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sábado, 5 de janeiro de 2019

JORGE AMADO E SUA BIOGRAFIA FINALMENTE ! Capturas do Facebook por F.Mattos


JORGE AMADO por Olímpio Pinheiro 



O já colaborador,  Dr. Florisvaldo Mattos, aqui está outra vez, vem com o apontamento acerca da Biografia  de JORGE AMADO de  Josélia Aguiar. Ela   uma intelectual séria, gestora cultural e não necessita de maiores adjetivos;  por si só, seu nome e seu trabalho já dizem  tudo; Espinheira,  por outro lado é o poeta baiano por excelência, meu amigo, e que com narrativa curta diz sinteticamente o que é a grande obra que faltava no cenário brasileiro: JORGE AMADO.Figura impar esquecida, em alguns espaços e negligenciado por Universidades e Escolas.Amado foi o símbolo da Bahia e de m Brasil forte, mesclado de contradições.Sua obra extensa é uma história de um Brasil que em tempos atuais se renega. Algumas obras estão no cinema,  numa certa TV que  folclorizou-a, não gosto desta palavra mas uso no sentido de  carnavalizar . Mas  vale  ir direto a suas obras originais.
Segue abaixo a captura do Face de  Florisvaldo:

Prometi, cumpro, postando o artigo de Ruy Espinheira Filho sobre Jorge Amado, a partir da leitura da elogiada biografia do escritor baiano da autoria da jornalista Josélia Aguiar. Aí vai, abaixo, para mais fácil leitura. Ilustração: Jorge Amado, por Olímpio Pinheiro.
JORGE AMADO
RUY ESPINHEIRA FILHO
Acabo de ler a biografia de Jorge Amado escrita por Josélia Aguiar, que merece parabéns pelo trabalho de 7 anos de pesquisa vasta e profunda. Lê-se como um romance de aventuras, felizes ou infelizes, cheias de coragem e sacrifícios em nome de ideais – especialmente o ideal maior, a literatura. E se algo não poderá jamais ser negado a JA é, sem dúvida, a intensidade de viver e escrever. Uma intensidade que vem da infância e chega quase aos 90 anos.

Sua existência foi uma incansável – até implacável – construção de si mesmo e de sua obra. Que, tão amada quanto odiada, acabou por conquistar o mundo todo, ou quase. O amor foi – e continua sendo – de milhões de leitores. O ódio, quase sempre de certos críticos e professores (do tipo dos que perseguiram também nomes como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Guimarães Rosa, para só ficarmos nestes grandes) e particularmente dos conservadores e reacionários de todas as cores e crenças. Na UFBA, por exemplo, uma certa professora gostava de repetir: “Aqui, Jorge, só o de Lima”. Sim, Jorge de Lima poderia e deveria ser estudado; Jorge Amado, não.*

Com o tempo, venceu o amor. JA cresceu entre os leitores comuns e acadêmicos. Nunca se leu e estudou tanto JA em escolas e universidades como ultimamente. As dissenções políticas desapareceram, assim como muitos preconceitos de ordem linguística, política e moral que levavam à proibição – e até à queima em praça pública de exemplares das obras, como aconteceu aqui mesmo em Salvador. Sim, JA era considerado o grande imoral e o grande subversivo de um país atrasado e submetido à ignorância e à estupidez das ditaduras. Um subversivo que continuou socialista até o fim, mas profundamente desencantado com a URSS e seus crimes contra a humanidade.

Referi-me à intensidade de viver e escrever: envolvimento com política, aqui e em outros países, participação em movimentos internacionais em favor da paz e dos direitos humanos, atividade jornalística intensa, inclusive na direção de redações, crônicas e artigos incontáveis, viagens seguidas pelo mundo afora em importantes missões – e, sempre no centro de tudo, a literatura.

Já ouvi escritores dizendo que não escrevem por falta de tempo. É, pelo visto, os deuses reservaram a Jorge Amado um tempo especial que o tornava capaz de cumprir tarefas incríveis e mais, bem mais, muita coisa a mais... E sempre em um caminho ascendente: aperfeiçoando-se a cada dia como homem e como artista. A leitura de sua biografia (que eu conhecia de maneira fragmentária, escrita inclusive por ele) me deixou ainda mais admirador de Jorge Amado. Por suas realizações e pelo seu exemplo de cidadão, que renovam em nós a vontade de trabalhar e a esperança.
A TARDE – 03/01/2019. Salvador Bahia
*negritado por mim