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domingo, 31 de julho de 2022

Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico (2008) Wilson Freire (documentári...


POR JORNAL DO COMÉRCIO -Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 31/07/2022 às 18:58 | Atualizado em 31/07/2022 às 19:02
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@mirodamuribeca
Cronista e poeta Miró da Muribeca. - FOTO: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@mirodamuribeca
Leitura: 7min

Miró da Muribeca partiu na manhã deste domingo (31). Foi fazer poesia no céu. Fico imaginando que versos recitou para São Pedro no momento da sua chegada. Talvez tenha falado de amor: - "Apesar dos efeitos colaterais. O amor ainda é o melhor remédio". E São Pedro teria dito com graça: - "Entra, 'Miró'. Você não precisa pedir licença".

O 'recital de despedida' do poeta será nesta segunda-feira (1), no Cemitério de Santo Amaro, com a presença de amigos e admiradores. Às 10h30 terá um ato ecumênico na capela e o enterro está marcado para 11h. A partir das 17h deste domingo o corpo de Miró já estava no local para receber homenagens.

Cronista da realidade urbana, Miró lutava contra um câncer de próstata. O tumor desenvolveu metástase e espalhou-se por outros órgãos. A gravidade da doença fez com que decidisse ser cuidado em casa, por amigos-família. Sua vontade foi respeitada e ele "encantou-se" (como descrito nas suas redes sociais), no Hotel Central, no Recife, onde morava nos últimos tempos.

O artista também fazia tratamento contra o alcoolismo e passou por um quadro severo de covid-19 no final de 2020. Nascido em agosto de 1960, o leonino Miró completaria 62 anos no próximo sábado (6) e os amigos estavam organizando uma festa de aniversário para ele.

Miró foi um poeta assombrosamente intenso, capaz de sentir e ouvir a voz das ruas e de transformar tudo em lirismo. Espectador dos becos, das pontes, das ruas, dos botecos, da periferia e seus flagelos, ele fazia da arte sobrevivência, enquanto nos atravessava com seus versos.

Início de Miró na poesia

Foi uma cena de violência urbana que inspirou uma das primeiras poesias de Miró. Até então, o filho de Dona Joaquina, João Flávio Cordeiro da Silva (seu nome de registro) pensava em ser jogador de futebol. Ele estava no Centro da Cidade quando presenciou uma batida violenta da polícia contra uns jovens.

Daquele episódio, presenciado nos anos 1980, escreveu "Quatro horas e um minuto", em referência ao horário em que aconteceu o fato. A partir dali, não abandonou mais a poesia. O que talvez ele ainda não soubesse é que se tornaria um dos maiores nomes da poesia urbana brasileira, com uma vasta obra.

Foi no futebol onde recebeu o apelido que se tornaria seu nome artístico. Embora fosse torcedor do Sport, o apelido veio de um jogador do adversário Santa Cruz. Bom de bola, João Flávio era comparado a Mirobaldo, craque tricolor dos anos 1970. O nome pegou, foi abreviado para Miró e se transformou em sua 'marca'.

Vida pela periferia

Miró morou em vários bairros da Região Metropolitana do Recife (RMR), além de passar oito anos em São Paulo. Dessas vivências buscava inspiração e extraia matéria-prima para sua poesia urbana, solitária, pulsante, desesperada, caótica, irônica, viva. Performático, quem um dia teve a chance de acompanhar uma apresentação do poeta, não se esquece jamais.

Diante do Recife, a capital mais desigual do Brasil, a produção de Miró foi vasta. O primeiro livro dele foi "Quem descobriu o azul anil", uma produção independente de 1985. Nas décadas que se seguiram ele não ficou parado, lançando e declamando títulos reunidos em "Miró até agora", de 2013. A obra foi reeditada em 2016 pela Cepe e esgotou os 5 mil exemplares das cinco edições colocadas à venda.

"O Recife e o Brasil perdem um dos seus grandes poetas. Um poeta vital, necessário. O céu hoje vai estar em festa, porque eu acho que França, Chico Espinhara e Erickson Luna vão estar todos esperando Miró", diz Cida Pedrosa, autora do vencedor do Jabuti Solo para vialejo (2019) e grande amiga do poeta.

