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segunda-feira, 30 de julho de 2018

80 ANOS SEM LAMPIÃO (LÁGRIMAS) Capturas do Face







Foto por METRO -https://bit.ly/2JtEthY-




A história move-se com o tempo, como o homem, mas como a morte nos degola, ela, a memória, se vai  e fica só o registro escrito; as mídias não têm uma agenda que contorne todos os fatos,a exemplo de Lampião.Mas, pode ser também   desinteresse por tal figura histórica, para  jogá-la ao esquecimento, como tão bem o faz o  jornalismo-PIG, sabe fazê-lo, e como sabe!
Prof. Dr. Florisvaldo Mattos,UFBA, já muitas vezes aqui presente, novamente vem por uma  captura do seu blog e face para contemplar esse homem, Virgulino Ferreira que se tornou um mito em todo o Brasil e especialmente no Nordeste.Marco das lutas da desigualdades do país, Lampião enfrentou o estado, o poder repressor e fez e desfez face os desmandos das oligarquias ajuntadas as manobras  do Estado, à época. Um estado com população Rural a época, as mudanças para o meio urbano, os centros cosmopolitas criaram outros bandos no meio da política e da elite, aliás a elite ja apoiava Lampião e o tinha muitas vezes como uma longa manus do seu poder. São Paulo teve seu cangaceiro também pouco se fala nele, Diogo da Rocha Fiqueira, Botucatu-1863-1897.
https://bit.ly/2LJGXtT

 FOTO  DO ACERVO DE  ANTONIO FERNANDO
PEREIRA PEREIRA NO FACEBOOK 


Frederico Pernambucano de Melo d Fundação Joaquim Nabuco, Pe, traduziu bem o cangaço com sua lupa de bom pesquisador, vasculhando, tudo ou quase tudo sobre o mesmo,mas vamos ao que nos fala o Florisvaldo:
Paulo Vasconcelos









Florisvaldo Mattos
19 h
80 ANOS SEM LAMPIÃO (LÁGRIMAS)

Numa época em que o jornalismo já não mais se interessa pelo registro de datas redondas de acontecimentos significativos para a história, a antropologia social e a cultura, o jornalista Moisés Suzart postou um texto sobre os 80 anos da morte do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira, 1898-1938) e o restante de seu bando na gruta de Angicos, que transcorrem precisamente hoje, permanecendo suas cabeças expostas por muitos anos como atração no Instituto Nina Rodrigues, em Salvador, até serem sepultadas no Cemitério da Quinta dos Lázaros, ao fim de campanha encabeçada pelo hoje extinto Diário de Notícias, da qual fiz parte como repórter.
Anos depois escrevi um ensaio sobre Lampião e o banditismo do Nordeste como fenômeno social, publicado em meu livro "Estação de Prosa & Diversos" (1997).


Lampião recebeu a patente de Capitão da Guarda Nacional das mãos do Padre Cícero Romão, durante a visita que lhe fez em 1927 em Juazeiro do Norte, no Ceará, quando recebeu também armamento novo, inclusive fuzis modelo 1908, mais modernos e mais potentes que as tradicionais cruzetas, para serem usados contra a Coluna Prestes, o que não aconteceu. 


Segue abaixo cópia do texto de Suzart. (Ilustrações: o bando de Lampião, em 1928; Lampião, Maria Bonita e o fotógrafo Benjamin Abrahão e Lampião costurando numa máquina Sínger). E mais: o link de texto sobre Lampião e a "haute-couture" do cangaço, que escrevi e publiquei no extinto Caderno "Cultural", de A Tarde.
LAMPIÃO, 80

