REDES

sexta-feira, 27 de maio de 2022

NÃO COMPRE ELECTROLUX /CONTINETAL, EM 1 AN0 E4 MESES 2 DEFEITOS E OS ALIMENTOS PERDIDOS FACE A DEMORA DA ASSISTÊNCIA


RETIRADA A GELADEIRA PELO SR.LUIZ , VIA ˆASSISTÊNCIA TÉCNICA,CONFORME DOCUMENTOS FOTOGRAFADOS EM MEU PODER- HJ 23.06.2022 ÁS 11.40

Continuo no aguardo retirada do produto conforme combinado Fábrica PR,- ficou acertado que a geladeira seria retirada pela assistência técnica; já se passou uma semana e nem CONTATO-A Ass,tecnica AGORA fez FICOU P/ 23.06.22


Continuo no aguardo da retirada do produto conforme combinado por fone-da Fábrica PR,-SRA ANGELA,e ficou acertado que a geladeira seria retirada pela assistência técnica; já se passou uma semana e nem CONTATO-a ass,tecnica fez para marcar dia e hora da retirada do produto -CONSUMIDOR.ORG.br  PROTOCOLO: 2022.05/00006313755
2022.05/00006313755 - ELECTROLUX - LINHA BRANCA
Olá, paulo alexxandre cordeiro de vasconcelos.

Atenção! Faltam apenas 2 dias para expirar o prazo de avaliação do resultado de sua reclamação.

Sua avaliação é muito importante. Ela nos informa sobre o comportamento da empresa e contribui para a melhoria das ações voltadas para a proteção e defesa dos consumidores.

Acesse o Consumidor.gov.br e indique se a empresa resolveu seu problema!
2022.05/00006313755 - ELECTROLUX - LINHA BRANCA
Olá, paulo alexxandre cordeiro de vasconcelos.

Atenção! Faltam apenas 2 dias para expirar o prazo de avaliação do resultado de sua reclamação.

Sua avaliação é muito importante. Ela nos informa sobre o comportamento da empresa e contribui para a melhoria das ações voltadas para a proteção e defesa dos consumidores.

Acesse o Consumidor.gov.br e indique se a empresa resolveu seu problema!
RECEBIDO VALORES DO RESSARCIMENTO-DEVIDO DESQUALIFICAÇÃO DO PRODUTO E ACORDO ENTRE AS PARTES EM :07.06 E 10.06.22, AGUARDO RECOLHIMENTO DO PRODUTO,GRATO


-AO COMPRAR,GELADEIRA CONTINENTAL -ELECTROLUX-

CONTINENTALTC56S-FROST FREE-27.01.21 MAGALU,TIVE O PRIMEIRO PROBLEMA-

geladeira não gela e vaza .

APÓS O OCORRIDO DO PRIMEIRO DEFEITO -DEPOIS DE   9 MESES REPETE-SE O 

NOVO PROBLEMA-27-05-22. A GELADEIRA NÃO GELA, - NO PRIMEIRO 

OCORRIDO  DESDE O INÍCIO SOLICITEI OUTRO EQUIPAMENTO OU A 

DEVOLUÇÃO DO VALOR DO PRODUTO,A EMPESA SEM ESCRÚLO AO CONSUMIDOR, 

NEGOU-ME UMA E OUTRA OPCÃO E DEU-ME UMA GARANTIA DE FABRICA MAIOR 

,MAIS SEIS MESES,4  MESESES TUDO CAI POR TERRA.A GELADEIRA NÃO GELA 

NADA,E O PREJUIZO ALIMENTÍCIO É ENOREME,ISTO POR DUAS VEZES

 A CONTINENTAL OUTTRA VEZ IMPÕE-ME ASSISTÈNCIA TÉCNICA PARA CONSERTO

4 DIAS CORRIDOS ALIMEMTOS AO LIXO SO ATENDERÁ EM 30 DE MAIO DE 22.E VEM

PARAUM PRIMEIRO EXME DO FATO,PODENDO NÃO SER RESOLVIDO NESTE DIQ

A PROVA QUE OS PRUTOS SÃO RUINS É O TEPO DE ESPERA NO TELEFONE, OU QUANDO ELES DESLIGAM.

A EMPRESA NÃO TEM OUVIDORIA, OU ACATAMOS OU VAMOS A JUIZO.

SUGIRO :NÃO ADQUIRAM NADA DESTA EMPRESA,

NÃO COMPREI UM GARFO OU FACA OU MIX FORAM QUASE 4.000.00-A GELADEIRA, AFORA UMA MAQUINA DE LAVAR E UM MICROONDAS ELECTROLUX NUM TOTAL DE MAIS DE 5.000,00

SEUS PPRODUTOS NÃO TEM CREDIBILIDADE,VEJAM O NÚMERO DE PEDIDOS DE ASSISTÊNCIA.

IREMOS AS ÚLIMAS CONSEQUÊNCIAS JURIDICAS /O CONSUMIDOR NÃO É BOBO.


LEIAM DEPOIMENTO ABAIXO RETIRADO DO FACE:

Claudio GarciaElectrolux

Ssoedpnsuadàf3:66m8cfc1m9ea7hf i1  o1i1   · 

Decepcionado com a durabilidade dos produtos Electrolux!!!

Tenho 07 eletros dessa marca em casa, pensando seriamente em trocar todos por Brastemp. Produtos estão durando pouco mais que o prazo da garantia e o Fabricante não responde!!!

Duas últimas aquisições (Adega ACD29 e Purificador PA31G), ambos com defeito em pouco tempo de uso e valores altíssimos para consertar...

