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domingo, 18 de novembro de 2018

Brasileiros que lutaram pelo fim da escravidão no Brasil!


 



'O Brasil foi o ultimo país do Ocidente a abolir a escravidão. Fonte-BBC-Museu Paulista USP



Nos dias  que ora atravessamos, é importante a Leitura desta matéria da BBC. BR.Apesar de sermos um dos países de maior população negra e com milhões de descendentes,  mesmo amorenados e ou branqueados pela miscigenação, não nos reconhecemos como tal. Poucos sabemos de nós, de nossa história, mas a genética é fatal.O país esconde ser um dos mais preconceituosos do mundo e persegue, prende e mata. Fomos atrasados na Abolição e firmamos leis hipócritas que não se cumprem. Escondemos líderes que lutaram pelo fim da escravatura, como estes apontados aqui, na reportagem abaixo.Poucas homenagens são feitas a Zumbi dos Palmares.Não temos memória e, portanto, não exercemos nossa democracia cidadã.Muito se falou dos negros na economia do nordeste, entretanto,  nada, quase nada se alude a participação de nós negros na economia sudestina especialmente em São Paulo, na economia cafeeira, açucareira e dos laranjais.O mesmo ocorrendo no Rio de Janeiro, e de igual modo no Paraná,Santa Catarina e Rio Grande do sul.Depois do nordeste o sudeste tem a maior população negra, mas não nos enxergamos como tal.vide-https://bit.ly/2Gze2lk.



Muito além da princesa Isabel, 6 brasileiros que lutaram pelo fim da escravidão no Brasil






Ilustração brasileiros que lutaram contra a aboliçãoDireito de imagemANDRÉ VALENTE | BBC BRASIL
Image captionBatalha pela abolição já ocorria nas províncias brasileiras anos antes da assinatura da Lei Áurea, e reunia escravos, negros libertos, pessoas da classe média e da alta sociedade

O fim da escravidão no Brasil completa 130 anos em 13 de maio deste ano. Em 1888, a princesa Isabel, filha do imperador do Brasil Pedro 2º, assinou a Lei Áurea, decretando a abolição - sem nenhuma medida de compensação ou apoio aos ex-escravos.
A decisão veio após mais de três séculos de escravidão, que resultaram em 4,9 milhões de africanos traficados para o Brasil, sendo que mais de 600 mil morreram no caminho.
Mas a abolição no Brasil está longe de ter sido uma benevolência da monarquia. Na verdade, foi resultado de diversos fatores, entre eles, o crescimento do movimento abolicionista na década de 1880, cuja força não podia mais ser contida.
Entre as formas de resistência, estavam grandes embates parlamentares, manifestações artísticas, até revoltas e fugas massivas de escravos, que a polícia e o Exército não conseguiam - e, a partir de certo ponto, não queriam - reprimir. Em 1884, quatro anos antes do Brasil, os Estados do Ceará e do Amazonas acabaram com a escravidão, dando ainda mais força para o movimento.
A disputa continuou no pós-libertação, para que novas políticas fossem criadas destinando terras e indenizações aos ex-escravos - o que nunca ocorreu.




Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu em 1830, em Salvador, filho de mãe africana livre e pai branco de origem portuguesa. Quando o menino tinha quatro anos, sua mãe, Luísa, teria participado revolta dos Malês, na Bahia, pelo fim da escravidão.
Uma reviravolta ocorreu quando Gama tinha dez anos: ficou sob cuidados de um amigo do pai, que o vendeu como escravo. O menino "embarcou livre em Salvador e desembarcou escravo no Rio de Janeiro", escreve a socióloga Angela Alonso no livro Flores, Votos e Balas, sobre o movimento abolicionista. Depois, foi levado para São Paulo, onde trabalhou como escravo doméstico. "Aprendi a copeiro, sapateiro, a lavar e a engomar roupa e a costurar", escreveu o baiano.




