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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

PRESOS BOLSONARISTAS SUSPEITOS DE VANDALISMO EM BRASÍLIA - 🔴 ICL ENTREVI...

Obrigado, Pelé! por 247

Foi um gênio como jogador de futebol. O que não tem nada a ver com a pessoa. Nada tira dele tudo o que ele nos deu, tudo que ele deu ao futebol, diz Emir Sader Emir Sader Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros Por Emir Sader Quem teve a sorte de nascer nos anos 1940, teve o privilégio de ver toda a carreira do maior jogador de futebol de todos os tempos. Para quem não teve esse privilégio, parece um acontecimento entre outros na vida de alguém. Mas para quem gosta de futebol, foram vivências inesquecíveis na vida de alguém. Para quem viveu essa longa e maravilhosa carreira, não tem nenhuma dúvida que Pelé foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Essas vivências começaram muito cedo na vida dele, tinha 15 anos, já maravilhava a todos no Santos. Era difícil jogar contra o time do Pelé, mesmo sendo torcedor do único time que dividia os campeonatos daqueles tempos - o Palmeiras, time para o qual torço. Não havia como não reconhecer as jogadas geniais do Pelé. Um jogador que, desde cedo, chutava com os dois pés com a mesma habilidade. Cabeceava muito alto, mesmo não tendo grande altura. Driblava como nenhum jogador o fazia. Fez gols geniais, driblando desde a defesa até o ataque e o gol. Para os brasileiros, logo tivemos a consagração, com a insuperável atuação dele na Copa da Suécia, moleque ainda de 17 anos, fazendo jogadas geniais, para qualquer jogador, de qualquer idade. Depois conduziu o Brasil a ganhar três campeonatos mundiais. Ele, o único jogador a ganhar três Copas do Mundo: as de 1958, 1962 e 1970. Felizmente estão aí as antologias das incomparáveis jogadas que ele fez, inventou, criou, recriou. Senão seria impossível contar a outras gerações as geniais jogadas dele. Pelé foi o jogador perfeito, por chutar com os dois pés com a mesma habilidade, por driblar para todos os lados, por lançar para outros, por fazer tabelinhas mágicas. Quase que reinventou o futebol. Nascemos e crescemos, por muitas gerações, acostumados a vê-lo, nos estádios e na televisão. No Brasil e encantando o mundo. Consegui resultados impossíveis com o seu Santos, derrotando os principais times do mundo, pela seleção brasileira, fazendo, naquele momento, do Brasil o país do futebol. Foi um gênio como jogador de futebol. O que não tem nada a ver com a pessoa. Nada tira dele tudo o que ele nos deu, tudo o que ele deu ao futebol. Recordando de ver seus jogos, com o outro gênio, o Garrincha, ou com o seu companheiro de tabelinhas, o Coutinho, ou revendo os filmes da sua carreira, lhe agradecemos por tudo o que ele fez por nós e pelo futebol. Obrigado, Pelé!
https://bit.ly/3G3w2Fx

