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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O discurso de Dilma no IV Congresso do PT.

Queridas companheiras, queridos companheiros,

Para quem teve a vida sempre marcada pelo sonho e pela esperança de mudar o Brasil, este é para mim um dia extraordinário.

Meu partido – o Partido dos Trabalhadores – me confere a honrosa tarefa de dar continuidade à magnífica obra de um grande brasileiro. A obra de um líder - meu líder - de quem muito eu tenho orgulho: o presidente Lula, o Lula. Jamais pensei que a vida me reservasse tamanho desafio. Mas me sinto absolutamente preparada para enfrentá-lo - com humildade, com serenidade e com confiança.

Neste momento, ouço a voz da minha Minas Gerais, terra de minha infância e de minha juventude. Dessa Minas que me deu o sentimento de que vale a pena lutar, sim, pela liberdade e contra a injustiça. Ouço os versos de Drummond:

“Teus ombros suportam o mundo/
E ele não pesa mais do que a mão de uma criança”
Até hoje eu sinto o peso suave da mão de minha filha, quando nasceu. Que força naquele momento ela me deu. Quanta vida ela me transmitiu. Quanta fé na humanidade me passou. Eram, naquela época, tempos difíceis.

Ferida no corpo e na alma, fui acolhida e adotada pelos gaúchos – pelos gaúchos generosos, solidários, insubmissos, como são os gaúchos. Naqueles anos de chumbo, onde a tirania parecia eterna, encontrei nos versos de outro poeta - Mário Quintana - a força necessária para seguir em frente. Mário Quintana disse:



“Todos estes que aí estão/

Atravancando o meu caminho,/

Eles passarão.

Eu passarinho.”



Eles passaram e nós hoje voamos livremente.Voamos porque nascemos para ser livres.

Sem ódio, sem revanchismo e com serena convicção afirmo que nunca mais viveremos numa gaiola, numa jaula ou numa prisão.


Hoje estamos construindo um novo país na democracia. Um país que se reencontrou consigo mesmo. Onde todos, todos, mas todos mesmo, expressam livremente suas opiniões e suas idéias.

Mas um país que não tolera mais a injustiça social. Que descobriu que só será grande e forte se for de todos.



Vejo nesta manhã – já quase tarde - nos jovens que nos acompanham e nos mais velhos que aqui estão - um extraordinário encontro de gerações. De gerações que, como a minha, levaram nosso compromisso do país e com o país às últimas conseqüências.



Amadureci. Amadurecemos nós todos. Amadureci na vida. No estudo. No trabalho duro. Nas responsabilidades de governo no Rio Grande do Sul e, sobretudo, aqui no governo do Brasil. Mas esse amadurecimento não se confunde com perda de convicções.


Não perdemos a indignação frente à desigualdade social, à privação de liberdade, às tentativas de submeter nosso país. Não sucumbimos aos modismos ideológicos. Persistimos em nossas convicções, buscando, a partir delas, construir alternativas concretas e realistas. Continuamos movidos a sonhos. Acreditando na força do povo brasileiro, em sua capacidade de construir um mundo melhor.


A história recente mostrou que estávamos certos. Tivemos um grande mestre – o Presidente Lula nos ensinou o caminho.


Em um país, com a complexidade e as desigualdades do Brasil, ele foi capaz de nos conduzir pelo caminho de profundas transformações sociais em um clima de paz, de respeito e fortalecimento da democracia.

Não admitimos, portanto, que alguém queira nos dar lições de liberdade. Menos ainda aqueles que não tiveram e não têm compromisso com ela.



Companheiras, Companheiros, recebo com humildade a missão que vocês estão me conferindo. Com humildade, mas com coragem e determinação. Coragem e determinação que vêm do apoio que recebo de meu partido e de seu primeiro militante mais ilustre – o Presidente Lula.


Do apoio que espero ter dos partidos aliados que, com lealdade e competência, também são responsáveis pelos êxitos do nosso Governo. Com eles quero continuar nossa caminhada. Participo de um governo de coalizão. Quero formar um Governo de coalizão.

Estou consciente da extraordinária força que conduziu Lula à Presidência e que deu a nosso Governo o maior respaldo da história de nosso país – a força do povo brasileiro. Esta é a força que nos conduziu até aqui e que nos mantém.

A missão que me confiam não é só de um partido ou de um grupo de partidos. Recebo-a como um mandato dos trabalhadores e de seus sindicatos.


Dos movimentos sociais. Dos que labutam em nossos campos. Dos profissionais liberais. Dos intelectuais. Dos servidores públicos. Dos empresários comprometidos com o desenvolvimento econômico e social do país.




Dos negros. Dos índios.Dos jovens. De todos aqueles que sofrem ainda distintas formas de discriminação.

Enfim, das mulheres. Para muitos, elas são “metade do céu”. Mas queremos mesmo é metade da terra também. Com igualdade de direitos, salários e oportunidades.


E como disse o presidente Lula, não há limite para nós mulheres. É esse, inclusive, um dos preceitos da primeira vez nós termos uma candidata mulher.


Quero com vocês - mulheres do meu país - abrir novos espaços na vida nacional. É com este Brasil que quero caminhar. É com ele que vamos discutir e seguir, avançando com segurança, mas com a rapidez que nossa realidade social exige sistematicamente de nós.


Nessa caminhada encontraremos milhões de brasileiros que passaram a ter comida em suas mesas e hoje fazem três refeições por dia. Milhões que mostrarão suas carteiras de trabalho, pois têm agora emprego e melhor renda. Milhões de homens e mulheres com seus arados e tratores cultivando a terra que lhes pertence e de onde nunca mais serão expulsos. Milhões que nos mostrarão suas casas dignas e os refrigeradores, fogões, televisores ou computadores que puderam comprar.

Outros milhões acenderão as luzes de suas modestas casas, onde reinava a escuridão ou predominavam os candeeiros. E estes milhões de pontos luminosos pelo Brasil afora serão como uma trilha incandescente que mostra um novo caminho.


Nessa caminhada, veremos milhões de jovens mostrando seus diplomas de universidades ou de escolas técnicas com a convicção de quem abriu uma porta para o futuro, para o seu futuro.

Milhões - mas muitos milhões mesmo - expressarão seu orgulho de viver em um país livre, justo e, sobretudo, respeitado em todo o mundo.

Muitos me perguntam por que o Brasil avançou tanto nos últimos anos. Digo que foi porque soubemos construir novos caminhos, e ter a vontade política de um grande líder, como o presidente Lula com a sua vontade de fazer trilhar, derrubando velhos dogmas que funcionavam como barreiras nos caminhos do Brasil.

O primeiro caminho é o do crescimento com distribuição de renda - o verdadeiro desenvolvimento. Provamos que distribuindo renda é que se cresce. E se cresce de forma mais rápida e sustentável. Essa distribuição de renda permitiu construir um grande mercado de bens de consumo de massa, de consumo popular. Ele nos protegeu dos efeitos da crise mundial. O nosso consumo, o consumo do povo brasileiro sustentou o país diante do medo que se abateu sobre o sistema financeiro internacional e privado nacional.

Criamos 12 milhões de empregos formais. A renda dos trabalhadores aumentou. O salário mínimo real cresceu como nunca. Expandimos o crédito para o conjunto da sociedade. Estamos construindo um Brasil para todos. Não o Brasil para uma minoria, como fizemos sistematicamente desde os tempos da escravidão. O segundo caminho foi o do equilíbrio macro-econômico e da redução da vulnerabilidade externa.

Eliminamos as ameaças de volta da inflação. Reduzimos a dívida em relação ao Produto Interno Bruto. Aumentamos nossas reservas de 38 bilhões de dólares para mais de 241 bilhões. Multiplicamos por três nosso comércio exterior, praticando uma política externa soberana, que buscou diversificar mercados. Deixamos de ser devedores internacionais e passamos à condição de credores. Hoje não pedimos dinheiro emprestado ao FMI. É o Fundo que pede dinheiro a nós.

Grande ironia é essa: os mesmos 14 bilhões de dólares que foram sacados do empréstimo, que antes o FMI nos emprestava, agora somos nós que emprestamos ao FMI.



E isso faz a diferença no que se refere à nossa postura soberana.



O terceiro caminho foi o da redução das desigualdades regionais. Invertemos nos últimos anos o que parecia uma maldição insuperável. Quando o país crescia, concentrava riqueza nos estados e regiões mais prósperos. Quando estagnava, eram os estados e regiões mais pobres que pagavam a conta.

Governantes e setores das elites viam o Norte e o Nordeste como regiões irremediavelmente condenadas ao atraso.


A vastos setores da população não restavam outras alternativas que a de afundar na miséria ou migrar para o sul em busca de oportunidades. É o que explica o inchaço das nossas grandes cidades e das médias também.

Essa situação está mudando por decisão do governo do presidente Lula que focou nessas questões, num grande conjunto de sua política de desenvolvimento.



O Governo Federal começou um processo consistente de combate às desigualdades regionais. Passou a ter confiança na capacidade do povo das regiões mais pobres. O Norte e o Nordeste receberam investimentos públicos e privados. O crescimento dessas duas regiões passou a ser sensivelmente superior ao do Brasil como um todo no período da crise.






Nós vamos aprofundar esse caminho e esse compromisso de acabar com esse desequilíbrio. O Brasil não mais será visto como um trem em que uma única locomotiva puxa todos vagões, como nos tempos da “Maria Fumaça”. O Brasil de hoje é como alguns dos modernos trens de alta velocidade, onde vários vagões são como locomotivas e contribuem para que o comboio avance, se desenvolva e cresça. Nós queremos 27 locomotivas puxando o trem do Brasil.


O quarto caminho que trilhamos e continuaremos a trilhar é o da reorganização do Estado.

Alguns ideólogos chegavam a dizer que quase tudo seria resolvido pelo mercado. O resultado foi desastroso para muitos países.


Aqui, no Brasil, o desastre só não foi maior – como em outros países – porque os brasileiros resistiram a esse desmonte e conseguiram impedir a privatização parcial e integral da Petrobrás, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica ou de FURNAS.


Alguns falam todos os dias de “inchaço da máquina estatal”. Omitem, no entanto, que estamos contratando basicamente médicos e profissionais de saúde, professores e pessoal na área da educação, diplomatas, policiais federais e servidores para as áreas de segurança, controle e fiscalização. Escondem, também, que a recomposição do corpo de servidores do Estado está se fazendo por meio de concursos públicos.