Retrato de Luís Gama, o ex-escravo que se tornou advogado de escravosDireito de imagemACERVO BIBLIOTECA NACIONAL - BRASIL
Image captionCalcula-se que Luís Gama tenha ajudado a libertar cerca de 500 escravos

Aos 17 anos, Gama aprendeu a ler e escrever com um estudante de direito. E reivindicou sua liberdade ao seu proprietário, afinal, nascera livre, livre era.
Em São Paulo, Gama se tornou rábula (advogado autodidata, sem diploma) e criou uma nova forma de ativismo abolicionista: entrava com ações na Justiça para libertar escravos. Calcula-se que tenha ajudado a conseguir a liberdade de cerca de 500 pessoas.
Gama usava diversos argumentos para obter a alforria. O principal deles era que os africanos trazidos ao Brasil depois de 1831 tinham sido escravizados ilegalmente. Isso porque naquele ano foi assinado um tratado de proibição do tráfico de escravos. Mais de 700 mil pessoas tinham entrado no país nessas condições. Apenas em 1850 o tráfico de escravos foi abolido definitivamente.
"As vozes dos abolicionistas têm posto em relevo um fato altamente criminoso e assaz defendido pelas nossas indignas autoridades. A maior parte dos escravos africanos (...) foram importados depois da lei proibitiva do tráfico promulgada em 1831", disse Gama na época.
O advogado ainda entrou com diversos pedidos de habeas corpus para soltar escravos que estavam presos, acusados, sobretudo, de fuga. Ainda trabalhou em ações de liberdade, quando o escravo fazia um pedido judicial para comprar sua própria alforria - o que passou a ser permitido em 1871, em um dos artigos da Lei do Ventre Livre.
Luís Gama morreu em 1882, sem ver a abolição. Seu funeral, em São Paulo, foi seguido por uma multidão. "Quanto galgara Luís Gama, de ex-escravo a morto ilustre, em cujo funeral todas as classes representavam-se. Comércio de porta fechada, bandeira a meio mastro, de tempos em tempos, um discurso; nas sacadas, debruçavam-se tapeçarias, como nas procissões da Semana Santa", relata Alonso.
Na hora do enterro, alguém gritou pedindo que a multidão jurasse sobre o corpo de Gama que não deixaria morrer a ideia pela qual ele combatera. E juraram todos.

Maria Tomásia Figueira Lima, a aristocrata que lutou para adiantar a abolição no Ceará

Filha de uma família tradicional de Sobral (CE), Maria Tomásia foi para Fortaleza depois de se casar com o abolicionista Francisco de Paula de Oliveira Lima. Na capital, tornou-se uma das principais articuladoras do movimento que levou o Estado a decretar a libertação dos escravos quatro anos antes da Lei Áurea.
Segundo o Dicionário de Mulheres do Brasil, ela foi cofundadora e a primeira presidente da Sociedade das Cearenses Libertadoras que, em 1882, reunia 22 mulheres de famílias influentes para argumentar a favor da abolição.
Ao fim de sua primeira reunião, elas mesmas assinaram 12 cartas de alforria e, em seguida, conseguiram que senhores de engenho assinassem mais 72.
As mulheres conseguiram, inclusive, o apoio financeiro do imperador Pedro 2º para a iniciativa. Juntamente com outras sociedades abolicionistas da época, elas organizaram reuniões abertas com a população, promoviam a libertação de escravos em municípios do interior do Ceará e publicavam textos nos jornais pedindo a abolição em toda a província.
Maria Tomásia estava presente na Assembleia Legislativa no dia 25 de março de 1884, quando foi realizado o ato oficial de libertação dos escravos do Ceará, que deu força à campanha abolicionista no país.




Pintura da sessão parlamentar que aboliu a escravidão no Ceará, em 1884; há homens e mulheres dentro do ParlamentoDireito de imagemACERVO BIBLIOTECA NACIONAL - BRASIL
Image captionNessa pintura da sessão parlamentar que aboliu a escravidão no Ceará, em 1884, é possível ver diversas mulheres entre os homens