Adquiri uma adega Electrolux modelo ACD29 em 04.05.2020, ou seja, menos de dois anos de uso e ela não gela mais. Produto que apenas fica ligado na tomada. Recebi a visita do técnico que me informou que há possibilidade de ser um dos seguintes problemas, ou ambos. Falta de gás e/ou painel. Para análise é cobrado 100,00, fora taxa de visita 50,00, mais um frete de 80,00 para levar até a assistência. Se for painel custará quase o preço da adega (R$2.000,00), não compensa trocar!! Se for o gás custará (R$500,00) e também pode ser os dois problemas juntos.

Minha frustração é ter comprado esse produto e não ter durado absolutamente nada, não comprei produto da Electrolux para durar apenas 12 meses, muito menos para ter um custo ABSURDO com manutenção que pode ultrapassar o valor que paguei no produto.

Já abri um chamado com o SAC da Electrolux (15260869) há quase um mês e até o momento não obtive resposta. Quero uma solução, pois estou com um produto Electrolux sem uso dentro de casa.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Cómo entender la apuesta de Elon Musk por Twitter

 



Imagen: Sandra Cartasso

https://bit.ly/3s7mdAh


El especialista en redes sociales y política Ernesto Calvo analiza la jugada del multimillonario

Cómo entender la apuesta de Elon Musk por Twitter

El doctor en Ciencias Políticas de la Universidad de Maryland y autor de varios libros sobre el rol de las redes sociales explica el significado político y económico de la compra de Twitter.

Esteban Magnani

"En Estados Unidos, comprar Twitter es como comprar el New York Times. O sea que no es menor", explica Ernesto Calvo mientras va camino a la Universidad de Maryland, cerca de Washington D.C., y donde dirige el Laboratorio interdisciplinario de Ciencias Sociales Computacionales. "Teddy Roosevelt decía ‘hablá suave y lleva un garrote’. Ser dueño de Twitter tiene el mismo efecto. Es la amenaza de controlar la plataforma lo que produce ya un efecto político importante. No es cierto que tener Twitter implique que Musk lo use efectivamente como arma política. El valor político de poder subir o bajar cuentas o de manejar la estructura de recomendaciones de la plataforma, ya es importante. Aun así, no es claro que la compra de Twitter asegure esta influencia en política y que dicha influencia sobreviva en el tiempo. Comprar Twitter es una decisión de apostadores. Pero es una apuesta fuerte".

Los “porqué” de Musk

Elon Musk ha mostrado un olfato admirable para los negocios, pero también una personalidad inestableLa decisión de comprar la red social no parece motivada por factores económicos. La red social ha dado ganancias en solo un puñado de trimestre y han sido más frecuentes los quebrantos.

El 4 de abril, Musk compró el 9,2% de las acciones de Twitter por cerca de 40 dólares cada una y su cotización subió de manera pronunciada. Tres semanas más tarde se ofreció a pagar 54 dólares por cada acción que aún le faltaba para así tomar el control total de la empresa por un total de casi 44.000 millones de dólares. Ese "premium" que pagó por encima de la cotización (ya elevada por las expectativas que él mismo había generado) hizo que la oferta sea prácticamente imposible de rechazar para la junta directiva de la empresa. Para conseguir el dinero Elon Musk puso en garantía acciones de sus empresas, entre las que se cuentan la automotriz Tesla y SpaceX, que brinda servicios aeroespaciales.

Si la decisión no parece económica, ¿qué motivó a Elon Musk a hacer semejante compra por una cifra que equivale a cerca de un sexto de su fortuna personal? ¿Un capricho o una apuesta con fundamentos?

--Una comparación que hago de Elon Musk es con [Henry] Ford, mucho más que con [Nikola] Tesla o [Thomas] Edison. Musk es alguien que tiene un muy buen olfato para la economía de la tecnología, al estilo de Ford y de esos magnates de fines del XX, millonarios del negocio y de la tecnología. Eso lo caracteriza más que el hecho de ser un innovador tecnológico. Muchos consideran que hay un cierto grado de inestabilidad, no sé si decir psicológica porque uno no quiere hacer evaluaciones clínicas de la gente, pero digamos que, por lo menos, en su figura pública es alguien profundamente inestable como actor económico y político.

--Dice que tiene una mirada económica sobre la tecnología, pero Twitter es una empresa que da pérdidas prácticamente todos los trimestres. ¿Le parece que él tiene ideas para ganar dinero?

--Creo que Twitter no es una máquina de ganar dinero; es una máquina de influencia política. Para alguien que tiene negocios que dependen tanto de la política, como por ejemplo SpaceX, tiene sentido tener un medio. Así como Jeff Bezos compró el Washington Post, Twitter es una apuesta a incrementar la influencia política de Elon Musk. Toda el área espacial, tanto los proveedores como los que financian los lanzamientos, todos los actores principales que sostienen este negocio, son actores políticos. El principal cliente para la industria aeroespacial son los gobiernos y lo van a ser por mucho tiempo. Entonces, si bien todo lo que tiene que ver con Tesla es netamente privado, todo lo que tiene que ver con tecnología espacial es es algo que provee mayoritariamente a gobiernos, desde satélites hasta el despliegue de servicios de apoyo a la estación espacial internacional. Entonces el futuro comercial de Elon Musk para mí depende más de la tecnología aeroespacial y de sus sociedades con los distintos gobiernos que de Tesla y de sus negocios en el sector privado.

--E interviene en un momento político muy particular.