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

O DONO DA BOLA-REVISTA CONTINENTE- RECIFE- PE



https://bit.ly/3hdI5Yc     Ilustração: Rafael Olinto


O DONO DA BOLA

TEXTO RONALDO CORREIA DE BRITO

07 DE DEZEMBRO DE 2022



Fui dono de uma bola de couro oficial. Alguém que desconhecia os meus talentos resolveu me dar esse presente de aniversário, quando eu era menino. O dono da bola é um cara de prestígio, joga todas as partidas e até escolhe o time. Fui exceção entre os moleques de rua, todos preferiam não brincar com a minha bola a permitir que eu jogasse com eles. Bullying? Nada disso, o motivo verdadeiro era eu ser muito ruim, não chutava, não driblava, fazia gol contra e cometia faltas nos companheiros de time.
Quando tinha sete anos levei uma bolada no olho direito, sofri lesão na córnea, que me acompanha até hoje. Minha mãe fez promessa com Santa Luzia para eu não perder a vista. Nunca paguei a promessa e acho que por isso tenho a visão complicada.
Terá sido culpa da mártir, a que arrancou os próprios olhos e foi decapitada por conta de sua fé em Cristo? Não, de jeito nenhum, o negligente fui eu mesmo. Mamãe prometeu comprar a imagem da santa milagrosa e preferi roubá-la no santuário de uma tia avó, também sofredora da vista. Depois do roubo, as más línguas falaram que a pobre velhinha ficou cega. Lá no alto do céu não consideraram a promessa quitada. Ainda sofro dos olhos e, na família, todos me julgam um ladrão de antiguidades.
Não sei se por conta da bolada ou do sacrilégio religioso, tornei-me um fracasso em assunto de futebol. Faltou-me vocação para a maior cultura do povo brasileiro. Naquele tempo ainda não se falava nerd, mas sempre fui um sujeitinho aferrado aos livros, à música, ao cinema, ao teatro, e gastava as horas estudando. Nunca me revelei nas brincadeiras de pião, bola de gude, pingue-pongue, barra bandeira, não aprendi a empinar pipa, nadava mal e não sabia montar os pangarés da fazenda dos tios e da avó. Para desgosto do pai tornei-me uma vergonha em qualquer modalidade de esporte.
O time de futebol da minha cidade se chamava Magarefe, os jogadores eram açougueiros e batiam bola aos domingos, num campo próximo à rua onde eu morava. No final da tarde, já escurecendo, eles retornavam das pelejas calçando chuteiras, sem as camisas dos ternos, suando e fedendo mal como as carnes podres que vendiam no açougue. Desfilavam pela calçada, feios e barulhentos, proferindo insultos e palavrões. O mal cheiro impregnou-se em minha memória e nunca consegui dissociá-lo do futebol.
Se busco compreender os meus entraves futebolísticos à luz da psicanálise, concluo que os devo aos sentidos da visão e do olfato. Eles foram agredidos pelos jogadores feios, sujos, barulhentos, grosseiros e malcheirosos. Trata-se de motivo bem mais relevante do que a cartilha de esquerda dos anos de ditadura militar, quando éramos instruídos a não torcer pela seleção brasileira, num evidente patrulhamento.
Vocês não imaginam o que sofri na Copa de 1970, morrendo de vontade de assistir aos jogos na tevê em preto e branco da vizinha, mas instruído a não cair na tentação fascista, pois o Mundial se tornara um instrumento de propaganda dos militares.
O futebol também se misturou com as coisas do céu, as rezas, as velas acesas e uma imagem em porcelana de Nossa Senhora Aparecida, que ganhei de uma tia na primeira comunhão. A padroeira do Brasil ocupava o seu lugar de honra em cima de um rádio Philips comprado pelo pai, quando ainda morávamos no sertão. Na euforia de um gol, a santa caiu do seu posto e espatifou-se em mil cacos. Pobrezinha.
Chegado aos 70 anos, resolvi os meus conflitos com o futebol, a bola e os Mundiais. As pessoas me cobravam ser um torcedor, morrer por um time, vestir verde e amarelo durante a Copa e assistir aos jogos enturmado, bebendo cerveja e roendo as unhas dos pés. Não torço por nenhuma seleção e não sofro ansiedade pelos resultados. Gosto de ouvir os fogos, os gritos, e me comovo com a euforia das pessoas. Participei com alguns argentinos de uma mesa sobre futebol, na Alemanha. Não abri a boca, só fiz rir.
Não cobro de ninguém que se comova assistindo ao filme turco Quatro gerações, um longa-metragem de duas horas e meia, que parece durar quinze minutos, tão emocionante ele é. Não alicio os amigos para o culto a Tarkovsky, um cineasta russo. Não tento os inimigos dos livros a lerem as dezenas de escritores que leio e releio num verdadeiro ato de fé. Alguém acredita que se possa perder o sono depois de ler o ensaio de Edmund Wilson sobre o simbolismo? Eu perdi.
Estamos quites torcedores brasileiros. Não cobro nada de vocês. Mas também não reclamem por eu ter dormido durante o tedioso jogo entre o Brasil e a Suíça, em que nem o Pombo Richarlison conseguiu me empolgar com seus arrulhos.

sábado, 10 de dezembro de 2022

O QUE ACONTECE NO PERU? - 20 Minutos Análise- Opera Mundi Breno Altman

https://bit.ly/3iP744D
DIDÁTICO E CLARO BRENO  SE POSICIONA CORRETO,AO MEU VER,A QUESTÃO QUE SE PROPÔS A RESPONDER.CONTRIBUA COM OPERA MUNDI

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Pepe Escobar: o Brasil e o mundo multipolar em 2023 BRASIL 247


