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sábado, 18 de novembro de 2017

Poesia...e goles decadentes ..Camilo Soares, recifense

Camilo Soares


Camilo Soares, recifense, jornalista, professor Universitário da UFPE, mora em Paris,  onde  faz doutoramento Paris 1 Panthéon-Sorbonne, é fotógrafo, um poeta ainda a se descobrir. Seu livro: Poesia, Mesa de Bar e goles decadentes, Nektar,Ufpe, 2103, reúne poetas da velha cidade do recife, dando vez a chamada poesia marginal.  
Camilo conheceu-os, por suas caminhadas em espaços becos, vielas mercados onde os mesmo se reúnem entre um gole ou outro, conversas jogadas ao leo. São eles os poetas: Miró da MuribecaZizo e Erikson Luna. Todos com obras publicadas, por edicões próprias ou editoras ou mesmo em fanzines.. 

Camilo  tem um faro social para Língua e Literatura, e ,claro, inebriado pelo  cenário do espaço em que os poetas se encontram, ele trabalha com cinema. Afora isto  sua imersão  nos movimentos literários como :Interário Zero(com André Telles) e  no grupo Terrorismo poético Recefalia. 

Diz Camilo : Recife é vária em poetas, mas foi necessário escolher. Miró me chamou aos olhos pela  crítica urbana ácida,  Zizo, me saltava pelo  grafismo poético, sua habilidade no desenho e na junção com as palabvras. Erickson Luna busca uma poesía, trabalhada e que apresenta um contradito face o modo de  vida ,mas a poesía asume sua forma inteiriça, grave, contudente.” 
Fazendo um breve recorte desses poetas: 

Miró- João Flávio Cordeiro :Sua obra foi objeto de estudo do mestrado em letras pela UFPE e foco de documentarios premiados como: Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico, de W.Freire. Afirma ele: Estou agora escrevendo sobre a solidão, sobre as menininhas novinhas que são da bundinha dura e cérebro mole... ..Eu não tenho trabalhoentão  faço escreverEscrevo minha paranoia. Vivo de pensar. ..Mais nada. O resto me desconfortaNão acredito em mais nada.” http://bit.ly/1oBHBHy 
Sua poesía..Vício/sonhos de guerra/ontem fui bem louco/hoje fujo da chuva/abri meus olhos mo espaçocinzento/metais.. apud Soares,2013 

 Zizo  -José Maria de Lima Filho- foi inspiracão de Cláudio Assis, cineasta pernambucano  em Febre do Rato, cujo protagonista tem seu nome.Fez o  o fanzine Caos,conhece do negócio e transitou pela música, videoclipe pela MTV.Faz críticas ao livro que saiu de evidencia, segundo ele, indo para outras linguagens, como as imagéticas.Cultoentende e discute litertura, transita entre clássicos e contemporáneos  
seu poema :..confino-me em meu deserto:/um quarto farto do monge alerto/quando o  paraíso é comigo..apud Soares,2013 

Erikson Luna, ja falecido em 2007, foi figura do bairro da Boa Vista e de seu mercado –em Recife, culto mestre na poesía e na literatura, este conheci e tomei alguns goles. Em"3 X Não", um de poemas, publicado no seu único livro, "Do moço e do bêbado", diz: "Não creia em mimNão  futuro. Não me deixo pra depois". http://bit.ly/1kcDQFB 
E vomita o grande poeta:”é que  mim/deu de ser/doido dado/a viver/rir ao vento/alhear/Deu de em mim/de me dar/deu de vir/ e pasar/doido enfim/ tal qual tal.. apud Soares,20 

sábado, 11 de novembro de 2017

MONIZ BANDEIRA : O BRASIL PERDE UM GRANDE INTELECTUAL captura do Face


Conheci a distância , por telefone, Moniz Bandeira, via Florisvaldo Mattos, seu conterrâneo e amigo; hoje tomo conhecimento do seu  falecimento aos 81 anos, ontem  10/11 em  Heidelberg, Alemanha, onde residia. Seguem abaixo texto da  captura de Florisvaldo-Facebook e matéria publicada pela Revista Brasileiros em 2015, assinada por  mim, em que destacava sua poesia além de sua obra de historiador e cientista político, lançando vistas a opressão  dos EUA sobre a A. Latina; lamento o desaparecimento de pessoas de peso e que cria um buraco negro neste país já em  desabamento sórdido.Paulo Vasconcelos