"No dia 28 de julho de 1938, há exatos 80 anos, um dos fatos históricos mais importantes do Nordeste, o cangaço, teve o primeiro capítulo do fim. Quando o sol que castiga o cangaço mal tinha despertado, Lampião, Maria Bonita e seu grupo foram pegos dormindo pelas volantes, beneficiadas pelo coiteiro traidor. Mal deu tempo de pegar na arma e lutar. Segundo relatos da época, tiros foram dados, mas fizeram questão de manter Maria Bonita viva, para que fizessem deus sabe o que com ela. Alguns dizem que foram degolados ainda vivos. As cabeças, exibidas como troféus, em pleno anos 30. 
O acréscimo do Banditismo ainda sobreviveu enquanto a cólera da vingança de Curisco, o Diabo Loiro, além de outra guerreira, Dadá, rondavam o Nordeste. O fenômeno do cangaço é algo fascinante, único e genuinamente brasileiro. Mostra uma história sem critério de valor, com o bem e o mal num eterno romance astral, parafraseando Raul. Lampião não foi santo. Foi herói, foi bandido. Teve sua patente de capitão patenteada pelo governo Vargas, que deu tal honraria para que Virgulino caçasse a Coluna Prestes pelo Nordeste. Por um tempo, Lampião andou na lei, sob o olhar de Padre Cícero. Porém, ou se morre herói, ou se vive o suficiente para se tornar vilão. Padim, quando Lampião não era mais necessário, deu de ombros e dobrou o ódio de Ferreira, coitado, que acreditou poder andar na lei. Lampião introduziu as mulheres no cangaço. Costurava roupas para seus companheiros. Amava, odiava. Foi político, benevolente e tirano. Tenho um Lampião tatuado. Não que ele seja o herói da minha vida, mas que melhor decifra o sangue nordestino. Um sangue sem critério de valor. Que é bom e mal, que sobrevive de todos os males com fé e esperança, castigado por todos, mas fortes como touros. 
Um dia, quem sabe, este fato histórico possa ser contado nos livros de história. Até o historiador Eric Hobsbawm dedicou um momento de sua vida para falar do cangaço. Ta lá, no livro Bandidos. Para ele, o fenômeno do cangaço era “uma reação dos excluídos”. O Banditismo social. Para Eric, os cangaceiros eram “Meio nobre, meio monstro”. Pensando profundamente, todos nós somos assim. Não? @ Angico, Sergipe, Brazil."
Fotos Florisvaldo Mattos


sábado, 28 de julho de 2018

LULA LIVRE -- Bordões ... Capturas do Face Luciana Hidalgo


https://bit.ly/2LtKNru


https://bit.ly/2LUtegx



Abrindo com motes da arte poética  para conectar o texto de Luciana Hidalgo:


O amor é um dos poemas de Vladimir Maiakovski. Foi adaptado e musicado por Caetano Veloso:


Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zôo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então,
de todo amor não terminado
seremos pagos
em inumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo quotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:
– Camaradas!

Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casas.
Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo,
a mãe,
pelo menos a Terra.
Vladimir Maiakovski (1893-1930)

ou

Marcha de Quarta-Feira de Cinzas
Vinicius de Moraes

......

Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando
Cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida
Feliz a cantar

Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
.....


A mais alta performance da arte é quando ela se enquadra com os anseios, desejos do povo e assim enxerga a vida e a luta. Poetas assim o  fizeram :Maiakovski, ou Thiago de Melo, Joao Cabral, Daniel Lima , Vinicius, a exemplo aqui, Ademir Assunção etc. Aqui neste projeto e com participação dos artistas, ídolos do povo, a grande maioria, a arte levanta seu motor e arregaça o céu da praça , denuncia, aponta fogo e energiza. Precisamos de mais, por todas cidades e seus artistas locais,"mas que nunca é preciso cantar." Por todas as vilas, vilarejos, grandes pequenas cidades do Norte ao sul, leste oeste. É NECESSÁRIO DESCONCENTRAR....AVANTE BRASILEIROS. Luciana Hidalgo agora, aqui, abaixo.Paulo Vasconcelos


Luciana Hidalgo Facebok

“Lula Livre” é um bordão que ecoa diariamente nos mais variados rincões da resistência no Brasil. Agora alguns desses ecos se unem num livro. Os escritores Ademir Assunção e Marcelino Freire convidaram grandes nomes da arte brasileira para criarem contos, poemas, cartuns, tudo pela libertação de Lula, o preso político. Em “Lula livre Lula livro” há textos de Augusto de Campos, Chico Buarque, Raduan Nassar, Chico Cesar, Aldir Blanc, Chacal, Frei Betto etc. Dos amigos escritores aqui no Facebook tem Noemi Jaffe, Marcia Denser, Edimilson De Almeida PereiraSebastião NunesRaimundo CarreroSidney RochaTarso de MeloAdriane Garcia e muita gente incrível (minha "Carta ao Lula" também está entre os textos publicados). O livro será lançado no sábado na Casa Paratodxs, na Flip, em Parati, e no Festival Lula Livre, nos Arcos da Lapa, no Rio. Em breve vão disponibilizá-lo em e-book. Por enquanto, deixo aqui o belo poema que abre o livro, de Ademir Assunção, que diz muito sobre o Brasil pós-golpe, esse purgatório dos cínicos:




CHACAIS E HIENAS
Ademir Assunção
a história sempre termina assim
os chacais – e também as hienas
saltam sobre o leão ferido
os chacais – e também as hienas
saltam sobre o leão ferido
para devorar sua carne – até o osso
os chacais – e também as hienas
saciam a fome atávica de séculos
e mostram os dentes pontiagudos
mostram os dentes pontiagudos
fiapos de carne entre os caninos
e riem seu riso de escárnio e ganância
e o riso de escárnio e ganância
é ouvido em toda a pradaria
toda a savana toda a cidade
as ovelhas balem nos currais os lobos
uivam nos cerrados as águias
apuram a visão no alto das árvores
o cheiro de carniça persiste por dias
vermes fermentam os restos de carne
e o couro do leão ferido se degrada
o vento crepita nos galhos secos
um silêncio – que não é paz nem trégua
se espalha pela pradaria savana cidade
a chuva não vem o sol é inclemente
a fome o escárnio a ganância persistem
e a história recomeça de novo e de novo.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Empresariamento da Vida:A Função do Discurso Gerencialista nos Processos de Subjetivação Inerentes à Governamentalidade Neoliberal

Datas de Lançamento: 
23/08/2018 - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP). Convidado para apresentação e discussão Dr. Tony Hara. Horário: das 16 hs às 19hs. Entrada franca.

01/09/2018 - Livraria Tapera Taperá - Galeria Metrópole. Av São Luis 187, Praça da República, Centro. São Paulo – SP. Convidados para discussão: Profª Dra. Margareth Rago (IFCH/UNICAMP) e Prof. Dr. Edson Passetti (PUC/SP). Horário: das 17 hs às 20 hs. Entrada franca.

03/10/2018 - Auditório do Instituto Sedes Sapientiae - Rua Mistro Godoy, 1484, Perdizes. São Paulo-SP.
Breve novos locais de lançamento em São Paulo e em alguns estados do Brasil.



O livro Empresariamento da vida: a função do discurso gerencialista nos processos de subjetivação inerentes à governamentalidade neoliberal (Appris, 2018) busca realizar uma arqueologia do discurso gerencialista e uma cartografia dos dispositivos de poder que sustentaram sua implicação no campo social. O autor, já na epígrafe, deixa claro o que sente e compreende como sendo o processo da escritura movida no sentido de uma máquina de guerra, citando Deleuze e Guattarri no livro Kafka: por uma literatura menor, diz ele:
Escrever como um cão que faz um buraco, um rato que faz a toca. E, por isso, encontrar o seu próprio ponto de subdesenvolvimento, o seu patoá, o seu próprio terceiro mundo, o seu próprio deserto [...] e com isso (grifo nosso) agarrar o mundo para o fazer fugir, em vez de fugir dele, ou de o acarinhar.  


A busca, neste livro, do como é forjado o sujeito dentro do campo social, transversa vários campos, entre eles e, talvez, o mais apreciado neste livro, que Ambrózio nos entrega como refinamento de sua tese de doutoramento em Psicologia Clínica na PUC/SP sob orientação do Prof. Dr. Luiz Benedicto Lacerda Orlandi, trata-se dos restos que as inscrições das modalidades de governo, em uma certa época, deixam em cada um de nós como resquícios das modalidades de resistência no sentido da sobrevivência em um mundo cada vez mais engolfado nas tramas do funcionamento do Capital. Ambrózio é Psicanalista e com atuação no passado na área da Administração, com esta formação multidisciplinar, recolhe seu campo empírico transvasando-o, assim, no campo teórico, com isso, constroe uma obra de valor para um mundo acobertado pelo rentismo político do capital, na égide do Neoliberalismo dos últimos dois séculos e, em especial,  na contemporaneidade deste nosso século XXI.
Para tanto, seus recursos são amplos, do ponto de vista teórico, se alicerça em Foucault, Deleuze, Hardt & Negri, Freud e, bem timidamente, Lacan. Deste modo, ele tece uma malha extensa de argumentações que nos dão pistas para compreender o processo de subjetivação no qual se encontra imerso o sujeito contemporâneo, preso a esta malha que por vezes o sufoca, desampara, ou o torna, como diria Peter Pál Pelbart, quanto às tentativas de construção da subjetividade: um equilibrista!
A professora e historiadora Margareth Rago, ao apresentar a obra, nos fala de modo certeiro um dos focos do livro de modo claro e contundente ao afirmar:
"A leitura deste livro nos informa, com muita acuidade, sobre os processos assujeitadores que vivemos a cada dia, muitas vezes, de maneira imperceptível ou até mesmo valorizada, já que somos bombardeados, de ponta a ponta, por uma gama de informações ambivalentes que, no entanto, afinam no mesmo diapasão da sujeição e da obediência, produzindo o que o autor denuncia como “jaula subjetiva”. Seremos capazes de resistir?"