Cida assina o prefácio de "O céu é no sexto andar" (2021), livro de Miró lançado no final de 2021 com poemas escritos entre 2017 e 2018. Neste período, ele vivia entre o Hotel Central, no bairro da Boa Vista, e o Instituto Raid, no Sítio dos Pintos. Quando a doença se agravou, ele passou a viver, definitivamente, no Hotel Central.

Biografia e inéditos de Miró

A Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) está com duas produções engatilhadas sobre Miró para lançar. Uma é a biografia dele, escrita por Wellington de Melo e a outra é uma obra reunida com poesias inéditas. Wellington já havia adiantado que sua intenção era escrever um perfil literário de Miró. As obras ainda não têm data de lançamento.

Apesar de toda a sua importância para a poesia urbana de Pernambuco e do Brasil, Miró (assim como tantos outros poetas da periferia) não alcançou o reconhecimento financeiro que merecia. Os amigos fizeram uma vaquinha para conseguir dinheiro para fazer o enterro, assim como já vinham fazendo para ajudar no tratamento dele.

Doações para o enterro

Os interessados em contribuir podem fazer depósito ou transferência para a Caixa Econômica Federal - Agência 0050 - Operação 001, conta 0041588 - Ou PIX para o CPF: 846640704-97. A conta foi criada especialmente para este momento.
Miró nos deixa um legado, seu olhar singular para a vida nas cidades. Nos lembraremos dele no caos das ruas, que tão bem retratou, mas sem deixar de sorrir.

"Quando se está feliz, até as borboletas te levam até a esquina".

Vai em paz, Miró! Que os céus te recebam com versos.

sexta-feira, 29 de julho de 2022

NÃO A UBER SUMIÇO DE VALORES DO CASH- VALOR DEPOSITADO NO APLICATIVO SOME




 NÃO USE UBER ----FIZ UM PIX DE 50,00 PARA CASH DA UBER EM 15.10.22,UTILIZO POUCO E MAIS AINDA DURANTE A PANDEMIA,HOJE 29.07.22 BUSQUEI USAR E ANTES FUI VERIFICAR MEU SALDO ERA ZERO 0,000,FIZ A RECLAMAÇÃO VIA APLICATIVO AJUDA E AGUARDO RESOLUÇÃO




sábado, 16 de julho de 2022

A guerra como continuação da política- A TERRA É REDONDA -

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Por VLADIMIR SAFATLE*

O terrível assassinato de Marcelo Arruda em sua própria festa de aniversário provavelmente não será o último

Infelizmente, há de se reconhecer que algo como o assassinato de Marcelo Arruda por um homem armado que entrou em sua festa de aniversário gritando “aqui é Bolsonaro” já era esperado. Esse caráter de algo já anunciado aumenta ainda mais o assombro e a amargura pelo ocorrido. Pois tal ausência de surpresa mostra de forma clara onde estamos, ou ainda o tipo de projeto de engenharia social ao qual estamos submetidos.

Já na eleição passada, o Brasil havia se deparado com pessoas mortas por apoiadores de Jair Bolsonaro, como o caso de Mestre Môa. Na ocasião, há de se lembrar qual foi a reação do senhor que ocupa atualmente a presidência da República. Nenhuma declaração pública de consternação e luto, apenas a afirmação de: “Mas quem levou uma facada fui eu”. Agora, o padrão é o mesmo: ausência completa de consideração a respeito da morte, apenas a reclamação de que o caso estaria sendo tratado de forma distinta da maneira com que fora tratado seu próprio incidente que redundou na famosa facada.

Esse padrão do governo não é estranho. Infelizmente, sua racionalidade é bastante evidente. Trata-se de naturalizar a lógica da guerra como forma de relação entre grupos sociais. Em uma guerra, não haveria razão alguma para demonstrar consternação pela morte de inimigos. Na verdade, em uma guerra é fundamental que tais mortes ocorram, pois elas podem produzir uma espiral de violência cuja verdadeira função é empurrar o país inteiro para uma tensão armada, consolidando as posições antagônicas. Daí a necessidade de minimizar tais assassinatos como “incidentes” não muito distintos de uma “briga de trânsito”, como insinuou o líder do governo na Câmara.