Um diagnóstico e perspectivas para o Brasil diAnte de um mundo multipolar.
OS BRICSPLUS E O BRASIL.
LULAR um líder da América Latina..
BRASIL TERÁ NOVO PROTAGONISMO MUNDIAL
Uma nova América para os Americanos do sul
BRAVO LEO E PEPE!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

PROTESTOS NA COPA22 QATAR -PORTAL T E R R A LGBTQIA+

 




Foto: Reuters/Matthew Childs

l1nq.com/rGdOD

PROTESTOS OCORRIDOS NA COPA,PELO NÃO MENOS Mario Ferri.
HÁ QUE CONSIDERARCONTRADIÇÕES ACERCA DO CONTEÚDO IDEOLÓGICO,
COMO: IRÃ E DA UCRÂNIA,ENTRE OUTROS. 
CONTUDO ESQUECERAM: FEMINICÍDIO-ECOLOGIA, -FOME  .
SÃO TANTOS QUE DIANTE DA DITADURA DO QATAR .DESTAQUE-SE A 

HOMOFOBIA HIPÓCRITA,DO QATAR,POIS LÁ EXISTE,E COMO  EXISTE.

POR BAIXO DOS PANOS. 
PODE NÃO SER  ADMITIDO, MAS NÃO HÁ NO MUNDO A 
AUSÊNCIA DA HOMOSEXUALIDADE E/OU MULTISEXUALIDADE-ISTO
 É  DO HUMANO E DOS VERTEBRADOS. NO FUTEBOL,ENTÃO 
PROLIFERA-SE.É ALGO TÃO NORMAL QUANTO A HETEROSEXUALIDADE
.AINDA TEMOS MUITO A APRENDER  P.VASCONCELOS

..........

Torcedor que invadiu gramado da 

Copa do Mundo também protestou em 

2014 e 2010

Mario Ferri, italiano que invadiu partida de Portugal x 

Uruguai com bandeira LGBTQIA+, tem experiência em

 manifestações do tipo



O italiano Mario Ferri, de 35 anos, ganhou visibilidade 
internacional nesta segunda-feira, 28, ao invadir o gramado da 
Copa do Mundo do Catar, na partida 
entre Portugal e Uruguai com uma bandeira em 
apoio à causa LGBTQIA+. Mas essa não é a 
primeira vez, nem a segunda, que o torcedor paralisa 
uma partida de futebol para se manifestar.

  • Na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, o italiano invadiu 

Fonte Nova, em Salvador. Na ocasião, Mario customizou
 sua camisa com as hashtags "salvem as crianças 
da favela" e "Ciro vive", fazendo menção a um torcedor
 italiano morto durante uma confusão antes da decisão 
da Copa Itália daquele mesmo ano.
Antes disso, em 2010, ele também chamou a atenção. 
No Mundial da África do Sul, ele paralisou o jogo 
durante a semifinal entre a Espanha e a Alemanha. 
Na ocasião, Ferri chegou a usar uma cadeira de rodas 
para ficar mais próximo do gramado e, assim, conseguir 
mais brecha para agir. Ele foi multado.

O jogo entra Bélgica e os Estados Unidos na Arena 
Ferri costuma agir além dos Mundiais que o italiano 
deixou seu recado e tem até um registro ao lado de 
Lionel Messi, de quando invadiu o gramado da 
Champions em jogo entre Barcelona e Manchester
 United. Além de burlar seguranças e usar o gramado 
como espaço de protesto, o italiano, conhecido como 
"Falco" também é apostador, influenciador e atleta. 
Em suas redes sociais, ele se considera um 
"pirata moderno" e compartilha parte de sua rotina -
 que inclui, ainda, ser "pai" de cabra.

No Catar

Neste ano, no ato batizado de "a última dança", 
o italiano Mario Ferri  usa uma bandeira com as cores 
do arco-íris e uma camisa com as frases "respeito 
pelas mulheres iranianas" e "salvem a Ucrânia". 
No Catar, a homossexualidade é considerada crime 
e o país também tem um longo histórico de 
violações dos direitos humanos.

