REDES

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Disney e Google miram participação em empresa chinesa de mídia

by Estdão http://bit.ly/9hjtFq
Por Reuters

Um consórcio encabeçado por Walt Disney está em negociações avançadas para comprar participação na maior empresa de mídia digital da China, um acordo que ofereceria à gigante norte-americana do entretenimento uma nova plataforma para promover seus produtos no país asiático, afirmaram fontes.

O Google, que no mês passado ameaçou deixar a China criticando censura e ataques de hackers, está entre os investidores no consórcio liderado pela Disney, disseram as fontes nesta segunda-feira.

O consórcio planeja comprar uma fatia entre 30 e 40 por cento na Bus Online por mais de 100 milhões de dólares através da aquisição de ações já em circulação e papéis novos a serem emitidos pelas empresa de forma privada.

HP E SUA INEFICÁCIA E DESRESPEITO PARA COM SEUS CLIENTES




CUIDADO COM A HP DESKEJET F4480.


COMPREI EM JANEIRO,FNAC- PAULISTA- NOTA FISCAL 175594-22.01.2010-SÉRIE F4400-NÚMERO DE SÉRIE BR9AVG3MMX05C5 - POIS MINHA ANTERIOR -TAMBÉM HP-PSC 1315- NÃO TINHA COMPATIBILIDADE COM O IMAC LEOPARDI-NEM DRIVER DISPONÍVEL,MUITO BEM, A NOVA-ELA IMPRIME,COPIA MAS NÃO DIGITALIZA.DANDO AVISO OCORREU UM ERRO DESCONHECIDO.

SEXTA DIA 04.01.2010 SOLICITEI POR FONE ORIENTAÇÕES E SOLUÇÕES- A HP-PEDIRAM-ME PARA VERIFICAR CABO ,PORTA USB, GARFO DE ENERGIA DIRETO NA TOMADA, TUDO CERTO,MAS NÃO DIGITALIZA. FIZ O PEDIDO DE ORIENTAÇÕES E FICARAM DE ME DAR ALGUMA POSIÇÃO COM 48 HORAS.ESTAS SE PASSARAM; MANDEI EMAIL E ATÉ AQUI NADA.TENHO NÚMERO DE PROTOCOLO 80335092595.

ESTE É O PAÍS DAS MULTINACIONAIS QUE NÃO RESPEITAM O CONSUMIDOR E FAREI ATENTAS RECLAMAÇÕES PONTUALMENTE TODA SEMANA PARA QUE ECOE O GESTO DESTA EMPRESA QUE DESRESPEITA CLENTE, CONSUMIDORES, NESTE PAÍS EM QUE ABUNDA O DESRESPEITO AO MUNDO DO CONSUMO E SEUS PRODUTOS.
FAREI DENÚNCIAS PONTUAIS EM SALA DE AULA PARA QUE SE MULTIPLIQUE O QUE É A H P

domingo, 7 de fevereiro de 2010

FALECE A GRANDE AMIGA E INTELECTUAL PARAIBANA ROSA TÂNIA BARBOSA DE MENEZES


AO CENTRO DE ÓCULOS por ocasião do Programa de Artesanato da Paraíba quando, foi apresentar uma palestra sobre as Louceiras da Paraíba,aqui em SP, consultora técnica e assessora especial do Programa, onde ela expôs uma síntese do programa.
Atualmente a mesma fazia parte do corpo docente Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento – Cesed,da Facisa, da FCM e da Esac-Campina Grande Paraíba.
Rosa sua falta será sentida e jamais esquecida.

AMALIA NO CINEMA

TV CULTURA METROPÓLIS

TOMÁS ELOY MARTINÉZ

Desaparece en la India la lengua bo con la muerte de su última hablante

BY:http://www.revistaenie.clarin.com/notas/2010/02/04/_-02133513.htm

SE APAGO UN MUNDO. "Como era la última hablante se sentía muy sola, porque no tenía a nadie con quien conversar... Boa Sr tenía mucho sentido del humor y su risa a mandíbula batiente era contagiosa", dijo sobre la fallecida bo la lingüista Anvita Abbi.


Boa Sr, de 85 años, murió la semana pasada, y al hacerlo puso fin al largo viaje de su tribu, cuya existencia se inició hace unos 65.000 años en las islas de Andamán, en el sureste de la India.

La lengua bo, uno de los diez idiomas del grupo tribal gran andamanés, de la India, ha quedado extinguida con la muerte de su última hablante, informó hoy en un comunicado la organización Survival International.

"Descendientes de una de las culturas más antiguas de la Tierra", los bo pertenecen a un grupo tribal que ahora, con el fallecimiento de Boa Sr, tiene sólo 52 miembros, frente a los 5.000 que poblaban las islas cuando llegaron los colonizadores británicos, en 1858.

El director de Survival, Stephen Corry, pidió que la desaparición de los bo sirva de "recordatorio de que no se puede permitir que esto suceda con las otras tribus de las islas Andamán".

"Los grandes andamaneses fueron, primero, masacrados y, luego, exterminados con políticas paternalistas que causaron estragos por las epidemias, y les robaron su tierra y su independencia", censuró Corry.

Las islas Andamán y Nicobar, situadas a unos 1.000 kilómetros del subcontinente indio, eran hasta la época del colonialismo escasamente visitadas, por lo que las tribus pudieron mantener intacta su forma de vida, basada en la caza de jabalíes y lagartos.

La progresiva invasión de colonos indios en las islas amenaza cada vez más la subsistencia de estas tribus, por la construcción de carreteras, la introducción del alcohol y enfermedades para las que la población local no está preparada.

En la actualidad, los grandes andamaneses residen en asentamientos habilitados por el Gobierno indio, del que dependen para obtener su comida y refugio, aunque todavía queda una tribu, la de los jarawa, que mantiene su modo de vida prehistórico en los bosques.

"Como era la última hablante se sentía muy sola, porque no tenía a nadie con quien conversar... Boa Sr tenía mucho sentido del humor y su risa a mandíbula batiente era contagiosa", dijo sobre la fallecida bo la lingüista Anvita Abbi, en el mismo comunicado.

Según rememoró Abbi, Boa Sr le dijo una vez que los jarawa tenían suerte de vivir en la selva, lejos de los colonos indios.

Boa Sr sobrevivió al tsunami que barrió el Índico en diciembre de 2004 e hizo temer por la extinción de estas tribus, que sin embargo apenas sufrieron sus efectos, guiadas por sus propios sistemas de alerta y protegidas por la selva.

"Todos estábamos allí cuando ocurrió el terremoto. El más anciano nos dijo: 'La tierra se partirá, no huyáis ni os mováis'. Los ancianos nos lo dijeron'", dijo a los lingüistas la última de los bo.

Fuente: EFE
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sábado, 6 de fevereiro de 2010

O Brasil do passado ditatorial lança frieza entre Lula e o exército


Par CHANTAL RAYES SAO PAULO, de notre correspondante

"É tempo de calma entre o presidente brasileiro, Lula e seu exército. No final de dezembro, os chefes dos três exércitos, imitado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, ameaçou demitir-se devido a um decreto criando uma "Comissão Nacional da Verdade" para lançar luz sobre as violações dos direitos humanos durante a repressão política ", ou seja, a ditadura militar (entre 1964 e 1985). Para eles, o texto "excessivamente abusivos, agressivos e vingativos - ele já foi reformulado por Lula - pode levar a uma revisão da anistia de 1979.

Então chegou a vez do Secretário Nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi para colocar a sua demissão na mesa, se o decreto, que foi o autor, foi desfigurado. Membro do Partido dos Trabalhadores de Lula, Paulo Vannuchi vem dos rebeldes de esquerda que lutou contra a ditadura. Em seu retorno de férias, 11 de janeiro, o presidente admitiu ter assinado o decreto sem ler ... pois, Lula disse que não tinha intenção de retornar à anistia. Ele suprimiu as palavras "repressão política" do objeto da comissão, abrindo o caminho, como desejado pelo exército, que os atos da guerrilha também são discutidos. Ele deve, no entanto, que o Congresso aprove a criação de comissão de verdade. "A comissão é necessária, porque o Brasil é o único país da região que não revelou o seu passado ditatorial", disse Victoria Grabois, Tortura associação Nunca Mais (Tortura Nunca Mais "). "Mas, acrescenta ele," não sabemos se os horrores dos arquivos militares não estão abertas. "No entanto, os militares afirmaram ter destruído. O governo Lula pediu provas, sem resultado.

Como seus predecessores, o líder de esquerda é ter cuidado para não perturbar o militar. Para o cientista político David Fleischer, é devido ao carácter específico da transição democrática no Brasil. "O esquema começou em si, uma abertura política [para o retorno gradual à democracia, a nota do editor], disse ele. O exército está fora menos vergonhoso do que outros para a ditadura. "Especialmente desde que o seu recorde é muito mais leve do que na Argentina ou Chile: 400 mortos e desaparecidos, mas ainda 20 000 pessoas torturadas.

Até agora, os policiais não foram julgados porque a lei de anistia deve abranger a mesma forma que os antigos guerrilheiros. Mas, a pedido da Ordem dos Advogados, a Suprema Corte deve decidir neste ano se a anistia se aplica quando funcionários do Estado que tenham praticado tortura, um crime considerado inalienável.

Cristina Fernández de Kirchner en otro de sus embates contra los medios


En otro de sus embates contra los medios, la presidenta Cristina Fernández de Kirchner acusó al canal de cable Todo Noticias (TN) de "censurarla". La mandataria dijo que, durante la conferencia de prensa del miércoles pasado, sus ataques a l os directivos del grupo Clarín no habían sido televisados por la señal. Lo extraño del asunto es que TN transmitió los más de 41 minutos de conferencia sin ninguna clase de cortes o interrupciones. Quizás Cristina se confundió con lo que sucedió en canal 7, porque la emisora estatal sí la sacó del aire. Las cámaras del canal público cortaron la televisación justo cuando el periodista acreditado de Clarín en la Casa Rosada le preguntaba a la presidenta sobre los US$ 2 millones que compró su marido (Néstor Kirchner) en octubre de 2008
http://www.clarin.com/diario/2010/02/06/um/m-02134794.htm

Cartas a Uma Ditadura

Os equívocos da História
No cinema português, se há coisa que eu receie é o documentário histórico. Sabem porquê? Porque nós, em geral, somos analfabetos em História, essa História que nos últimos dois séculos foi chulada por todos os regimes
Rodrigues da Silva
15:19 Sexta-feira, 29 de Jan de 2010

No cinema português, se há coisa que eu receie é o documentário histórico. Sabem porquê? Porque nós, em geral, somos analfabetos em História, essa História que nos últimos dois séculos foi chulada por todos os regimes (do vetusto constitucionalismo monárquico à actual democracia republicana, passando pelo luso-fascismo), o que levou a que ela, por assim dizer, perdesse o crédito. Assim sendo e apesar das melhores intenções do documentarista, um documentário histórico português ou é muito bem contextualizado, ou arrisca-se a confundir em vez de esclarecer.