Vamos continuar valorizando o servidor e o serviço público. Reconstituindo o Estado. Recompondo sua capacidade de planejar, gerir e induzir o desenvolvimento do país. É muito bom lembrar que diante da crise, quando o crédito secou, não sacrificamos os investimentos públicos e privados. Ao contrário, utilizamos nossos bancos para impulsionar o desenvolvimento e a garantia de emprego no País. Por isso, quando em muitos países, o emprego caia, em 2009, aqui, nós conseguimos criar quase um milhão de empregos.

Na verdade, quando a crise mundial apenas começava, Lula disse em seu discurso na ONU em 2008: É chegada a hora da política!


Nada mais apropriado do que essa frase. A maior prova nós demos ao mundo: o Brasil só pôde enfrentar com sucesso a crise porque tivemos políticas públicas adequadas. Soubemos articular corretamente Estado e mercado, porque colocamos o interesse público no centro de nossas preocupações.



O quinto caminho foi o de nossa presença soberana no mundo. O Brasil não mais se curva diante dos poderosos. Sem bravatas e sem submissão, o país hoje defende seus interesses e, como diz minha mãe, se dá ao respeito. É solidário com as nações pobres e em desenvolvimento. Tem uma especial relação com a América do Sul, com a América Latina e com a África. Estreita os laços Sul-Sul, sem abandonar suas relações com os países desenvolvidos. Busca mudar instituições multilaterais obsoletas, que impedem a democratização econômica e política do mundo.

Essa presença global, e o corajoso enfrentamento de nossos problemas domésticos em um marco democrático, explicam o respeito internacional que hoje gozamos.



O sexto caminho para onde convergem todos os demais foi o do aperfeiçoamento democrático.

No passado, tivemos momentos de grande crescimento econômico. Mas faltou democracia. E nós sabemos como faltou!

Em outros momentos tivemos democracia política, mas faltou democracia econômica e social. E sabemos muito bem que quando falta democracia econômica e social, é a democracia como um todo que começa a ficar ameaçada. O país fica à mercê das soluções de força ou de aventureiros. Hoje nós estamos crescendo e distribuindo renda, com equilíbrio macro-econômico, com expansão da democracia, com forte participação social na definição das políticas públicas e com respeito aos Direitos Humanos.

Quem duvidar do vigor da nossa democracia que leia, que escute ou que veja o que dizem os jornais livremente, o que dizem nos jornais livremente as vozes oposicionistas. Mas isso não nos perturba. Preferimos as vozes dessas oposições – ainda quando mentirosas, injustas e caluniosas – ao silêncio das ditaduras. Como disse o Presidente Lula, a democracia não é a consolidação do silêncio, mas a manifestação de múltiplas vozes defendendo seus direitos e interesses. Nela, vai desaparecendo o espaço para que velhos coronéis e os velhos senhores tutelem o povo. Este passa a pensar com sua cabeça e a se constituir uma nova e verdadeira opinião pública.

As instituições funcionam no país. Os poderes são independentes. A Federação é respeitada. Diferentemente de outros períodos de nossa história, o Presidente relacionou-se de forma republicana com governadores e prefeitos, não fazendo qualquer tipo de discriminação em função de suas filiações partidárias.




Não praticamos nenhum casuísmo. Basta ver a reação firme e categórica do Presidente Lula ao frustrar as tentativas de mudar a Constituição para que pudesse disputar um terceiro mandato. Não mudamos – como se fez no passado – as regras do jogo no meio da partida.



Como todos podem ver, temos um extraordinário alicerce e uma herança bendita sobre a qual construir o terceiro Governo Democrático e Popular. Temos rumo, experiência e impulso para seguir o caminho iniciado por Lula. Não haverá retrocesso, nem aventuras. Mas podemos avançar muito mais. E muito mais rapidamente.



Queridas companheiras, queridos companheiros.



Não é meu propósito apresentar aqui um Programa de Governo. Este Congresso aprovou as Diretrizes para um programa que será submetido ao debate com os partidos aliados e com a sociedade.



Hoje quero assumir alguns compromissos como pré-candidata, para estimular nossa reflexão e indicar como pretendemos continuar este processo iniciado há sete anos.



Vamos manter e aprofundar aquilo que é marca do Governo Lula – seu olhar social, seu compromisso social. Queremos um Brasil para todos. Nos aspectos econômicos e em suas projeções sociais, mas também um Brasil sem discriminações, sem constrangimentos. Ampliaremos e aperfeiçoaremos os programas sociais do Governo Lula, como o Bolsa Família, e implantaremos novos programas com o propósito de erradicar a miséria na década que se inicia.


Vamos dar prioridade à qualidade da educação, essencial para construir o grande país que almejamos, fundado no conhecimento e na justiça social. Mas a educação será, sobretudo, um meio de emancipação política e cultural do nosso povo. Uma forma de pleno acesso à cidadania. Daremos seguimento à transformação educacional em curso – da creche ao pós-graduação.

Os jovens serão os primeiros beneficiários da era de prosperidade que começamos a construir no primeiro governo do presidente Lula, que continuamos no segundo e que continuaremos. Nosso objetivo estratégico é oferecer a eles a oportunidade de começar a vida com segurança, liberdade, trabalho e realização pessoal.

No Brasil temos hoje 50 milhões de jovens, entre os 15 e os 29 anos de idade. Mais de um quarto da nossa população. É para eles que estamos construindo um Brasil melhor. Eles têm direito a um futuro melhor. O Brasil precisa muito da juventude. De profissionais qualificados. De mulheres e homens bem formados. Isto se faz com escolas que propiciem boa formação teórica e técnica, com professores contratados, concursados, bem treinados e bem remunerados. Isso não é inchaço da máquina, é imprescindível para todos. Com bolsas de estudo e apoio para que os alunos não sejam obrigados a abandonar a escola. Com banda larga gratuita para todos, computadores para os professores, salas de aula informatizadas para os estudantes. Com acesso a estágios, cursos de especialização e ajuda para entrar no mercado de trabalho. Serão esses jovens bem formados e preparados que vão nos conduzir à sociedade do conhecimento nas próximas décadas.

Protegeremos as crianças e os mais jovens da violência, do assédio das drogas, da imposição do trabalho em detrimento da formação escolar e acadêmica. As crianças e os mais jovens devem ser, sim, protegidos pelo Estado, desde a infância, para que possam se realizar, em sua plenitude, como brasileiros.



Companheiros e companheiras,






Um País se mede pelo grau de proteção que dá a suas crianças. São elas a essência do nosso futuro. E é na infância que a desigualdade social cobra seu preço mais alto. Crianças desassistidas do nascimento aos cinco anos serão jovens e adultos prejudicados nas suas aptidões e oportunidades. Cuidar delas adequadamente é combater a desigualdade social na raiz.

Vamos ampliar e disseminar por todo o Brasil a rede de creches, pré-escolas e escolas infantis. Um tipo de creche onde a criança tem acesso à socialização pedagógica, aos bens culturais e aos cuidados de nutrição e saúde indispensáveis ao seu pleno desenvolvimento. E o governo federal vem fazendo isso. E é isso é o que está previsto no PAC 2.


Vamos resolver os problemas da saúde, pois temos um incomparável modelo institucional – o SUS. Com mais recursos e melhor gestão vamos aprimorar a eficácia do sistema. Vamos reforçar as redes de atenção à saúde e unificar as ações entre os níveis de governo. Darei importância às Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs – pretendemos chegar até 2010, até o fim do governo do presidente Lula, a 500 UPAs. Daremos prioridade também ao SAMU, aos hospitais públicos e conveniados, aos programas Saúde da Família, Brasil Sorridente, que o presidente Lula tanto se empenha para implantar, e Farmácia Popular.


Vamos cuidar das cidades brasileiras. Colocar todo o empenho do Governo Federal, junto com estados e municípios, para promover uma profunda reforma urbana, que beneficie prioritariamente as camadas mais desprotegidas.


Vamos melhorar a habitação e vamos perseguir a universalização do saneamento. Implantar transporte seguro, barato e eficiente. Tudo isso está previsto no chamado PAC 2.

Vamos reforçar, também, os programas de segurança pública.



A conclusão do PAC 1 e a implementação do PAC 2, junto com a continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida serão decisivos para realizar esse compromisso. Serão decisivos para melhorar as condições de vida dos brasileiros. Naquilo que é talvez uma das maiores chagas da história do Brasil, que é o fato de uma parte da população ter sido obrigada a morar em favelas, em áreas de riscos, como beiras de córregos e, quando caem as grandes chuvas, são eles os mais afetados e os que mais sofrem conseqüências dramáticas, incluindo a morte.



Vamos fortalecer a proteção de nosso meio ambiente. Continuaremos reduzindo o desmatamento e impulsionando a matriz energética mais limpa do mundo. Vamos manter a vanguarda na produção de biocombustíveis e desenvolver nosso potencial hidrelétrico. Desenvolver sem agredir o meio ambiente, com usinas a fio d’água e utilizando o modelo de usinas-plataforma. Aprofundaremos nosso zoneamento agro-ecológico. Nossas iniciativas explicam a liderança que alcançamos na Conferência sobre a Mudança do Clima, em Copenhague. As metas voluntárias de Copenhague, assumidas pelo Brasil, serão cumpridas, haja ou não acordo internacional. Este é o nosso compromisso haja, ou não, acordo internacional. Esse é o compromisso do presidente Lula e o meu compromisso.


Vamos aprofundar os avanços já alcançados em nossa política industrial e agrícola, com ênfase na inovação, no aperfeiçoamento dos mecanismos de crédito, aumentando nossa produtividade. Agregar valor a nossas riquezas naturais é fundamental numa política de geração de empregos no País. Tudo que puder ser produzido no Brasil deve ser - e será - produzido no Brasil. Sondas, plataformas, navios e equipamentos aqui produzidos, para a exploração soberana do Pré-sal. Essa decisão vai gerar emprego e renda para os brasileiros. Emprego e renda que virão também da produção em indústrias brasileiras de fertilizantes, combustíveis e petroquímicos derivados do óleo bruto. Assim, com este modelo soberano e nacional, a exploração do Pré-sal dará diversidade e sofisticação à nossa indústria.



Os recursos do Pré-sal, aplicados no Fundo Social, sustentarão um grande avanço em nossa educação e na pesquisa científica e tecnológica. Recursos que também serão destinados para o combate à pobreza, para a defesa do meio ambiente e para a nossa cultura.

Vamos continuar mostrando ao mundo que é possível compatibilizar o desenvolvimento da agricultura familiar e do agronegócio. Assegurar crédito, assistência técnica e mercado aos pequenos produtores e, ao mesmo tempo, apoiar os grandes produtores, que contribuem decisivamente para o superávit comercial brasileiro.

Todas as nossas ações de governo têm, sem sombra de dúvida, uma premissa: a preservação da estabilidade macro-econômica.



