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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Diana Krall o reconhecimento do público português


Depois do Carnaval em pleno Outubro que o brasileiro Seu Jorge trouxe ao Campo Pequeno, a arena lisboeta recebeu este sábado a diva do jazz Diana Krall. Num concerto de gala, o ambiente foi bem diferente, mas a música brasileira acabou por ser o ponto comum entre os dois espectáculos.
O novo disco da canadiana está repleto de passagens pelo universo da bossa nova - desde o tema título «Quiet Nights», versão de «Corcovado», até «The Boy From Ipanema», variação de «A Garota de Ipanema», ambos de Tom Jobim.

O cruzamento do estilo musical brasileiro com o jazz valeu a Diana Krall o reconhecimento do público português. O álbum alcançou o primeiro lugar da tabela de vendas aquando do seu lançamento em Abril e o Campo Pequeno teve casa cheia na recepção à cantora e pianista.

Acompanhada de três virtuosos

Em palco, e com um belo vestido preto, Diana Krall esteve acompanhada de um trio de verdadeiros virtuosos: Anthony Wilson na guitarra eléctrica, Karriem Riggins na bateria e Ben Wolfe no contrabaixo. Vezes sem conta, a plateia aplaudiu entusiasticamente os desvios pela improvisação e solos destes três músicos.

Pena que o volume baixo do som que saía das colunas tenha feito com que, em algumas ocasiões, a música dos instrumentos ou a voz da cantora fossem engolidos pelas palmas.

De resto, Diana Krall e a sua banda não desapontaram os milhares de fãs em Lisboa. Para além da bossa nova de Jobim, houve também a de Marcos Valle em «So Nice» («Samba de Verão» no original) e a celebração de clássicos de Burt Bacharach («Walk On By») e Irving Berlin («Let's Face The Music And Dance» e «Cheek To Cheek»).

«A minha querida Lisboa»

Diana Krall falou bastante com o público, perdendo-se até, por vezes, no seu próprio discurso. Confessou o amor que tem pela cidade («A minha querida Lisboa»), revelou que gosta de actuar «assim tão tarde» porque pode «passar o dia inteiro de robe e chinelos» e partilhou ainda com a audiência a experiência de viajar em tournée com os seus dois filhos, gémeos, de dois anos e meio.

«Eles já sabem dizer boa noite e obrigado em português. Sabem falar melhor a língua do que eu», brincou.

Mas foi mesmo num português bastante aceitável, e com sotaque brasileiro, que a artista canadiana cantou «Este Seu Olhar», outra das faixas compostas por Tom Jobim e que faz parte do novo álbum «Quiet Nights». Certamente, um dos momentos mais aplaudidos da noite.

Clássicos «Cheek To Cheek» e «Garota de Ipanema»

Outro dos pontos altos foi «Cheek to Cheek», a canção do célebre verso «Heaven, I'm in heaven/and my heart beats so that I can hardly speak». Interpretada em ritmo alegre e acelerado, também esta teve direito a improvisos e floreados técnicos que fizeram as delícias da plateia.

A ovação em pé até o quarteto voltar ao palco arrancou novo elogio de Diana Krall aos portugueses: «Para a próxima, tocamos aqui durante duas semanas e só depois saímos em tournée».

«The Boy From Ipanema» fechou de mansinho uma noite descontraída que marcou o regresso da pianista a Portugal. Este domingo é a vez do Porto receber a simpatia e a bela voz de Diana Krall no Pavilhão Rosa Mota.

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