Cartas a Uma Ditadura, de Inês de Medeiros, Melhor Filme Português do DocLisboa 2006, tanto esclarece quanto confunde. O ponto de partida é um achado (achado, no sentido literal): uma centena de cartas, escritas por mulheres portuguesas em 1958, em resposta a uma circular emanada de um Movimento Nacional das Mulheres Portuguesas que não se sabia ter existido. Mas existiu, de facto, conforme estas cartas, encontradas há anos num alfarrabista, o documentam. Dirigido provavelmente por mulheres de uma elite social afecta ao regime, o tal Movimento, através de vários canais postos ao seu dispor, terá tentado criar uma rede feminina "de apoio de retaguarda" a Salazar.

Nestes termos, a primeira coisa que o filme devia ter feito era, pois, contextualizar este Movimento no seu tempo, o que teria permitido perceber que, pretensamente espontâneo, ele visava responder ao perigo Humberto Delgado, surgido nesse ano de 1958, o das célebres eleições presidenciais burladas pelo regime.

O filme alude a isto, mas a meio, não no início. Porque no início o que vemos é uma imensa manifestação de mulheres de apoio a Salazar. Só que não se diz que tal manifestação ocorreu no final da II Guerra (1945), o que leva a estabelecer um nexo de continuidade entre a manifestação e as cartas (de 1958). Nada de mais falso, porque se no imediato pós-guerra Salazar (por Portugal ter sido poupado aos horrores do conflito) teve algum apoio de massas, uma década e pouco depois (devido à fractura causada pelas eleições) isso já não acontecia. E é decerto porque não acontecia que surge este Movimento Nacional das Mulheres Portuguesas, telecomandado sabe-se lá por quem, mas sem grandes efeitos práticos. Não é por acaso que nalgumas cartas há mulheres que dizem que sim, que apoiam Salazar e o Movimento, sem tempo para mais, porém, porque têm de ganhar a vida a trabalhar.

O abismo entre as anónimas autoras da circular e algumas bases a que se dirigem é notório. Não em termos ideológicos (chamemos-lhe assim), mas nos do real quotidiano. O que, 50 anos depois, continua patente: entre algumas tias e a ti Belmira, o discurso diverge como do dia para a noite.

O filme teria ganho, aliás, em explorar visualmente este filão, opondo os dois universos femininos em contraste, em lugar de, por mais duas vezes, ter feito um uso abusivo de documentários de época: casos da manifestação de apoio a Salazar em Braga (em 1936, no 10.º aniversário do 28 de Maio) e da inauguração do Estádio Nacional (em 1942). O que é que qualquer deles tem a ver com as cartas de 1958? Absolutamente nada, e, metidos no filme, sem indicação sequer das datas, só baralham.

Tudo isto parte de um equívoco: o de que a História se pode fazer apenas com documentos. Ora, não pode: os documentos são necessários (indispensáveis até), mas não suficientes. Porque sem um estudo estruturante que os enquadre não passam de material avulso, em bruto. O mesmo se pode dizer das fontes orais: para a História são um documento precioso, sobre o qual importa, no entanto, lançar um filtro crítico. O que neste caso não acontece: as autoras das cartas, confrontadas, meio século depois, com o que escreveram, têm respostas obviamente contraditórias. E não faz o menor sentido perguntar-lhes hoje o que significam para elas as palavras "democracia" e "ditadura".

Um filme inútil, este Cartas a Uma Ditadura? Não: um filme útil... para quem já sabe alguma coisinha do nosso passado recente. Porque quem não sabe é bem capaz de ficar na mesma, eventualmente com maior repugnância pelo salazarismo, que, no entanto e muito à portuguesa, nem saberá ao certo quando é que ocorreu, situando-o assim "no tempo dos Cabrais". As reportagens sobre o nosso saber da História pátria, divulgadas via TV no último 25 de Abril, são elucidativas. Estão, aliás, em perfeita consonância com o generalizado desinteresse pela pátria política, manifestado, numa sondagem, pela maioria dos jovens.

Diga-se, contudo, que o cinema (mesmo o documental) não tem de ser pedagógico e muito menos de se substituir à Escola. E, em última análise, a culpa de Portugal ser historicamente analfabeto e o povinho mais iletrado da União Europeia não é a da Inês de Medeiros. A culpa é... É de quem não digo. Trinta e quatro anos depois do 25 de Abril, já não vale a pena. Como pregava a Mocidade Portuguesa ("patriótica organização" que em 1958 ainda mexia): "Lá vamos/cantando e rindo/ levados/ levados, sim." 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Maria Rita Kehl estreia como cronista no 'Caderno 2'

Psicanalista e escritora vai assinar coluna quinzenal aos sábados, dividindo espaço com Marcelo Rubens Paiva

Raquel Cozer, de O Estado de S. Paulo



Maria Rita Kehl: "Gostaria de aprender a fazer crônicas. É um gênero belíssimo"

Paulo Pinto/AE

Maria Rita Kehl: "Gostaria de aprender a fazer crônicas. É um gênero belíssimo"
SÃO PAULO - "Eu brinco que, hoje em dia, em 40 linhas consigo escrever até sobre física nuclear", diz a psicanalista, ensaísta e poeta Maria Rita Kehl, de 58 anos, que a partir de amanhã assinará uma coluna a cada dois sábados no Caderno 2, do Estado, em um revezamento com Marcelo Rubens Paiva. A escritora Adriana Falcão, que alternava o espaço com o colunista, deixará de escrever sua coluna para se dedicar a projetos pessoais e profissionais.



Veja também:

forum Leia mais artigos no site de Maria Rita Kehl



As 40 linhas a que Maria Rita Kehl se refere dizem respeito ao aprendizado de seus primeiros anos de vida profissional, no início da década de 70, quando ainda cursava psicologia na Universidade de São Paulo (USP). Era esse o espaço que ela tinha para escrever em cada edição do Jornal do Bairro, então comandado pelo escritor Raduan Nassar, e no qual fazia desde reportagens sobre as mães que viviam na porta da Febem (atual Fundação Casa) até resenhas de volumes de filosofia.



Desde então, a paulista nascida em Campinas e criada na capital fez um caminho entre o jornalismo e a psicanálise. Depois de dois anos no Jornal do Bairro, no qual aprendeu fundamentos de reportagem com Nassar e o editor José Carlos Abbate, passou a trabalhar como editora de cultura no periódico Movimento - que, ao lado do Opinião e d’O Pasquim, foi um dos mais importantes órgãos da imprensa alternativa durante o regime militar. Participou também da fundação do jornal Em Tempo e escreveu como freelancer para veículos como Veja, Isto É e Folha de S. Paulo.



Após anos de dedicação exclusiva ao jornalismo cultural, Kehl decidiu, em 1979, cursar um mestrado. Optou pela área de psicologia social, embora sua tese, O Papel da Rede Globo e das Novelas da Globo em Domesticar o Brasil Durante a Ditadura Militar, tivesse uma forte ligação com o jornalismo.



Apenas depois dessa volta aos estudos Maria Rita Kehl se interessou pela ideia de exercer a profissão na qual se formara - ela havia optado pelo jornalismo durante a faculdade justamente porque, "naqueles anos mais repressivos da ditadura, com professores cassados e professores fugidos, o ensino na psicologia estava muito ruim".



Em 1981, começou a atender pacientes - e nunca mais parou. A experiência em sua área de formação a levou ainda, em 1997, a doutorar-se em psicanálise pela PUC-SP, com pesquisa que resultou no livro Deslocamentos do Feminino - A Mulher Freudiana na Passagem para a Modernidade (Imago, 1998).



Embora o título seja sobre psicologia, Kehl vê nele uma "marca dos tempos de jornalismo". "É psicanálise, mas com uma abordagem diferente. É uma investigação que não é nem exatamente de uma historiadora, nem de psicanalista, sobre quem foi a mulher freudiana, a mulher que Freud conheceu no século 19. E uma avaliação de o que naquela teoria está atual e o que não está mais. Acredito que, ao longo da carreira, desenvolvi essa característica de ser mais ensaísta que acadêmica", afirma.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Kassab teve 33% de doações ilegais em 2008, diz perícia

Laudo mostra risco de perda de mandato do prefeito paulistano em 1ª instância.

Juiz responsável por ação adota como critério cassar quem teve mais de 20% de contribuições de doadores vedadas pela Promotoria.


Por: FLÁVIO FERREIRA.
DA REPORTAGEM LOCAL.


Um parecer técnico contábil da Justiça Eleitoral de São Paulo indica que 33% do total arrecadado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), na campanha eleitoral de 2008 teve origem em fontes de doações consideradas ilegais pelo Ministério Público Eleitoral.
O laudo, concluído em outubro e obtido pela Folha, indica o risco de que Kassab seja condenado em primeira instância à perda do cargo. Em casos semelhantes, o juiz Aloísio Silveira, responsável pela ação, cassou o mandato de 16 vereadores da capital. Ele tem adotado como critério para condenar à perda de mandato contas de campanha que apresentem mais de 20% dos recursos provenientes de fontes vedadas.
A execução de sentença contra os vereadores foi suspensa até que os recursos deles sejam julgados em 2ª instância pela Justiça Eleitoral de São Paulo.
A data ainda não foi marcada. Avisado pelos assessores sobre o risco de condenação, Kassab já desistiu da possibilidade de uma vitória em primeira instância e aposta suas fichas no Tribunal Regional Eleitoral.
Em maio do ano passado, o promotor eleitoral da capital Maurício Antonio Lopes apresentou à Justiça representações para promover a revisão e a rejeição das contas dos candidatos Kassab, Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) e de vereadores eleitos. Pareceres semelhantes foram elaborados em setembro passado para as representações contra Marta e Alckmin. O laudo relativo à petista indica que ela teria recebido R$ 3,8 milhões de fontes apontadas como ilegais pela Promotoria.
O levantamento sobre as contas de Alckmin aponta o recebimento de R$ 2,1 milhões de doadores impedidos pela legislação segundo os critérios da promotoria. Nos dois casos os valores não ultrapassam os 20% de doações de fontes vedadas, usados como critério de condenação pelo juiz Silveira.

