  flashes de Luciana Hidalgo do seu facebook. Aqui vai mais um que atravessa a crítica da atual situação do país em especial  da Educação Brasileira. Seu discurso vai fundo sem fazer maiores elucubrações teóricas, em que pese ser uma teórica de peso.Aqui segue flagra do seu post do Facebook esta semana.









Luciana Hidalgo
Em regimes autoritários, artistas, intelectuais e cidadãos de todas as áreas que pensam livremente são os primeiros silenciados, ou ameaçados, ou menosprezados, ou proscritos, ou torturados, ou presos (vide a ditadura no Brasil dos anos 1960/70). A extrema-direita é a negação do humano, por isso não nos deveria chocar o atual desprezo estatal pela literatura, pelas artes em geral e pelo livre pensamento (na universidade e fora dela). Ainda assim, choca. E o que talvez mais choque seja a arrogância embutida nessa ignorância. Sou só eu que noto, ou tem gente achando charmoso posar de ignorante prepotente? O conhecimento, esse que dinheiro algum compra, virou motivo de troça entre alguns brasileiros, e ironicamente para os que mais precisam dele, ai, ai, ai.
Cada um lê o que quer e o que pode, é claro, mas por trás do “desprezo” pela cultura por parte de pessoas da extrema-direita, o que vejo é uma total incapacidade de compreensão do que dizemos, nós que defendemos direitos humanos, pensamos, escrevemos, encenamos, filmamos etc. Tudo isso ficou mais claro para mim no dia em que um amigo de infância disse que não conseguia ler um livro meu. Contou ainda que deixava um exemplar na sala da casa dele, e quando amigos iam lá jantar, ele lia em voz alta o texto da orelha, todos riam porque nada entendiam, continuavam o jantar, riam mais um pouco, voltavam aos seus vinhos e charutos. E tim-tim, um brinde à mais triste ignorância!
Quando o amigo de infância me contou isso às gargalhadas, em 2013, eu não imaginava que essa era a semente de uma extrema-direita meio deslocada que começava a germinar no Brasil, ainda tímida, e daria nisso que vemos hoje. Na época eu até ri do que ele disse, não sarcástica, apenas melancólica e piedosa. Tive pena dele e do grupo de amigos que iam a Miami comprar sapatos e, apesar da formação universitária e do estudo nos melhores colégios particulares, sequer conseguiam ler a orelha de um livro (a orelha!).
De lá pra cá percebo que um ou dois gatos pingados que pensavam assim, na privacidade das suas casas e castas, agora são centenas, milhares, e alardeiam a própria ignorância com orgulho, sem a menor vergonha, o que leva a uma prepotência que vai num “crescendo” agressivo e coletivo, gerando as barbaridades ouvidas por aí. Trata-se de um momento devastador da história do nosso país, em que o saber é desprezado em nome de um pragmatismo emburrecido, disfarçado num risinho cáustico.
Não à toa a área de Humanas tem sido atacada e ameaçada de extinção nas universidades públicas. Et pour cause: o termo “Humanidades” deriva da expressão em latim “studia humanitatis”, ou seja, significa literalmente “estudo da humanidade”. Na universidade contemporânea trata-se das Ciências Humanas, que têm o humano como objeto de estudo e englobam Letras, Filosofia, História, Artes etc. E por que humanos se sentiriam ameaçados pelos estudos da humanidade? Talvez porque existam humanos que não se acham humanos – e talvez não sejam mesmo. Perderam a capacidade de pensar, a prerrogativa de ser, arrogantemente abobalhados na roda-viva trabalho/consumo/trabalho. E ainda riem da própria miséria, les pauvres.
Por isso o “estudo da humanidade” nunca foi tão urgente. Afinal, somos nós, das Humanas, que zelamos pelos humanos, até pelos ingratos. Quando penso que bastava o amigo de infância pedir para eu explicar cada linha do meu livro e eu faria de bom grado, mas que ele preferiu camuflar a insegurança com um sarcasmo tolo, ai, ai, ai. Não é grave a dificuldade do cara em ler textos mais complexos; grave é ele não ter o menor interesse em aprender. Isso quer dizer que ele nunca pensará de forma mais complexa. E como entender a grande complexidade do mundo sem conseguir ler 20 linhas da orelha nada complexa de um livro?
É nesse vazio intelectual que regimes fascistas fincam raízes e se agigantam, daí a urgência da defesa a todo custo das Ciências Humanas. Que a extrema-direita se sinta ameaçada por nós das Humanas, faz sentido, porque ao zelar pelo humano, questionamos e denunciamos a violência e a ignorância do autoritarismo que torna a sociedade servil, idiotizada, inumana. Existe, contudo, um aspecto curioso nisso tudo: quanto mais a extrema-direita apela para práticas truculentas e radicais (como a extinção das Ciências Humanas nas universidades públicas), mais demonstra que se sente acuada, incomodada e ameaçada pelo que pensamos, dizemos, escrevemos, encenamos, filmamos etc. No risinho cáustico do amigo de infância, por exemplo, havia um complexo de inferioridade, um constrangimento que nenhum sarcasmo do mundo esconde; pelo contrário, flagra.
O Brasil só vai sair do atual obscurantismo no dia em que pessoas assim deixarem de ir a Miami comprar sapatos e forem à livraria da esquina comprar livros – e isso porque querem, podem e sabem ler 20 linhas da orelha da p. de um livro! Até lá só nos resta pensar, escrever, criar, estudar, ensinar, cada vez mais e melhor. É preciso abrir clareiras de inteligência e beleza na mata cerrada e obscurantista diariamente, sistematicamente, e nos fortalecermos entre nós. Não caiamos na tentação da reação automática às provocações brutais e imbecilizantes da extrema-direita, porque o mundo em que essas pessoas vivem, e que tentam nos empurrar, é feio, desinteressante, sem charme, sem inteligência nem humanidade. Resistamos de todas as formas, possíveis e impossíveis, mas sem deixar que a burrice e a truculência nos infectem.