Florisvaldo Mattos

FOI-SE UM BRILHANTE ESCRITOR
Conheci Moniz Bandeira no Colégio da Bahia, onde fomos contemporâneos no curso secundário, ele estudando pela manhã e eu à tarde. Além de militante político desde a adolescência, depois combatente contra a ditadura civil-militar, membro do PDT, amigo de Brizola e de Jango, a cujos governos serviu, no Rio e em Brasília; cientista político de projeção internacional, Moniz Bandeira era também poeta, o que nos aproximou, até que se transferisse para o Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, como professor de universidades e em atividades político-administrativas, mudando-se depois para a Alemanha, país em que passou a residir desde os anos 1990, exercendo a função de Adido Cultural no Consulado Geral de Frankfurt. Possui extensa bibliografia de ciência política. Escreveu também livros de poesia, sendo o primeiro "Verticais", publicado quando ainda residia no Rio de Janeiro, nos anos 1950. Por último, mais recentemente, já na Alemanha, publicou "Poemas para Margot", cuja orelha tive a honra de assinar, em atenção à amizade, à sinceridade, à admiração e à cordialidade sempre presentes entre nós, apesar da distância. Que descanse em paz, com o brilho de seu espírito, como gente e escritor.
Abaixo link copiado do blog de Dimitri Ganzelevitch.

DA GEOPOLITICA À POESIA






Luiz Alberto de Moniz Bandeira , Salvador, Bahia, 30/12/1935, é bacharel em Direito, doutor em Ciências Políticas pela USP, professor universitário e conferencista. Entre mais de 20 obras, destacamos: Presença dos Estados Unidos no Brasil — Dois Séculos de História, O Governo J. Goulart — As Lutas Sociais no Brasil (1962-1964) e os livros de poesia: Verticais (1956), Retrato e tempo (1960) e Poética (2007), este último editado pela Record e Fundação Pedro Calmon (BA).

Moniz,  de familia política , do Direito e do jornalismo. mora na Alemanha, Heidelberg, com sua mulher e filho. Indicado pela UBE ao Nobel 2015  (literatura), tem como um dos eixos de sua obra as relações internacionais – Brasil/ EUA /A. Latina.
Brasileiros falou com ele:

“…minha obra poética é pequena. Comecei a escrever versos (e prosa) aos 14/15 anos. Convivi com todos os poetas, inclusive o grande simbolista Arthur de Salles, José Luiz de Carvalho Filho, Elpídio Bastos e outros e me transferi ao Rio de Janeiro com 18/19 anos. Mantive relações de amizade com A. Frederico Schmidt, M. Bandeira, que apresentou meus livros na ABL, Carlos Drummond de Andrade e outros.
Comecei a publicar no A Tarde e no Diário da Bahia, com 16 anos. Niomar Moniz Sodré, prima, viu meus poemas, pediu-me para publicar no Correio da Manhã-RJ, aos 17 anos. A. F. Schmidt indicou-me para o Serviço de Documentação do Ministério da Educação. Verticais, em 1956, foi publicado aos 20 anos. A Editora Progresso, da Bahia, publicou Retrato e Tempo, em 1960. Em 1961, publiquei Ode a Cuba , Ed. Germinal, traduzida para o espanhol por F. P. Rodrigues, Revista Bohemia, de Havana,. Traduzi Caim, de Lord Byron, e Poemas do Cárcere, de Ho Chi Minh.”