Fontes vedadas
Na representação contra o prefeito, o promotor indicou três tipos de fontes de doação que seriam ilegais. A primeira é a AIB (Associação Imobiliária Brasileira), entidade que, segundo Lopes, funcionou como fachada do Secovi (sindicato do setor imobiliário) para fazer doações a políticos.
Pela legislação, as entidades sindicais não podem fazer contribuições eleitorais. O Secovi nega qualquer vínculo com as doações.
O parecer da Justiça Eleitoral aponta que, segundo os critérios do Ministério Público paulista, a AIB doou ilegalmente R$ 2,7 milhões para Kassab.
Para a Promotoria, também foram fontes ilegais de recursos construtoras que são acionistas de concessionárias de serviços públicos. A lei proíbe as concessionárias de realizarem contribuições para as campanhas.
De acordo com o promotor, as empresas "não são diretamente concessionárias de serviços públicos, mas apenas integrantes, acionistas, investidoras, associadas em consórcio ou sob a forma de holding ou conglomerado econômico que, em derradeira análise, seriam os concessionários diretos".
São apontadas na representação as empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, Serveng Silvisan, CR Almeida, Carioca Christiani Nielsen, S.A. Paulista e Engeform. O levantamento da Justiça Eleitoral conclui que o total das doações dessas companhias foi de R$ 6,8 milhões.
Outro doador considerado ilegal pelo promotor foi o Banco Itaú S.A. De acordo com a representação, ele não poderia fazer contribuições ao então candidato Kassab porque a Prefeitura de São Paulo efetua pagamentos para parte dos funcionários pelo banco.
Em 2008, a instituição financeira doou R$ 550 mil para a campanha do atual prefeito, segundo o laudo da Justiça.
Fonte: http://clipping.tse.gov.br/noticias/2010/Fev/3/kassab-teve-33-de-doacoes-ilegais-em-2008-diz.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PT entra com representação no Ministério Público contra Serra.

Por: Fernando Taquari
SÃO PAULO - A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo entrou com uma representação no Ministério Público contra o governador José Serra, pré-candidato do PSDB nas eleições de outubro.

O líder petista na Casa, deputado Rui Falcão, pede que que sejam apuradas suspeitas de "ilegalidade, inconstitucionalidade e improbidade" da gestão tucana no combate às enchentes.

A denúncia, encaminhada no dia 26 de janeiro ao Procurador-Geral de Justiça, Fernando Grella Vieira, acusa Serra de ter reduzido os recursos para o combate às enchentes, ao mesmo tempo em que aumentou a verba destinada à publicidade oficial do governo.

Depois de 42 dias consecutivos de chuvas, o estado de São Paulo contabiliza 70 mortos e 25,7 mil desalojados, de acordo com dados divulgados hoje pela Defesa Civil.

"Não se trata de obra ou castigo de Deus, de efeitos do aquecimento global ou de resultado de inversões climáticas. Trata-se de má gestão e de omissão criminosa praticadas pelo governador José Serra", disparou Falcão.

O deputado se refere à decisão do governo estadual de reduzir em 20% as verbas destinadas ao combate às enchentes. Em 2009, estavam previstos R$ 252 milhões para essa finalidade, enquanto que neste ano o Orçamento do estado está estimado em R$ 200 milhões.

Falcão acusou Serra de desviar os recursos da enchentes para a publicidade do governo paulista de olho nas eleições presidenciais. Já o tucano têm atribuído o problema das enchentes ao ano atípico em termos de chuvas.

A assessoria de imprensa do governador se limitou a informar que Serra não recebeu a representação e por isso ainda não se manifestou.

"Os números revelam que será cortado quase o dobro do valor dos atuais contratos para desassoreamento da calha do Rio Tietê, que somam R$ 27,2 milhões. Se com os valores atuais o resultado é o visto, imagine-se com um corte que é o dobro dos valores atuais", disse Falcão.

O orçamento do estado, acrescenta o petista, também prevê menos investimentos em serviços e obras complementares da Bacia do Alto Tietê. Segundo ele, o corte proposto para 2010 é de 61%.

Portugal há 100 anos


Portugal há 100 anos
A próxima edição, totalmente dedicada aos últimos anos da Monarquia, estará já à venda com a VISÃO da próxima semana, a 4 de Fevereiro

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

La aprobación de Bachelet alcanza 85% y la de Lula 81%

BY EL CLARIN DE HOJE
15:32|Las encuestas realizadas en el mes de enero demuestran que ambos presidentes, próximos a terminar sus mandatos, cuentan con una altísima popularidad. El caso de Bachelet llama la atención en vista de la derrota del candidato oficialista que aspiraba a sucederla.
MAS INFORMACION
Lula retoma la actividad presidencial tras el pico de presión
Los dos mandatarios salientes de Chile y Brasil alcanzaron una popularidad superior al 80%, de acuerdo con las más recientes encuestas realizadas en ambos países.

La presidenta chilena, Michelle Bachelet alcanzó en enero una aprobación del 85% a pesar de la derrota que sufrió su partido de la Concertación en las más recientes elecciones presidenciales.

La consultora Adimark-GFK informó que el 95% de los encuestados considera que la presidenta es "querida por los chilenos" y un 88% considera que es creíble.

Según aclaró el jefe de Estudios Públicos de Adimark, Roberto Izikson, las cifras muestran que Bachelet "ha logrado una rara sintonía personal con la población". Pero además explicó que "el liderazgo de Bachelet no descansa en el liderazgo tradicional político sino personal, basado en una conexión con la opinión pública, por su estrategia de la protección social y cómo se comunica con la gente".

De esta medición también sale bien librado el gobierno de Bachelete, al alcanzar un 65 por ciento de aprobación entre los encuestados.

Por su parte, el mandatario brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva, se ubicó en las encuestas con un 81,7% de aprobación del desempeño, de acuerdo con los datos suministrados por la consultora Sensus.

Para el presidente de Sensus, Ricardo Guedes, "la popularidad del presidente Lula y su gobierno continúa en alta, lo que puede se explicado de nuevo como consecuencia de los buenos números de la economía, los resultados positivos de las políticas sociales del gobierno y el alto índice de empleo''.

Este fuerte apoyo de los encuestados a Lula parece que ha permeado a la secretaria general de su gobierno, Dilma Rousseff, a quien el presidente quiere postular como su sucesora.

La ministra Rousseff ya cuenta con el 27,8 por ciento de apoyo frente al 33,2 por ciento del opositor José Serra, gobernador del estado de Sao Paulo. Hace algunos meses, las encuestas daban a Serra más de 40% de intenciones de voto mientras Rousseff apenas llegaba al 15%.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O pronunciamento que o presidente Lula faria em Davos

Lido pelo Chanceler Celso Amorim.

“Minhas senhoras e meus senhores,

Em primeiro lugar, agradeço o prêmio “Estadista Global” que vocês
estão me concedendo.

Nos últimos meses, tenho recebido alguns dos prêmios e títulos mais
importantes da minha vida.

Com toda sinceridade, sei que não é exatamente a mim que estão
premiando – mas ao Brasil e ao esforço do povo brasileiro. Isso me
deixa ainda mais feliz e honrado.

Recebo este prêmio, portanto, em nome do Brasil e do povo do meu país.
Este prêmio nos alegra, mas, especialmente, nos alerta para a grande
responsabilidade que temos.

Ele aumenta minha responsabilidade como governante, e a
responsabilidade do meu país como ator cada vez mais ativo e presente
no cenário mundial.
Tenho visto, em várias publicações internacionais, que o Brasil está
na moda. Permitam-me dizer que se trata de um termo simpático, porém
inapropriado.
O modismo é coisa fugaz, passageira. E o Brasil quer e será ator
permanente no cenário do novo mundo.

O Brasil, porém, não quer ser um destaque novo em um mundo velho. A
voz brasileira quer proclamar, em alto e bom som, que é possível
construir um mundo novo.

O Brasil quer ajudar a construir este novo mundo, que todos nós
sabemos, não apenas é possível,mas dramaticamente necessário, como
ficou claro, na recente crise financeira internacional – mesmo para os
que não gostam de mudanças.

Meus senhores e minhas senhoras,

O olhar do mundo hoje, para o Brasil, é muito diferente daquele, de
sete anos atrás, quando estive pela primeira vez em Davos.

Naquela época, sentíamos que o mundo nos olhava mais com dúvida do que
esperança. O mundo temia pelo futuro do Brasil, porque não sabia o
rumo exato que nosso país tomaria sob a liderança de um operário, sem
diploma universitário, nascido politicamente no seio da esquerda
sindical.

Meu olhar para o mundo, na época, era o contrário do que o mundo tinha
para o Brasil. Eu acreditava, que assim como o Brasil estava mudando,
o mundo também pudesse mudar.

No meu discurso de 2003, eu disse, aqui em Davos, que o Brasil iria
trabalhar para reduzir as disparidades econômicas e sociais,
aprofundar a democracia política, garantir as liberdades públicas e
promover, ativamente, os direitos humanos.

Iria, ao mesmo tempo, lutar para acabar sua dependência das
instituições internacionais de crédito e buscar uma inserção mais
ativa e soberana na comunidade das nações.
Frisei, entre outras coisas, a necessidade de construção de uma nova
ordem econômica internacional, mais justa e democrática.
E comentei que a construção desta nova ordem não seria apenas um ato
de generosidade, mas, principalmente, uma atitude de inteligência
política.

Ponderei ainda que a paz não era só um objetivo moral, mas um
imperativo de racionalidade. E que não bastava apenas proclamar os
valores do humanismo. Era necessário fazer com que eles prevalecessem,
verdadeiramente, nas relações entre os países e os povos.

Sete anos depois, eu posso olhar nos olhos de cada um de vocês – e,
mais que isso, nos olhos do meu povo – e dizer que o Brasil, mesmo com
todas as dificuldades, fez a sua parte. Fez o que prometeu.

Neste período, 31 milhões de brasileiros entraram na classe média e 20
milhões saíram do estágio de pobreza absoluta. Pagamos toda nossa
dívida externa e hoje, em lugar de sermos devedores, somos credores do
FMI.

Nossas reservas internacionais pularam de 38 bilhões para cerca de 240
bilhões de dólares. Temos fronteiras com 10 países e não nos
envolvemos em um só conflito com nossos vizinhos. Diminuímos,
consideravelmente, as agressões ao meio ambiente. Temos e estamos
consolidando uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, e
estamos caminhando para nos tornar a quinta economia mundial.

Posso dizer, com humildade e realismo, que ainda precisamos avançar
muito. Mas ninguém pode negar que o Brasil melhorou.

O fato é que Brasil não apenas venceu o desafio de crescer
economicamente e incluir socialmente, como provou, aos céticos, que a
melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza.

Historicamente, quase todos governantes brasileiros governaram apenas
para um terço da população. Para eles, o resto era peso, estorvo,
carga.

Falavam em arrumar a casa. Mas como é possível arrumar um país
deixando dois terços de sua população fora dos benefícios do progresso
e da civilização?

Alguma casa fica de pé, se o pai e a mãe relegam ao abandono os filhos
mais fracos, e concentram toda atenção nos filhos mais fortes e mais
bem aquinhoados pela sorte?

É claro que não. Uma casa assim será uma casa frágil, dividida pelo
ressentimento e pela insegurança, onde os irmãos se vêem como inimigos
e não como membros da mesma família.