André Rebouças, o engenheiro que queria dar terras aos libertos

André Rebouças nasceu na Bahia, em 1838, em uma família negra, livre, e incluída na sociedade imperial. Quando jovem, estudou engenharia e começou a trabalhar na área. Foi responsável por diversas obras de engenharia importantes no país, como a estrada de ferro que liga Curitiba ao porto de Paranaguá. Conquistou posição social e respeito na corte. A Avenida Rebouças, importante via em São Paulo, é uma homenagem a André e a seu irmão Antonio, também engenheiro.
Em uma das obras de que participou, outro engenheiro pediu que Rebouças libertasse o escravo Chico, que era operário e tinha sido responsável pelos trabalhos hidráulicos. "Foi quando sua atenção recaiu sobre o assunto", escreve Angela Alonso, também em Flores, Votos e Balas. Chico foi, então, libertado.
"Sou abolicionista de coração. Não me acusa a consciência ter deixado uma só ocasião de fazer propaganda para a abolição dos escravos, e espero em Deus não morrer sem ter dado ao meu país as mais exuberantes provas da minha dedicação à santa causa da emancipação", discursou certa vez Rebouças, na presença do imperador Pedro 2º.




Retrato de André RebouçasDireito de imagemMUSEU AFRO BRASIL
Image captionAndré Rebouças era adepto de uma reforma agrária que concedesse terras para os ex-escravos

Na década de 1870, Rebouças se engajou na campanha pelo fim da escravidão. Participou de diversas sociedades abolicionistas e acabou se tornando um dos principais articuladores do movimento. Um de seus papéis foi fazer lobby - uma ponte entre os abolicionistas da elite e as instituições políticas, para quem executava obras de engenharia.
As ideias de Rebouças incluíam não apenas o fim da escravidão. Ele propunha que os libertos tivessem acesso à terra e a direitos, para serem integrados, não marginalizados. "É preciso dar terra ao negro. A escravidão é um crime. O latifúndio é uma atrocidade. (...) Não há comunismo na minha nacionalização do solo. É pura e simplesmente democracia rural", proclamou Rebouças.
O engenheiro também se opunha ao pagamento de indenização para os senhores de escravos em troca da liberdade - para Rebouças, isso seria uma forma de validar que uma pessoa fosse propriedade da outra.
Apoiador da monarquia e da família real brasileira, Rebouças foi ainda um dos responsáveis pela exaltação da Princesa Isabel como patrona da abolição.

Adelina, a charuteira que atuava como 'espiã'

Filha bastarda e escrava do próprio pai, Adelina passou a vender charutos que ele produzia nas ruas e estabelecimentos comerciais de São Luís (MA). Suas datas de nascimento e morte não são conhecidas. Seu sobrenome, também não.
Como escrava criada na casa grande, Adelina aprendeu a ler e escrever. Trabalhando nas ruas, assistia a discursos de abolicionistas e decidiu se envolver na causa.




Ilustração AdelinaDireito de imagemANDRÉ VALENTE | BBC BRASIL
Image captionComo não há registros fotográficos de Adelina, a charuteira, ilustração foi baseada em fotografias de escravas minas que viviam no Maranhão na época

De acordo com o Dicionário da Escravidão Negra no Brasil, de Clóvis Moura (Edusp), Adelina enviava à associação Clube dos Mortos - que escondia escravos e promovia sua fuga - informações que conseguia sobre ações policiais e estratégias dos escravistas.
Aos 17 anos, Adelina seria alforriada, segundo a promessa que seu senhor fez a sua mãe. Mas, segundo o Dicionário, isso não aconteceu.

Dragão do Mar, o jangadeiro que se recusou a transportar escravos para os navios

O jangadeiro e prático (condutor de embarcações) Francisco José do Nascimento (1839-1914), um homem pardo conhecido como Dragão do Mar, foi membro do Movimento Abolicionista Cearense, um dos principais da província, a primeira do Brasil a abolir a escravidão.
Em 1881, o Dragão do Mar comandou, em Fortaleza, uma greve de jangadeiros que transportavam os negros e negras escravizados para navios que iriam para outros Estados do Nordeste e para o Sul do Brasil. O movimento conseguiu paralisar o tráfico negreiro por alguns dias.