Vamos manter o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a política de câmbio flutuante.



Vamos seguir dando transparência aos gastos públicos e aperfeiçoando seus mecanismos de controle.



Vamos combater a corrupção, utilizando todos os mecanismos institucionais, como fizemos até agora.



Vamos concretizar, junto com o Congresso, as reformas institucionais que não puderam ser completadas ou foram apenas parcialmente implantadas, como a reforma política e a tributária.






Uma coisa é estratégica. Vamos aprofundar nossa postura soberana no complexo mundo de hoje. É como diz o presidente Lula: “quem não se respeita, não pode ser respeitado”. Seremos intransigentes na defesa da paz mundial e de uma ordem econômica e política mais justa.



Enfim, vamos governar para todos. Com diálogo, tolerância e combatendo as desigualdades sociais e regionais.



Companheiras e companheiros,



Faremos na nossa campanha um debate de idéias, com civilidade e respeito à inteligência política dos brasileiros e das brasileiras. Um debate voltado para o futuro.

Nós somos aqueles que temos o que apresentar.



Recebo essa missão especialmente como um mandato das mulheres brasileiras, como mais uma etapa no avanço de nossa participação política e como mais uma vitória contra a discriminação secular que nos foi imposta. Gostaria de repetir: quero com vocês, mulheres do meu País, abrir novos espaços na vida nacional.



Queridas amigas e amigos



No limiar de uma nova etapa de minha vida, quando sou chamada a tamanha responsabilidade, penso em todos aqueles que fizeram e fazem parte de minha trajetória pessoal.


Em meus queridos pais.


Em minha filha, meu genro e em meu futuro neto ou neta.


Nos tantos amigos que fiz.


Nos companheiros com quem dividi minha vida.


Mas não posso deixar de ter uma lembrança especial para aqueles que não mais estão conosco. Para aqueles que caíram pelos nossos ideais. Eles fazem parte de minha história. Mais que isso: eles são parte da história do Brasil.


Quero recordar três companheiros que se foram na flor da idade.



Carlos Alberto Soares de Freitas. Beto, você ia adorar estar aqui conosco.



Maria Auxiliadora Lara Barcelos. Dodora, você está aqui no meu coração. Mas também aqui com cada um de nós.



Iara Yavelberg. Iara, que falta fazem guerreiras como você.



O exemplo deles me dá força para assumir esse imenso compromisso.A mesma força que vem de meus companheiros de partido, sobretudo daquele que é nosso primeiro companheiro – o presidente Lula.

Este ato de proclamação de minha candidatura tem uma significação que transcende seu aspecto eleitoral.


Estamos hoje concluindo o Quarto Congresso do Partido dos Trabalhadores. Mais do que isso: estamos celebrando os Trinta Anos do PT. Trinta anos desta nova estrela que veio ocupar lugar fundamental no céu da política brasileira.


Em um período histórico relativamente curto mudamos a cara de nosso sofrido e querido Brasil.

O PT cumpriu essa tarefa porque não se afastou de seus compromissos originais. Soube evoluir. Mudou, quando foi preciso. Mas não mudou de lado. Até chegar à Presidência do país, o PT dirigiu cidades e estados, gerando práticas inovadoras políticas, econômicas e sociais que o mundo observa, admira e muitas vezes reproduz. Fizemos isso, preservando e fortalecendo a democracia.

Mas, a principal inovação que o PT trouxe para a política brasileira foi colocar o povo – seus interesses, aspirações e esperanças – no centro de suas ações.


Olhando para este magnífico plenário o que vejo é a cara negra, branca, índia e mestiça do povo brasileiro.

Esta é a cara do meu partido.


O rosto daqueles e daquelas que acrescentam à sua jornada de trabalho, uma segunda jornada – ou terceira, no caso das mulheres: a jornada da militância.


Quero dizer a todos vocês que tenho um enorme orgulho de ser petista. De militar no mesmo partido de vocês. De compartilhar com Lula essa militância.



Companheiros e companheiras,



Estou aceitando a honrosa missão que vocês me delegam com tranqüilidade e determinação.

Sei que não estou sozinha. A tarefa de continuar mudando o Brasil é uma tarefa de milhões. Somos milhões. Vamos todos juntos, até a vitória.


Viva o povo brasileiro!

Serra e o fim da era paulista na política.

Por: Luis Nassif.

Por que José Serra vacila tanto em anunciar-se candidato?

Para quem acompanha a política paulista com olhos de observador e tem contatos com aliados atuais e ex-aliados de Serra, a razão é simples.

Seu cálculo político era o seguinte: se perde as eleições para presidente, acaba sua carreira política; se se lança candidato a governador, mas o PSDB consegue emplacar o candidato a presidente, perde o partido para o aliado. Em qualquer hipótese, iria para o aposentadoria ou para segundo plano. Para ele só interessava uma das seguintes alternativas: ele presidente ou; ele governador e alguém do PT presidente. Ou o PSDB dava certo com ele; ou que explodisse, sem ele.

Esta foi a lógica que (des)orientou sua (in)decisão e que levou o partido a esse abraço de afogado. A ideia era enrolar até a convenção, lá analisar o que lhe fosse melhor.

De lá para cá, muita água rolou. Agora, as alternativas são as seguintes:

1. O xeque que recebeu de Aécio Neves (anunciando a saída da disputa para candidato a presidente) demoliu a estratégia inicial de Serra. Agora, se desiste da presidência e sai candidato a governador, leva a pecha de medroso e de sujeito que sacrificou o partido em nome de seus interesses pessoais.

2. Se sai candidato a presidente, no dia seguinte o serrismo acaba.

O balanço que virá
O clima eleitoral de hoje, mais o poder remanescente de Serra, dificulta a avaliação isenta do seu governo. Esse quadro – que vou traçar agora – será de consenso no ano que vem, quando começar o balanço isento do seu governo, sem as paixões eleitorais e sem a obrigatoriedade da velha mídia de criar o seu campeão a fórceps. Aí se verá com mais clareza a falta de gestão, a ausência total do governador do dia-a-dia da administração (a não ser para inaugurações), a perda de controle sobre os esquemas de caixinha política.

Hoje em dia, a liderança de Serra sobre seu governo é próxima a zero. Ele mantém o partido unido e a administração calada pelo medo, não pelas ideias ou pela liderança.

Há mágoas profundas do covismo, mágoas dos aliados do DEM – pela maneira como deserdou Kassab -, afastamento daqueles que poderiam ser chamados de serristas históricos – um grupo de técnicos de alto nível que, quando sobreveio a inércia do período FHC-Malan, julgou que Serra poderia ser o receptador de ideias modernizantes.

Outro dia almocei com um grande empresário, aliado de primeira hora de Serra. Cauteloso, leal, não avançou em críticas contra Serra. Ouviu as minhas e ponderou uma explicação que vale para todos, políticos, homens de negócio e pensadores: “As ideias têm que levar em conta a mudança das circunstâncias e do país”. Serra foi moderno quando parlamentar porque, em um período de desastre fiscal focou seu trabalho na responsabilidade fiscal.

No governo paulista, não conseguiu levantar uma bandeira modernizadora sequer. Pior: não percebeu que os novos tempos exigiam um compromisso férreo com o bem estar do cidadão e a inclusão social. Continuou preso ao modelito do administrador frio, ao mesmo tempo em que comprometia o aparato regulatório do Estado com concessões descabidas a concessionárias.

O castigo veio a cavalo. A decisão de desviar todos os recursos para o Rodoanel provocou o segundo maior desastre coletivo da moderna história do país, produzido por erros de gestão: o alagamento de São Paulo devido à interrupção das obras de desassoreamento do rio Tietê. O primeiro foi o “apagão” do governo FHC.

O fim das ideias
O Serra que emergiu governador decepcionou aliados históricos. Mostrou-se ausente da administração estadual, sem escrúpulos quando tornou-se o principal alimentador do macartismo virulento da velha mídia – usando a Veja e a Folha – e dos barra-pesadas do Congresso. Quando abriu mão dos quadros técnicos, perdeu o pé das ideias. Havia meia dúzia de intelectuais que o abastecia com ideias modernizantes. Sem eles, sua única manifestação “intelectual” foi o artigo para a Folha criticando a posição do Brasil em relação ao Irã – repetindo argumentos do seu blogueiro -, um horror para quem o imaginava um intelectual refinado.

É bobagem taxar o PSDB histórico de golpista. Na origem, o partido conseguiu aglutinar quadros técnicos de alto nível, de pensamento de centro-esquerda e legalistas por excelência. E uma classe média que também combateu a ditadura, mas avessa a radicalizações ideológicas.

Ao encampar o estilo Maluf – virulência ideológica (através de seus comandados na mídia), insensibilidade social, (falsa) imagem de administrador frio e insensível, ênfase apenas nas obras de grande visibilidade, desinteresse em relação a temas centrais, como educação e segurança – Serra destruiu a solidariedade partidária criada duramente por lideranças como Mário Covas, Franco Montoro e Sérgio Motta.

Quadros acadêmicos do PSDB, de alto nível, praticamente abandonaram o sonho de modernizar a política e ou voltaram para a Universidade ou para organizações civis que lhe abriram espaço.

O personalismo exacerbado
Principalmente, chamaram a atenção dois vícios seus, ambos frutos de um personalismo exacerbado – para o qual tantas e tantas vezes FHC tinha alertado.

O primeiro, a tendência de chamar a si todos os méritos, não admitir críticas e tratar todos subordinados com desprezo, inclusive proibindo a qualquer secretário sequer mostrar seu trabalho. Principalmente, a de exigir a cabeça de jornalistas que o criticavam.

O mal-estar na administração é geral. Em vez de um Estadista, passaram a ser comandados por um chefe de repartição que não admite o brilho de ninguém, nem lhes dá reconhecimento, não é eficiente e só joga para a torcida.

O segundo, a deslealdade. Duvido que exista no governo Serra qualquer estrela com luz própria que lhe deva lealdade. A estratégia política de FHC e Lula sempre foi a de agregar, aparar resistências, afagar o ego de aliados. A de Serra foi a do conflito maximizado não por posições políticas, mas pelo ego transtornado.

O uso do blogueiro terceirizado da Veja para ataques descabidos (pela virulência) contra Geraldo Alckmin, Chalita, Aécio, deixou marcas profundas no próprio partido.

Alckmin não lhe deve lealdade, assim como Aloizio Nunes – que está sendo rifado por Serra. Alberto Goldmann deve? Praticamente desapareceu sob o personalismo de Serra, assim como Guilherme Afif e Lair Krähenbühl – sujeito de tão bom nível que conseguiu produzir das poucas coisas decentes do malufismo e não se sujar.

