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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

A gulodice das grande livrarias e sua decapitação


Não há crise do livro, e sim do mercado editorial
A República -Thales Guaracy ( https://bit.ly/2DSfX76 ) publica uma matéria  sobre o livro x mercado editorial, que abre os olhos de muitos que compram livros, mas não compreendem a engenharia capitalista das grandes livrarias do país e quiça do mundo oriental .Thales nos esclarece o engendramento do capital feito  pelos livreiros e que recai no autor e editor. O livro nada ou quase rende aos pequenos e iniciantes escritores.Os de alto porte sim, ganham algo,mas não tão admiravelmente como se pensa.O livro vende,que o diga a Amazon e até mesmo média e pequenas livrarias.A web atrapalhou um pouco o mercado, isto é evidente,mas não fez tombar o leitor.

Ruy, que criou a megastore: o mercado mudou, as livrarias, não
Por Thales Guaracy
Tem circulado pelo Whast App um texto atribuído ao editor Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras, incentivando as pessoas a comprarem livros neste Natal, por "amor ao livro", e para ajudar o mercado a reerguer-se, após o pedido de concordata das livrarias Cultura e Saraiva. Responsáveis por quase metade do faturamento do mercado, sua inadimplência ameaça agora levar de roldão também as editoras brasileiras.
Schwarcz, que deu uma grande contribuição para a qualidade editorial no Brasil, recentemente vendeu sua participação na editora que fundou, para sua antiga sócia, a americana Penguin Randon House. Ficou ainda no comando executivo da empresa, mas livrou-se diretamente da responsabilidade pela encrenca financeira. No texto, lamentou ter que demitir funcionários, segundo ele, pela primeira vez na história da empresa. 
O problema com o livro, porém, não é falta de amor. Nem mesmo há um problema com o livro. Apesar da crise econômica em geral, e do varejo em particular, as vendas de livros vão relativamente bem. De acordo com a pesquisa Nielsen/SNEL, as vendas de livro cresceram este ano 3,6% em volume até outubro, em relação o mesmo período do ano passado, e 5,4% em valor. "Não há uma crise de demanda", afirma Antonio Cestaro, editor dos selos  Alaúde e Tordesilhas.
A culpa pela crise das livrarias não é do livro, ou do cliente - o leitor. É das próprias grandes empresas que, sem visão de mercado, do leitor e dos negócios, tomaram as piores decisões possíveis nos últimos anos.
É difícil de acreditar, porque na realidade vender livro no Brasil é o melhor negócio do mundo. Em grande parte, as livrarias pegam o produto em consignação. Isso significa que só pagam as editoras quando o livro foi vendido, isto é, quando já receberam o dinheiro do cliente. E o que não foi vendido é devolvido. Todo o risco e qualquer prejuízo cai na conta do editor.
Mais: o desconto das livrarias (a margem de lucro sobre o livro) é de 40% a 50% sobre o preço de venda. E as livrarias costumavam pagar as editoras em 60 a 90 dias.
Nenhum outro mercado concorrencial em todo o planeta oferece essas condições comerciais, draconianas para clientes e fornecedores. Como, então, em condições tão favoráveis, a livrarias conseguiram quebrar?
Por uma grande razão: nos últimos anos, as maiores redes de livrarias simplesmente deixaram de vender livros.
A era das megastores começou no Brasil com a Saraiva, que se inspirou no modelo da FNAC, adotado por seu principal executivo, Ruy Mendes Gonçalves, falecido em 2011, como ele mesmo assumidamente contou em seu livro de memórias, "O Serelepe". A empresa francesa abrira grandes lojas que vendiam não apenas livros, como um mix de produtos de maior valor agregado: CDs, DVDs e aparelhos eletrônicos.
Na França, foram aprovadas leis para limitar os descontos na internet e assim proteger a venda de livros em livrarias. O modelo da FNAC, porém, se desgastou. Ela foi a primeira das grandes redes de livrarias do mundo a entrar em parafuso, antes mesmo da crise nas livrarias americanas, que sofreram forte impacto com a entrada da Amazon no mercado.
A razão não foi o livro, produto que sofreu pequena mudança de hábito de consumo, já que muitos leitores continuam preferindo o papel. Já o DVD e o CD desapareceram, com seu conteúdo vendido no formato digital. Os produtos eletrônicos, se têm um preço mais alto, são um negócio com uma margem de lucro muito menor. E aí as livrarias enfrentam não apenas a concorrência de outras lojas de varejo como das próprias fabricantes, como a Samsung e a Apple, que fazem a venda vertical ou direta.
Dessa forma, o que era um bom negócio, como foi para a Saraiva no início das megastores, deixou de ser tão bom assim. Enquanto o cliente entrava na loja e não achava o livro que queria - uma venda perdida-, as livrarias mantiveram um grande espaço físico para produtos que pouco ou nada vendiam e davam margem de lucro muito baixa - CDs, DVDs e eletrônicos.
Por conta do modelo FNAC, a Saraiva nos últimos anos vinha com uma margem de cerca de 5% - menos que uma caderneta de poupança. É algo ruim para uma empresa aberta no mercado de capitais, onde é preciso estimular o interesse do investidor, que procura um retorno maior que o do mercado financeiro. Embora gerasse mais de um bilhão de reais de faturamento, espremendo tudo, no final a Saraiva saía com um lucro operacional de menos de 50 milhões ao ano, quando saía.
Ofuscada pelas desafiadoras mudanças do mercado digital, a empresa se perdeu de vez. Endividou-se, para pagar dívidas vendeu por cerca de 700 milhões de reais a editora - sua empresa lucrativa, que fazia, ora vejam, livros - mas nada resolveu, porque continuou sem lucro. E a dívida voltou a crescer, até chegar aos declarados 600 milhões de hoje que a puseram na lona.
A Cultura, também apegada à fórmula da megastore, fez um programa de expansão que lhe custou caro. Abriu novas superlojas, planejando fazer um IPO - abertura de capital - justo num momento de dúvida sobre o futuro do livro. Não conseguiu abrir o capital e ficou sem o dinheiro para cobrir os investimentos realizados, dando um passo em falso.
No mundo inteiro, o mercado do livro passou por uma crise. Muita gente começou a comprar livros pela Amazon, um negócio muito eficiente, apenas pela internet. Aos poucos, porém, as livrarias físicas se recuperaram. A Amazon não foi o fim do livro, nem das livrarias, muito menos o motivo para a queda da Cultura e da Saraiva, duas empresas que estavam na liderança da venda de livros impressos e digitais também no meio virtual.
Hoje, pode-se ver o Magazine Luiza como um exemplo de empresa de varejo que deu certo na era digital e cresce a olhos vistos. A Luiza consegue vender seus produtos a preço baixo tanto na internet quanto na loja física e se aproveita da existência das lojas da rede em todo o país como vantagem, usando-as como centros de distribuição para a entrega rápida do produto comprado no meio digital.
* leia toda matéria no endereço-  https://bit.ly/2DSfX76