Ambrózio, com uma tessitura lexical clara, nos alumia, no seu trajeto textual, que embora com as devidas amarras do campo teórico, vislumbra uma clareira quanto ao assujeitamento do homem. Dada a sua clareza, utiliza-se também da poética de um Manoel de Barros, (um filósofo poeta) redimensionando, ainda, um campo de possiblidades de luta a este homem preso, atado e enjaulado.

Em suas palavras finais nos diz:
"É importante, no entanto, destacar a aposta no posicionamento de pensar que foi no sentido de responder a uma dinâmica primeira de liberdade e luta destes fluxos que se ergueram tanto os Estados em suas intervenções neoliberais organizados por meio de uma arquitetura imperial quanto se diluiu no corpo social uma lógica de competição acirrada orquestrada pelo discurso gerencialista num processo de empresariamento da vida que captura os fluxos no sentido de enjaulá-los na forma de acumulação do capital humano"

Recomendo a obra aos leitores, já afiados ou não, dentro das diversidades dos campos epistêmicos pelos quais o autor transversa, com destaque para a Filosofia, a Psicanálise e, quem sabe, a Administração. Quem dera um sopro de ar fresco poderia adentrar este ambiente mofado que a competição acirrada, mote da governamentalidade neoliberal, deixa com ares de pulsão de morte. Parafraseando o Freud na introdução da Interpretação dos Sonhos: Acheronta Movebo!

Paulo Vasconcelos.


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terça-feira, 24 de julho de 2018

A BOCA DA RUA ;OS GRITOS DA DESIGULDADE E HIPOCRISIA -SÃO PAULO RICA E MISERÁVEL



@jesuscarlosfotografias



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A BOCA DA RUA: GRITOS DA DESIGULDADE E HIPOCRISIA
SÃO PAULO RICA E MISERÁVEL

Não tenho mais dúvidas, a cidade de São Paulo é a cidade do contraditório, do conservadorismo e da miséria escondida nos setores de serviços, bancos, lojas, shoppings que pagam salários mínimos aos seus empregados e, por vezes, têm até câmera em lanchonetes, na caixa/digital para ver se há roubo de funcionários.
É a maior capital das Américas com doença Mental, claro, da solidão, da escravidão branca da invisibilidade das pessoas, todos se veem e ninguém se conhece; é rara a solidariedade. Ela, a Avenida Paulista, é o império dos conluios da Casa Grande, dos Patos e dos miseráveis expostos ou escondidos em uniformes de lojas de Shoppings e galerias. As quatro da manhã, os escravos começam a chegar das periferias, de outras cidades do eixo metropolitano, para o trabalho assalariado ESCRAVO das Casas Grandes da Avenida.

Costumo sair pela rua — moro na Paulista, mas ando por todos os lados até o centro, passeando ou para cumprir compromissos, mas de ouvido atento sempre, quando algo ou pouco ouço de interessante ou inusitado: paro e escuto. Na paulista, o tráfego é grande de pessoas e ao fim da tarde os coxas, vendedores simples, fecham o dia tomando sua cerveja e aí saem as loucuras ou grandes acertos. De madrugada, ouço do meu quarto os gritos dos bêbados cheirados, e que vem à Paulista como para reverenciar um templo do Além, dos aléns. Vejam algumas passagens:


A boliviana
 que vende colares — “Non sei porque estoy a casa el diablo mora aqui e es Temer e los juizes, son todos iguales con nosostros el el mundo en especial en America Latina, son todos a servicio de los Americanos, querem destruir nuestras terras roba-las como haciam los Spanholes e a ca los portugueses..HOY me arreipendo de ter salido de Bolívia, pois me gusta a Evo,ele tien nuestra cara de Indios, personas de la tierra.Hoy quiero volver, non es possible mas a vivir en Brasil és insuportabile.