No interior, há uma leva enorme de prefeitos esperando o último sopro de Serra para desvencilhar-se da presença incômoda do governador.

O que segura o serrismo, hoje em dia, é apenas o temor do espírito vingativo de Serra. E um grupo de pessoas que será varrido da vida pública com sua derrota por absoluta falta de opção. Mas que chora amargamente a aposta na pessoa errada.

Aliás, se Aécio Neves for esperto (e é), tratará de reasgatar esses quadros para o partido.

Saindo candidato a presidente e ficando claro que não terá chance de vitória, o PSDB paulista se bandeará na hora para o novo rei. Pelas possibilidades eleitorais, será Alckmin, político limitado, sem fôlego para inaugurar uma nova era. Por outro lado, o PT paulista também não logrou se renovar, abrir espaço para novos quadros, para novas propostas. Continua prisioneiro da polarização virulenta com o PSDB, sem ter conseguido desenvolver um discurso novo ou arregimentado novas alianças.

O resultado final será o fim da era paulista na política nacional, um modelo que se sustentou décadas graças ao movimento das diretas e à aliança com a velha mídia.

Acaba em um momento histórico, em que o desenvolvimento se interioriza e o monopólio da opinião começa a cair.

A história explica grande parte desse fim de período. Mas o desmonte teria sido menos traumático se conduzido por uma liderança menos deletéria que a de Serra.
Fonte: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/02/21/serra-e-o-fim-da-era-paulista-na-politica/

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Oscar do cinema britânico

Londres, 21 fev (EFE).- A cidade de Londres é o palco neste domingo da entrega dos prêmios Bafta, o Oscar do cinema britânico, em uma edição que promete poucas surpresas nas categorias principais e tem "Avatar" e "Guerra ao Terror", com oito indicações cada, como grandes favoritos.

James Cameron, diretor de "Avatar", e Kathryn Bigelow, ex-mulher de Cameron e responsável por "Guerra ao Terror", se enfrentam nas categorias de melhor filme e melhor diretor.

Cameron já venceu nas duas categorias na última edição do Globo de Ouro, enquanto Bigelow fez o mesmo nos prêmios da crítica americana.

Outro filme que disputa prêmios em oito categorias é "Educação" de Lone Scherfig, indicado a melhor filme e a melhor filme britânico, categoria na qual é o grande favorito.

Além de "Avatar", "Guerra ao Terror" e "Educação", completam a lista de candidatos a melhor filme "Preciosa - Uma História de Esperança", a surpresa independente do ano, e "Amor Sem Escalas" de Jason Reitman, em uma lista que privilegia Hollywood no lugar do cinema europeu.

Na categoria de melhor filme estrangeiro, o favorito é "A Fita Branca", do austríaco Michael Haneke, que enfrenta, entre outros, "Abraços Partidos", de Pedro Almodóvar, e "O Profeta", de Jacques Audiard.

O prêmio de melhor ator parece já estar nas mãos de Jeff Bridges, que já levou para casa os principais prêmios da temporada pré-Oscar por seu papel em "Crazy Heart". Seus concorrentes no Bafta são George Clooney ("Amor sem Escalas"), Colin Firth ("Direito de Amar"), Jeremy Renner ("Guerra ao Terror") e Andy Serkis ("Sex & Drugs & Rock & Roll").

Os fãs podem esperar mais surpresas na disputa pelo prêmio de melhor atriz, que não tem uma clara favorita. Meryl Streep ("Julie & Julia") e Carey Mulligan, protagonista de "Educação", parecem sair na frente das outras concorrentes, Saoirse Ronan ("Um Olhar do Paraíso"), Gabourey Sidibe ("Preciosa") e a francesa Audrey Tautou ("Coco Antes de Chanel").

Mais claros parecem estar os ganhadores dos prêmios por papéis secundários, nos quais Mo'Nique, que interpreta a vilã de "Preciosa", e Christoph Waltz, o caçador de judeus de "Bastardos Inglórios", despontam como favoritos.

Mo'Nique e Waltz venceram praticamente todos os prêmios que disputaram até o momento, incluindo o Globo de Ouro e o do Sindicato dos Atores americanos.

"Bastardos Inglórios", de Quentin Tarantino, não passou pelo crivo para disputar o prêmio de melhor filme, mas tem muitas chances de levar a melhor na categoria de melhor roteiro original.

A veterana atriz britânica Vanessa Redgrave, de 73 anos, receberá o Bafta honorário pelo conjunto de sua obra. EFE

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Ano Começa após o carnaval e olhe lá..É VERDADE EU VI NA TV, E AGORA EU LI OU VI NA WEB
























Há uma tradição ,sobretudo, entre alunos Universitários, de que o ano letivo só se inicia após o carnaval, e claro, após a semana de carnaval, posto que , não havendo expediente na quarta eles emendam quinta e sexta.

Ouvi de um amigo , outro dia, que se no nosso tempo,e isso vai dos anos 40 até os anos 80,o ensino Universitário era uma forma de nos conhecermos, conhecer o mundo e entendê-lo e ,assim, termos um saber, por consequência teríamos uma profissâo.

Para o jovem de hoje, na sua imensa maioria, havendo clara pequenas excessões, o fundamental não é a ânsia pelo saber , o sabor do saber qque alcança o ser, mas o desejo do dinheiro, da empregabilidade, de um mundo técnico, em que não mais se discute esses saberes.Aprende-se e ponto; domina-se fórmulas, técnicas e ponto.

Isso parte das mais variadas classes que compõe o espectro social, mas com grande afinco das classes A E B , mas que contamina a classe C.Aliás a classe c é aquela, em que se destaca ainda um desejo pelo saber e pelo sabor, e claro com excessões nas demais, mas com mínimas proporções.

Neste sentido as disciplinas teóricas , como Filosofia, Sociologia, Psicologia,Antropologia,História, Semiótica, entre outras são desdenhadas pelo aluno.

Para onde vamos?

Será este saber. o novo saber do sec XXI,criticado,por Heidegger,Postman, George Orwell, Saramago,Baudrillard, Virilio, P. Breton?

E de outro lado a apologia técnica do famoso , aliás, muito mais no Brasil do que em sua terra-FRANÇA, Pierre Levy, o leviano do saber.

Os primeiros acusam a crise do saber pelas novas tecnologias que fazem a mediação cultural em nossas vidas, em que se aprende tudo, dizem eles, pela mídia-Tv Rádio e Internet-Web, destacadamente etc.

Mas será, que realmente aprendemos criticamente ou somos levados pelo poder oportunista da comunicação e seus interesses econômicos /ideológicos, refazendo novos comportamentos e saberes, pela repetição e pelo poder publicização- e mídias; lembram a frase, - É VERDADE EU VI NA TV, E AGORA EU LI OU VI NA WEB ?

Aliás o cinema americano fez isto conosco, ensinou-nos a vestir , a usar o carro, o creme dental, o sabonete, ao desodorante, com destaque, o Whisky, e a fumar , isso foi sem dúvida.Implantou-se entre nos " o american way of life"


Se assim for , e eu creio,estamos condenados a cegueira, ou redução do pensar, a supremacia da eficácia técnica apenas ,em que não mais ponderamos a relação técnica e o ser ,a vida e seus valores. ?????????????????????????????????

Livro - Identidade oculta


- sorteio 22.02

Concorra a um exemplar do livro "Identidade oculta", do fotógrafo pernambucano Carlos Vasconcelos. A obra, lançada no início de fevereiro em Bezerros, registra os folguedos populares de dezenas de municípios da Zona da Mata e do Sertão do Estado.

by j. comércio recife - \\Pe leia mais lá

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Vinnicius de Morais


Acabou-se nosso carnaval, ninguém mais ouve cantar canções, ninguem canta mais !!!!!!!!Acabou o nosso carnaval,
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê é uma gente que nem se vê
Que nem se sorri, se beija e se abraça
E sai caminhando, dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir, voltou a esperança
É o povo que dança, contente da vida feliz a cantar
Porque são tão tantas coisas azuis, há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver e brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz.





BEM A TEMPO SAI UMA CRÔNICA QUE CHEGA A CALHAR COM NOSSA REALIDADE NO JORNAL DO BRASIL -RIORasgando a fantasia
13/02/2010 - 12:36 | Enviado por: Migliaccio

Peço um minuto de silêncio pelo Carnaval


Assim como o futebol, o Carnaval virou um negócio milionário. Basta passar ao largo do Sambódromo para ver os gigantescos painéis de publicidade. Todas as vezes em que trabalhei como jornalista na avenida achei aquilo tudo o maior baixo astral. É, parece loucura achar deprimente uma festa com 60 mil pessoas, fantasias coloridas e batucada, mas foi exatamente isso que eu senti.

Os desfiles hoje são feitos para a televisão. Carnavalescos escolhem cores e texturas pensando mais nas câmeras e refletores do que no enredo. E que enredos! A prefeitura de Pindamonhangaba patrocina, então o enredo da escola é Pindamonhagaba. Isso é cultura popular? Já foi o tempo. Podem me chamar de saudosista, anacrônico, velho gagá, não me importo, mas Carnaval de verdade era no tempo da Avenida Presidente Vargas, época que não vivi, mas da qual tenho uma inexplicável saudade.

Hoje não se desfila, se exibe, se mostra, se vende. Aquelas mulheres saradas e seminuas podem até ser lindas, mas não são mulheres, são mercadorias expostas em cima de carros alegóricos. Ainda é necessário que saibam sambar, mas daqui a alguns anos, também esse requisito vai cair por terra. Bastará que tenham o silicone e o botox em dia, porque o Carnaval de verdade será uma lembrança cada vez mais pálida e distante.

Das escolas de samba e da Liga, pouco se sabe. Os bicheiros saíram de cena, a grana agorá é outra, vem da prefeitura, da emissora que detém os direitos de transmissão (assim como os do futebol, do Réveillon de Copacabana etc). Com tantos patrões mandando, não é de se espantar que a festa na Marquês de Sapucaí tenha se desvirtuado. Teve um ano aí que barraram a velha guarda porque sua entrada estouraria o tempo de desfile. Se a velha guarda é barrada, o Carnaval está morto.

O público que vai ao Sambódromo também não é mais aquele. Há uma agressividade no ar, como se todo mundo ali tivesse enchido a pança de carne vermelha antes de sair de casa. O álcool, que rola em corredeiras, em vez de relaxar, torna todo mundo mais tenso, carnal, animal. O calor que emana do cimento quente parece deixar todos ainda mais incomodados, irascíveis.