Nós concluímos o contrário: que só havia sentido em governar, se fosse
governar para todos. E mostramos que aquilo que, tradicionalmente, era
considerado estorvo, era, na verdade, força, reserva, energia para
crescer.

Incorporar os mais fracos e os mais necessitados à economia e às
políticas públicas não era apenas algo moralmente correto. Era,
também, politicamente indispensável e economicamente acertado. Porque
só arrumam a casa, o pai e a mãe que olham para todos, não deixam que
os mais fortes esbulhem os mais fracos, nem aceitam que os mais fracos
conformem-se com a submissão e com a injustiça. Uma casa só é forte
quando é de todos – e nela todos encontram abrigo, oportunidades e
esperanças.

Por isso, apostamos na ampliação do mercado interno e no
aproveitamento de todas as nossas potencialidades. Hoje, há mais
Brasil para mais brasileiros. Com isso, fortalecemos a economia,
ampliamos a qualidade de vida do nosso povo, reforçamos a democracia,
aumentamos nossa auto-estima e amplificamos nossa voz no mundo.

Minhas senhoras e meus senhores,

O que aconteceu com o mundo nos últimos sete anos? Podemos dizer que o
mundo, igual ao Brasil, também melhorou?

Não faço esta pergunta com soberba. Nem para provocar comparações
vantajosas em favor do Brasil.

Faço esta pergunta com humildade, como cidadão do mundo, que tem sua
parcela de responsabilidade no que sucedeu – e no que possa vir a
suceder com a humanidade e com o nosso planeta.

Pergunto: podemos dizer que, nos últimos sete anos, o mundo caminhou
no rumo da diminuição das desigualdades, das guerras, dos conflitos,
das tragédias e da pobreza?
Podemos dizer que caminhou, mais vigorosamente, em direção a um modelo
de respeito ao ser humano e ao meio ambiente?

Podemos dizer que interrompeu a marcha da insensatez, que tantas vezes
parece nos encaminhar para o abismo social, para o abismo ambiental,
para o abismo político e para o abismo moral?

Posso imaginar a resposta sincera que sai do coração de cada um de
vocês, porque sinto a mesma perplexidade e a mesma frustração com o
mundo em que vivemos.

E nós todos, sem exceção, temos uma parcela de responsabilidade nisso tudo.

Nos últimos anos, continuamos sacudidos por guerras absurdas.
Continuamos destruindo o meio-ambiente. Continuamos assistindo, com
compaixão hipócrita, a miséria e a morte assumirem proporções
dantescas na África. Continuamos vendo, passivamente, aumentar os
campos de refugiados pelo mundo afora.

E vimos, com susto e medo, mas sem que a lição tenha sido corretamente
aprendida, para onde a especulação financeira pode nos levar.

Sim, porque continuam muitos dos terríveis efeitos da crise financeira
internacional, e não vemos nenhum sinal, mais concreto, de que esta
crise tenha servido para que repensássemos a ordem econômica mundial,
seus métodos, sua pobre ética e seus processos anacrônicos.

Pergunto: quantas crises serão necessárias para mudarmos de atitude?
Quantas hecatombes financeiras teremos condições de suportar até que
decidamos fazer o óbvio e o mais correto?

Quantos graus de aquecimento global, quanto degelo, quanto
desmatamento e desequilíbrios ecológicos serão necessários para que
tomemos a firme decisão de salvar o planeta?

Meus senhores e minhas senhoras,

Vendo os efeitos pavorosos da tragédia do Haiti, também pergunto:
quantos Haitis serão necessários para que deixemos de buscar remédios
tardios e soluções improvisadas, ao calor do remorso?

Todos nós sabemos que a tragédia do Haiti foi causada por dois tipos
de terremotos: o que sacudiu Porto Príncipe, no início deste mês, com
a força de 30 bombas atômicas, e o outro, lento e silencioso, que vem
corroendo suas entranhas há alguns séculos.

Para este outro terremoto, o mundo fechou os olhos e os ouvidos. Como
continua de olhos e ouvidos fechados para o terremoto silencioso que
destrói comunidades inteiras na África, na Ásia, na Europa Oriental e
nos países mais pobres das Américas.

Será necessário que o terremoto social traga seu epicentro para as
grandes metrópoles européias e norte-americanas para que possamos
tomar soluções mais definitivas?

Um antigo presidente brasileiro dizia, do alto de sua aristocrática
arrogância, que a questão social era uma questão de polícia.

Será que não é isso que, de forma sutil e sofisticada, muitos países
ricos dizem até hoje, quando perseguem, reprimem e discriminam os
imigrantes, quando insistem num jogo em que tantos perdem e só poucos
ganham?

Por que não fazermos um jogo em que todos possam ganhar, mesmo que em
quantidades diversas, mas que ninguém perca no essencial?

O que existe de impossível nisso? Por que não caminharmos nessa
direção, de forma consciente e deliberada e não empurrados por crises,
por guerras e por tragédias? Será que a humanidade só pode aprender
pelo caminho do sofrimento e do rugir de forças descontroladas?

Outro mundo e outro caminho são possíveis. Basta que queiramos. E
precisamos fazer isso enquanto é tempo.

Meus senhores e minhas senhoras,

Gostaria de repetir que a melhor política de desenvolvimento é o
combate à pobreza. Esta também é uma das melhores receitas para a paz.
E aprendemos, no ano passado, que é também um poderoso escudo contra
crise.

Esta lição que o Brasil aprendeu, vale para qualquer parte do mundo,
rica ou pobre.

Isso significa ampliar oportunidades, aumentar a produtividade,
ampliar mercado e fortalecer a economia. Isso significa mudar as
mentalidades e as relações. Isso significa criar fábricas de emprego e
de cidadania.

Só fomos bem sucedidos nessas tarefas porque recuperamos o papel do
Estado como indutor do desenvolvimento e não nos deixamos aprisionar
em armadilhas teóricas – ou políticas – equivocadas sobre o verdadeiro
papel do estado.

Nos últimos sete anos, o Brasil criou quase 12 milhões de empregos
formais. Em 2009, quando a maioria dos países viu diminuir os postos
de trabalhos, tivemos um saldo positivo de cerca de um milhão de novos
empregos.

O Brasil foi um dos últimos países a entrar na crise e um dos
primeiros a sair. Por que? Porque tínhamos reorganizado a economia com
fundamentos sólidos, com base no crescimento, na estabilidade, na
produtividade, num sistema financeiro saudável, no acesso ao crédito e
na inclusão social.
E quando os efeitos da crise começaram a nos alcançar, reforçamos, sem
titubear, os fundamentos do nosso modelo e demos ênfase à ampliação do
crédito, à redução de impostos e ao estímulo do consumo.

Na crise ficou provado, mais uma vez, que são os pequenos que estão
construindo a economia de gigante do Brasil.

Este talvez seja o principal motivo do sucesso do Brasil: acreditar e
apoiar o povo, os mais fracos e os pequenos. Na verdade, não estamos
inventando a roda. Foi com esta força motriz que Roosevelt recuperou a
economia americana depois da grande crise de 1929. E foi com ela que o
Brasil venceu preventivamente a última crise internacional.

Mas, nos últimos sete anos, nunca agimos de forma improvisada. A gente
sabia para onde queria caminhar. Organizamos a economia sem bravatas e
sem sustos, mas com um foco muito claro: crescer com estabilidade e
com inclusão.

Implantamos o maior programa de transferência de renda do mundo, o
Bolsa Família, que hoje beneficia mais de 12 milhões de famílias. E
lançamos, ao mesmo tempo, o Programa de Aceleração do Crescimento, o
PAC, maior conjunto de obras simultâneas nas áreas de infra-estrutura
e logística da história do país, no qual já foram investidos 213
bilhões de dólares e que alcançará, no final do ano de 2010, um
montante de 343 bilhões.

Volto ao ponto central: estivemos sempre atentos às politicas
macro-econômicas, mas jamais nos limitamos às grandes linhas. Tivemos
a obsessão de destravar a máquina da economia, sempre olhando para os
mais necessitados, aumentando o poder de compra e o acesso ao crédito
da maioria dos brasileiros.

Criamos, por exemplo, grandes programas de infra-estrutura social
voltados exclusivamente para as camadas mais pobres. É o caso do
programa Luz para Todos, que levou energia elétrica, no campo, para 12
milhões de pessoas e se mostrou um grande propulsor de bem estar e um
forte ativador da economia.

Por exemplo: para levar energia elétrica a 2 milhões e 200 mil
residências rurais, utilizamos 906 mil quilômetros de cabo, o
suficiente para dar 21 voltas em torno do planeta Terra. Em
contrapartida, estas famílias que passaram a ter energia elétrica em
suas casas, compraram 1,5 milhão de televisores, 1,4 milhão de
geladeiras e quantidades enormes de outros equipamentos.

As diversas linhas de microcrédito que criamos, seja para a produção,
seja para o consumo, tiveram igualmente grande efeito multiplicador. E
ensinaram aos capitalistas brasileiros que não existe capitalismo sem
crédito.

Para que vocês tenham uma idéia, apenas com a modalidade de “crédito
consignado”, que tem como garantia o contracheque dos trabalhadores e
aposentados, chegamos a fazer girar na economia mais 100 bilhões de
reais por mês. As pessoas tomam empréstimos de 50 dólares, 80 dólares
para comprar roupas, material escolar, etc, e isto ajuda ativar
profundamente a economia.

Minhas senhoras e meus senhores,

Os desafios enfrentados, agora, pelo mundo são muito maiores do que os
enfrentados pelo Brasil.

Com mudanças de prioridades e rearranjos de modelos, o governo
brasileiro está conseguindo impor um novo ritmo de desenvolvimento ao
nosso país.

O mundo, porém, necessita de mudanças mais profundas e mais complexas.
E elas ficarão ainda mais difíceis quanto mais tempo deixarmos passar
e quanto mais oportunidades jogarmos fora.

O encontro do clima, em Copenhague, é um exemplo disso. Ali a
humanidade perdeu uma grande oportunidade de avançar, com rapidez, em
defesa do meio-ambiente.

Por isso cobramos que cheguemos com o espírito desarmado, no próximo
encontro, no México, e que encontremos saídas concretas para o grave
problema do aquecimento global.

A crise financeira também mostrou que é preciso uma mudança profunda
na ordem econômica, que privilegie a produção e não a especulação.

Um modelo, como todos sabem, onde o sistema financeiro esteja a
serviço do setor produtivo e onde haja regulações claras para evitar
riscos absurdos e excessivos.

Mas tudo isso são sintomas de uma crise mais profunda, e da
necessidade de o mundo encontrar um novo caminho, livre dos velhos
modelos e das velhas ideologias.

É hora de re-inventarmos o mundo e suas instituições. Por que ficarmos
atrelados a modelos gestados em tempos e realidades tão diversas das
que vivemos? O mundo tem que recuperar sua capacidade de criar e de
sonhar.