Essa generalização da guerra seria a situação ideal para o governo do sr. Jair Bolsonaro. Pois isso lhe permitiria afirmar que o país se encontra em uma situação de caos, abrindo espaço assim para um jogo duplo, a saber, tanto procurar criar as condições para uma saída golpista (ou algo parecido) quanto crescer no medo, recuperando setores conservadores que saíram de sua órbita, mas que podem sempre voltar se a lógica da guerra imperar. Ou seja, tudo isso nos lembra que o terrível assassinato de Marcelo Arruda em sua própria festa de aniversário provavelmente não será o último.

Alguns podem se perguntar como chegamos até aqui. E é sempre bom lembrar nesse contexto que o Brasil conheceu 13 anos de governo de esquerda sem nenhum caso de violência eleitoral que tenha terminado em assassinato perpetrado por apoiadores ou apoiadoras do antigo governo. Não há possibilidade alguma de falar em alguma forma de acirramento mútuo. Se mesmo diante da violência simbólica normal dos embates políticos nunca houve casos reversos é porque não há linha direta entre violência simbólica e violência real. Muitas vezes, a violência simbólica é, na verdade, um anteparo contra a violência real, pois ela desloca a violência para uma outra cena, com dinâmicas próprias.

Há de se insistir nesse ponto não para apagar a responsabilidade desse governo em atos dessa natureza. Ao contrário, trata-se de mostrar onde exatamente está tal responsabilidade. Pois se estamos em uma situação como essa agora, devemos procurar uma de suas causas principais na generalização da lógica de milícias que marca o fascismo popular de Jair Bolsonaro. O bolsonarismo provoca uma reordenação social cujo eixo central é a “quebra de monopólio” no uso estatal da violência. É essa reordenação a verdadeira responsável por assassinatos brutais como esse.

Já se notou que a base fundamental desse governo não é apenas as forças armadas, mas principalmente as forças policiais. A lógica de extermínio, desaparecimento e assassinato que compõe a espinha dorsal da polícia brasileira ganhou um elemento suplementar quando tais ações passaram a serem feitas sem necessidade de sombras, sem precisar se deslocar dos holofotes, como aconteceu nesse governo.

Algo de fundamental ocorre quando a mesma coisa é feita, mas sem a necessidade de mascaramento, com a certeza absoluta da impunidade e com aplausos do Palácio do Planalto. Nesse caso, o fundo miliciano da polícia brasileira aparece de forma completamente desrecalcada, podendo produzir uma dinâmica irresistível de contágio social. Ou seja, outros grupos sociais, ou mesmo indivíduos isolados, se vem cada vez mais autorizados a agirem como se estivessem em uma situação de guerra.

De fato, como em movimentos fascistas históricos, a base armada desse projeto político não vem exatamente das forças militares tradicionais, mas da organização da sociedade a partir da lógica de milícias. A milícia se torna então o modelo fundamental de organização social. Isso significa que o exercício da violência aparece como atributo fundamental do exercício da cidadania, por mais estranho que isso possa inicialmente aparecer. Ser cidadão, ser cidadã é, nessa lógica, poder usar a violência para se “autodefender”, sendo que sempre é bom lembrar (e isso a experiência colonial nos mostra claramente) que nem todos tem o pretenso “direito de autodefesa”. Alguns tem apenas a condição de corpos a serem alvejados.

Assim, não erra quem afirma que o objetivo maior desse governo é fazer de todo brasileiro e brasileira um miliciano potencial. Ou seja, fazer de todos os que se identificam com esse “Brasil”, com suas cores nacionais, sua história de apagamentos e genocídios, com seu agronegócio depredador, um miliciano reconciliado consigo mesmo.

Alguém indiferente a morte de “inimigos”, solidário a corrupção vinda dos seus, identificado a figuras brutalizadas de poder e força, ao mesmo tempo que se vê como o defensor armado do ocidente e seus valores. Esse não é apenas um projeto de poder, mas efetivamente um projeto de sociedade. Contra isso, precisaremos de algo do tamanho da força de outra imagem de sociedade.