Quem tem dinheiro, consome, gasta; quem não tem, fica do lado de fora, vendendo cerveja em lata num isopor imundo ou perambulando à espera do descuido de algum paulista desavisado... Bailes populares no Terreirão? Experimente se for capaz...

A festa foi contaminada pela violência. Blocos se transformaram em arenas onde caça e caçador se engalfinham em busca do prazer efêmero. O flerte agora é agressivo; o beijo, arrancado à força. E o pior é que as garotas parecem preferir a truculência ao romantismo. São mulheres masculinizadas, bombadas, de voz grossa. Há quantos anos não nasce uma Audrey Hapburn, uma Marcia de Windsor, uma Penélope Charmosa? Hoje, todas as mulheres do mundo sonham ser Ivete Sangalo, sempre regendo aquela turba movida a cerveja e energético em sua alegria falsa com data marcada.

Estou fora disso. Felizmente, na terça-feira estará tudo acabado. Todos serão obrigados a voltar para suas vidas, pelo menos até o próximo sábado, quando o Rei Momo lhes concederá mais alguns momentos em que poderão fingir para si mesmos que não são aquilo que se tornaram

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Vídeo do YouTube ganha prémio de jornalismo

by http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Media/Interior.aspx?content_id=1496474



Um prémio de jornalismo foi atribuído hoje, terça-feira, ao desconhecido que filmou e colocou em linha no Youtube as imagens de uma iraniana agonizante numa rua de Teerão, depois de ter participado numa manifestação contra o regime em Junho de 2009. Atenção: O vídeo contém imagens violentas
A universidade de Long Island, no estado de Nova Iorque, atribuiu o prémio George Polk 2009 ao autor das imagens da morte de Neda Agha-Soltan, uma jovem de 26 anos que morreu na rua em Junho do ano passado, atingida a tiro durante uma manifestação contra o poder iraniano.

Estas imagens deram à volta ao mundo depois de terem sido colocadas no Youtube.

"Este vídeo foi visto por milhões de pessoas e tornou-se um ícone da resistência iraniana", declarou John Darnton, o presidente do júri do prémio George Polk. "Não sabemos quem filmou nem quem o colocou na Internet mas sabemos que tem valor jornalístico".

"Este reconhecimento evidencia o facto de, no mundo de hoje, um espectador corajoso com um telemóvel com câmara pode utilizar os sites de partilha de vídeos e as redes sociais para difundir informação", acrescentou.

O New York Times e a New Yorker, dois monumentos da imprensa escrita, foram também premidos. David Rohde, do jornal de referência New York Tomes, foi distinguido por uma série de artigos escritos quando esteve preso pelos talibãs. David Grann, da revista semanal New Yorker, foi premiado por uma reportagem sobre a execução de um inocente.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Bloco carnavalesco Quanta Ladeira

Bloco carnavalesco Quanta Ladeira: conhecido por reunir músicos pernambucanos de peso, como Lenine, Lula Queiroga, Luck Luciano, Silvério Pessoa e Zé da Flauta, sempre conta com participações especialíssimas de Pedro Luís (da Parede), entre outros nomes da música nacional.
Durante o carnaval a concentração acontece no Recbeat (Recife Antigo), de tarde. As músicas são acompanhadas pelo Batuque Usina. As letras surgem em cima de melodias já batidas que, em geral, estão em evidência no carnaval.JC RECIFE . PE

ESTE ANO O BLOCO ZOOU COM O PARQUE D.LINDU-B. VIAGEM E COM OS PRESIDENCIÁVEIS VISITANTES

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Salgueiro tenta o bi com livros by ESTADÃO DE HOJE



"UM BOM MARKETING CULTURAL.SÃO PAULO, COPIANDO AS ESCOLAS CARIOCAS NÃO CONSEGUEM UMA LEGITIMIDADE DE TEMAS E ALEGORIAS NO CARNAVAL DENTRO DA CULTURA PAULISTANA, SALVO UMA OU OUTRA.Paulo Vasconcelos"

Ediouro distribui livros durante desfile do Salgueiro
Ação faz parte da parceria da editora com a escola de samba, que homenageia o universo das literatura este anoCampeã de 2009 está no primeiro dia de desfiles no Rio, que será marcado pelo embate com a beija-flor

Roberta Pennafort e Márcia Vieira


O primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Rio, hoje, será marcado por uma disputa entre a atual campeã, o Salgueiro, e a Beija-Flor, que venceu cinco vezes nesta década, foi vice no ano passado e briga para retomar o 1º lugar. As atenções se voltam também para a Unidos da Tijuca, que traz um enredo inusitado, É Segredo, conduzido por Paulo Barros, o carnavalesco que despontou na escola como o mais criativo do carnaval carioca e que está de volta depois de três anos afastado.

O Salgueiro tenta o bicampeonato viajando pela literatura. Com o enredo Histórias Sem Fim, o carnavalesco Renato Lage vai levar para a Sapucaí carros que representam grandes marcos da literatura mundial. Da Bíblia aos livros de Harry Potter, passando pelo Eu, Robô, de Isaac Asimov. O abre-alas traz uma gráfica com 55 acrobatas da Intrépida Trupe e do Cirque du Soleil que representarão as letras.

Patrocinado pela Ediouro, o Salgueiro vai distribuir 500 livros para as arquibancadas. Os ritmistas estarão fantasiados de árabes, numa alusão ao clássico Ali Babá e os 40 Ladrões. A rainha de bateria, Viviane Araújo, virá de Sherazade. Durante o desfile, ela será erguida por 12 homens.

Já a Beija-Flor viaja pelos 50 anos de Brasília. A escola, que teve de dar explicações por causa do patrocínio de R$ 3 milhões recebido do governo do Distrito Federal - envolvido num escândalo de corrupção -, não quer saber de política: preferiu focar o mito indígena Goyás e o povo que trabalhou pela construção da cidade, destacando o caráter único de sua arquitetura.

A única figura política que aparecerá no desfile é Juscelino Kubitschek, "pai" da capital federal. "Queremos mostrar o esplendor que Brasília é, independentemente do caráter governamental", defende Ubiratan Silva, um dos carnavalescos. A escola leva alegorias representando prédios como o do Congresso e da catedral, tudo com muito luxo e bom acabamento. O embate com o Salgueiro promete. "Vamos corrigir tudo o que deu errado em 2009", promete Silva.

A abertura da noite é com a União da Ilha, que luta para ficar no Grupo Especial. O enredo Dom Quixote de La Mancha, o Cavaleiro dos Sonhos Impossíveis marca sua volta à elite do carnaval depois de oito anos. E, para mostrar que sonha alto, a Ilha contratou a carnavalesca Rosa Magalhães, demitida da Imperatriz Leopoldinense. "A Ilha vem com um carnaval correto, digno, sem luxo, mas competitivo", diz o presidente, Ney Fillardi.

O abre-alas é o xodó de Rosa: ela recriou a biblioteca de Dom Quixote. O personagem aparece sentado numa cadeira devorando os romances que transformam sua cabeça e o levaram a confundir moinhos com monstros terríveis. "Nas alas temos sempre os dois lados: o real e a imaginação dele", explica.

A Imperatriz, ex-escola de Rosa, entra na avenida logo em seguida. Max Lopes, que andava meio esquecido na Porto da Pedra, escola que não costuma brigar pelo título, tem a chance de reviver seus tempos de glória. Para isso, apela a todos os deuses. O enredo Brasil de Todos os Deuses vai exaltar a religião. Um dos carros vai reproduzir A Primeira Missa no Brasil, quadro de Victor Meirelles. Estarão representados na avenida símbolos de todas as religiões, com direito até a monges budistas no desfile.

De "sombreiro na mão", a Viradouro se veste com as cores do México e convida o público a tomar um gole de tequila na folia. As alas falam de conquistas, religiosidade, arte popular. As atenções estão voltadas à rainha de bateria, a mais jovem do carnaval carioca: Julia Faria, de 7 anos, filha do presidente da escola, Marco Lira. De bustiê e sainha - nada de fio dental -, ela ocupa o lugar que já foi de Luma de Oliveira e Juliana Paes. A Justiça implicou, mas liberou sua participação.

* COMENTÁRIOS

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O ESTADÃO E SUA CARICATURA DE IMPRENSA...........



Lula acusa FHC de ''baixar nível'' do debate e desrespeitar Dilma
A FOTO ESTÁ DIGITALLIZADA,MESMO SENDO ASSINANTE DO ESTADÃO TENHO DIREITO A SENHA PARA LER DIGITALMENTE,MAS NÃO ME ENVIAM, JÁ PEDI DUAS VEZESE NADA.
MAS, ENFIM, EIS AÍ A FOTO E O COMPORTAMENTO DO ESTADÃO FACE AO GOVERNO LULA E A SUA CANDIDATA.
ESTA É A IMPRENSA BRASILEIRA.
LEIAM A FOTO-PRINCIPALMENTE- E O TEXTO
A FOTO QUER REVELAR ALGO EM RELAÇÃO AOS TRÊS, PORTANTO AO GOVERNO

Lula acusa FHC de ''baixar nível'' do debate e desrespeitar Dilma
Apesar da queixa, em reunião ministerial presidente xingara presidente do PSDB de ''babaca''
Tânia MonteiroTamanho do texto? A A A A
Incomodado com as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a seu governo e à ministra e candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, o presidente Lula disse ontem, em Goiânia, que FHC está "baixando o nível" e "faltando com o respeito". Na avaliação de Lula, o ex-presidente tem "medo de cair no esquecimento" da população e "mágoa" pelo sucesso que o governo do PT faz dentro e fora do Brasil.

Fernando Henrique iniciou uma série de críticas com um artigo publicado no Estado, domingo passado, acusando Lula e seus ministros de praticar uma espécie de "autoglorificação" que, na euforia, faz com que "inventem inimigos" e "enunciem inverdades". FHC também disse, em entrevistas, que Dilma é "autoritária", "não é líder, é um reflexo do líder" e "um ventríloquo".

Apesar da queixa sobre "baixo nível" do debate, na primeira reunião ministerial deste ano Lula xingou de "babaca" o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Em 2008, Lula também disse que os candidatos da oposição eram "oportunistas". Em 2001, sem provas, em entrevista à imprensa de Campinas, Lula chamou de "assaltante" dos cofres públicos o ex-prefeito da cidade Francisco Amaral. A ministra Dilma também chamou de "oportunistas" os parlamentares que, no fim de 2007, votaram a favor da extinção da CPMF, o imposto do cheque.

Ontem, em entrevista a rádios de Goiânia, com Dilma a seu lado, Lula aconselhou sua candidata a não responder ao ex-presidente. "Não tem por que responder. Deixa ele fazer as críticas porque eu acho que ele está baixando muito o nível para um homem que tem a formação intelectual que ele tem."