* Luciana Hidalgo é doutora em Literatura Comparada (UERJ), autora de ARTHUR BISPO DO ROSARIO - O SENHOR DO LABIRINTO (Rocco, 1996 e 2011) e de LITERATURA DA URGÊNCIA - LIMA BARRETO NO DOMÍNIO DA LOUCURA (Annablume, 2008), pelos quais ganhou dois prêmios JABUTI - respectivamente em 1997 e em 2009, sendo este último na categoria TEORIA/CRÍTICA LITERÁRIA. Em 2011 lançou pela Rocco o romance O PASSEADOR (agraciado com a Bolsa Funarte de Criação Literária 2010 e finalista dos prêmios Portugal Telecom, Jabuti e São Paulo Literatura 2012 na categoria "melhor romance") e em 2016 lançou também pela Rocco o romance RIO-PARIS-RIO, selecionado pelo Programa de Residência para Escritores da Maison des Écrivains Étrangers et Traducteurs de Saint-Nazaire, na França. Luciana fez um pós-doutorado na UERJ (bolsa FAPERJ) de 2008 a 2010 e, em seguida (2011/2012), fez um Estágio Pós-Doutoral na Université de la Sorbonne Nouvelle - Paris III com bolsa da CAPES, sobre o tema "autoficção". Na França, é pesquisadora-associada à equipe EA 3421 do Centre de Recherches sur les Pays Lusophones da Université de la Sorbonne Nouvelle - Paris III e integra o comitê de redação do site www.autofiction.org, como correspondente brasileira. A autora já deu palestras sobre seus livros e temas na Festa Literária de Paraty (FLIP 2017), Bienal do Livro de São Paulo, UFRJ, USP, UERJ, SESC-RIO, UnB, Real Gabinete Português de Leitura, UFMG, na Université de la Sorbonne Nouvelle - Paris III e na Université Paris IV ? Sorbonne Centre Malesherbes, na França, bem como na Universidade de Viena, na Áustria, entre outros. Em 2012, participou do colóquio "Autofiction (s) et Culture (s)" no célebre Centre Culturel International de Cerisy, na França, com a conferência "Autofiction brésilienne - Une écriture-limite", publicada no livro "Lisières de l'autofiction" (Presses Universitaire de Lyon, 2016). Publicou vários artigos sobre os temas relacionados em jornais, periódicos e livros. Coleciona artigos sobre literatura em diversos veículos: "Prosa & Verso (O Globo); Ideias (Jornal do Brasil); Revista de História; revista Língua Portuguesa; revistas acadêmicas ALEA e MATRAGA, entre outros. Na área de cinema, é roteirista do filme O SENHOR DO LABIRINTO, inspirado em seu livro homônimo (em parceria com o diretor Geraldo Motta), longa-metragem de ficção selecionado para a Mostra Competitiva Première Brasil do Festival do Rio 2010, onde foi agraciado com o prêmio de "melhor filme" pelo voto popular. Na área de jornalismo, trabalhou nas áreas de cultura (Caderno B) do Jornal do Brasil e literatura (Prosa & Verso) do jornal O Globo, além de ter criado, dirigido e editado a revista GESTO, publicação de ensaios em torno do tema ?corpo? nas áreas de filosofia, literatura etc., patrocinada pelo Centro Coreográfico/Prefeitura do Rio.