--Sí, también hay un elemento de intervención política muy trumpista [por Donald Trump] como actor económico. Su alineamiento político con Trump, que no es explícito, es más un estilo de intervención en la plataforma que le puede dar voz a Trump, a que sea un un aliado estratégico del expresidente. Eso no lo sabemos aunque puede llegar a ser el caso. Pero desde el punto de vista del discurso económico de él, tiene un elemento muy trumpista de usar Twitter para influir, producir disrupciones, en los mercados. Tal es así que el la junta directiva de Twitter tiene una cláusula en la compra por la cual puede llegar a inhibir a Musk de completarla si genera oscilaciones importantes en el mercado a través de intervenciones impropias. Varias veces Musk estuvo en el ojo de la tormenta por investigaciones por manipulación de mercado por sus intervenciones en Twitter. Con lo cual, desde el punto de vista de las intervenciones en las redes sociales, hace algo muy similar a Trump pero económicamente.

--¿Cómo se compatibiliza el uso de Twitter como parte de su estrategia empresarial y la idea que expresa de ser un "absolutista de la libertad expresión"? ¿No le puede jugar en contra si se ve que manipula la red en su favor?

--No, en verdad el tener el canal de Twitter no implica ejercer ese poder en forma indirecta y constante. O sea: el monopolio de la violencia legítima del Estado no implica el uso frecuente de ese monopolio, sino que simplemente es una potestad. Tener control político de la plataforma es un acto de poder, que le da ciertas opciones. No necesita usarlo. Tampoco estoy diciendo que va a estar manipulando Twitter para llevar adelante operaciones. Eso ya lo está haciendo él individualmente con su propia cuenta. No tiene que ver con modificar los algoritmos. Para mí ese no es el punto. De hecho Twitter es una plataforma que es menos sensible a los algoritmos que Facebook. Mi impresión es que tener el canal abierto y el control de la plataforma, que es también el motivo por el cual [Paul] Singer compró un paquete accionario en su momento durante la elección de 2020, ya le da una cierta influencia que es importante. Respecto de las declaraciones de Musk sobre la libertad de expresión, en este momento ese lenguaje es una apertura clara hacia el trumpismo y hacia la derecha de Estados Unidos. En Argentina creo que a veces se ve con mucha más tolerancia que en Estados Unidos lo que pasó con Trump. Habría que pensar esto más como si en Semana Santa, [Mohamed] Seineldín hubiera utilizado Twitter para coordinar el alzamiento. La libertad de expresión es siempre una libertad que uno trata de maximizar pero está sujeta a ciertas restricciones como, por ejemplo, no gritar "Fuego" en un teatro o la incitación al crimen. Hay una cantidad de cosas que son parte de los elementos de regulación de la libertad de expresión. El problema de si la cuenta de Trump tiene que ser dada de baja o no, no es un problema tan sencillo como simplemente discutir si la libertad de expresión es aceptada o no


"En Estados Unidos, comprar Twitter es como comprar el New York Times. O sea que no es menor", explica Ernesto Calvo mientras va camino a la Universidad de Maryland, cerca de Washington D.C., y donde dirige el Laboratorio interdisciplinario de Ciencias Sociales Computacionales. "Teddy Roosevelt decía ‘hablá suave y lleva un garrote’. Ser dueño de Twitter tiene el mismo efecto. Es la amenaza de controlar la plataforma lo que produce ya un efecto político importante. No es cierto que tener Twitter implique que Musk lo use efectivamente como arma política. El valor político de poder subir o bajar cuentas o de manejar la estructura de recomendaciones de la plataforma, ya es importante. Aun así, no es claro que la compra de Twitter asegure esta influencia en política y que dicha influencia sobreviva en el tiempo. Comprar Twitter es una decisión de apostadores. Pero es una apuesta fuerte".

Los “porqué” de Musk

Elon Musk ha mostrado un olfato admirable para los negocios, pero también una personalidad inestableLa decisión de comprar la red social no parece motivada por factores económicos. La red social ha dado ganancias en solo un puñado de trimestre y han sido más frecuentes los quebrantos.

El 4 de abril, Musk compró el 9,2% de las acciones de Twitter por cerca de 40 dólares cada una y su cotización subió de manera pronunciada. Tres semanas más tarde se ofreció a pagar 54 dólares por cada acción que aún le faltaba para así tomar el control total de la empresa por un total de casi 44.000 millones de dólares. Ese "premium" que pagó por encima de la cotización (ya elevada por las expectativas que él mismo había generado) hizo que la oferta sea prácticamente imposible de rechazar para la junta directiva de la empresa. Para conseguir el dinero Elon Musk puso en garantía acciones de sus empresas, entre las que se cuentan la automotriz Tesla y SpaceX, que brinda servicios aeroespaciales.

Si la decisión no parece económica, ¿qué motivó a Elon Musk a hacer semejante compra por una cifra que equivale a cerca de un sexto de su fortuna personal? ¿Un capricho o una apuesta con fundamentos?

--Una comparación que hago de Elon Musk es con [Henry] Ford, mucho más que con [Nikola] Tesla o [Thomas] Edison. Musk es alguien que tiene un muy buen olfato para la economía de la tecnología, al estilo de Ford y de esos magnates de fines del XX, millonarios del negocio y de la tecnología. Eso lo caracteriza más que el hecho de ser un innovador tecnológico. Muchos consideran que hay un cierto grado de inestabilidad, no sé si decir psicológica porque uno no quiere hacer evaluaciones clínicas de la gente, pero digamos que, por lo menos, en su figura pública es alguien profundamente inestable como actor económico y político.

--Dice que tiene una mirada económica sobre la tecnología, pero Twitter es una empresa que da pérdidas prácticamente todos los trimestres. ¿Le parece que él tiene ideas para ganar dinero?