Ao considerar "nostálgicas" as críticas de Fernando Henrique, Lula disse que ele trata Dilma como "inimigo a criticar" porque essa é "uma forma de voltar a ser (lembrado) na política". Em seguida, observou que o governador de São Paulo, José Serra, e o ex-governador Geraldo Alckmin, quando foram candidatos à Presidência, respectivamente em 2002 e 2006, não quiseram o apoio de FHC em suas campanhas. Lula recomendou ao antecessor que esperasse começar a campanha para ver Dilma participar dos debates "e poder fazer julgamento".

Questionado sobre a afirmação de FHC de que Dilma age como seu "ventríloquo", o presidente disse que essa declaração é "uma coisa pequena". E ironizou: "Ele deve ter alguma mágoa de o meu governo ter tido tanto sucesso, de o Brasil estar tão reconhecido internacionalmente, coisa que ele achava que não ia acontecer porque imaginava que nós íamos ser um fracasso total." Acrescentou: "Quando vê eu ganhar o prêmio de Homem do Ano pelo El País , pelo Le Monde, ele deve ficar muito chateado."

Lula disse ainda que "um ex-presidente da República tem o direito de ficar quieto ou tem o direito de falar o que bem entender". E emendou: "Fernando Henrique Cardoso será julgado pelas suas palavras, como foi julgado pelo seu governo."

Na entrevista, o presidente disse também que desde o governo do general Ernesto Geisel (1974-1979), é a primeira vez que se investe em infraestrutura no País. Considerou, no entanto, que Geisel "errou" ao deixar dívida para seus sucessores. Observou que seu governo está agindo de forma diferente e não está pegando dinheiro no exterior para as obras que continuarão com o PAC 2. "Vamos fazer muitas obras. Isso, agora, não para mais", anunciou Lula.

FHC incomoda-se com essa referência constante de Lula ao "planejamento e investimento dos governos militares" e vê nisso uma forma de o presidente não tratar das boas decisões tomadas pelo governo tucano. "Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da Lei de Responsabilidade Fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobrás, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal", escreveu FHC no artigo publicado no Estado.
TEXTO TÂNIA MONTEIRO-FTO ED FERREIRA/AE

BY ESTADÃO FOTO E TEXTO EM 13.02.2010 LEIAM MAIS LÁ

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Galo é o dono da Folia no Centro do Recife


SÁBADO DE ZÉ PEREIRA
Galo é o dono da Folia no Centro do Recife


Do JC Online

Galo espera súditos para a festa no Centro
Foto: Alexandre Severo / JC Imagem
A espera está prestes a terminar. Com o raiar do Sábado de Zé Pereira, o personagem mais ilustre do dia entrará em cena para o gigantesco pontapé inicial da folia de Momo. Pelo 33º ano consecutivo, o Galo da Madrugada promete encher as ruas do Centro do Recife e este sábado resolveu abrir uma exceção. Além do frevo, já tão tradicional no desfile do clube de máscaras, a agremiação irá homenagear os diversos ritmos e manifestações culturais do Estado. Um reconhecimento ao título de Patrimônio Imaterial de Pernambuco, recebido em fevereiro do ano passado. Papangus, caboclinhos, maracatus, caiporas... Todos terão vez no desfile.

Nesta edição, 25 trios e 15 carros de apoio irão animar a festa. Nomes de peso como Alceu Valença, Elba Ramalho, Quinteto Violado, Jair Rodrigues, Petrúcio Amorim, Maciel Melo e Fafá de Belém prometem não deixar a peteca cair durante toda a folia, que se estende das 9h às 18h30. Músicos convidados para o camarote oficial, como Emílio Santiago e Emanuelle Araújo também devem subir aos trios para dar uma canja. Além das atrações, o desfile conta com quatro carros alegóricos especialmente decorados, além de uma cabeça gigante do galo, que promete saudar os foliões da Praça Sérgio Loreto à Avenida Guararapes.

CONFIRA
» Programação completa do Galo

SEGURANÇA - Quem estiver a caminho do Centro deverá se preocupar apenas em curtir a festa. Pelo menos é o que garante a Secretaria de Defesa Social. Este ano, 34 câmeras irão monitorar os passos nos principais pontos do desfile, 11 a mais do que em 2009.

Também três helicópteros estarão monitorando a multidão que toma conta das ruas do Recife. Somente no Galo da Madrugada, haverá um efetivo de 4.740 policiais e bombeiros. A Polícia Militar vai montar 14 pontos de bloqueios, onde os foliões serão revistados. Haverá também seis pontos de detenção e triagem, além de 26 plataformas de observação.


E a festa este ano não termina no sábado. Com o intuito de tentar reviver o Carnaval do bairro de São José, o Galo, pela primeira vez, terá atrações na segunda e terça-feira. Destaque para o lançamento do bloco infantil Pinto da Madrugada, na terça (16), às 10h, na sede da agremiação (Praça Sérgio Loreto). Ainda na terça, haverá encontro de blocos, às 15h, no mesmo local. Outra atração será o Encontro de Gigantes, com os tradicionais bonecos de Olinda e do Galo da Madrugada, na segunda (15), das 9h às 12h, também na Praça Sérgio Loreto.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Mais uma do Zé Alagão.

Também retirado do site do Paulo Henrique Amorim(http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=27045), o vídeo dá ânsias de vômito ao explicitar o sinismo de um (des) Governo que por não haver feito os investimentos na magnitude e constância adequadas põe a culpa na natureza pelo caos instaurado na cidade de São Paulo nesse período de chuvas rápidas na tarde e no decorrer de algumas madrugadas. Assistam e se irritem:


Lula dá de 10 a 0 em FHC!

Aproveitando um artigo que o Farol de Alexandria (FHC) publicou no Jornal do Brasil no domingo passado (dia 07/02/2010) pedindo uma comparação de seu (des) Governo com o realmente Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, listo alguns números atualizados, extraídos do site do Paulo Henrique Amorim (http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=27022), que simbolizam os desempenhos de um tipo de Gestão Pública competente (Lula) e uma espécie de descaso com o público típico dos (des) Governos tucanos, como é o caso do abandono e da violência que a população de São Paulo - diga-se de passagem, os moradores das periferias - vem recebendo do Governador José Serra vulgo, Zé Alagão.



Como o PiG(*) está muito aflito e começou a acreditar nos números que o FHC colheu numa cerimônia de voodoo, o Conversa Afiada republica singela tabelinha que compara os anos cinzentos de um com os anos ensolarados de outro :

Dados atualizados:

Governos Lula X FHC!!

1) Juros Nominais (Taxa Selic):

FHC (2002): 25% ao ano;

Lula (2008): 8,75% ao ano;

2) Inflação (IPCA):

FHC – 12,5% (2002);

Lula – 4,3% (2009);


3) Transações Correntes:

FHC – Déficit de US$ 186,5 Bilhões (1995-2002);

Lula – Superávit de US$ 44 Bilhões (2003-2007);

4) Exportações:

FHC – US$ 60 Bilhões (2002; crescimento de 39% em 8 anos);

Lula – US$ 153 Bilhões (2009; crescimento de 155% em 7 anos));

5) Crescimento Econômico:

FHC – 2,3% ao ano (1995-2002);

Lula – 5,3% ao ano (2004-2008);

6) Empregos Formais:

FHC – 1.700.000 (1995-2002);

Lula – 9.700.000 (2003-2009);



7) Balança Comercial:

FHC – Déficit de US$ 8,7 Bilhões (1995-2002);

Lula – Superávit de US$ 237 Bilhões (2003-2009);


8) Taxa de Desemprego:

FHC – 10,5% (Dezembro de 2002);

Lula – 6,8% (Dezembro de 2009);


9) Risco-País:

FHC – 1550 pontos (Dezembro de 2002);

Lula – 220 pontos (Janeiro de 2010);


10) Reservas Internacionais Líquidas:

FHC – US$ 16 Bilhões (Dezembro de 2002):

Lula – US$ 241 Bilhões (Janeiro de 2010);


11) Relação Dívida/PIB:

FHC – 51,3% do PIB (Dezembro de 2002);

Lula – 43% do PIB (Novembro de 2009);


12) Déficit Público Nominal (inclui despesas com juros):

FHC – 4% do PIB (2002):

Lula – 2% do PIB (2008);


13) Dívida Externa:

FHC – US$ 210 Bilhões (Dezembro de 2002) – 45% do PIB:

Lula – US$ 205 Bilhões (Janeiro de 2008) – Negativa em US$ 36 Bilhões;


14) Salário Mínimo em US$:

FHC – US$ 56 (Dezembro de 2002);

Lula – US$ 275 (Janeiro de 2010).


15) Inflação Acumulada (IPCA):

FHC – 100,6% (1995-2002);

Lula – 45% (2003-2009);


16) Pronaf:

FHC – R$ 2,5 Bilhões (2002);

Lula – R$ 15 Bilhões (2010);


17) ProUni:

FHC – Não existia;

Lula – 470 mil estudantes beneficiados;


18) PIB (em US$):

FHC – US$ 459 Bilhões (2002):

Lula – US$ 1,8 Trilhão (2009):


19) Produção de automóveis:

FHC – 1.791.000 (2002);

Lula – 3.130.000 (2009; crescimento de 74,8%);


20) Produção de máquinas agrícolas:

FHC – 52000 (2002):

Lula – 65000 (2007; crescimento de 25%);


21) Vendas de automóveis zero KM:

FHC – 1.465.000 (2002);

Lula – 3.140.000 (2009; crescimento de 114%);


22) Pagamento de juros da Dívida Externa em % das Exportações anuais:

FHC – 20,3% (2002);

Lula – 10,1% (2009);


23) Renda Per Capita:

FHC – US$ 2859 (2002);

Lula – US$ 9.300 (2009).


24) Coeficiente de Gini (Indica a Distribuição da Renda do Trabalho; quando mais próximo de 0 menor é a concentração da renda):

FHC – redução de 0,602 (1993) para 0,593 (2002);

Lula – redução de 0,593 (2002) para 0,544 (2008).


25) Indice de Pobreza:

FHC – 38,6% (1995); 38,2% (2002) – queda de 0,6 p.p.;

Lula – 38,2% (2002); 25,3 (2008) – queda de 12,9 p.p..


26) Gastos Sociais Públicos (% do PIB):

FHC – 19,2% (1995);

Lula – 21,9 (2005).


27) Pobreza Extrema (fonte: IPEA)

FHC – De 17,3% (1995) caiu para 16,5% (2002) (queda de 0,8 p.p.);

Lula – De 16,5% em 2002 caiu para 8,8% (2008) (queda de 7,7 p.p.).