O rapaz da pamonha — "Isso aqui virou pior que puteiro, é puteiro fechado por conta da gonorreia de Temer e dos juízes e políticos, tá saindo pus ela frente por trás, e nós lambendo estas batedeiras de calçada. Dá vontade e de enfiar esses sabugos de mi no deles, eles pensam que nós num pensa, e tem mai, isso aqui só tem jeito com bala, com sangue."

A mulher que serve café de manhã na Paulista com Carlos Sampaio —"Meu sinhô isso num vai ter jeito, só se Cristo viesse aqui, como num tem Cristo nem diabo só se vier um terremoto em Brasia. Tem muito tempo que esta assim, agora viram que não é só políticos é JUIZ, mulé de juiz, filho, filha, puta, tudo; sempre desconfiei de JUIZ, se acha o dono da razão e caga igual a todos, quando não vivem com diarreia. TRABALHEI NA CASA DE um Juiz aqui em São Paulo, eles só têm merda na cabeça, não quero dizer que não se salva alguns, mas aquele para quem trabalhei e os amigos dele eram umas bostas. Comentavam os causos que julgavam e davam risadas, comiam do bom e do melhor e regulava a água do banho e o que os empregados bebiam. Um filho meu queria fazer direito, depois publicidade, eu disse se fizer um desses eu num pago, nem mora comigo. Juiz, ladrão publicitário que mente descaradamente e rouba os outros com o apoio da desgramada da REDE GLOBO, nem pensar. Basta a mentira da Bíblia que já matou muita, muita gente com suas mentiras deslavadas, na minha casa não tem televisão,  dei, quando quero ver uma novela, aí vejo pelo meu celular, mas é outra podridão. É tudo igual, deixa a gente gago, e viramos gado que vai pro matadouro."

O gari da noite que passa na Maria Figueiredo/Paulista e sempre desço de madrugada para trocar ideias rápidas, penúltima quinta me disse — "Isso com que trabalho é mais limpo que Brasília, agora nós somos uma classe desunida porque se quiséssemos pararíamos o Brasil, porque isto virou uma merda, um puteiro, mas o povo tem culpa pois votou nessa merda. O povo se impressiona com a cara, não pergunta nem discute política. Fazem política com os vizinhos, mas não entendem que tão fazendo também política. Ah! e tem os pastores, esses são o capeta, deixei a casa da minha mãe, pois unhava bolsa família e ainda dava a esses putos. Agora sabe o que é isso, falta de gente cabeça nas periferias, nas favelas pra ajudar, pra esclarecer, porque se falo eles não acreditam pois sou Gari. A igreja Católica fazia isso melhor, mas abandonou, mas ainda creio que vamos sair disso, vai durar muito tempo ainda, agora com o safado do MORO e estas mulheres de Brasília o povo sabe que juiz é safado, agora pelo menos ficou CLARO."

A mulher que vende ervas na Praça da Sé me diz — “Eu acho graça esse povo que frequenta esta bosta da catedral, são uns putos, entram pra rezar e ao sair dão porrada em criança e gritam com nós, eles pensam que a cidade é deles. A cidade é todos, eu so filha de Índia e Índio, or isso, vendo mato, ervas, sabemos, conhecemos, pois a terra era nossa, esses portugueses, italianos daqui são uma merda, eles acham que aqui é a terra deles, terra deles é a puta que pariu. Agora quando tem dor nas costas, no cu, vem aqui pedir ajuda, mas com cara de doutor, se achando demais. Uma veio me perguntar sobre uma erva e ficou perguntando, perguntando, perguntando tanto e duvidando, não aguentei pedi par ela ir embora e que não falaria nem venderia mais a ela, ela ficou me xingando, aí perdi a cabeça mandei tomar cu e que saísse, mandou eu me lascar e tomar no cu e ainda chamou a polícia, falou que era parente de Bolsonaro. Eu disse a senhora e ele vão tomar no cu, ela disse mais eu sou mulher de militar, eu disse então vá se danar, come ele e sua família. Fui presa!