--Creo que Twitter no es una máquina de ganar dinero; es una máquina de influencia política. Para alguien que tiene negocios que dependen tanto de la política, como por ejemplo SpaceX, tiene sentido tener un medio. Así como Jeff Bezos compró el Washington Post, Twitter es una apuesta a incrementar la influencia política de Elon Musk. Toda el área espacial, tanto los proveedores como los que financian los lanzamientos, todos los actores principales que sostienen este negocio, son actores políticos. El principal cliente para la industria aeroespacial son los gobiernos y lo van a ser por mucho tiempo. Entonces, si bien todo lo que tiene que ver con Tesla es netamente privado, todo lo que tiene que ver con tecnología espacial es es algo que provee mayoritariamente a gobiernos, desde satélites hasta el despliegue de servicios de apoyo a la estación espacial internacional. Entonces el futuro comercial de Elon Musk para mí depende más de la tecnología aeroespacial y de sus sociedades con los distintos gobiernos que de Tesla y de sus negocios en el sector privado.

--E interviene en un momento político muy particular.

--Sí, también hay un elemento de intervención política muy trumpista [por Donald Trump] como actor económico. Su alineamiento político con Trump, que no es explícito, es más un estilo de intervención en la plataforma que le puede dar voz a Trump, a que sea un un aliado estratégico del expresidente. Eso no lo sabemos aunque puede llegar a ser el caso. Pero desde el punto de vista del discurso económico de él, tiene un elemento muy trumpista de usar Twitter para influir, producir disrupciones, en los mercados. Tal es así que el la junta directiva de Twitter tiene una cláusula en la compra por la cual puede llegar a inhibir a Musk de completarla si genera oscilaciones importantes en el mercado a través de intervenciones impropias. Varias veces Musk estuvo en el ojo de la tormenta por investigaciones por manipulación de mercado por sus intervenciones en Twitter. Con lo cual, desde el punto de vista de las intervenciones en las redes sociales, hace algo muy similar a Trump pero económicamente.

--¿Cómo se compatibiliza el uso de Twitter como parte de su estrategia empresarial y la idea que expresa de ser un "absolutista de la libertad expresión"? ¿No le puede jugar en contra si se ve que manipula la red en su favor?

--No, en verdad el tener el canal de Twitter no implica ejercer ese poder en forma indirecta y constante. O sea: el monopolio de la violencia legítima del Estado no implica el uso frecuente de ese monopolio, sino que simplemente es una potestad. Tener control político de la plataforma es un acto de poder, que le da ciertas opciones. No necesita usarlo. Tampoco estoy diciendo que va a estar manipulando Twitter para llevar adelante operaciones. Eso ya lo está haciendo él individualmente con su propia cuenta. No tiene que ver con modificar los algoritmos. Para mí ese no es el punto. De hecho Twitter es una plataforma que es menos sensible a los algoritmos que Facebook. Mi impresión es que tener el canal abierto y el control de la plataforma, que es también el motivo por el cual [Paul] Singer compró un paquete accionario en su momento durante la elección de 2020, ya le da una cierta influencia que es importante. Respecto de las declaraciones de Musk sobre la libertad de expresión, en este momento ese lenguaje es una apertura clara hacia el trumpismo y hacia la derecha de Estados Unidos. En Argentina creo que a veces se ve con mucha más tolerancia que en Estados Unidos lo que pasó con Trump. Habría que pensar esto más como si en Semana Santa, [Mohamed] Seineldín hubiera utilizado Twitter para coordinar el alzamiento. La libertad de expresión es siempre una libertad que uno trata de maximizar pero está sujeta a ciertas restricciones como, por ejemplo, no gritar "Fuego" en un teatro o la incitación al crimen. Hay una cantidad de cosas que son parte de los elementos de regulación de la libertad de expresión. El problema de si la cuenta de Trump tiene que ser dada de baja o no, no es un problema tan sencillo como simplemente discutir si la libertad de expresión es aceptada o no



Leia mais-toda matéria: 

"En Estados Unidos, comprar Twitter es como comprar el New York Times. O sea que no es menor", explica Ernesto Calvo mientras va camino a la Universidad de Maryland, cerca de Washington D.C., y donde dirige el Laboratorio interdisciplinario de Ciencias Sociales Computacionales. "Teddy Roosevelt decía ‘hablá suave y lleva un garrote’. Ser dueño de Twitter tiene el mismo efecto. Es la amenaza de controlar la plataforma lo que produce ya un efecto político importante. No es cierto que tener Twitter implique que Musk lo use efectivamente como arma política. El valor político de poder subir o bajar cuentas o de manejar la estructura de recomendaciones de la plataforma, ya es importante. Aun así, no es claro que la compra de Twitter asegure esta influencia en política y que dicha influencia sobreviva en el tiempo. Comprar Twitter es una decisión de apostadores. Pero es una apuesta fuerte".

Los “porqué” de Musk

Elon Musk ha mostrado un olfato admirable para los negocios, pero también una personalidad inestableLa decisión de comprar la red social no parece motivada por factores económicos. La red social ha dado ganancias en solo un puñado de trimestre y han sido más frecuentes los quebrantos.