Não podemos retardar soluções que apontam para uma melhor governança
mundial, onde governos e nações trabalhem em favor de toda a
humanidade.

Precisamos de um novo papel para os governos. E digo que,
paradoxalmente, este novo papel é o mais antigo deles: é a recuperação
do papel de governar.

Nós fomos eleitos para governar e temos que governar. Mas temos que
governar com criatividade e justiça. E fazer isso já, antes que seja
tarde.

Não sou apocalíptico, nem estou anunciando o fim do mundo. Estou
lançando um brado de otimismo. E dizendo que, mais que nunca, temos
nossos destinos em nossas mãos.

E toda vez que mãos humanas misturam sonho, criatividade, amor,
coragem e justiça elas conseguem realizar a tarefa divina de construir
um novo mundo e uma nova humanidade.

Muito obrigado.”

domingo, 31 de janeiro de 2010

O prefeito da cidade de São Paulo cada dia mostra-se incompetente

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi vaiado por moradores de um conjunto habitacional atingido pelas enchentes na região do Jardim Romano, no extremo leste da cidade de São Paulo, durante visita na manhã desta sexta-feira, -08.01.2010 ,na região. O local está alagado há um mês e a chuva de quinta-feira piorou a situação no bairro.by último segundo:
http://bit.ly/5QTns4




O prefeito da cidade de São Paulo ,cada dia, mostra-se incompetente para administrar uma cidade como S.Paulo
.As enchentes tem lhe valido este certificadoPor outro lado seu mentor e guarda-costas O Sr.Serra, tem lhe dado aulas inválidas, e ainda que ser o presidente da nação.
Como pode?
Fiquemos mais atentos o Jardim ROMANO é um descalabro, de desrespeito a condição humana.

LANÇAMENTO

sábado, 30 de janeiro de 2010

China diz que controlo da Net "não é restrição à liberdade"

Jornal de Notícias PT hoje
2010-01-25
Governo chinês defende que as suas leis sobre a Internet "não têm nada a ver com restrições à liberdade", rejeitando as recentes críticas da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.

"Diferentes países regulam a Internet de diferentes maneiras. Os regulamentos da China demonstraram adequar-se ás condições nacionais e estão de acordo com a prática da maioria dos países", disse um porta-voz do governo citado pela agência noticiosa oficial chinesa.

As leis chinesas "proíbem explicitamente a divulgação de informação que incite à subversão do poder de Estado, à violência e ao terrorismo ou que inclua conteúdos pornográficos".

"A China tem toda a legitimidade para tratar destes conteúdos ilegais e perniciosos. Isto não tem nada a ver com alegadas restrições à liberdade na Internet", acrescentou.

Na quinta-feira passada, ao discursar sobre a liberdade na Internet, Hillary Clinton disse que houve "um crescimento nas ameaças ao livre fluxo de informação" em 2009, nomeadamente na China. Egipto, Vietname e Uzbequistão.

A secretária de Estado norte-americana elogiou a atitude da Google, que ameaçou sair da China em sinal de protesto contra o controlo do governo e alegados ciber-ataques chineses.

No dia 12 de Janeiro passado, um vice-presidente da Google, David Drummond, disse que a empresa e pelo menos 20 outras firmas foram alvos de "sofisticados ciber-ataques", numa aparente tentativa de penetrar nas contas de email de activistas de direitos humanos espalhados pelo mundo.

"Estes ataques e a vigilância que eles evidenciam (...) levaram-nos a concluir que devemos rever a viabilidade das nossas operações comerciais na China", escreveu David Drummond no blogue oficial da empresa.

"Sites" como o You Tube e o Facebook estão bloqueados e quaisquer pesquisas no sobre os chamados "3T" (Tiananmen,Tibet e Taiwan) são também minuciosamente filtradas.

O número de chineses ligados à Internet atingiu os 384 milhões no final de 2009.

Segundo estatísticas oficiais, há 3,68 milhões de websites e mais de 200 milhões de blogues na China.

A própria Google lançou em 2006 um site em chinês, que detém cerca de 30 por cento do mercado local.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Universidades privadas, biopoder e Capitalismo Cognitivo (Rodrigo Gueron)



Assuntos: biopoder, capitalismo cognitivo, crítica, rodrigo gueron, universidade.
Rodrigo Guéron

Ao ler o resumo do que foi dito num seminário das atuais mantenedoras das universidades privadas brasileiras, tive vontade de escrever um pouco sobre o tema. Trata-se de uma lista draconiana de ações que as mantenedoras pretendem empreender, por um lado, na estrutura de suas próprias instituições/empresas e por outro, como ação política junto aos poderes do Estado. Algumas medidas já podem ser verificadas nas práticas nestas instituições: a redução ao mínimo de aulas práticas e usos de laboratórios e equipamentos; controle sobre a produção criativa dos estudantes; e arrocho salarial sobre os professores que, no caso de algumas instituições do estado do Rio, chega ao extremo do desrespeito explícito a direitos básicos: salários atrasados, FGTS não depositado, 13º salário não pago, e assim por diante.

Nesses seminários, as mantenedoras condenam a priori qualquer tipo de fiscalização e regulamentação do MEC, chamam de “ideológica” a preocupação dos Conselhos de Medicina com o nível dos cursos, não mostram qualquer disposição em investir em pesquisa e propõem uma série de mudanças nas instituições sem que estas tenham qualquer preocupação pedagógica e/ou acadêmica.

O objetivo dessas ações, como era de se esperar, é reduzir ao limite os custos de funcionamento, por um lado, e garantir o maior lucro possível, por outro. Mas, é preciso ter claro que essa operação só pode ser bem sucedida, do ponto de vista da ampliação do poder e do lucro dessas empresas, se for dirigida contra a capacidade produtiva e, sobretudo, o desejo produtivo, de professores, funcionários e alunos.

O que é ameaçador para as universidades privadas é exatamente a vontade dos alunos de terem aulas melhores, a aspiração por apoio à pesquisa e à criação, o surgimento de idéias, projetos, o desejo de desmembrar e superar os problemas, novas tecnologias, novos conceitos, expressões artísticas e formas de vida.

Em primeiro lugar, parece haver, em uma parcela das universidades privadas brasileiras, certa nostalgia do capitalismo industrial e do seu do modo de produção fordista, uma vez que seus donos não param de repetir que a universidade deve se submeter completamente ao que chamam abstratamente de “mercado”. Termo que aparece no discurso das mantenedoras como uma espécie de transcendente cultuado, numa mistificação espantosa para quem tem como tarefa administrar universidades. Ficaria assim estabelecido que a única função da universidade seria a de formar mão-de-obra para uma determinada forma de organização da produção tendo como horizonte possibilidades produtivas que estariam dadas de antemão. A vida universitária deveria, neste caso, se reduzir a uma preparação que seria quase como um “treinamento” (termo bastante recorrente) em função de um emprego pré-determinado, que estaria à espera do aluno “treinado” e/ou do “mais bem treinado”. Toda a atividade produtiva e toda a subjetividade de professores e alunos ficariam reduzidas a uma corrida de obstáculos por um diploma distintivo de superioridade social, e um posto de trabalho.

Por outro lado, como forma de poder, essas mantenedoras agem, de maneira bastante exemplar, da forma como o capitalismo contemporâneo opera. Não só porque lançam ações em bolsa, mas, sobretudo, porque funcionam como notáveis esquemas de controle e bloqueio do desejo de quem nelas trabalha e estuda. O próprio lema do “preocupemo-nos apenas com o mercado” é parte disso. Trata-se de uma espécie de terrorismo psicológico para capturar a subjetividade de estudantes e professores numa operação que não para de nos enclausurar em apenas uma forma de vida possível. As nossas potencialidades produtivas são assim esvaziadas, inclusive através do medo (de não encontrar um “lugar” no “mercado”), o que nos joga num processo de pura repetição e reprodução passiva.

Mas, esta contradição vai além, porque o caráter contemporâneo do capitalismo caracteriza-se exatamente por ser eminentemente cognitivo e afetivo, quer dizer, a produção de conhecimento, a produção tecnológica, mas também criativa, artística, plena de dimensão afetiva e virtual é, justamente, a que faz mover a economia.

Por isso, a idéia de que a universidade deva se sujeitar ao “mercado” acaba também esvaziando a capacidade produtiva desta mesma universidade. Pois, ao contrário, a universidade deve ser pensada como um dos pontos centrais da produção. A própria palavra “mercado” ficaria assim no seu devido lugar, qual seja, algo que só se forma como desdobramento do desejo e da ação produtiva das pessoas. Diferentemente do que se costuma dizer, a produção vem antes do mercado, sobretudo porque ele mesmo é produzido e não para de ser alterado, reinventado etc. Ou seja, mesmo do ponto de vista da compreensão mais banal do capitalismo – e para fazê-lo funcionar – o discurso dos donos de universidades privadas é insustentável: quando, supostamente, conseguirem adaptar, através de suas fórmulas draconianas, suas universidades ao “mercado”, este já seria outro.

O problema todo é que, na atual estrutura, para se tornar isso que as universidades deveriam ser, ou seja, produtivas e mesmo o centro da produção, seria necessário um investimento que as tornaria pouco rentáveis em uma bolsa de valores, da mesma maneira que a demanda social por casas nos Estados Unidos (que não deixou de existir mesmo com a derrocada do Estado de Bem-estar Social), tornou os bancos pouco rentáveis do ponto de vista do capital e das expectativas especulativas de lucro. Mas, obviamente este é um problema dos bancos e do poder, e não de quem desejou ter uma casa; o mesmo vale para a aspiração social de estar numa universidade.

É fundamental compreender que o caráter cognitivo do capitalismo, o esvaziamento do capitalismo industrial – e com isso da antiga classe operária – foi, em primeiro lugar o resultado das lutas sociais. A condição predominante de “trabalho morto”, a divisão hierárquica “trabalho intelectual x trabalho braçal” do ambiente disciplinar – muitas vezes militarizado – das fábricas, e a rigidez das disciplinas e da organização do ensino em função deste esquema, foram fatores que geraram as rebeliões de 68 e todas as novas formas de luta que atravessaram os anos de 1970. Em muitos países multidões passaram a ter acesso a universidade na mesma proporção que as melhorias das condições de vida da antiga classe operária fizeram com que ela aspirasse deixar o trabalho operário. Em 68, na França, Estados Unidos e Tchecoslováquia, muitos dos estudantes revoltosos eram filhos de operários e muitas das revoltas nas fábricas partiam de jovens. Depois de 68, a democratização do acesso ao ensino tornou-se ainda mais ampla. Assistimos então a uma luta para reunir trabalho e vida, desejo e produção. O neoliberalismo veio a seguir, como um projeto de poder do capital que se readapta e busca capturar, tanto quanto possível, as inovações. Neste momento, o capitalismo deixa de ser um “modo de produção” e passa a ser uma “produção de modos”: de modos de vida.