Ilustração Dragão do MarDireito de imagemANDRÉ VALENTE | BBC BRASIL
Image captionFrancisco José do Nascimento se recusou a transportar escravos das praias de Fortaleza para navios negreiros

Com o comércio de escravizados impedido nas praias do Ceará, Nascimento foi exonerado do cargo, segundo o registro de Clóvis Moura. E se tornou símbolo da batalha pela libertação dos escravos.
Depois da abolição, ele tornou-se Major Ajudante de Ordens do Secretário Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado do Ceará e morreu como primeiro-tenente honorário da Armada, em 1914.

Maria Firmina dos Reis, a primeira escritora abolicionista

A maranhense Maria Firmina (1825-1917) era negra e livre, "filha bastarda", mas formou-se professora primária e publicou, em 1859, o que é considerado por alguns historiadores o primeiro romance abolicionista do Brasil, Úrsula. O livro conta a história de um triângulo amoroso, mas três dos principais personagens são negros que questionam o sistema escravocrata.
A escritora assinava o livro apenas como "Uma maranhense", um expediente comum entre mulheres da época que se aventuravam no mercado editorial, e só agora começa a ser descoberto pelas universidades, segundo a professora de literatura brasileira da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Constância Lima Duarte.




Ilustração Maria FirminaDireito de imagemANDRÉ VALENTE | BBC BRASIL
Image captionRomance de Maria Firmina dos Reis é considerado o primeiro a trazer o ponto de vista de personagens negros no Brasil escravocrata

Maria Firmina também publicava contos, poemas e artigos sobre a escravidão em revistas de denúncia no Maranhão.
De acordo com o Dicionário de Mulheres do Brasil: de 1500 Até a Atualidade (Ed. Zahar), ela criou, aos 55 anos de idade, uma escola gratuita e mista para crianças pobres, na qual lecionava. Maria Firmina morreu aos 92 anos, na casa de uma amiga que havia sido escrava.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

-ÁGUA -----Foi derrubada a Medida Provisória 844/2018 – MP da sede, da conta alta e da poluição Capturas do facebook





Regina Dalcastagnè
“Ontem a sociedade brasileira teve uma vitória muito importante, sem dúvida a mais importante derrota do consórcio Temer/Bolsonaro até agora. Foi derrubada a Medida Provisória 844/2018 – MP da sede, da conta alta e da poluição – retomada na câmara dois dias após o segundo turno, com muita ganância dos deputados que estavam ali para representar interesses das grandes corporações mundiais da privatização da água e do saneamento básico. Logo na primeira reunião da comissão mista, agiram com uma sucessão de golpes como se pudessem fazer de tudo sem cumprir a lei, sem respeitar os direitos do povo e o meio ambiente.
O que eles não esperavam era a pronta reação e o contra-ataque que levou à organização da primeira resistência vitoriosa pós eleições. Em Brasília, o Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama) cumpriu sua mais importante missão após a realização do encontro em março de 2018. Em poucos dias organizou um manifesto que unificou diversos setores e foi assinado por dezenas de movimentos sociais de luta por moradia e saneamento, pela democracia, pelas reformas urbana e agrária, pelo trabalho, assistência social, educação, paz e justiça social; entidades locais, nacionais e internacionais de trabalhadores, pesquisadores, estudantes de graduação e de pós, indígenas, mulheres e LGBT.
O Fama mobilizou um grupo de pessoas com consciência dos direitos de todo o povo brasileiro à água e ao saneamento básico, que foram com muita humildade para a câmara dialogar com deputados, assessores e demais trabalhadores do legislativo sobre os retrocessos sociais que a medida causaria. Foram tomados os gabinetes de parlamentares da oposição, mas também das bases do consórcio Temer e Bolsonaro, os corredores e o Salão Verde com o objetivo de denunciar e impedir:
(i) a ampliação da desigualdade no acesso à água e ao saneamento básico;
(ii) que a privatização aumentasse as tarifas e ao mesmo tempo a exclusão das pessoas que vivem nas quebradas, periferias, pequenas cidades e das populações das águas do campo e das florestas;
(iii) a ampliação das taxas de mortalidade infantil e de epidemias de febre amarela, dengue, zika, chikungunya, cólera, hepatite A, febre tifoide, leptospirose dentre outras doenças de veiculação hídrica.
(iv) que experiências mal sucedidas de privatização, no Brasil e no mundo, fossem replicadas em todo o país, a exemplos de Manaus, Cuiabá, Tocantins, Buenos Aires, La Paz, Maputo, Paris, Berlim, Budapeste, dentre outras em todo o mundo, inclusive com centenas delas reestatizadas após a piora na qualidade, aumento de tarifas e não cumprimento dos contratos;
(v) que as dispensas de licenciamento ambiental causassem impactos e riscos às comunidades, às águas e ao meio ambiente, e até mesmo outros desastres ambientais como ocorreu em Mariana e na Bacia do Rio Doce.
Além da mobilização do Fama, centenas de trabalhadores de água e saneamento do DF e de todas as regiões do Brasil, organizados nos sindicatos, na Federação Nacional dos Urbanitários, e na Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental, vieram a Brasília para manifestar contra a medida provisória e todos os impactos que ela causaria à sociedade e ao meio ambiente.
Toda essa mobilização deu suporte essencial para que as deputadas e deputados realmente comprometidos com os direitos do povo brasileiro pudessem enfrentar e vencer as duras batalhas contra o batalhão de choque do consórcio Temer/Bolsonaro. Importante destacar os papéis essenciais dos parlamentares do PCdoB, PSOL, PT, PDT e PSB que mobilizaram suas bancadas e também os outros deputados que impediram o desastre da aprovação da MP da sede, da conta alta e da poluição.
Esta batalha vitoriosa, que mobilizou sociedade e parlamentares em uma possível frente em defesa da democracia, dos direitos do povo e do meio ambiente, deve ser fortalecida e vista como uma experiência exitosa que poderá inspirar outras batalhas e outras lutas”.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