El 4 de abril, Musk compró el 9,2% de las acciones de Twitter por cerca de 40 dólares cada una y su cotización subió de manera pronunciada. Tres semanas más tarde se ofreció a pagar 54 dólares por cada acción que aún le faltaba para así tomar el control total de la empresa por un total de casi 44.000 millones de dólares. Ese "premium" que pagó por encima de la cotización (ya elevada por las expectativas que él mismo había generado) hizo que la oferta sea prácticamente imposible de rechazar para la junta directiva de la empresa. Para conseguir el dinero Elon Musk puso en garantía acciones de sus empresas, entre las que se cuentan la automotriz Tesla y SpaceX, que brinda servicios aeroespaciales.

Si la decisión no parece económica, ¿qué motivó a Elon Musk a hacer semejante compra por una cifra que equivale a cerca de un sexto de su fortuna personal? ¿Un capricho o una apuesta con fundamentos?

--Una comparación que hago de Elon Musk es con [Henry] Ford, mucho más que con [Nikola] Tesla o [Thomas] Edison. Musk es alguien que tiene un muy buen olfato para la economía de la tecnología, al estilo de Ford y de esos magnates de fines del XX, millonarios del negocio y de la tecnología. Eso lo caracteriza más que el hecho de ser un innovador tecnológico. Muchos consideran que hay un cierto grado de inestabilidad, no sé si decir psicológica porque uno no quiere hacer evaluaciones clínicas de la gente, pero digamos que, por lo menos, en su figura pública es alguien profundamente inestable como actor económico y político.

--Dice que tiene una mirada económica sobre la tecnología, pero Twitter es una empresa que da pérdidas prácticamente todos los trimestres. ¿Le parece que él tiene ideas para ganar dinero?

--Creo que Twitter no es una máquina de ganar dinero; es una máquina de influencia política. Para alguien que tiene negocios que dependen tanto de la política, como por ejemplo SpaceX, tiene sentido tener un medio. Así como Jeff Bezos compró el Washington Post, Twitter es una apuesta a incrementar la influencia política de Elon Musk. Toda el área espacial, tanto los proveedores como los que financian los lanzamientos, todos los actores principales que sostienen este negocio, son actores políticos. El principal cliente para la industria aeroespacial son los gobiernos y lo van a ser por mucho tiempo. Entonces, si bien todo lo que tiene que ver con Tesla es netamente privado, todo lo que tiene que ver con tecnología espacial es es algo que provee mayoritariamente a gobiernos, desde satélites hasta el despliegue de servicios de apoyo a la estación espacial internacional. Entonces el futuro comercial de Elon Musk para mí depende más de la tecnología aeroespacial y de sus sociedades con los distintos gobiernos que de Tesla y de sus negocios en el sector privado.

--E interviene en un momento político muy particular.

--Sí, también hay un elemento de intervención política muy trumpista [por Donald Trump] como actor económico. Su alineamiento político con Trump, que no es explícito, es más un estilo de intervención en la plataforma que le puede dar voz a Trump, a que sea un un aliado estratégico del expresidente. Eso no lo sabemos aunque puede llegar a ser el caso. Pero desde el punto de vista del discurso económico de él, tiene un elemento muy trumpista de usar Twitter para influir, producir disrupciones, en los mercados. Tal es así que el la junta directiva de Twitter tiene una cláusula en la compra por la cual puede llegar a inhibir a Musk de completarla si genera oscilaciones importantes en el mercado a través de intervenciones impropias. Varias veces Musk estuvo en el ojo de la tormenta por investigaciones por manipulación de mercado por sus intervenciones en Twitter. Con lo cual, desde el punto de vista de las intervenciones en las redes sociales, hace algo muy similar a Trump pero económicamente.

--¿Cómo se compatibiliza el uso de Twitter como parte de su estrategia empresarial y la idea que expresa de ser un "absolutista de la libertad expresión"? ¿No le puede jugar en contra si se ve que manipula la red en su favor?

--No, en verdad el tener el canal de Twitter no implica ejercer ese poder en forma indirecta y constante. O sea: el monopolio de la violencia legítima del Estado no implica el uso frecuente de ese monopolio, sino que simplemente es una potestad. Tener control político de la plataforma es un acto de poder, que le da ciertas opciones. No necesita usarlo. Tampoco estoy diciendo que va a estar manipulando Twitter para llevar adelante operaciones. Eso ya lo está haciendo él individualmente con su propia cuenta. No tiene que ver con modificar los algoritmos. Para mí ese no es el punto. De hecho Twitter es una plataforma que es menos sensible a los algoritmos que Facebook. Mi impresión es que tener el canal abierto y el control de la plataforma, que es también el motivo por el cual [Paul] Singer compró un paquete accionario en su momento durante la elección de 2020, ya le da una cierta influencia que es importante. Respecto de las declaraciones de Musk sobre la libertad de expresión, en este momento ese lenguaje es una apertura clara hacia el trumpismo y hacia la derecha de Estados Unidos. En Argentina creo que a veces se ve con mucha más tolerancia que en Estados Unidos lo que pasó con Trump. Habría que pensar esto más como si en Semana Santa, [Mohamed] Seineldín hubiera utilizado Twitter para coordinar el alzamiento. La libertad de expresión es siempre una libertad que uno trata de maximizar pero está sujeta a ciertas restricciones como, por ejemplo, no gritar "Fuego" en un teatro o la incitación al crimen. Hay una cantidad de cosas que son parte de los elementos de regulación de la libertad de expresión. El problema de si la cuenta de Trump tiene que ser dada de baja o no, no es un problema tan sencillo como simplemente discutir si la libertad de expresión es aceptada o no

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Contra o ser-máquina, o direito à estranheza- por OUTRASPALAVRAS

 

                           https://bit.ly/3DRTKmE




Livro inédito no Brasil sustenta: era digital vê humano como ruído e imperfeição. É necessário defendê-lo, para criar, em meio ao inferno da disputa de todos contra todos, ambientes de cooperação e de trabalho voltado a tornar a vida desfrutável

Por Douglas Rushkoff em entrevista ao DigiLabour

A tecnologia é criada pelos seres humanos, que são sujeitos de linguagem, comunicação e colaboração. Mas o debate tecnológico apresenta uma agenda que coloca as máquinas como centrais. Isso poderia ser dito por autores como Raymond Williams ou Álvaro Vieira Pinto. Mas é Douglas Rushkoff que recoloca a questão em discussão em seu novo livro, Team Human, baseado em seu podcast.