Estação Sabiá - Entrevista Silviano Santiago (1.8.19)

Este não é o Brasil. Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros? -Carlos Drummond de Andrade

por : http://bit.ly/2SXS9nP
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.

Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?
... Drummond de Andrade, Sentimento do Mundo 
Drummond o poeta mais que nunca em dia com o Brasil!- Fragmento de texto já publicado aqui!
O poeta é assim diz e o tempo não corrói, não mancha, apenas esquecemos suas profecias largas amalgamadas pelo SENTIR do SER POETA. A palavra é falta ,  relato do desejo, mas vindo à tona dá-nos indícios do que somos e sentimos.  O poema abaixo Hino Nacional é de uma contemporaneidade absurda.É um vômito  do real engolido, precisamos  reler muito Drummond:
Carlos gritou o sentimento do mundo no jornal, no livro, em seus passeios a pé. Ele é o poeta que nos ensina a sentir a palavra e seus ganchos. Ele falou do amor, da indefinição do homem, da política e outras assertivas humanas. Eis um poeta do mundo, do Sentimento do Mundo.
Lutar com palavras é a luta mais vã… Mas lúcido e frio… E tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida.” (O Lutador, 2008)
Nenhum poeta foi tão múltiplo absurdo, férreo geopolítico e de antevisões de um Brasil, seja em sua poesia, contos, crônicas, seja no gênio jornalístico em que anexou, apurou e depurou sua poesia. Carlos arquitetou as palavras no simples e ligou o passado, o presente ao futuro, sem jamais desaquecer o amor e as minas humanas que estão em toda parte do Brasil, dos Josés, Marias, Luizas e Raimundos.
Carlos era Andrade Itabirano (MG) e viu as missas, as rezadeiras, o erótico, o vestido, os políticos, o consumo, braúnas, cavalos, estribos, murais… O doido, carabina, pedra, enxoval, gota da água, a banda e malas.
Carlos viu o bonde, o papel como coisa, casos comuns no sinuoso da vida e que se vira para a chamada existência: o caminho e suas pedras, o lugar, as faces, a praça, o leite, o assassinato, etc.
Drummond disse e conjugou tomar, amar, queimar, capinar, varrer, galopar, ensardinhar, morrer, nascer, ir, desmandar. Adjetivou e adverbiou torto, azul, ratos, mansinho, incomunicável, etc.
Necessitamos do poeta na sua vertente político-social para ver o Brasil mais de perto.
Hino Nacional
Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
com a água dos rios no meio, 
o Brasil está dormindo, coitado.
Precisamos colonizar o Brasil. (…)
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professores e livros, 
assimilaremos finas culturas, 
abriremos dancings e subvencionaremos as elites.
Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos, piscina, 
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico. (…)
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil caber tanto oceano e 
                                                             tanta solidão
no pobre coração já cheio de compromissos…
se bem que seja difícil compreender o que querem 
                                                             esses homens,
por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão de 
                                                             seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?
(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do Mundo, Ed. Record, 2001, 12a edição)

URGENTE-A nova guerra do PARAGUAI só que entre dois países, será?





A nova guerra do PARAGUAI só que entre dois países, será?