ELIMACUXI: DEPOIMENTO SÉRIO DE UMA BRASILEIRA- CAPTURAS DO FACEBOOK






ELIMACUXI

"...porque sou dupla e entre duplos me esforço..."Esvaziar


Elimacuxi  sempre se  disse ( e me disse)  poeta que é ; não se afasta da política e sua luta democrática.Tentei em tempos atrás uma matéria para minha coluna, ainda na Revista Brasileiros, não foi possível, mas ainda será, vamos ao tempo.Agora flagro-a no Face e aqui vai.Paulo Vasconcelos
...

Eu, filha de indígena e negro com pitadas de européias, nasci numa favela, cresci passando fome na cidade mais rica desse país, levei bacolejo de puliça que queria me apalpar, não conseguia emprego com carteira assinada e um dia, ao migrar de Sampa pra Roraima, estudei e me formei em história. Saber história implica em saber que existiu um período em que, no Brasil, pessoas foram perseguidas, torturadas e mortas por pensar diferente do governo autoritário.

Nesse mesmo período, indígenas foram dizimados pra construção de estradas, travestis foram executadas por grupos de extermínio nas grandes cidades brasileiras, famílias tradicionais manipulavam e construíam uma memória em que figuram, ao lado dos militares, como um mito fundador do estado em que eu vivo, Roraima, o Estado que produziu Jucá, o estado que sempre vota parecido com São Paulo... 

Eu sei que, devido aos afetos que produzi aqui, acabo incomodando... Há quem queira a todo custo que minha voz seja silenciada e outros que simplesmente não compreendem que eu vote no Haddad e no PT. Agora vejam, vcs só vão me entender se usarem meu sapato, souberem o que eu sei, sentirem o que eu sinto. Ficam aí nas redes sociais importunando pessoas em vez de se abrir um pouco e aceitar que o incômodo de vocês pode ser um aviso dos seus corações de que sim, vcs estão no caminho errado. Reflitam. 

O país deveria ser de todos. O discurso vazio de um fantoche fez com que vcs colocassem todas as suas expectativas nele, mas vcs estão adorando um ídolo de barro. Haddad foi ministro da educação e expandiu o ensino superior, o ensino profissionalizante, o crescimento planejado para longo prazo nesse país. Haddad foi um ótimo prefeito de Sampa, dando oportunidades que nunca existiram nessa cidade. Um exemplo é que graças a ele hoje mais pessoas TRANS estão se formando aqui. 