Professor de Teoria da Mídia e Economia Digital na City University of New York, Rushkoff é conhecido por livros como CyberiaPresent Shock e Ecstasy Club e por cunhar termos como media virus. Ao longo de sua trajetória, foi considerado um dos herdeiros de Marshall McLuhan e Neil Postman. Em 2013, foi indicado pelo MIT como o sexto pensador mais influente do mundo.

Em Team Human, o autor escreve um manifesto em favor da recuperação da autonomia humana na era digital frente ao “time da inteligência artificial”. Segundo ele, trata-se de não reprimir nossa criatividade em favor das previsões automatizadas. Confira a entrevista:

Seu livro mais recente, Team Human, é um manifesto sobre a importância dos seres humanos em meio a discussões sobre o predomínio da inteligência artificial. Qual o papel do mundo do trabalho em seu debate?

Bom, o problema das discussões da “indústria 4.0” sobre inteligência artificial e futuro do trabalho é que  todos eles avaliam os seres humanos em termos de seu valor de utilidade. “Quanto trabalho ou produtividade podemos criar?”. “Como conseguimos empregos para pessoas?”. “Como as pessoas podem competir com as máquinas?” Essas questões são baseadas em algumas noções bastante antigas sobre o que torna uma pessoa valiosa ou se elas valem o ar que estão respirando. É a lógica das corporações, que veem os seres humanos apenas como mais um recurso para explorar. Nós criaremos um novo ambiente para o trabalho quanto entendemos que ele é uma maneira de servir outras pessoas. Não trabalhamos simplesmente para justificar a participação nos espólios do capitalismo. Nós trabalhamos para fazer alguma coisa. Essa é uma noção muito antiga, eu admito. Mas imagine se as pessoas trabalhassem para realizar coisas? Seria muito mais eficiente.

Você diz que precisamos reconhecer que ser humano é um “esporte coletivo”. Qual o papel da colaboração e da cooperação na reconstrução do “time humano”?

A colaboração é o objetivo do “Time Humano”, assim como a maneira de chegarmos lá. Colaboração e cooperação são atividades humanas essenciais. Ao colaborarmos, restauramos nosso senso de conexão e florescimento mútuo. Estabelecemos relações, conquistamos reconhecimento, construímos solidariedade e ganhamos poder. As mídias sociais e as empresas por trás delas estão nos atomizando e nos separando, de modo que dependemos dessas mídias, ao invés de uns aos outros. Quanto mais genuinamente sociais formos, menos medo teremos uns dos outros. Quanto mais nos engajamos por meio dessas plataformas de mídias sociais, mais somos influenciados por seus muitos esforços para nos deixar com medo uns dos outros. Quanto mais nos conectamos e colaboramos no mundo real, menos vulneráveis somos às maquinações dessas redes. A colaboração usa nossas faculdades superiores, nosso córtex frontal. Essa é a parte do cérebro que as redes sociais não querem que usemos. É a parte do cérebro que nos impede de querer somente matar uns aos outros.

Como podemos nos reapropriar coletiva e autonomamente das plataformas digitais e dos algoritmos?

Bem, para começar, você deve ter um motivo para querer usar um algoritmo ou uma tecnologia digital. Isso é realmente difícil de entender na visão de muitas pessoas: não use algo a menos que isso te ajude de algum modo. Se a tecnologia te machuca e não te serve, você deve pensar por um momento: eu quero me sentir mal comigo mesmo? Quero me sentir deprimido? Quero me desconectar de outras pessoas? Se a sua resposta é sim, então vá em frente. Use as plataformas e tecnologias que fazem você se sentir mal. Mas se a resposta for não, então pense por um minuto antes de usá-las. Se você é um desenvolvedor tecnológico positivo e pró-humano, comece por pensar as necessidades humanas. Não pense “como posso fazer com que as pessoas usem meu serviço?” ou “como posso extrair dados das pessoas e vendê-los aos anunciantes?”. Em vez disso, pergunte: “do que as pessoas precisam e como uma tecnologia pode ajudá-las?”. Depois de pensar em uma tecnologia que atenda a uma necessidade básica, você deve criá-la de maneira a levar em conta o livre-arbítrio dos usuários e os direitos trabalhistas. Então, se você estiver produzindo um aplicativo de transporte, não faça com que seus motoristas vão à falência. Em vez disso, pense em compartilhar a propriedade da empresa com os motoristas. Essa é a ideia básica de igualdade econômica. Eles investem o seu suor e deveriam possuir parte da empresa. Se você está desenhando uma rede social, o truque não é tentar fazer lavagem cerebral nos usuários. Não tente controlar suas ações. Não os hipnotize. Não importe esses algoritmos das máquinas caça-níqueis de Las Vegas para viciar os usuários. Em vez disso, fique satisfeito se eles usarem a plataforma quando precisarem, e não porque você os viciou.

No livro, você critica a “cultura memética” e afirma que “os fins nem sempre justificam os memes”. Como vocês enxerga os memes na comunicação contemporânea?