Após a invasão, o homem foi contido pelos seguranças e jogou a bandeira 
no gramado. O item foi retirado doLocal e recolhido.Em suasuas 
redes sociais, nesta terça-feira, 29, ele compartilhou um 
manifesto sobre o ato, reafirmando suas mensagens sobre o Irã, 
a Ucrânia e as repressõesfrente à causa LGBTQIA+ na Copa do Mundo do Catar. 
Além disso, ele afirmou que não encarou nenhuma 
consequência legal. "Estou livre", garantiu.

A Copa no Catar vem sendo criticada devido à postura do 
país frente com relação às liberdades individuais. 
Como protesto, algumas seleções planejavam usar 
braçadeiras em apoio à comunidade LGBTQIA+, 
mas a iniciativa foi vetada pela Fifa, que ameaçou
 punir aqueles que protestassem.

Após muitas críticas, na semana passada a sede do 
torneio abandonou parte da postura restritiva. Com o 
início da segunda rodada da fase de grupos desde a
 sexta-feira, 25, torcedores que quiserem expressar
 apoio à comunidade LGBTQIA+ com camisetas, 
bandeiras e símbolos semelhantes não devem mais
 ser incomodados pelos seguranças. No gramado, 
entretanto, a braçadeira "One Love" continua sendo tabu. 
*Com informações de Lance


Fonte: Redação Terra  l1nq.com/rGdOD

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Grupo de igualdade racial pede visão antirracista -DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA 20.11.

 



Imagem: Jessica Michels


A PRESENTE MATÉRIA MIGRA DO GGN  VIDE l1nq.com/YPekb

Grupo de igualdade racial pede visão antirracista a outros grupos de trabalho

No dia da Consciência Negra, intelectuais pedem que luta seja vista em perspectiva ao se apresentar medidas para novo governo




Do Brasil de Fato

Grupo de transição de Igualdade Racial pede que todos GT’s adotem políticas antirracistas

Neste 20 de novembro, dia da Consciência Negra, o grupo temático (GT) de Igualdade Racial do governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou uma nota pedindo que os demais GT’s, independentemente da área, tenham em vista a luta antirracista no momento de formalizar as sugestões para as medidas do novo governo.

“Se há acordo de que o racismo é um fenômeno estrutural e que nos últimos anos ele recrudesceu em nosso país, como podemos construir políticas públicas antirracistas para além daquelas já previstas e que serão executadas na recriação do Ministério da Igualdade Racial?”, questiona o grupo de trabalho.

O GT é formado por Nilma Lino Gomes, ex-ministra de Igualdade Racial; Givânia Maria Silva, quilombola e doutora em sociologia; Douglas Belchior, fundador da educador e fundador da Uneafro; Thiago Tobias, advogado; Ieda Leal, do Movimento Negro Unificado (MNU); Martius das Chagas, secretário do Planejamento de Juiz de Fora; Preta Ferreira, liderança da Ocupação 9 de Julho e ativista do movimento de moradia; e Yuri Santos Jesus da Silva.

“Avançar em uma democracia antirracista significa que cada área da transição de governo, indaguem e olhem para si mesmos e para a situação de desigualdade racial e social existentes no Brasil e insiram o combate ao racismo nas políticas que serão formuladas pelos ministérios que representam”, conclui o texto.

O integrante do grupo, Douglas Belchior, nome cotado para assumir o futuro Ministério da Igualdade Racial, afirmou ao Brasil de Fato que “o governo Lula é depositado de muita esperança, temos muita confiança na liderança de Lula. Esse é um governo que será aberto ao diálogo com a sociedade civil, com o movimento negro e os movimentos de direitos humanos. Essa é uma tarefa coletiva, de reconstruir esse país e políticas públicas.”

O documento do GT ressalta outras reflexões para este momento de transição. “Se negros e negras somam 75% entre os mais pobres, como aponta o IBGE, toda e qualquer política de combate à pobreza e à fome terá de ser, obrigatoriamente, antirracista.“

Os membros do GT sinalizam caminhos que precisam ser adotados, por exemplo, a implementação de tratados e convenções que já existem, porém não se veem aplicados na prática. São citados a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação e Formas Correlatas de Intolerância, a Convenção 111 da OIT, a Constituição Federal e o Estatuto da Igualdade Racial.

Momento histórico

Antes de trazer as propostas, o texto do GT destaca como este 20 de novembro é diferente dos demais. O grupo elenca o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016 e o “desgoverno” de Jair Bolsonaro (PL) como fatores que causaram retrocesso no combate ao racismo no país.