Florisvaldo Mattos, amigo, poeta, formado em Direito pela UFBA, autor da orelha de Poética, diz: “ ...Eu e Moniz fomos contemporâneos - 1952; um jovem poeta, escrevia e declamava, a compor o perfil de ativo militante de contendas. Vem da aristocracia portuguesa e baiana, na qual despontava inclusive os Garcia D´Ávila, da Casa da Torre. Talvez aí esteja a sua vocação pela ciência política..”
Em prefácio à Poética, diz M.L.G. Lima:
Não, não há distinção entre o Moniz lírico daquele que faz de modo tão original, quanto preciso, os heróis da restauração pernambucana com os guerrilheiros do Vietnã. As lutas do passado e do presente se encontram.
O Poeta hoje
O poeta hoje não cantará heróis nem símbolos/À dor dos séculos os mortos despertaram/  Incendeiam-se mares, florestas e montanhas,
e marcha pela madrugada o exército dos sem rostos. O poeta hoje não cantará heróis nem símbolos.
Traz no peito a angústia das máquinas./ Travam-lhe a garganta baionetas sem lua.

Rompe nas suas mãos um sol feito de sangue /e os cavalos da fome puxam o carro da aurora/O poeta hoje não cantará nem símbolos.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

VIOLÊNCIA...BAMBANS ,REVANCHISMO- M. VERUNSCHK.CAPTURA DO FACE

Onça Verunschk 06/11/2017


A admiração minha é impar, única por uma mulher que não titubeia na injustiça, na causa humana e tendo como ofício a letra, a palavra, o pensar, sobretudo e divulga-lo ,eis ela :a onça..paulo vasconcelos
4 h



uma articulação de mulheres escritoras que dividem entre si as violências que sofrem (ando chamando de violência editorial) por parte de escritores, editores, companheiros ou não, está em curso e em diálogo. tenho apoiado essas mulheres, escutado suas vivências, discutido questões que para mim são políticas e que, penso, não devem ficar à sombra do patriarcalismo protetor que tudo desculpa a esses homens. penso que não se trata de vingança, ou revanchismo, mas uma necessidade de jogar luz nas situações que privilegiam o surgimento (e acobertamento) dessas violências. desde que anunciei meu apoio a essa rede subterrânea quatro bambambans da literatura me excluiram aqui no fb (todos eles envolvidos em violências reais e simbólicas). não tenho dúvidas que sanções poderão vir, e não as temo. que sanções? ora, desde a exclusão em programações e curadorias, a boicotes em premiações, publicações, processos de invisibilização mais contundentes. coisa com a qual a maioria das mulheres escritoras, especialmente aquelas cujos trabalhos ainda não são muito conhecidos, sofrem diariamente. violência editorial, reafirmo. coisa com a qual mulheres escritoras têm que lidar, além da escuta de vários poréns: "ah, mas aquela ali é louca", ou "ela quer aparecer às custas dele" ou "mas ele é tão talentoso". porque tudo serve para silenciar uma mulher, não é?

quanto aos bambambans que me excluíram, é sintomático, não? mas podem me perguntar: por que você não os excluiu antes? ora, porque ainda acredito na educação, porque não é possível (é possível, eu sei) que tanto discurso de esquerda, de direitos das minorias, de defesa de causas sociais morra na praia do machismo pura e simplesmente. estamos aqui, sabemos o que está sendo feito e estamos criando estruturas de proteção e afeto. acreditamos que é possível desconstruir as práticas patriarcais de violência contra a mulher, entre elas a violência editorial. acreditamos que é possível derrubar as desconfianças que são plantadas entre as mulheres pelos "amigos". sabemos que ninguém é santo, mas todo mundo escolhe um lado. e vamos em frente.
um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar, diz a música. a tentativa de voltar mil passos atrás não levará ninguém aos velhos locais de conforto.
imagem | Zoe Buckman
http://bit.ly/2AeFh1R

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

As rosas nao falam - Elton Luiz L. de Souza - capturas breves do Facebook



Nada como ser guiado pelo pensar com o  criar via as réstias da Filosofia e da poesia, aí está o parceiro, amigo e filósofo Elton Luiz L. de Souza falando via Face que aqui  copio:


Segundo Heidegger, o mundo atual confunde o “diminuir a distância” com o “criar proximidade”. A técnica diminui as distâncias, sem dúvida. Contudo, uma coisa é diminuir as distâncias entre seres no espaço, outra bem diferente é criar proximidade com o sentido. O telescópio diminuiu a distância entre a lua e meus olhos. Mas quando leio um poema sobre a lua, de que lua se trata? O poema não põe a lua mais perto espacialmente de mim, porém ele pode pô-la a tal ponto próxima de mim que a descubro dentro de mim, como o "devir-lunar" que sou.