A princípio, esta democratização não chegou ao Brasil; mas a demanda por ela sim. Se o maior desejo era o de promover o reencontro entre trabalho e vida, produção e subjetividade – impossível na rigidez e hierarquia das fábricas – o capitalismo tratou de reestruturar suas formas de poder de modo a, por um lado, coordenar estratégias de produção de formas de vida e subjetividade; e, por outro, controlar e até interditar a produção de novas formas de vida. Em outras palavras, o capital precisa hoje, mais do que nunca, do desejo produtivo das pessoas; mas este desejo representa, também como nunca, um grande perigo para o capital.

É exatamente esta a situação no interior de nossas universidades privadas. Elas cresceram diante de uma demanda, um desejo social reprimido, por estar na universidade. Desta demanda dependem os lucros destas instituições/empresas; mas, quase tudo o que esta aspiração significa, do ponto de vista dos desejos e do desenvolvimento subjetivo dos que entram na universidade, é uma grande ameaça para elas. E são nestas brechas que devem se dar as lutas de professores, estudantes e funcionários em geral, na universidade hoje. Trata-se, em primeiro lugar, de lutar a partir dos territórios, dos locais de trabalho, que devem ser encarados por nós como comunidades produtivas..........

LEIA MAIS EMhttp://www.revistaglobalbrasil.com.br/?p=59

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Morre o escritor J.D. Salinger, aos 91 anos, nos EUA



Morre o escritor J.D. Salinger, aos 91 anos, nos EUA

Autor do clássico 'O Apanhador no Campo de Centeio', vivia isolado em sua casa em New Hampshire

Teresa Ribeiro do estadao.com.br, com agências internacionais


Morre o escritor J.D. Salinger, autor de O Apanhador no Campo de Centeio, em New Hampshire. Tinha 91 anos. Era considerado a Greta Garbo da literatura americana e seu romance, mais do que um cult das letras universais, um emblema de uma geração.

Veja também:

lista Leia textos de Otto Maria Carpeaux (1958, Estado) e de Carlos Lacerda (1963, JT) sobre o romance

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O filho do escritor, em um comunicado divulgado pelo representante literário de Salinger, disse que ele morreu de causas naturais. Desde 1953 vivia isolado, por vontade própria, em sua casa em Cornish. Salinger sempre foi avesso a jornalistas, mantendo-se distante das entrevistas e fotos, como aqui no Brasil fazem os escritores brasileiros Rubem Fonseca e Dalton Trevisan.



"Gosto de escrever e asseguro a vocês que escrevo com regularidade", disse Salinger em uma breve entrevista com Baton Rouge Advocate em Luisiana, em 1980. "Mas escrevo para mim mesmo, por prazer. E quero ficar sozinho para escrever".



Salinger foi o autor de um dos maiores clássicos da literatura mundial, o romance O Apanhador no Campo de Centeio, com seu personagem principal marcando gerações com o tipo adolescente, rebelde e atormentado Holden Caulfield. Foi lançado em 1951, em plena Guerra Fria, mas fez sucesso por muitas décadas. O assassino de John Lennon, Mark David Chapman, carregava um exemplar no bolso e pediu um autógrafo do ex-Beatle nele, quando atirou contra Lennon diante do edifício onde morava, em Nova York, em 1980. Depois, disse que a explicação para o que tinha feito estava nas páginas de O Apanhador no Campo de Centeio.



Nascido em 1919, Salinger escrevia para adultos, mas jovens de todo o mundo se identificaram com os temas da alienação, inocência e fantasia de seu romance. Vendeu 65 milhões de exemplares.



Aqui no Brasil O Apanhador no Campo de Centeio é publicado com exclusividade pela Editora do Autor, que no ano passado lançou uma caixa com os três principais livros de Salinger. Além de sua obra-prima, incluia o volume de contos Nove Estórias (1953) e uma novela entitulada Franny & Zooey (1961), reunindo duas histórias publicadas na prestigiada revista New Yorker. A editora carioca fundada por Fernando Sabino (1923-2004), Rubem Braga (1913-1990) e comandada pelo sócio Walter Acosta, de 93 anos, lançou a primeira edição de O Apanhador aqui, em 1965. No ano passado surgiu no mercado uma sequência de seu clássico romance, 60 Years Later: Coming Through the Rye (60 anos mais tarde: passando pelo centeio), de um autor identificado como J.D. Califórnia. Salinger moveu uma ação na Justiça contra autor e editora.



Segundo o jornal The New York Times, muitos críticos gostam mais de Nove Estórias do que de O Apanhador..., como Philip Roth e John Updike, pela ácida crítica social de seus contos, mas especialmente sobre a arquitetura literária de suas histórias curtas, a chamada short story.



Jerome David Salinger nasceu em 1.º de janeiro de 1919, na cidade de Nova York. Seu pai era um importador de queijos e carnes judeu e sua mãe era cristã de origem irlandesa-escocesa; a família viveu por anos em Park Avenue. Como o personagem de seu romance, Holden, Salinger era um estudante com um histórico de problemas em várias escolas. Aos 15 anos, foi enviado para a Academia Militar de Valley Forge, onde escrevia durante à noite à luz de uma lanterna e com o tempo conseguiu seu diploma. Em 1940, publicou seu primeiro texto de ficção, The Young Folks, na revista Story.


leia mias no estadão http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,morre-o-escritor-jd-salinger--aos-91-anos--nos-eua,503117,0.htm

O trabalhador recifense é o que recebe o pior salário do país

O trabalhador recifense é o que recebe o pior salário do país. O dado foi divulgado, nesta quinta-feira (28), pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa revelou que o rendimento médio real da população ocupada na Região Metropolitana de Recife foi estimado em R$ 861,90, em dezembro de 2009, enquanto a média brasileira foi de R$ 1.344,90.

A pesquisa também mostrou que a situação do bolso do trabalhador da capital tem piorou no último mês do ano. Houve queda de 3,7% e de 8,0% no ano, sendo o menor de todas as Regiões Metropolitanas pesquisadas. No Brasil, o percentual foi menor (-0,9%) na comparação mensal e apresentou leve alta de 0,7% frente a dezembro de 2008.

Para o gerente do PME, Cimar Azeredo, o sinal amarelo está acesso para a economia do Recife. “Registrar uma queda de rendimento de 0,9% é comum nessa época do ano, por conta dos empregos temporários, mas não nessa monta como ocorreu no Recife”, atenta.

Segundo o pesquisador, nem mesmo os investimentos recém-chegados a Pernambuco foram suficientes para segurar a queda do poder de compra da população. “Os investimentos têm que ser mais fortes para surtirem efeito na pesquisa. Ganhar mal está atrelado ao poder de compra. O comércio, que funciona como uma válvula de escape para o consumo, não teve seu cliente cativo. É uma questão regional que está acontecendo na RMR”, observa.

Em pesquisas anteriores, os pesquisadores do IBGE identificaram que a economia do Recife ia mal por conta do baixo desempenho do setor do turismo. Agora, não há um diagnóstico preciso para justificar a situação. O que se sabe é que todos os grupamentos econômicos apresentaram problemas, sobretudo a construção, o comércio, a reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis e dos serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira.

Os assalariados, autônomos e empregados de empresas privadas foram os que pagaram a maior parte da fatura negativa no Recife. Na análise mensal, somente os militares ou funcionários públicos estatutários tiveram aumento no seu rendimento médio real (7,9%), enquanto os empregados com carteira de trabalho assinada, os empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado e os trabalhadores por conta própria apresentaram quedas de 0,5%, 9,3% e 16,4% respectivamente. Na análise anual, o rendimento médio real da população teve queda, tendo destaque os empregados por contra própria (13,9%) e os militares ou funcionários públicos estatutários (10,7%).

As capitais pesquisadas foram Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sociólogo Emir Sader acha que organizações deveriam deixar protagonismo para os movimentos sociais

Idealizador do Fórum defende papel secundário para ONGs

Jair Stangler, do estadao.com.br

Para Sader, são os movimentos, e não as ONGs, que levam as pessoas para as manifestações

Marcos de Paula/AE - 25/01/2010

Para Sader, são os movimentos, e não as ONGs, que levam as pessoas para as manifestações
PORTO ALEGRE - O sociólogo Emir Sader, professor aposentado da USP e um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, expôs uma divisão entre os movimentos sociais e as organizações não-governamentais (ONGs). Ele conversou com jornalistas após participar de uma das mesas de discussões na manhã desta terça-feira, 26, em Porto Alegre.


"A particularidade do Fórum é ter movimentos sociais. As ONGs têm papel secundário, que é de ajudar os movimentos sociais a se organizar. Tem que abrir caminho. Mas não. O comitê organizador do FSM, essas pessoas que estão aí desde o início, são de oito organizações, e seis são ONGs! É tão sem representatividade que tem uma lá que é Abong, Associação Brasileira de ONGs. Usurpam o espaço dos movimentos. No início do FSM foi importante porque não havia espaço para os movimentos sociais. Mas agora eu acho que eles deveriam se retirar do primeiro plano e ajudar os movimentos sociais a protagonizarem", afirmou.



Sader disse apreciar a atitude de solidariedade das ONGs, mas criticou a limitação delas ao intercâmbio: "Então acabou o evento e vamos todos pra casa, enriquecidos ou não. Mas a realidade está pedindo outras propostas. Nós podemos estabelecer propostas consensuais, como a regulamentação do capital financeiro, a água como bem público. A vida das ONGs não está ruim, tem financiamento. Mas quantas pessoas as ONGs levam na marcha?", questiona.



Para ele, essa postura das ONGs acaba limitando a ação do Fórum. "Agora o Fórum tem de mostrar alternativas", afirma. "A denúncia vale, mas é para mostrar um diagnóstico. A denúncia da crise não foi acompanhada no FSM de Belém por alternativas, quem esteve lá não saiu armado. não quero que tenha uma, quero que tenham várias alternativas. Inclusive há uma coisa catastrofista: o neoliberalismo acabou. Não é verdade. A crise é oportunidade, mas oportunidade pra eles também. Estamos dando tempo e espaço pra eles se recomporem. Então eu acho que pra ser coerente com esse diagnóstico, que se revelou correto, o Fórum não deve ser apenas diagnóstico e intercâmbio. O fórum tem que ter alternativa. Qual é o Estado que queremos?"



O sociólogo cita a Bolívia como exemplo de "outro mundo possível". "Isso o FSM não toma conhecimento. Se não for o que está acontecendo na Bolívia, eu não sei que outro mundo é possível".



Sader criticou também que o Fórum ainda não tenha criado um canal de comunicação mais eficiente. "Nós não temos uma cadeia de televisão! Pela internet, que seja."