“O povo brasileiro marginalizado que mais precisa de um Estado forte, a saber, a população pobre, negra, LGBTQIA+, as mulheres, os indígenas, os quilombolas e demais povos tradicionais, as pessoas com deficiência, as crianças e a juventude sofreram ainda mais com as mortes que poderiam ter sido evitadas durante a pandemia da Covid-19, com o desemprego, a violência e com o retorno do Brasil ao mapa da fome.”

O texto ressalta como neste período, entre o golpe de 2016 e a eleição deste ano, o Movimento Negro se manteve presente e liderou diversos protestos políticos. 

Destaca, também, que o atual momento, em que o país vive um governo de transição formado por mais de 200 pessoas, é um fato inédito e de suma importância.

“Os ventos da emancipação social e racial nesse momento político de construção de diagnóstico do país e indicação de pontos a serem considerados pelos futuros ministros e ministras são uma tarefa relevante da transição.”

Nelson Mandela

O texto finaliza citando o líder sul-africano Nelson Mandela, que presidiu o país na década de 1990 e faleceu em 2013. O GT destacou uma frase emblemática da liderança:

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”.


domingo, 20 de novembro de 2022

Morre Hebe de Bonafini, a histórica presidenta das Mães da Praça de Maio, aos 93



A POLÍTICA É UMA FORMA DE VIVER, DE ENCARAR A VIDA, DE  ESTAR VIVO-

Hebe de Bonafini

ABRINDO- Uma mulher guerreira que buscou justiça ante os crimes  da ditadura Argentina. Uma tigresa, cuja poesia foi a ação política de denúncia de fascistas-torturadores e assassinos. Foi uma exitosa de conclamar o povo A POLÍTICA, aos seus direitos , a buscar seus entes desaparecidos/assassinados.Foi  uma líder mundial reconhecida,esteve no Brasil.O mundo é menor e frágil sem sua presença,apesar de sua idade era uma mulher atualizada e assim comprova a entrevista.ADIOS HEBE,PERO GRACIAS POR VIVIR CON NOSOSTROS.PAULO VASCONCELOS

ABAIVO MATÉRIA por - REVISTA FORUM-  l1nq.com/v6dWa

“Obrigada e até sempre", escreveu a vice presidenta Cristina Kirchner; "incansável lutadora pelos direitos humanos", escreveu o presidente Alberto Fernández


Escrito en GLOBAL el 

A presidenta das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, faleceu neste domingo aos 93 anos.

O governo argentino decretou três dias de luto em “homenagem a Hebe, à sua memória e à sua luta que estará sempre presente como guia nos momentos difíceis”.

O presidente Alberto Fernández, informou o Twitter da Casa Rosada, "se despede com profunda dor e respeito de Hebe de Bonafini, Mãe da Praça de Maio e incansável lutadora pelos direitos humanos". Veja:

"Querida Hebe, Mãe da Praça de Maio, símbolo mundial da luta pelos Direitos Humanos, orgulho da Argentina. Deus te chama no dia da Soberania Nacional... não deve ser coincidência. Simplesmente obrigada e sempre vinculada", escreveu a vice-presidenta, Cristina Fernández de Kirchner, como despedida:

JÁ PAG12 ASSIM ESTAMPOU:l1nq.com/NnZSM

La despedida de Estela de Carlotto a Hebe de Bonafini: “Personas así llenan la historia”  

La presidenta de Abuelas de Plaza de Mayo, Estela de Carlotto, recordó a Hebe de Bonafini como una gran luchadora. Por AM750, relató cómo se conocieron y afirmó que es un día de duelo para toda la Argentina.




La presidenta de Abuelas de Plaza de Mayo, Estela de Carlotto, despidió a Hebe de Bonafini, quien murió este domingo a los 93 años tras permanecer internada varios días en el Hospital Italiano de La Plata. En diálogo con AM750, aseguró que su voz y su temperamento van a quedar en la historia argentina. “Tuvimos diferencias, pero era una gran luchadora, es un día muy triste para todo el país”, sostuvo.

Es una enorme tristeza, sabemos que no somos eternas, pero compañeras de hace 46 años. Con dificultades. No deja nada que no sea su fuerza, la fuerza de Hebe, con errores como tenemos todas, caminó, hizo de esta necesidad de las mujeres, de las Madres y las Abuelas, de encontrar y saber dónde están y qué hicieron con ellos”, afirmó Estela de Carlotto en declaraciones a Deportivo 750, por AM750.