*Vladimir Safatle é professor titular de filosofia na USP. Autor, entre outros livros, de Maneiras de transformar mundos: Lacan, política e emancipação

https://bit.ly/3o2izVW

segunda-feira, 11 de julho de 2022

FLASH DO TWITTER NA SEMANA

 







(5) yago 🧣 no Twitter: "FAZ O "L" MAMÃE! Em vídeo postado no tiktok, Avril Lavigne demonstra apoio ao candidato @LulaOficial, a surra nos bolsominions. ❤ https://t.co/rYfiWg8uYM" / Twitter

(5) Humberto Costa no Twitter: "Faz o L! Lula hoje está em Brasília e a festa tá linda. Vamos juntos pelo Brasil. https://t.co/eZIfZXoSdG" / Twitter

(5) Fábio Júnior no Twitter: "⚠️ Acabei de chegar no Diretório Municipal do PT Goiânia e fogo ateado em material ao lado da caixa de energia estava destruindo a parede e subindo pela rede elétrica, causando curto-circuito. O fogo foi apagado e vamos agora registrar o boletim de ocorrência. https://t.co/4pDCTsPOFq" / Twitter

Boulos vai assumir a coordenação-geral da pré-campanha de Lula em SP - 12/07/2022 - Mônica Bergamo - Folha (uol.com.br)

Episódios de violência contra lideranças políticas aumentam 23% em 2022, mostra levantamento | Eleições 2022 | O Globo

(5) Leonardo Monteiro no Twitter: "Essa onda bolsonarista que alimenta o ódio, a violência e a intolerância. Não é polarização. São ataques deliberados, estimulados, unilaterais. O nosso projeto é da paz, da democracia, do respeito. https://t.co/vEw3a89iid" / Twitter



segunda-feira, 4 de julho de 2022

O BraZil não merece o Brasil, o Brasil tá matando o Brasil....


 


                                            MONTAGEM  ANÔNIMA -BY TWITTER



Composição: Aldir Blanc / Maurício Tapajós

O Brazil não conhece o Brasil
O Brasil nunca foi ao Brazil

...

Do Brasil, SOS ao Brasil
Do Brasil, SOS ao Brasil
Do Brasil, SOS ao Brasil



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Eu não  mudo de opinião...

O país tá morrendo,

Pois o povo  tá morrendo,

Falta comida,

Falta água, luz, gás,

Não há representação no poder de nosso povo,

Mataram  a democracia,

Assassinaram  a República,

Morderam a língua , mas o veneno não foi suficiente;

Onde anda o país que outrora nos orgulhava?

Onde estão as instituições que antes acreditávamos?

Não há confiança em nada, desde os botecos, aos bancos, mídia—tv -jornais rádios etc.

Não temos mais credibilidade em nada, só asfixia, a morte e a dor.

Destruíram  a mínima fé,  que tínhamos.

Usaram a Igreja de um Deus que não existe, pois apontaram-nos armas e balas

E estão disparando a esmo....

 

Eu não mudo de opinião...

Cai o rei de espada , cai o rei de merda e não fica nada,

Só me resta esperar a morte chegar...

Nossos irmãos nos assassinaram e eles estão se matando pouco a pouco

Tombam pelo chão corpos sem identidades e sem alarme

A morte tornou-se contínua e normal como na guerra;

Estamos em guerra e não temos nenhuma arma, a não ser o corpo , sua embalagem frágil diante de outras armas mais poderosas que nos apontam;

Destruímos nossa humanidade, a crença no  outro, os laços sociais.

E o que sobra, a queda , a vertigem a morte.

 

Eu não mudo de opinião

Nada ficará se não oferecermos nossos corpos numa luta

Ou temos a coragem  de enfrentarmos desarmados com nossos corpos famintos e trêmulos ou esqueçamos a vida.

O tempo somos nós, precisamos refazê-lo .

Quem trabalha, mesmo sem emprego é que tem direito de viver , pois a terra é de ninguém.

A terra somos nós.

 

Eu não mudo de opinião...

O BraZil  não merece o Brasil, o Brasil tá matando o Brasil....