Governo Lula



"Eu preferia que Lula não fosse a Davos", diz Sader. Mas ele vem ao Fórum como o primeiro presidente que está levando a cabo uma política externa independente, um presidente que pela primeira vez reduziu a desigualdade no Brasil. O FHC esteve oito anos lá, com toda a imprensa a favor dele, o queridinho da mídia... Quebrou o País três vezes e tinha uma política externa subalterna aos EUA. O governo Lula em tudo é melhor. Por isso que a oposição não gosta da comparação. Não gostam do filme Lula, façam um filme do FHC..."



Ele classificou ainda como "simplistas" algumas afirmações sobre a preservação do meio ambiente. "Isto deveria estar no centro do Fórum: um modelo de desenvolvimento com sustentabilidade ecológica e social. O governo Lula não é nenhuma maravilha, mas diminui a desigualdade social. A discussão das políticas sociais deveria estar no centro do debate".
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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Fotógrafos protestam contra abuso de lei antiterror

REINO UNIDO
Fotógrafos protestam contra abuso de lei antiterror

em 26/1/2010


Mais de dois mil fotógrafos participaram de uma manifestação na Trafalgar Square, em Londres, contra o uso abusivo de leis antiterrorismo para impedir que sejam tiradas fotografias de lugares públicos. Fotógrafos profissionais e amadores afirmam que costumam ser interceptados por policiais e questionados sob a seção 44 do Ato de Terrorismo de 2000. A lei permite que a polícia faça revistas sem a necessidade de ter havido algum ato ou comportamento suspeito. O protesto foi organizado por um grupo intitulado Sou um Fotógrafo, Não um Terrorista!.

Diversos incidentes no último ano geraram uma resposta crítica da mídia ao uso abusivo da lei antiterror. Em dezembro, um repórter do jornal Guardian foi parado pela polícia e revistado quando fotografava um famoso edifício no centro financeiro de Londres. Já um fotógrafo especializado em arquitetura foi interceptado quando tirava fotos de uma igreja reconstruída após o grande incêndio de 1666 por Sir Christopher Wren, um dos mais aclamados arquitetos britânicos. Um fotojornalista da BBC foi parado pela polícia quando fotografava a Catedral de St Paul. E um fotógrafo amador foi interrogado por dois policiais por fotografar luzes de Natal na cidade de Brighton.

No fim do ano, um memorando elaborado por Andy Trotter, subcomandante da Polícia Metropolitana, foi enviado a todas as forças policiais na Inglaterra e País de Gales alertando para o uso "confuso" das revistas com base no ato antiterror. "Policiais devem ser lembrados de que não é crime que um cidadão ou jornalista tire fotografias de um edifício público", dizia o documento, enfatizando que o simples uso de uma câmera não significa automaticamente que uma pessoa deva ser interceptada e revistada.

No início de janeiro, o tribunal Europeu de direitos humanos criticou o uso da seção 44 e ressaltou a falta de ferramentas adequadas de proteção legal e parlamentar contra abusos. Segundo os juízes, o fato de os policiais decidirem parar e revistar uma pessoa com base apenas em "intuição profissional" ou "desconfiança" provoca um "claro risco de arbitrariedade". Informações de David Batty [Guardian, 23/1/10]

Suspensão de TV provoca protestos pró e anti-governo na Venezuela

BY BBC BRASIL


Estudantes fizeram passeata até a sede da Conatel para protestar

A retirada do canal venezuelano RCTV do ar pela segunda vez em menos de três anos, no domingo, provocou fortes manifestações de opositores e simpatizantes do presidente Hugo Chávez em Caracas e outras cidades da Venezuela nesta segunda-feira.

Um jovem de 15 anos, que participava de uma manifestação pró-governo no Estado de Mérida, teria morrido ao ser atingido por disparos, segundo afirmou o ministro do Interior, Tareck El Aissami.

O governo suspendeu o sinal da RCTV e de outros seis canais internacionais na TV a cabo na madrugada de domingo, alegando que eles desrespeitaram as novas regras que determinavam a transmissão de cadeias nacionais e mudanças no conteúdo de publicidade.

A RCTV já havia deixado de operar como TV aberta em 2007, quando o governo venezuelano decidiu não renovar a licença. A emissora, então uma das mais populares do país, era acusada pelo governo de ter participado da conspiração que levou ao frustrado golpe de Estado contra Chávez em abril de 2002.

O governo venezuelano afirmou nesta segunda-feira que os canais que tiveram seus sinais suspensos poderão voltar ao ar se cumprirem com as condições oficiais.

Em Washington, o embaixador venezuelano para a Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton, rechaçou um comunicado da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que condenou neste fim de semana a suspensão da RCTV.

Para Chaderton, a CIDH tentou “comprazer uma vez mais os incuráveis golpistas, representantes da ditadura midiática venezuelana e da ultra-direita interamericana” com sua condenação à atitude do governo venezuelano.

'Atentado às liberdades'

Em Caracas, nesta segunda-feira, estudantes de diversas universidades fecharam várias avenidas desde a manhã, e no início da tarde se reuniram em uma praça do leste da cidade para dali seguir em passeata até a sede da Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações) para protestar contra a medida, classificada por eles como “um atentado às liberdades, especialmente à de expressão”.

Mas em frente à Conatel se reuniu também outro grupo de estudantes, simpatizantes do governo, com o objetivo de apoiar a decisão da Conatel. Para este grupo, a decisão “segue sem condições o Estado de Direito”.

Um cordão policial separava os dois grupos, antes de a manifestação opositora ser dissolvida com bombas de gás lacrimogêneo. Alguns estudantes teriam ficado feridos e acusam os simpatizantes do governo de lançar garrafas e pedras em sua direção.

No Estado de Anzoátegui, no leste do país, outro protesto estudantil também terminou com bombas de gás lacrimogêneo e disparos de balas de borracha.

No outro extremo do país, na cidade de Mérida, capital do Estado de mesmo nome, além do estudante cuja morte foi anunciada pelo governo, nove policiais também teriam ficado feridos.

Críticas

Diversos setores da sociedade venezuelana, como a Igreja Católica, se pronunciaram contra a medida que tirou a RCTV do ar pela segunda vez.

“Acompanhamos todas aquelas pessoas que tenham sido vítimas de perseguições por terem expressado seu pensamento ou ideologia”, disse o presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, monsenhor Ubaldo Santana.

Em um programa transmitido pela TV estatal Venezolana de Televisión, o diretor da Conatel, Diosdado Cabello, disse que o organismo está elaborando um regulamento para permitir que os canais afetados pela suspensão no domingo retornem ao ar, desde que cumpram algumas condições.

Entre as condições está a assinatura de um compromisso para transmitir as cadeias oficiais e outras exigências do governo por pelo menos quatro meses, período durante o qual a Conatel avaliaria novamente a programação para reconsiderar se os canais afetados transmitem programação nacional ou internacional – os canais considerados internacionais não precisariam seguir as normas.

“Que coincidência que de 105 canais que foram analisados, 104 cumprem com as normas e só um, a RCTV, está contra o que está estabelecido nas leis”, afirmou Cabello.

Até o momento, a posição da RCTV tem sido a de não negociar com o governo. A emissora espera pelo resultado de uma liminar pedida ao Supremo Tribunal de Justiça para que se respeite sua condição de canal internacional, o que o governo nega.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Portugal ilustrado: Investigadora estudou ilustração nacional feita entre 1910 e 1940

Portugal ilustrado
Investigadora estudou ilustração nacional feita entre 1910 e 1940
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1478598-by j noticias pt
ANA VITÓRIA
A ilustração foi o modo mais fácil para a entrada do modernismo em Portugal. A conclusão é da investigadora Theresa Lobo, que, ao longo de 20 anos, procedeu a um levantamento sobre ilustração portuguesa entre 1910 e 1940.

A obra, "Ilustração em Portugal - I", editada recentemente pelo IADE - Instituto de Artes Visuais Design e Marketin g-, faz parte de uma fase de um trabalho exaustivo e mais abrangente no tempo que a autora pretende efectuar.

Theresa Lobo, uma assumida apaixonada por ilustração e por cartazes (sobre este assunto, também já publicou um livro), mostra-se satisfeita com o resultado deste seu projecto.

"Esta é a primeira obra que se publica sobre o assunto. Até agora, não havia nada sistematizado sobre a matéria".

Para a investigadora, a ilustração portuguesa nas épocas a que se reporta o livro "representou uma clarificação de um tempo cultural". Sustenta Theresa Lobo que as ilustrações publicadas nas várias revistas da época "tinham um carácter essencialmente descritivo. Foi, com raras excepções, a celebração de narrativas, o pretexto de muitas e aleatórias ficções".

Uma nova estética

Na ausência de contrapartidas mais sólidas, os ilustradores portugueses recorreram muito aos magazines, aos jornais e aos cartazes. Estes suportes "eram imensos laboratórios, onde também realizaram as fórmulas de uma modernidade, que, dessa forma, penetrou lentamente na sociedade", refere a investigadora. Nesse sentido, " os magazines eram um campo de experimentação ideal para os novos ilustradores marcarem a sua estética".

Também na maior parte das publicações "o conteúdo literário era quase sempre medíocre e interessava pouco, com excepção do projecto integral da 'Contemporânea' (1922-1926), dirigida por José Pacheko, onde o melhor foi também o contributo dos artistas, como Jorge Barradas, Stuart de Carvalhais e Almada Negreiros e, obviamente, do surgimento da revista "Presença".

Afirmação expressionista

O aparecimento da "Presença", em 1927, "foi um factor relevante para o surgimento de novas oportunidades gráficas, não só ao nível da capa como no seu interior. Embora predominantemente literária, a "Presença" afirmava-se doutrinária de um modo abrangente".

O pintor e ilustrador Carlos Botelho criou páginas unificadas num único tema, sem uma ordem de leitura específica. "Durante 22 anos, estas páginas foram votadas a grandes variações de estilo - umas de um modernismo inventivo vanguardista, outras no regresso ao desenho pormenorizado naturalista e saturado", sublinha Theresa Lobo.

Para a investigadora, "a 'Presença' (1927-1940) desempenhou um papel importante na afirmação e divulgação de estética expressionista", sem nunca esquecer que nela escreveram nomes como José Régio, Gaspar Simões ou Adolfo Casais Monteiro.

Astronautas da Nasa escrevem no Twitter

Astronautas da Nasa escrevem no Twitter


Astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), poderão postar notícias no Twitter e ter acesso à internet direto do espaço graças uma nova tecnologia da Nasa. Nesta sexta-feira, o astronauta T.J. Creamer postou a primeira mensagem, que dizia: "Olá twitteruniverso! Estamos mandando notícias em tempo real do ISS -- é o primeiro tweet do espaço!".

O acesso é possível graças ao Crew Support LAN, que liga os computadores da estação espacial aos terminais da Nasa. Além de mandar notícias sobre a missão, os astronautas poderão trocar emails com a família, diminuindo a saudade e a sensação de isolamento comuns nas viagens espaciais.