“No compartí muchas cosas, pero no significa que somos enemigos ni mucho menos, la lucha es la misma y el dolor es el mismo, es un día de duelo, seguramente la vamos a extrañar, porque personas así llenan la historia”, agregó la presidenta de Abuelas. “Su temperamento sembró mucho, la van a seguir quienes desde el cielo van a recibir sus reprimendas o sus halagos, hay que respetarla desde el dolor y el silencio”, puntualizó Estela.

En su recuerdo, Estela de Carlotto además relató cómo se conoció con Hebe de Bonafini. “Siempre fue una mujer fuerte, el dolor lo tenía por dentro, seguramente, como todas nosotras. La conocí porque cuando me transformé en una luchadora con las Abuelas, Chicha Mariani que había sufrido la primera pérdida y buscaba a su nietita y la seguimos buscando, vivía a unas cuadras de la casa de Hebe, estuvimos en su casa varias veces, compartiendo experiencias”, contó.

“La tarea de Abuelas se bifurcó porque no buscábamos de la misma manera que a los adultos. Ahí la conocí, me di cuenta que era una mujer fuerte, pero era una más, luego ella tomó el liderazgo. Son 45 años, la recuerdo como era, de proponer ideas, proponer a dónde ir y con quién hablar. Viajamos mucho por el exterior para tener ayuda, muchos organismos para que se supiera lo que pasaba en Argentina. Tengo muchos recuerdos de ella”, sintetizó.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