Os cientistas olham as células com potentes microscópios e imaginam que isso os faz estarem próximos do que é a vida, o sentido da vida, porém eles olham a vida de fora. Quando Cartola nos diz que “as rosas não falam”, que rosas são essas? O que essas rosas têm que não têm as rosas que pomos em jarros? Um dia estas últimas murcham, porém nunca murcham as rosas das quais a canção de Cartola é uma aproximação, um chegar perto, sobretudo de nós mesmos: basta a gente cantar que elas desabrocham voz, sempre novas.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O fim do mundo.. capturas do Face

Acho que chegamos ao tempo em que se dizia, quando eu era pequena, que um dia o mundo ia se acabar.
De que serviu virarmos hippies, nos anos 70, pregando a paz, tendo de aturar até a morte de John Lennon, pelos que pregavam o ódio, que hoje em dia se espalhou pelo mundo por motivos que não dá pra entender, fazendo uma pessoa entrar num bar, num banco, na praia, num restaurante, nas favelas e matar todo mundo que lá estiver, inclusive a si próprio, o que demonstra não ser um motivo de vingança, como até pouco tempo atras, quando o assassino pobre queria se vingar dos ricos que se divertiam nesses lugares, roubando o seu dinheiro e tirando as suas vidas.
Hoje em dia o ódio generalizou-se, fazendo com que ricos, pobres e até milionários se matem junto com o povo reunido em algum lugar agradável, bebendo, dançando ou batendo um papo inocente.
Toda vez que ligo a televisão há um tiroteio numa das favelas do país, incêndio premeditado num colégio em Minas Gerais, feito por um ex-empregado do próprio colégio que se matou também, assassinato e suicídio cometido por um rapaz de 14 anos contra um colega de classe que cometia bouling contra ele, assassinatos de turistas na favela, assalto a bar em Paris , assalto a bar em Las Vegas, briga entre a Catalúnia e o resto da Espanha, todos junto com os suicídios dos assassinos, estupros em mulheres e crianças, pais que matam filhos, mulheres que assassinam maridos, maridos que assassinam mulheres, assassinatos de policiais, assassinatos de turistas nas favelas, artefatos nucleares mandados pela Coréia do Norte ameaçando o resto do mundo, guerra no Estado Islâmico, guerra na Síria, Iraque,Venezuela, fazendo a natureza participar desse ódio generalizado, produzindo vendavais, tornados, furacões, acabando com a praia da Macumba, me deixando apavorada como todos, e, particularmente, quando assisti pela TV a um palco que desabou enquanto estava sendo construído para um show da Ivete Sangalo, o que me fez achar que esse desabamento fosse pra matar a famosa cantora, o que, felizmente não aconteceu.
O que fazer contra isso tudo, principalmente no Brasil onde não há nem sequer a cópia de um governo que possa nos proteger?

Muita gente já está se mudando pra Portugal, onde logo houve um acordo outra vez com a natureza que se juntou com a Espanha provocando um incêndio.
Qual seria a solução?
Passeatas contra vendavais, terremotos, furacões, incêndios, assassinatos, se deixar levar de uma vez junto com o fim do mundo ou resistir e esperar os novos tempos que, certamente, um dia, virão junto com a luz?
Crônica de Maria Lucia Dahl.
Maria Lúcia Dahl é uma atriz, roteirista, escritora e colunista brasileira. Foi casada com o cineasta Gustavo Dahl que conheceu em Roma, na Itália, e de quem herdou o sobrenome Dahl.