Quem quiser acompanhar os astronautas pode acessar o site do Twitter e digitar Nasa_Astronauts.

Da Agência Globo

domingo, 24 de janeiro de 2010

Argentina: entre o governo e a governança

Por: Cesar Altamira
Tradução:
Leonardo Retamoso Palma
Lúcia Copetti Dalmaso


Uma primeira análise sobre as eleições nacionais para renovação de deputados e senadores realizada em junho de 2009 pode levar a interpretar o resultado como um voto de castigo ao governo kirchnerista, que perdeu a maioria parlamentar. Múltiplas razões podem explicar a derrota: o péssimo manejo do conflito com o setor agrário, que se estendeu de março até julho de 2008; questões de forma e estilo de governo (prepotência, soberba política e autoritarismo) que provocaram repúdio social; assim como os míseros resultados em termos de bem estar social do último ano e meio de gestão, que influenciaram uma parte importante da sociedade entediada diante da retórica oficial mentirosa – que falseia dados econômicos e sociais – que põe em dúvida os propósitos e princípios igualitários que o governo dizia e diz encarnar.

A derrota política põe em xeque a legitimidade do governo, fenômeno que se faz ainda mais contundente quando recordamos que esta crise se produz em um país onde o conflito social se resolve na rua, com métodos de ação direta em praças e rodovias. Trata-se de uma sociedade altamente politizada, onde a baixa institucionalidade deve ligar-se à crise da relação salarial fordista.
As eleições são também demonstrativas da crise da representatividade política, que tivera sua mais alta expressão no chamado laboratório político argentino das assembléias, que começou em finais de 2001 e se estendeu até 2002. Com, efeito os dados indicam uma abstenção total de 30% no âmbito nacional (valores nunca alcançados até agora), num país onde o voto é obrigatório e sua omissão é penalizada por lei.

A política kirchnerista com relação às organizações populares que antes lutaram contra o modelo neoliberal foi de tentar (ou fazer todo o possível para) capturá-las, quebrando as que resistiam à integração e ignorando as que se mostrassem não capturáveis e incorrigíveis. A orientação era domesticar as organizações sociais mais dinâmicas – aquelas que mais haviam se empenhado em enfrentar o comando do capital – buscando torná-las dependentes, subalternas e instrumentalizáveis. As promessas formuladas pelo kirchnerismo em seu primeiro governo, que buscava construir um novo movimento social e político, fez entrar em crise a imensa maioria dos movimentos que permaneceram após 2001. Contudo, já nas eleições parlamentares de 2005, tais promessas haviam ficado no esquecimento, o mesmo esquecimento que ajudaria a levar Cristina Fernández à presidência. Kirchner relançou o clássico andaime eleitoral do PJ (Partido Justicialista), em especial a máquina clientelista dos intendentes do conurbano bonaerense. Um aparato que os chamados “barões” da Grande Buenos Aires manejam e que se mantem praticamente inexpugnável desde 1983, controlando as obras públicas, compartilhando os negócios com a polícia e seus sócios do crime organizado, em uma região onde se encontram os maiores bolsões de pobreza e indigência do país. Resistem às políticas universais porque administram servindo-se de “punteros” como se fossem pontes clientelistas, a assistência social focalizada. Essa mudança de rumo fez com que numerosas organizações sociais se afastassem do espaço político oficial, passando a fazer oposição crítica ao governo.

O kirchnerismo, por sua vez, recorreu quase que de maneira permanente a uma lógica política assentada em leituras binárias (nós-eles, povo-antipovo, povo-oligarquia). São leituras que cobram uma interdependência, onde um pólo não existe sem o outro; neste sentido, o kirchnerismo mostrou-se um fiel continuador da tradição política peronista de instalar um grande relato nacional. Mas, este esquema de pensamento abrevia o caminho para uma perigosa redução da política, na medida em que desloca o conflito de toda disputa democrática. Não existem duas Argentinas (pelo contrário, são múltiplas e variadas Argentinas) e o pensamento binário está referenciado em épocas historicamente superadas. Finalmente, como arremate dessas políticas ambivalentes, Kirchner promoveu um infundado adiantamento das eleições – que estavam previstas por lei para outubro de 2009 – colocando-se à frente das listas de deputados da província de Buenos Aires e inventando as candidaturas “testemunhais”. Quer dizer, diante do temor de que os prefeitos – e até o governador e o vice-governador de Buenos Aires – arriscariam formar seu “próprio” partido, amarrou-os aos destinos do kirchnerismo.

Não considero acertado concluir, como fizeram intelectuais kirchneristas e importantes setores da intelectualidade argentina, que a direita neoliberal dos 90 triunfou nas ultimas eleições. Há que tomar nota do caudal de votos das grandes e médias cidades do interior do país, cujo conteúdo parece ter estado mais próximo a demandas democráticas do que de posições de direita. Em todo o caso, encontramo-nos frente a um voto não cativo, volátil, de uma sociedade feita multidão que expressa muito mais seus desejos de liberdade e autonomia do que adesão definitiva a políticas de direita. Trata-se, em todo o caso, de cidadãos que, não sendo golpistas “destituintes” (como seriam qualificados pelos intelectuais kirchneristas os que se opuseram às políticas oficiais com relação ao campo), nem articulando discursos emancipadores, demandam uma distribuição democrática do poder no país, enfrentando a desmedida concentração de poder do governo Kirchner. Trata-se de um sujeito social múltiplo e diverso que não se deixa alienar pelo poder concentrado.

Nosso desafio é tentar abaixo da superfície o que essas eleições expressam. As últimas eleições foram produzidas em um momento de tensões e disputas, um processo que teve início com o conflito com os produtores rurais em março de 2008 e foi alimentado pela concepção governista de uma disputa entre dois modelos antagônicos de crescimento: o do governo, com inclusão social; e o da oposição, com exclusão social. Este discurso binário entrou para funcionar como mecanismo de representação social e, simultaneamente, de deslegitimação política. Nos tempos que correm, o voto não dá mais conta de um conteúdo ideológico, transcendente diríamos, no sentido de que o eleitor já não se atrai por aquelas propostas de mudança revolucionária da sociedade, tão caras aos partidos da esquerda. Inclinamo-nos por fazer uma leitura dos votos com base nas singularidades e imanências, mais do que em “foras” e transcendências. São estas singularidades, que não devem ser confundidas com individualidades e individualismo, que dão sustentação a uma nova forma de democratização política em tempos de crise da representação, conferindo importância à idéia de governança com relação à de governo. Vejamos. Qualquer proposta de ampliação dos espaços democráticos em nossos dias não pode se furtar a uma crítica das definições tradicionais da esfera pública, da representação e, no limite, da política enquanto tal. A crise do sistema de representação afeta o dispositivo que deve assegurar a estabilidade do Estado e sua construção política, repercutindo de maneira direta sobre a soberania moderna, quer dizer, sobre a forma do mando político. Nesse contexto a clivagem entre Estado e sociedade tende inevitavelmente a se diluir. O desenvolvimento e a importância do processo de governança tem relação com esta crise, na medida em que tal processo, erigido sobre as ruínas da dita cisão, debilita o comando exercido de maneira direta sobre uma sociedade em rede, ao mesmo tempo em que evidencia a necessidade de controlar a potencialidade subjetiva e organizativa posta em jogo. Estamos diante de um processo molecular de produção de comando político que se contrapõe a um processo [anterior] de característica molar. Nesse sentido, Kirchner representa o velho em política; só é funcional a um manejo particular e concentrado do poder, puro governo disciplinar e zero governança, enquanto persistem em sujeitar-se a um tipo de aliança que persegue a constituição de inexistentes “burguesias nacionais”. Por outro lado, tudo indica que nos encontramos diante de uma diversidade de sujeitos sociais que já não reconhecem uma identidade. Sujeitos com necessidades diferentes que refletem heterogeneidades de tempos e de objetivos. Subjetividades heterogêneas. É precisamente esta nova geografia social que devemos tornar visível em nossa análise.

Devemos reconhecer que o capitalismo na Argentina, para além de suas especificidades, segue o rumo marcado pelo capitalismo no plano mundial, tendo entrado em uma nova etapa de desenvolvimento. Este resultado é um dado importantíssimo na hora de ensaiar uma análise crítica sobre a situação política nacional. O capitalismo de novo tipo – capitalismo cognitivo, onde a valorização se baseia no conhecimento e o trabalho derrubou as portas da fábrica para difundir-se na sociedade – abriu um novo cenário de confrontação social. Neste contexto, o confronto capital x trabalho adquire novas modalidades, ao mesmo tempo que emergem novos sujeitos políticos e sociais. Já não se trata daquele homogêneo proletariado fabril – que, mesmo que ainda exista, viu reduzido seu peso qualitativo e quantitativo – mas, em todo o caso, de uma heterogênea combinação de assalariados, alguns autônomos, informais e precários, outros dependentes e subordinados diretamente ao capital, quando não imigrantes, que modificou sensivelmente o mundo do trabalho, provocando sua substancial fragmentação enquanto faz surgir novas figuras laborais.

São essas novas condições do capitalismo pós-moderno que nossos intelectuais kirchneristas e não-kirchneristas resistem em aceitar, enquanto continuam vendo as novas condições políticas com os olhos do fordismo. Seguem pensando na renda (financeira e não-financeira) como um desvio parasitário do capitalismo, enquanto apostam na reconstrução de um estado de bem estar impossível de recuperar, na medida em que é a própria relação salarial fordista que entrou definitivamente em crise. Nem a acumulação capitalista pode se restringir aos marcos nacionais, com Estados capazes de desenvolver de maneira independente políticas de desenvolvimento; nem os sujeitos antagônicos que personificam o capital e o trabalho são os mesmos; tampouco os ganhos de produtividade podem ser medidos no marco do capitalismo de novo tipo. A crise da relação salarial mostra como todos os elementos dos acordos keynesianos estão hoje ausentes. Nesse contexto, fica inviável a tentativa do governo de recriar um novo pacto social de mãos dadas com o Conselho Econômico e Social gestor das grandes políticas nacionais. Nenhum New Deal é possível a não ser aquele que, emergindo dos próprios movimentos e das práticas institucionais autônomas, permita a reapropriação de um welfare de novo tipo, diferente do estatal que foi desmantelado e igualmente distante do existente de caráter privado.

Devemos ser capazes de trilhar o estreito caminho político que se abre entre a resistência e o apoio ao governo. Nem o kirchnerismo é o menemismo, nem percorremos processos similares ao venezuelano e/ou boliviano. Trata-se, neste aspecto, da construção de espaços de resistência política diferentes dos impulsionados durante o menemismo, porém resguardando autonomia e política própria. O ponto está precisamente na construção de uma alternativa crítica ao governo.

Fonte: http://www.revistaglobalbrasil.com.br/?p=22#more-22