O Nordeste existe? RONALDO CORREIRA DE BRITO -- FLAGRA NO FACE




RONALDO CORREIRA DE BRITO -FOTO ACERVO PARTICULAR








Ronaldo Correia de Brito *

Rubens Figueiredo e eu participávamos de uma mesa sobre literatura brasileira, quando me fizeram a tradicional pergunta, essa que se tornou curricular para mim: você se considera um escritor regionalista? Rubens, nascido no Rio de Janeiro, pediu o microfone e afirmou ser um regionalista, jamais um universalista. Ele traduz e estuda literatura russa, sabe que apesar da divisão entre eslavófilos e europeizados, os escritores se preocupavam em criar para leitores da Rússia, pensando neles. Refletiam sobre o povo russo e chegavam às grandes questões do homem, sem veleidades universalistas.
No Brasil, desde o começo do século passado, havia um desejo de escrever semelhante a europeus e norte-americanos modernos. Gilberto Freyre e vários intelectuais criaram um movimento em oposição à Semana de Arte Moderna de 22, o Movimento Regionalista-modernista, de 1926. Da valorização da cultura regional, surgiu o romance de 30, com Graciliano Ramos, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Erico Verissimo, para citar apenas alguns nomes.
Assumidamente avesso aos resultados da Semana de 22, Graciliano Ramos achava que os modernistas brasileiros confundiam o ambiente literário do país com a Academia e traçavam linhas divisórias, mas arbitrárias, entre o bom e o mau, querendo destruir tudo que ficara para trás, condenando por “ignorância ou safadeza” muita coisa que merecia ser salva. Com desconcertante franqueza respondeu quando lhe perguntaram se era modernista: “Enquanto os rapazes de 22 promoviam seu movimentozinho, achava-me em Palmeira dos Índios, em pleno sertão alagoano, vendendo chita no balcão”. Se o regionalismo idealizado por Gilberto Freyre em reação aos modernistas ajudou a polemizar a cena literária brasileira, também acentuou uma linha divisória que já existia desde as capitanias hereditárias, agravou a tendência em separar a produção intelectual do Nordeste e Sudeste.
Desculpem essa digressão didática, mas necessito dela para responder a pergunta que me fazem. Considerem que existiram cânones do regionalismo e do romance de 30. Passados noventa anos, não se escreve mais com essa linguagem, a menos que seja um caso de anacronismo. Mas se vocês consideram ter nascido e morar numa região, e vivenciar a cultura local como regionalismo, eu me assumo regionalista. Na Feira de Frankfurt, em 2013, onde eu era o único escritor residente no Nordeste na comitiva do Brasil, fiquei feliz em estar ao lado de Guimarães Rosa num belo stand, apresentados como escritores regionalistas.
A questão é mais séria do que imaginam. O empenho de intelectuais e acadêmicos de diversas áreas – sociólogos, antropólogos, críticos literários – em folclorizar e subestimar o valor da produção cultural das regiões brasileiras, fora do eixo Sudeste, que detém o poder econômico e da informação, é bastante desleal e antigo. Cabe na análise das causas uma leitura política, por serem indissociáveis. Do Rio de Janeiro vieram os comandos que reprimiram a Revolução de 1817 e a Confederação do Equador, movimentos republicanos emancipatórios do Nordeste. Também do Sudeste chegaram as forças militares que esmagaram Canudos. De lá veio a orientação para bombardear o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, comunidade do interior do Ceará, no Crato, que sonhava com um novo modelo de sociedade.
Tratava-se de populações caboclas, descendentes de índios e escravos retomando o modelo dos quilombos e tribos. Somos mestiços de negros, índios, portugueses, judeus, sírios, libaneses, árabes, ciganos, holandeses e de muitos outros povos, falamos o mesmo idioma brasileiro, mas temos padrões culturais diferentes. Gilberto Freyre defendia nossa miscigenação, contrariando o que a ciência equivocada do século XIX e início do século XX condenava como degenerescência racial, o que levou muitas nações, inclusive o Brasil, ao delírio da eugenia.
Cometeram erros históricos ao nos interpretarem. Sendo do Rio de Janeiro, não havendo nascido no sertão de que trata em sua obra, Euclides da Cunha contribuiu para codificar o que lhe pareceu sertão, guiando a academia, leitores e gerações futuras a buscarem o modelo estabelecido por ele de semiárido habitado por bárbaros, sub-raça ameaçada de desaparecer.
Os Sertões, livro preconceituoso, supremacista, racista, cientificamente ultrapassado tornou-se a cartilha em que universidades e gerações de leitores formaram um imaginário de sertão e do homem sertanejo. O processo é semelhante ao dos orientalistas em relação ao Oriente. Da mesma maneira que o Oriente é corrigido e penalizado por estar fora dos limites da Europa e América do Norte, o sertão do Nordeste brasileiro sofreu por se encontrar fora dos limites da sociedade do Sudeste. Foi igualmente “sertanizado” por acadêmicos e cientistas.
Edward Said refere os dois aspectos do Oriente que o distinguem do Ocidente, na geografia imaginativa europeia: a Europa é poderosa e articulada; a Ásia é derrotada e distante. A China ainda não havia se tornado o que é hoje, é bom lembrar. Vale o mesmo para o Nordeste e o Sudeste? Perdemos o poder econômico e cultural, deixamos de estabelecer regras, desde a chegada de D. João VI e sua corte ao Rio de Janeiro. Já no século XVIII tentava-se controlar as migrações de sertanejos do “norte” para os sertões “paulistas”. Paulista não se referia apenas aos nascidos no Estado de São Paulo, mas a uma legião de bandeirantes, criadores de gado, grileiros de terras e mineradores, que ocupavam São Paulo, Goiás, Paraná e até territórios do Piauí. Portanto, esse “sudeste” já definia leis, espaços, conceitos, padrões e até o que nós, da banda de cá, podíamos ser e sonhar.
Não cabem aqui todas as questões suscitadas por essa pergunta. Nem sequer desenvolvi o tema do preconceito e do racismo, visceralmente ligado à nossa formação. Semelhante a Kafka eu também poderia ter assumido o não lugar, o não pertencimento, como muitos nordestinos fazem por sobrevivência. Mas isso seria impossível. Em tudo o que escrevo reafirmo minha geografia de nascimento, a origem, onde vivi no passado e onde escolhi morar no presente.


*Ronaldo Correia de Brito é escritor e médico, nasceu em Saboeiro, Ceará, em 2 de julho de 1951.

Foi escritor residente da Universidade de Berkley (Califórnia), participou de diversos eventos

internacionais, como a Feira do Livro de Bogotá, o Festival Internacional de Literatura de Buenos Aires, o Salon du Livre de Paris e a Feira do Livro de Frankfurt. Sua carreira artística envolve as mais diferentes linguagens, como literatura, teatro e música. São de sua autoria O baile do menino deus (teatro), Lua Cambará (disco), Faca (livro de contos), Galiléia (Prêmio São Paulo de Literatura), Estive lá fora (romance) e O amor das sombras (contos).