Eu nasci, me criei e hoje estou de novo em São Paulo. Conheço a esquizofrenia desse lugar. E suspeito que mais uma vez estou gastando meu verbo com quem simplesmente não deseja ouvir. Mas fica aqui pros outros saberem também. Eu tenho esperança de que a democracia vença, o amor vença, o conhecimento vença. E se formos derrotados, vcs que apoiam o fascismo pagarão caro, tanto quanto nós, mas com um agravante: vcs serão os únicos responsáveis por isso.

Área de atuação: Escritora e fotógrafa
*Minibio: Paulistana, mestre em história social, vivo em Roraima há 16 anos, mantenho um blog de poesia desde 2008, fui premiada em alguns concursos de poesia e publiquei o livro Amor para quem Odeia, com o selo Máfia do Verso que é uma cooperativa de poetas da qual faço parte.
https://www.e-centrica.org/eli-macuxi/

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

ALERTA DE DESTRUIÇÃO DO SESC - BRASIL




Danilo Miranda Fonte -Revista Cult


Danilo Miranda , diretor regional do Sesc, alerta em carta pública a proposta de Paulo Guedes (suposto Ministro da Economia do Governo -ainda não empossado de Bolsonaro) em retirar módulos do sistema S.

Na carta-abaixo-ele aponta  o perigo em enfraquecer ou anular : Sebrae, Sesc, Sesi, Senai ,entre  outras.
Tal propositura seria derrotar uma das ações mais populares de Educação Permanente que se esparrama em  todo Brasil.Seria negar direito à Cultura em suas modulações de linguagem  que permite ao trabalhador e aos cidadãos, como todo, uma participação ativa no contexto sócio-cultural do Brasil.

O sistema S  não pode se reduzir ao caráter  apenas técnico, pois com isto  não  informa, não  inclui os cidadãos dentro das linguagens culturais vivas  do país, especialemnte no campo das Artes. Em ocorrendo, negará, surrupiará  o caráter democrático da cultura e formação dos indivíduos no exercício  de agentes culturais e fruidores da cultura.
O Sesc constituiu-se modelo de ações culturais fortes imitadas  nas iniciativas públicas :municipais. estaduais, assim como federais.
Paulo Vasconcelos


Carta de Danilo Miranda- SESC
"Caros amigos e parceiros do SESC:
Gostaria de compartilhar com todos vocês o risco a que o SESC está exposto neste momento. Talvez já tenham tomado conhecimento pela imprensa: o governo federal lançou medidas para melhoria da formação técnica dos jovens brasileiros que, do modo como estão sendo propostas, por mais bem intencionadas que sejam, constituem ameaça de uma intervenção do Estado em uma entidade privada.
O projeto, em resumo, pretende rever a distribuição dos recursos do impropriamente chamado Sistema S. Determina que boa parte da arrecadação dessas entidades seja remanejada para um novo Fundo destinado à formação técnica. O fato, porém, é que as entidades do chamado Sistema S são em si resultado de Fundos já criados, lá nos anos 40, em parte, com a mesma finalidade.
O remanejamento dos recursos desses Fundos para outro novo Fundo, no entanto, implicará na restrição drástica da diversidade e do alcance da reconhecida ação do SESC, em prejuízo da educação permanente promovida diariamente a seus milhares de freqüentadores assíduos. Diante desse quadro, sinto que é meu dever dirigir-me uma vez mais a vocês, sobretudo porque estou seguro do valor desta instituição. A melhor maneira de conferir o significado de sua ação é vivenciar o dia-a-dia nas unidades (atualmente são 31, somente no Estado de São Paulo); ouvir o relato dos freqüentadores sobre a importância do SESC em suas vidas e para suas famílias; estar e usar os equipamentos e instalações de primeira qualidade, abertos a todos os estratos sociais, e participar das inúmeras atividades que abrangem um amplo arco de interesses e necessidades, reunindo um público extremamente diversificado.
Acredito que todos vocês já tiveram essa oportunidade. São, portanto, testemunhas da natureza beneficamente eficaz, engajadamente eficiente e profundamente educativa do trabalho que o SESC desenvolve há mais de 61 anos. Esse patrimônio não pode ser sacrificado no altar de prioridades transitórias, em nome das quais se engendra um prejuízo incalculável ao país. Tornar a Educação meramente técnica, burocrática e pragmática, dissociando-a do universo simbólico, subjetivo, crítico e criativo, cerne da Ação Cultural, é um evidente retrocesso, fruto de visão flagrantemente obscurantista.
Certo de que compreenderão a gravidade dessa perspectiva, escrevo a vocês, formadores de opinião, representantes de classes, artistas, pensadores, amigos e parceiros do SESC para que se manifestem, pelos meios ao seu alcance, em prol da continuidade de nosso trabalho. Um projeto que, afinal, construímos juntos."
Danilo Santos de Miranda
Diretor Regional do SESC SÃO PAULO

