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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O poder democrático nunca é teológico (para bom entendedor basta) Captura do Face


Conosco, mais uma vez Elton L.Souza, filósofo , poeta pesquisador, nos fala da inflamada corrida dos ditos NEOPENTECOSTAIS, entendo assim, e nos dá pistas com alguns argumentos importantes para nos situarmos neste momento difícil, em que nos encontramos -tendo de um  lado a burguesia- dita cristã e neopentecostal.Ele parte de Espinosa mas espicha ainda mais seus argumentos breves ,mas claros.Vamos a ele:
ELTON L. DE SOUZA


" Conforme argumenta Espinosa em seus livros sobre política, um dos maiores inimigos da democracia é o poder teológico-político. O que caracteriza o teológico é que ele se apoia em um livro que considera sagrado: o Alcorão, para os muçulmanos; o Talmud, para os judeus; a Bíblia, para os cristãos. 

O que fundamenta um Estado livre é que seu poder provém de uma Constituição laica livremente instituída , podendo ser emendada ou substituída por outra mediante uma assembleia constituinte, obra humana, fato este que não pode acontecer com o Texto que fundamenta a teologia. O poder democrático nunca é teológico, porém o poder teológico, saindo de sua esfera própria, pode ambicionar ser político, mas nunca será democrático. Ao contrário, o poder teológico-político verá na democracia um inimigo a ser destruído em nome de Deus. 
Mas qual Deus? De qual religião? E aqui está o que revela a impossibilidade de um poder teológico-político se manter a não ser com a força ( não a de Deus, mas a das armas bem humanas, demasiado humanas...).

 Na democracia, a Constituição é um texto que todos seguem , mesmo os que pensam diferente, como liberais e socialistas. Mas judeus, cristãos e muçulmanos seguem livros sagrados diferentes que lhes conferem uma identidade religiosa incomunicável com a religião diferente da sua . Então, quando um poder teológico quer se tornar também poder teológico-político, ele quer na verdade não apenas desfazer a essência da política, que é pautar-se em uma Constituição livremente instituída que preserva a diversidade, como também afirmar-se como religião única. 

Assim, quando o poder teológico, saindo da esfera que lhe é própria ( a esfera subjetiva-privada) , quer se tornar também poder político , correm risco não apenas a democracia e os partidos, como também as outras religiões que, mais cedo ou mais tarde, também serão perseguidas ( no Brasil , os católicos ,os espíritas e as religiões de matriz africana). As outras religiões serão perseguidas logo depois dos artistas, filósofos, educadores, enfim, os democratas."

*grifos em negritos meus