Eu acho que os memes são bons para o humor, mas não para muito mais do que isso. Eles são muito manipuladores. Nós os usamos contra as faculdades superiores uns dos outros. Eles são produzidos principalmente para sairmos de nossas mentes pensantes e agirmos como um réptil. Atacam o tronco cerebral. Nos fazem pensar em termos de luta ou fuga (fight or flight), ou humilhação e ódio. Então, realmente, não vejo nenhuma função para a guerra memética neste momento. Estou mais interessado em fortalecer nosso sistema imunológico cultural para que possamos resistir aos memes.

O que você chama de “mecanomorfismo”?

Queremos ser como nossas máquinas, porque realmente não gostamos mais de seres humanos. Nós pensamos em nossas máquinas como nossos superiores. Eles fazem tudo mais rapidamente. Nós tendemos a olhar para a criatividade dos seres humanos como uma espécie de “ruído”. É como se tudo o que as pessoas pudessem fazer é acrescentar uma distorção a um sistema perfeito. Mas isso não é verdade. Nós precisamos ver a criação humana como fonte de arte e novas soluções para antigos problemas. Um modo de evitar tornar-se uma máquina é celebrar nossa estranheza. Curta o inexplicável. Abrace o paradoxo.

Como você defende o “time humano” sem que isso pareça uma utopia?

Acho interessante que simplesmente imaginar um futuro que inclua humanos seja considerada uma utopia. Mas talvez isso mostre como as esperanças foram perdidas. Eu realmente acredito que é possível que a espécie humana sobreviva para além do fim do século XXI. Nós realmente podemos. Eu não acho que isso seja algo irracional. Nós podemos sobreviver se trabalharmos juntos. Sei que parece mais provável que todos nós morramos ou que continuaremos a ficar mais alienados em relação aos outros. Mas também há alguma possibilidade real de que alguns de nós escolham se unir aos seres humanos e até mesmo defender a humanidade e a vida contra o capitalismo digital que tenta nos destruir. Eu não acredito que chegaremos a uma utopia, mas acho que temos uma boa chance de sustentarmos nossa civilização por mais um século. E até melhorá-la.

Gostou do texto? Contribua para manter e ampliar nosso jornalismo de profundidade: OUTROSQUINHENTOS

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Taiguara, o cantor mais censurado pela ditadura por Bruno Ribeiro OPERA - TAIGUARA,HOMEM LIVRE

 





(Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação / Kuarup)

por  https://bit.ly/3OCHDPb



A OPERA, POR BRUNO RIBEIRO,nos relembra o grande TAIGUARA, cantor ,compositor, ator e par vocal com Claudete Soares, em grande shows, entre outros.P VASCONCELOS




Foto por minha inserção PV- by AMAZON

SHOW APENAS COM SOM: (3) Claudette Soares, Taiguara e Trio – Primeiro Tempo: 5 X 0 - YouTube   UMA AULA  DA MPB ANOS 70


Taiguara, o cantor mais censurado pela ditadura, foi um marxista-leninista declarado. Morreu esquecido e desprezado pelas gravadoras e mídia. Por Bruno Ribeiro | Revista Opera

0
2905


Quando se fala na relação entre ditadura militar e música popular brasileira, os primeiros nomes que vêm à mente da maioria são Geraldo Vandré e Chico Buarque, pelas canções contestatórias que marcaram aquele período e até hoje são lembradas, ou Caetano Veloso e Gilberto Gil, que chegaram a ser presos como “subversivos” por atentar contra “a moral e os bons costumes”. Eles foram perseguidos e vigiados pelo regime, como registra a história. Nenhum outro artista, porém, foi tão censurado — e prejudicado por ser de esquerda — quanto o cantor e compositor Taiguara, que nos deixou há 25 anos.  

Tal informação não é nenhuma novidade: está documentada em inúmeras reportagens publicadas na imprensa nacional. O músico, no entanto, segue sendo pouco lembrado, apesar de sua importância para a “canção de protesto” no Brasil e da forma com que sua carreira foi destroçada por razões políticas e ideológicas. Nada indica que o esquecimento ao qual seu nome foi relegado seja mera obra do acaso: enquanto viveu, Taiguara foi monitorado, ameaçado e silenciado pelos militares e seus cupinchas civis dentro da mídia, das gravadoras e do empresariado. A intenção do establishment era, de fato, tirá-lo de cena.

Oficialmente, 68 canções do compositor foram vetadas pela censura ao longo da década de 1970. Mas, segundo a jornalista Janes Rocha, no livro “Os Outubros de Taiguara” (Kuarup), este número pode ter sido ainda maior: em suas pesquisas ela levantou, ao todo, 81 músicas de Taiguara que não chegaram a ser gravadas, executadas ou concluídas por determinação do governo brasileiro. Ninguém precisa ser especialista para concluir que, com isso, a ditadura praticamente inviabilizou a carreira de um dos mais talentosos artistas surgidos na era dos festivais.

Os problemas de Taiguara com o regime começaram antes mesmo de o artista se tornar conhecido como um “artista engajado” ou de se aproximar do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Sua primeira canção vetada, em 1971, chamava-se “Corpos Nus” e não tinha qualquer teor político: falava apenas de uma relação sexual. A música deveria ser apresentada no 6º Festival Internacional da Canção, da Rede Globo, mas a polícia interveio e os organizadores retiraram Taiguara da disputa, à revelia.