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O GOLPE: FARSA - AS ELEIÇÕES DE BOLSONARO E MORO











Antes de mais nada é preciso entender que o Golpe de 2016 foi gestado dentro e fora do Brasil numa dimensão ampla com alguns países neoliberais com a tutoria dos EUA.

O tratado do Golpe é demasiado extenso e compreendia destituições de presidentes, prisões sem lastro jurídico e novas eleições manietadas para manutenção e expansão da direita radical, neoliberal conservadora.

O golpe se mostra publicamente, teatralmente, em 2013 nas ruas, que foram patrocinados por grandes empresários  comprando atores anônimos e cooptando outros insatisfeitos com o PT , mas era preciso disseminar o ódio o repudio à esquerda – à Dilma para a eclosão do futuro apoio ao Golpe. Pediam a volta da ditadura – militarismo- o fascismo puro.

O projeto cobria muitos interesses, além de solapar a esquerda, mas sobretudo entregar a soberania nacional através da entrega de patrimônio nacional -por terra, ar –petróleo, tecnologias, aquíferos instalação de bases militares americanas etc..

O golpe que emergiu em 2016 com a retirada esdrúxula da Presidente Dilma teve sequências e sequências de atos como: a Prisão do Presidente Lula , a retirada dos direitos trabalhistas, venda da Petrobras- pré-sal. Embraer, EBC, Previdência Social  etc. Enfim, banir os direitos sociais das classes mais pobres, derrotar os movimentos sociais e criar a febre do Antipetismo. Banir uma esquerda, que por se alastrar, soca medo nos da direita a ponto de chamarem a esquerda em geral de comunistas implacáveis ou Venezuela e Cuba! São ignorantes em termos de geopolítica e conhecimento aprofundado de cada situação e contexto histórico

O mundo neoliberal dita normas apoia o golpe e dá regras. A geopolítica neoliberal é implacável e incita às guerras híbridas, em especial na América Latina que já se manifestava contra com  :Brasil-Lula e Dilma, Argentina-C Kirchner Paraguai- Lugo Bolívia-Evo, Equador -Rafael Correa,Venezuela,-Chavez e  Maduro entre outros. Eles fazem um mexido geral e cria uma espécie de estorvo a ser perseguido. Não há diferenças de regimes políticos para eles.  Onde cheira água, petróleo e forças progressistas -esquerdas há que ser abatidos. Onde há resistência ao neoliberalismo açoite!

Temer /Moro- e todo Judiciário, bem como o exército, foram acordados-pelo Neoliberalismo Internacional- a frente os EUA, junto aos partidos da direita para solapar a democracia, num grande acordão, como assim o fez, preparando as eleições tendo como candidato Jair Messias Bolsonaro que aceitou e não quis, ou melhor foi estratégia do MDB, PSDB –Aécio, Serra Aluízio. e DEM - sublinhadamente, ele não deveria aceitar coligações oficiais, para não dá entender o grande acordo e continuação do golpe.