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

ROLANDO BOLDRIN - O DIZEDOR DAS LINGUAGENS DO BRASIL-APOI RAIGANDO A CAXA DO HOME QUE VIROU UM RAI DE SOL

 


                                                                FOTO por   l1nq.com/HLWgS

APOI RAIGANDO A CAXA DO HOME QUE VIROU UM RAI DE SOL

Este foi um dos poucos Brasileiros que pela mídia estatal soube lamber, exaltar ,contar o ouro daS PALAVRAS DOS BRASILEIROS.Com sua veia de ator  sabia dizer, narrar e dramatizar o que é que o BRASIL TEM no âmbito da Cultura,das Artes.Soube violar-de violão- o Brasil continental com a régua do sensível da poiesis,poetou,disse o seu país com letras maiúsculas,como diria ZÉ da LUZ,poeta paraibano e aqui faço uma paródia ...'ARMOU ARAPUCAS PRA PEGAR AS PALAVRAS DOS BRASILEIROS" nas mais diversas linguagens.O Brasil perde uma pérola estelar. O BRASIL ficará mudo,mouco por um tempo,ainda mais com a viagem finita de GAL COSTA.

Ambos cruzaram as linhas tortas certeiras do país mastigando com  salivadas anchas em suas expessões artísticas,sem fronteiras e limites de nome e renome.Como diria Manuel de Barros, ou melhor pondo palavras como se fora de sua boca "ele(a) olhou os pés das mãos na boca do bicho falante e estatalou o Brasil e o mundo".PAULO VASCONCELOS

Biografia de Rolando Boldrin

POR l1nq.com/HLWgS  via LAURA AIDAR

Grande nome da cultura brasileira, Rolando Boldrin (1936-2022) foi ator, compositor, cantor e apresentador.

Após uma longa carreira de mais de 60 anos, faleceu em São Paulo em 9 de novembro de 2022, deixando um importante legado, sobretudo para a música caipira.

Infância e juventude

Nascido no interior de São Paulo, em São Joaquim da Barra, em 22 de outubro de 1936, Rolando veio de uma família simples e teve onze irmãos.

Aprendeu a tocar viola ainda criança e aos doze anos fazia dupla musical com seu irmão. Juntos eram Boy e Formiga e tiveram certo reconhecimento na rádio local.

Boldrin se muda para a cidade de São Paulo aos 16 anos para tentar uma nova vida. Ele então realiza diversos trabalhos, como sapateiro, garçom e frentista, até que consegue dar continuidade à carreira.

Carreira

Em 1960 fez uma participação no disco de Lurdinha Pereira, cantora que viria a se tornar sua esposa anos depois.

Seu primeiro disco, intitulado O Cantadô,  foi lançado em 1974. Mas antes, ainda na década de 50, começou a atuar na TV Tupi, contracenando com nomes importantes como Laura Cardoso e Lima Duarte. Depois, ao longo da vida, participou de cerca de 30 novelas, 5 filmes e várias peças de teatro, inclusive pelas companhias Arena e Teatro Oficina.

A profissão de apresentador surgiu nos anos 80, à frente do programa Som Brasil, da TV Globo. Depois passou a apresentar Empório Brasil Empório Brasileiro, no SBT e Rede Bandeirantes, respectivamente.

Foi em 2005 que inaugurou Sr. Brasil, apresentado pela TV Cultura, no qual permaneceu até o fim da vida. O programa, assim como os anteriores, tinha um formato próprio, em que Boldrin contava causos e apresentava cantores e compositores, principalmente da música caipira e que valorizavam a cultura popular.

Em seu site oficial, o multitalentoso Rolando Boldrin afirma:

Sou fundamentalmente um ator, esse tem sido meu trabalho a vida inteira; radioator, ator de novela, de teatro, de cinema, um ator que canta, declama poesias e conta histórias.

Morte

Rolando Boldrin morreu aos 86 anos. Ele havia sido internado no Hospital Albert Einstein e, após dois meses, apresentou insuficiência cardíaca e renal, falecendo em 9 de novembro de 2022.

A esposa, Patrícia Maia Boldrin, deixou uma mensagem em suas redes sociais em que diz: 

"O amor da minha vida voltou para casa. Foi o melhor ser humano que eu conheci. Sou grata por compartilhar com ele os melhores momentos da minha vida. Meu amor, vai em paz".