Em 1973, montando repertório para um novo disco, Taiguara submeteu uma série de canções ao crivo da censura, como era de praxe. Ele passara por várias situações como esta nos últimos dois anos e não nutria muita esperança de realizar a gravação da forma como idealizara. Dito e feito: das 12 canções programadas para o elepê, apenas uma foi liberada — o que inviabilizou o projeto. O episódio foi a gota d’água que faltava para que o compositor tomasse a decisão de sair do País e se autoexilar em Londres. 

Mesmo à distância, Taiguara continuou sendo vigiado pelo Estado brasileiro e suas composições proibidas em solo nacional: em 1974, pouco mais de 40 letras escritas por ele foram vetadas. Para gravar era preciso negociar com os censores alterações que mudavam o sentido original das canções. Longe do Brasil, Taiguara não se reportou à censura para fazer a gravação de um disco na Inglaterra. Achou que, cantando em inglês, fosse burlar a ditadura, mas o álbum teve a entrada proibida em território brasileiro. Nunca mais se soube da matriz. 

Em 1975, Taiguara vem ao Brasil para gravar seu trabalho mais ambicioso, “Imyra, Tayra, Ipy“. O processo é longo e tortuoso. Em 1976, menos de 72 horas depois de chegar às lojas, o elepê é recolhido pela polícia e tem todas as cópias destruídas. Somente em 2013 o público brasileiro teria acesso ao disco, quando o selo Kuarup relançou a obra em CD. A conversão de álbum esquecido em clássico da música brasileira foi quase instantânea: pela excelência e originalidade, “Imyra, Tayra, Ipy” virou objeto “cult” e passou a figurar na lista dos melhores discos de todos os tempos. Para o compositor, todavia, era tarde demais: ele havia morrido 17 anos antes, vitimado pelo câncer.

Uruguaio, brasileiro e livre

Taiguara Chalar da Silva nasceu no dia 9 de outubro de 1945, em Montevidéu, capital do Uruguai. Seu nome, escolhido de comum acordo pelo pai, o músico brasileiro Ubirajara Silva, e pela mãe, a cantora uruguaia Olga Chalar, significava “senhor de si” ou “homem livre”, em tupi-guarani. Ainda criança vem para o Brasil com a família. Mora no Rio de Janeiro e, mais tarde, em São Paulo. 

Filho de camponeses gaúchos, Ubirajara Silva tocava bandoneón (instrumento de fole similar ao acordeão). Viveu em Buenos Aires e Montevidéu, onde passou parte da vida tocando tangos, murgas e chamamés para sobreviver. Foi a primeira e mais forte influência de Taiguara, tanto musical quanto politicamente — era filiado ao Partido Comunista do Uruguai e, nas palavras do filho, tinha “princípios socialistas inegociáveis”.

Aos 10 anos de idade, Taiguara começa a compor despretensiosamente, mas o marco inicial de sua carreira data de 1964, quando o jovem estudante da Universidade Mackenzie realiza uma série de shows aclamados no Teatro de Arena. Requisitado para se apresentar nas boates do Rio e de São Paulo, abandona a faculdade de Direito (com a qual não se identificava, por ser um ambiente “reacionário”) e passa a se dedicar exclusivamente à música. Em 1965, a convite da gravadora Phillips, grava seu primeiro disco, “Taiguara!”, composto basicamente por sambas com arranjos de bossa nova. 

Em 1968, o cantor vence o Festival Universitário da Canção Popular com a balada “Helena, Helena” e seu nome passa a ser comentado nacionalmente. Era questão de tempo para que chegasse às rádios — e isso se dá em 1969, com o lançamento do elepê “Hoje“, cuja faixa-título, de sua autoria, traz versos de grande força discursiva: “Hoje/ Trago em meu corpo as marcas do meu tempo/ Meu desespero, a vida num momento/ A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo”. 

Um ano depois, em 1970, o elepê “Viagem“, em que se destaca a participação da banda de rock progressivo Som Imaginário, traz ao público “Universo No Teu Corpo”, que viria a ser uma das canções mais regravadas de sua discografia: “Eu desisto/ Não existe essa manhã que eu perseguia/ Um lugar que me dê trégua ou me sorria/ Uma gente que não viva só pra si”. 

“Viagem” foi o último trabalho da fase “romântica” de Taiguara, embora faixas como “Universo No Teu Corpo” vislumbrassem, ainda que de modo incipiente, algo de preocupação social em seu trabalho. O recrudescimento da repressão o obrigaria a tocar em temas mais urgentes.

A partir do psicodélico “Carne e Osso”, de 1971, ele passa a ser alvo constante da censura. Se em “Corpos Nus” o veto se deu por questões morais, em “A Ilha” o motivo seria político: apesar de gravada sem contratempos, a execução pública da canção foi proibida por fazer referência a Cuba: “Vou viver na ilha, na ilha/ Onde meus iguais serão minha família, na ilha”. Sem nunca ter sido cantada em shows, a música acabou esquecida até mesmo pelos seguidores do artista.

“Piano e Viola”, de 1972, e “Fotografias”, de 1973, são os últimos discos de Taiguara antes do autoexílio. Retalhados pela censura, não chegaram a sair como ele gostaria, mas deixaram à posteridade um clássico da MPB: “Que as Crianças Cantem Livres“, que também enfrentou problemas de liberação: “Pode não ser esse calor o que faz mal/ Pode não ser essa gravata o que sufoca/ Ou essa falta de dinheiro que é fatal/ Vê como o fogo brando funde um ferro duro/ Vê como o asfalto é teu jardim se você crer/ Que há um sol nascente avermelhando o céu escuro/ Chamando os homens pro seu tempo de viver”.

LEIA TODA MATÉRIA EM :https://bit.ly/3OCHDPb