O golpe foi, portanto, gerido em acordos com todos os poderes, destaque-se o Judiciário – Moro, incluso o Poder Militar, tendo a aval do Congresso Nacional nas suas alas da direita, ou melhor dizendo, da direita radical, ou partidos que nem sabem o que é política, mas foram eleitos e entraram no acordo. As bancadas da Bíblia Boi e Bala apoiam respaldadas pela mídia que colateralmente grita em coro. Salvam-se algumas mídias independente /digital e uma apenas escrita semanal (Carta Capital), mas isto são pequenas bolhas e não atingem a massa, todavia contribui, é fato, para as denúncias. E esclarecimento de alguns estratos sociais.

A Rede Globo é uma espécie de educadora permanente dos seus interesses sempre à direita e com bastidores-de empreendimentos externos comprometido com os EUA.

A imprensa escrita diária é de direita, mas vez ou outra maquia-se de centro esquerda-caso -Folha- para pegar os leitores menos desavisados e vender. Além do que atingir seus targets da publicidade.

Mas há que destacar os neopentecostais que se alastraram pelo Brasil, tem décadas, e além de extorquir um povo sem consciência e lastro critico político,  faz um papel de escola de direita, veja-se ao final dessas eleições o papel da Record.

Bolsonaro, portanto, consolida mais uma etapa do golpe e tendo como álibi as eleições de uma pseudodemocracia.
Ora, com um candidato - que as pesquisas apontavam como o preferido estando preso como pensar em eleições democráticas?
Como dizer que estamos em democracia apenas por se votar?

O Golpe destituiu a frágil Democracia, que já vinha sendo minada o tempo inteiro no governo Lula e Dilma. Aliás, a democracia desde o golpe militar funcionou de modo frágil e precário. E não nos enganemos que os militares ditavam baixinho algumas regrinhas deles mesmo após as diretas.

O mundo Internacional Progressista acompanhava tudo e no auge de umas das sequências do golpe considerou injusta e sem fundamento jurídico toda a panaceia montada para retirar Dilma, Lula, ou seja, banir os partidos de esquerda, e principalmente dizimar o PT  com sua militância estrondosa,  tentando desmantelar de vez os ensaios de uma democracia latina que testava alguns passos com o PT e seus aliados de esquerda como PCdoB e Psol com destaque. A ONU mesmo com seu tendencioso político manifestou-se, mas nada foi considerado.

Jair Bolsonaro é um fantoche que aceitou o pacto de traição à democracia, como fez Temer, instigado e acordado pelas forças radicais de direita e da elite financeira, com apoio dos EUA(desde anos 50 influenciando os exércitos-com treinamentos e depois o poder judiciário-destaque-se o DEA) via o juiz Moro.

Há que se sublinhar que Temer foi também usado pelo PSDB e forças do MDB como Moreira Franco, Padilha, Maia tendo o tempo todo o judiciário STF -STE, com destaque a Moro ao seu lado e o Congresso Nacional vendido às artimanhas de Temer e seus fantasmas que o dirigiam via bastidores.

Moro, agora, quer como pagamento sua ida ao poder maior, aliás isto já fora acordado, no tal Acordão, desde o início na concepção do golpe.

Evidencia-se assim, descaradamente, não só o golpe como a perseguição ao presidente Lula!

A falsa eleição com caixa2 e adestramento ideológico, bombado pelas falsas redes sociais –face, twitter e sobretudo WhatsApp -veja-se a assessoria  de Steve Bannon ao Bolsonaro, com apoio de empresários, como assim tão bem denunciou a jornalista Patrícia Campos Melo , contribuiu para a dita, chamada eleição e liderança do candidato da Bala, Bolsonaro. O supremo Tribunal de Justiça já cooptado, claro, nada fez !

Vamos acompanhar a sequência de atos que hão de vir tendo como grandes maestros Paulo Guedes Moro e o Exército. O Boneco Bolso continua a existir pela força dos seus manipuladores. Ele, o Golpe, em sua extensão, contorce-se ao sabor dos seus bastidores que dita sua fala e ações.

Moro junto à Paulo Guedes são os grandes maestros do Golpe travestido de eleições democráticas! A lava jato lavou a democracia sobre uma falsa égide de punir  a corrupção, mas de fato era erigir passo a passo a extinção democrática, tendo como mote a esquerda “perigosa “do PT.

Haveremos de resistir a todo custo em nome de uma República e de uma democracia participativa!