28) Renda per capita mensal dos 10% mais pobres:

2001 – R$ 34

2008 – R$ 58 (crescimento de 70,6%);


29) Renda per capita mensal dos 10% mais ricos:

2001 – R$ 2316

2008 – R$ 2566 (crescimento 10,8%).


Obs: Assim, entre 2001 e 2008, a renda dos mais pobres cresceu 6,5 vezes mais do que a renda dos mais ricos.

Fontes: Banco Central, IBGE, IPEA

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A cobertura (omissa) das políticas sociais

Por Ângela Carrato e João Mendes em 9/2/2010.

Os leitores de Veja, O Globo e O Estado de S.Paulo se depararam, nos últimos dias, com uma série de matérias contendo dados equivocados e juízos de valor que não se sustentam em se tratando do Programa Bolsa Família, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Em comum às três matérias, além dos equívocos, uma nítida tentativa de vincular o programa – que é referência nacional e internacional em redução de pobreza – com ações eleitoreiras e até mesmo com o que denominam de "terrorismo eleitoral".

A primeira matéria coube à revista Veja que, na edição 2149 (de 24/1/2010), sob o título de "Bolsa-Cabresto", publicou duas páginas onde, no lugar de informações para o leitor, lançou mão de dados equivocados, chegou a números fantasiosos e nem se deu ao trabalho de ouvir o MDS antes de publicar a sua "tese" sobre o assunto. Na segunda-feira (25/1), a Assessoria de Comunicação do MDS enviou à Veja uma nota de esclarecimento, na qual rebatia todos os pontos da matéria e solicitava que a revista a publicasse na próxima edição. Na terça-feira (26), a repórter de Veja que assina a matéria, Laura Diniz, fez contato com a Assessoria de Comunicação do MDS e solicitou mais alguns dados, no que foi prontamente atendida.

Na oportunidade, a assessora responsável direta pelo Programa Bolsa Família, jornalista Roseli Garcia, informou à repórter de Veja que o MDS havia enviado a nota de esclarecimento e que aguardava a publicação. Em resposta, ouviu que a nota estava "grande demais" e que "dificilmente seria publicada". Na noite de quarta-feira (27), a repórter encaminhou para o MDS um texto com a proposta de retificação por parte da revista Veja. A nota, num total de quatro linhas, nem de longe contemplava as correções apontadas pelo ministério na matéria publicada por Veja.

Diante disso, a Assessoria de Comunicação encaminhou, na quinta-feira, ao diretor de redação de Veja Eurípedes Alcântara e ao redator-chefe, Mario Sabino, uma mensagem contendo todo o ocorrido e solicitando, em respeito aos leitores e à verdade, a publicação da resposta na íntegra. Não recebemos retorno por parte dos dois dirigentes da revista. Aliás, as duas mensagens foram descartadas sem terem sido lidas. Na sequência, a repórter responsável pela matéria telefonou para Ascom/MDS solicitando uma diminuição no tamanho da nota. Atendendo a esse pedido, essa redução foi feita de forma a contemplar explicações mínimas que pudessem fazer o leitor entender o equívoco cometido pela revista. Essa nova nota foi encaminhada na noite de quinta-feira (28/1).

Na sexta-feira, a repórter liga novamente para Ascom/MDS dizendo que a carta "continuava grande demais" e que tinha preparado uma correção, pois considerava "melhor para o ministério" a retificação da revista do que a publicação da carta. A ela foi respondido que preferíamos a carta, por esclarecer melhor o caso aos leitores.

Veja optou pela correção que ela própria fez, publicada em corpo minúsculo sem ter respondido aos principais equívocos apontados pela Ascom/MDS. Além disso, em destaque, publicou duas cartas de leitores que continham críticas ao Programa Bolsa Família a partir de uma matéria repleta de erros. Vale dizer: amplificou, novamente, o próprio erro, sem aceitá-lo como tal.

Campeões da democracia

Já no dia 1º de fevereiro, o MDS é novamente surpreendido. Em editorial, intitulado "Bolsa Família e eleição" o jornal O Estado de S. Paulo, utilizando os mesmos argumentos usados na matéria da revista Veja, afirma que não haveria exclusão de beneficiários do programa em 2010. O que é um equívoco, pois já em fevereiro estão sendo cancelados 710 mil benefícios por falta de atualização cadastral. A Ascom/MDS encaminhou carta ao Estado de S. Paulo explicando que o editorial fazia uma análise equivocada da instrução operacional do MDS – que apenas detalha o trabalho as ser feito pelos gestores do Programa Bolsa Família em 2010 – idêntica à cometida pela revista Veja.

No dia seguinte, o jornal publicou a íntegra da carta e questionou o seu conteúdo, afirmando que o documento "não permite conhecer a fundo os critérios estabelecidos pelo programa, o erro não é do jornal, mas do Ministério". Como rege o bom jornalismo, se um documento não está claro, cabe ao jornalista estudar o assunto e informar de maneira clara aos seus leitores. Em outras palavras, faltou ao Estado de S.Paulo ater-se a uma regra básica no jornalismo: a apuração. Nesse ponto, aliás, O Estado de S.Paulo, O Globo e Veja se assemelham: estão deixando de apurar e publicando o que acreditam ser a verdade.

Na mesma segunda-feira (1/2), devido ao editorial de O Estado de S.Paulo, a Ascom/MDS foi procurada pela reportagem de O Globo. Todas as explicações dadas à Veja e ao Estado de S.Paulo foram repassadas a O Globo, mostrando os equívocos cometidos pelas duas outras publicações. Mas o jornal, lendo a instrução normativa – que trata apenas de procedimento em relação à atualização cadastral – encaminhada pelo MDS aos gestores, abordou outro aspecto também de forma incorreta. O Globo classificou essa norma, em manchete, como: "Governo faz ameaça eleitoral ao recadastrar Bolsa Família".

Mais uma vez a Ascom/MDS encaminhou carta ao jornal, que foi utilizada na matéria do dia seguinte em texto intitulado "Tiroteio com o Bolsa Família". Neste texto, o jornal utiliza as declarações de parlamentares de partidos da oposição ao governo para sustentar a polêmica criada pelo próprio veículo.

O assunto repercutiu em vários veículos nacionais e também na imprensa regional, criando uma situação no mínimo curiosa para quem é leitor atento ou para aqueles que se interessam pelo comportamento de parte da mídia brasileira. Nos dias atuais, a mídia tem deixado de lado o papel clássico de informar, interpretar e opinar (nos espaços devidos) para, ela própria, tornar-se a origem da informação e, não raro, ator no cenário político nacional.

No caso do Programa Bolsa Família, as informações e a análise apresentadas pela mídia foram equivocadas e funcionaram como retroalimentação. Num dia um veículo publica algo equivocado. Não retifica o erro. No dia seguinte, outro veículo, tomando o que foi publicado como verdade, amplifica o erro. No terceiro dia, um novo veículo entra "na roda" e assim a "polêmica" está criada. Para confirmar os pressupostos da mídia, políticos de oposição são entrevistas e ganham destaque.

Essa situação em si é extremamente preocupante para o futuro das instituições e para a própria democracia no Brasil, porque deixa a parte atingida, no caso o agente público, sem condição para restabelecer a verdade. A preocupação torna-se maior ainda quando se sabe do papel central que a mídia tem na sociedade contemporânea.

No caso brasileiro, a censura oficial à imprensa foi abolida há décadas e a liberdade de informação e expressão encontra-se consagradas na Constituição de 1988. Mas, infelizmente, o que se percebe é que o poder de censura, que nos governos autoritários estava nas mãos do Estado, migrou para as mãos de um reduzido número de empresas e de articulistas que se auto-intitulam os porta-vozes da verdade e os campeões da democracia. Essa situação torna-se ainda mais difícil quando dentro dos grandes grupos midiáticos prevalecem as velhas ideologias do liberalismo do século 18 e 19.

Escolhas próprias

Nos três casos descritos, faltou muito mais do que o necessário restabelecimento da verdade. Faltou seriedade profissional e empresarial na cobertura de um tema da maior importância para a sociedade brasileira e que mexe com a vida de milhares de pessoas. Dia a dia, o que se verifica é que a mídia brasileira não percebeu que o Brasil mudou e que as políticas sociais estão instituídas enquanto políticas públicas, que demandam conhecimento e acompanhamento permanente em relação ao seu funcionamento. As políticas públicas na área social estão sepultando a cultura política da dádiva, contribuindo para a emancipação das pessoas e para a plena cidadania.

Com exceção de uns dois ou três jornalistas que se especializaram – por conta própria – na cobertura dos chamados programas sociais, não há, na mídia brasileira, quem acompanhe, com um mínimo de regularidade, a vida desses programas e, sobretudo, os seus resultados. Apesar da importância dos programas sociais, a mídia brasileira ainda não criou, sequer, uma editoria específica para a cobertura deles. E se no passado podia-se argumentar que as classes C, D e E não tinham peso no mercado, também esse argumento não mais se sustenta. A cobertura jornalística das políticas públicas é um dos grandes desafios e uma das maiores deficiências da imprensa brasileira.

Em anos de eleição, as dificuldades se acentuam mais. A disputa política envolve grandes riscos para os jornalistas. Se muitos temem se tornar instrumento de propaganda eleitoral de governos e candidatos, ao cobrir de forma acrítica o desempenho dos programas sociais, há igualmente o risco de dar a todas as políticas públicas um caráter e uma intenção eleitorais e, com isso, deixar de levar ao cidadão beneficiado as informações essenciais. Isso, sem falar na arrogância daqueles que se arvoram em "defensores do povo" sem, ao menos, dar a palavra a quem é de direito.

Voltando ao caso da revista Veja, chama atenção na matéria citada como os grandes ausentes do texto são os beneficiários do Programa Bolsa Família. Eles aparecem na foto que ilustra a matéria, mas não são ouvidos pela repórter. Se ouvidos, esses beneficiários teriam muito a dizer sobre o que está mudando em suas vidas. Mas, ao que tudo indica, isso não é interessante para os porta-vozes do nicho mais conservador da sociedade brasileira. Motivo pelo qual se prefere dar voz aos "formadores de opinião", sejam eles cientistas políticos ou articulistas.

A importância da mídia para a formação da opinião pública é inegável, mas a cada dia o cidadão e a cidadã se mostram mais conscientes e competentes ao fazerem as suas escolhas. Escolhas não só em termos eleitorais, mas escolhas sobre o que ler e onde buscar informações. Não é por acaso que a tiragem da mídia impressa brasileira tem apresentado acentuado declínio nos últimos anos, enquanto crescem exponencialmente os acessos aos sites e blogs.

Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=576IMQ004

Se o Brasil tivesse imprensa

Por: Eduardo Guimarães.

Este país está às portas daquela que talvez seja a mais importante campanha eleitoral de sua história. O governo que emergirá das urnas ao fim de outubro próximo estará incumbido de pilotar um país comparável a um bólido de fórmula 1, transbordante de riquezas e centro das atenções do mundo como jamais aconteceu em sua história.

Se o Brasil tivesse imprensa, TODOS os candidatos a presidente da República estariam sendo inquiridos e investigados, questionados por todos os seus atos e palavras e tendo seus desempenhos em cargos públicos devassados em cada detalhe.

Infelizmente, isso não acontece. Entre Dilma Rousseff e José Serra, apenas a ministra-chefe da Casa Civil é questionada e cobrada e investigada. E nem direi que, em sendo candidata – ou pré-candidata – à Presidência, Dilma esteja sendo mais cobrada e fiscalizada do que deveria. Não. O único problema é que seu principal adversário não está recebendo o mesmo tratamento.

Expoente de um governo exitoso, fato internacional e nacionalmente reconhecido por uma maioria massacrante, a ministra tem cada um de seus atos perscrutados com lente de aumento em todos os jornais, telejornais, rádios e programas de televisão possíveis e imagináveis. Todos os dias é acusada de tudo. Todos os dias é desmerecida. Todos os dias tem sua capacidade questionada.

Seu principal adversário, porém, recebe tratamento diametralmente diferente, a ponto de qualquer notícia negativa sobre ele na imprensa ser recebida com surpresa. Isso ocorre devido à total inapetência da imprensa brasileira em dispensar ao governador de São Paulo o mesmo tratamento que à sua provável principal adversária nas próximas eleições.

O Brasil precisa ser informado sobre os problemas da administração do Estado de São Paulo e da capital paulista tanto quanto é informado sobre os problemas do PAC, por exemplo. E não digo que não existam problemas nos dois lados. Seria impossível. No entanto, o governo de São Paulo que aparece nas tevês e nos jornais é quase que exclusivamente o da propaganda do governador.

E problemas não faltam. O Estado está submergindo em água misturada com excrementos; bairros inteiros estão alagados ininterruptamente há quase dois meses; no centro da capital, centenas de zumbis fumam crack à luz do dia e à vista de quem quiser ver; o metrô e o resto do transporte público estão colapsados; centenas de milhares de paulistanos estão sem água há quatro dias; quando chove, enorme parte da capital fica sem luz, às vezes por um dia inteiro...

Os problemas acima mencionados são apenas os mais dramáticos. Nem falei ainda do espancamento de vítimas dos alagamentos que foram para diante da prefeitura do indicado pelo governador paulista para sucedê-lo na administração da capital para pedirem providências por já não agüentaram mais continuar vivendo em casas inundadas por água suja e fezes, uma situação que já vai completando dois meses.

Se o Brasil tivesse imprensa em vez dessa máfia composta dos piores tipos de escroque travestidos de “jornalistas”, o governador José Serra certamente não se elegeria nem para síndico de prédio, pois sua administração é um desastre.

Enquanto isso, a imprensa se ocupa de criticar e difamar ininterruptamente programas e obras do governo federal mundialmente reconhecidos e que inclusive ajudaram o país a sair mais rapidamente da crise, mas só quando essa imprensa não está a repercutir os insultos desesperados dos aliados de Serra ao presidente da República e à sua pré-candidata a ocupar seu cargo a partir do ano que vem.

E quando um único veículo ousa fazer o que nenhum outro fez, quando a TV Brasil pergunta a Serra quando as setecentas mil pessoas que estão há três dias sem água voltarão a poder tomar banho, o governador, o responsável por resolver essa situação, eleito para tanto, pago para tanto pelos cofres públicos, escandaliza-se e se diz vítima de perseguição.

Desacostumado a prestar contas de seus atos publicamente, Serra não pode conviver com o jornalismo e seus questionamentos naturais a ocupantes de cargos públicos. Para ele, para esse déspota dissimulado, quando o assunto é São Paulo jornalismo é não fazer perguntas e não pedir respostas.

O que é mais assustador é que há risco de alguém como Serra pôr as mãos no governo do país sem que reste ninguém para incomodá-lo. Sua eleição se constituiria no mesmo desastre que foi o governo FHC simplesmente porque o Brasil, como naquela época, continua sem imprensa e, assim, não terá como lhe pedir explicações, que se tivessem sido pedidas ao ex-presidente tucano poderiam ter evitado muito sofrimento.

Se o Brasil tivesse imprensa, toda ela estaria ao lado da TV Brasil e contra a atitude antidemocrática e arrogante do governador paulista contra a emissora pública. Infelizmente, o Brasil é um país onde a comunicação é controlada por bandidos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Cerqueira César: Enchentes em SP refletem falta de governo


Júlio Cerqueira César Neto: "São Pedro e o lixo jogado na rua não foram os responsáveis pelas enchentes de 8 de setembro e 8 de dezembro em São Paulo"

por: Conceição Lemes


Filho feio não tem pai. Já se o rebento tem pedigree, sobram candidatos.

O governador de São Paulo, José Serra, é hors concours na área. Assume como dele a criação do Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde, considerado um exemplo no mundo. Só que os verdadeiros criadores são a doutora Lair Guerra de Macedo Rodrigues e o professor Adib Jatene.

“Serra, pai dos genéricos? PSDB, criador dos genéricos? Assumir como deles é um embuste!”, disse em junho ao Viomundo, o médico Jamil Haddad, falecido na semana passada, aos 83 anos. Ex- deputado federal, ex-prefeito do Rio Janeiro e ministro da Saúde de outubro de 1992 a agosto de1993, Jamil Haddad é o verdadeiro pai dos genéricos do Brasil.

Em compensação, Serra nunca é pai de perebentos. Inexoravelmente culpa os outros. Tanto que terceirizou a paternidade das inundações em São Paulo. Além do desplante de dizer que o noticiário negativo era obra do que chamou de PT Press, o governador afirmou que problema da enchente foi a enorme, anormal, atípica chuva.

Para colocar os pingos nos is, o Viomundo entrevistou o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto. Durante 30 anos – está com 80 – foi professor de Hidráulica e Saneamento da Escola Politécnica/USP. É considerado um dos grandes especialistas do Brasil nessa área.

Viomundo – Nos últimos dois meses, São Paulo submergiu duas vezes. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o governador José Serra (PSDB) culparam principalmente a “quantidade anormal de chuvas no período” e “ lixo jogado na rua pela população”. São Pedro e o povo são os responsáveis por essas duas inundações históricas?

Júlio Cerqueira César Neto – Não. Querendo dourar a pílula, as autoridades lançaram mão de vários parâmetros para confundir a opinião pública. Esses fatores realmente existem. Porém, São Pedro e a educação sanitária não são os causadores das enchentes de 8 de setembro e 8 dezembro.

Viomundo – São Pedro não teve mesmo culpa no cartório?

Júlio Cerqueira César Neto – Nas duas inundações deste ano, São Pedro está completamente isento. As duas chuvas [8 de setembro e 8 dezembro] não foram catastróficas, elas foram moderadas. Aliás, sempre que acontece uma enchente dessas, o prefeito, o governador, os secretários aparecem dizendo que São Pedro foi o responsável. Nada deixa a população mais irritada do que essa desculpa esfarrapada.

Viomundo – E o lixo jogado na rua?

Júlio Cerqueira César Neto – Prejudica um pouco, mas não é o principal. É só um fator colocado no debate pelas autoridades para confundir a opinião pública, e esconder os verdadeiros responsáveis.

Viomundo – Então quais as causas principais dessas enchentes?

Júlio Cerqueira César Neto – Uma delas, o assoreamento do Tietê. Assoreamento é o material sólido que vem na corrente líquida do rio: terra, erosão, lixo, entulho de obra. Na cidade de São Paulo, a declividade do Tietê é muito pequena e a velocidade, muito baixa. É como se o rio estivesse quase parado. Todo material sólido deposita-se, então, no fundo do canal, reduzindo a profundidade. Consequentemente, diminui também a capacidade de transporte de água na hora da chuva. É o que acontece com o Tietê. Em vez de ter espaço para passar, por exemplo, 1.000 metros cúbicos por segundo, só “cabem” 500. Os outros 500 transbordam.

Viomundo – Isso acontece também com os afluentes do Tietê?

Júlio Cerqueira César Neto – Pelo contrário. Eles têm declividade forte e velocidade grande de água e não assoreiam. Consequentemente, das cabeceiras até chegar ao Tietê, eles têm facilidade de transporte de material sólido. E como o Tietê tem velocidade muito baixa, esse material se deposita no canal do próprio Tietê.

Viomundo – Sempre foi assim?

Júlio Cerqueira César Neto – O Tietê sempre teve velocidade baixa. Não dá para modificar isso. É a conformação geológica e topográfica do rio.

Viomundo – Anualmente quanto de resíduos o Tietê recebe?

Júlio Cerqueira César Neto – Na cidade de São Paulo, entre a barragem da Penha [Zona Leste] e o Cebolão [Zona Oeste], aproximadamente 1,2 milhão de metros cúbicos de terra. Se você deixar isso no fundo do rio, a capacidade dele diminui. E o que o Departamento de Águas e Energia Elétrica, o DAEE do governo do Estado de São Paulo, tem feito? O DAEE faz a limpeza, mas tira apenas 400 mil metros cúbicos por ano.

Viomundo – O DAEE tira só um terço.

Júlio Cerqueira César Neto – Deixa, portanto, anualmente uma quantidade muito grande de sedimentos no Tietê, diminuindo capacidade de ele transportar as vazões de enchentes. No dia 8 de setembro, às 16h30m, no Viaduto da Casa Verde, um engenheiro mediu a quantidade de água que passava no rio. Deu 735 metros cúbicos por segundo. Ali, naquele trecho, se o canal do Tietê estivesse limpo, poderia passar mais de 1.000 metros cúbicos por segundo. Se o Tietê já transbordou com 735 metros cúbicos é porque estava assoreado.

Viomundo – Se o Tietê não estivesse assoreado, a inundação de setembro não teria havido?

Júlio Cerqueira César Neto – A inundação aconteceu porque o Tietê estava com mais da metade da sua capacidade obstruída por resíduos depositados no fundo do seu canal e que não foram limpos adequadamente pelo governo do estado.

Viomundo – E no dia 8 dezembro?

Júlio Cerqueira César Neto – Nenhum engenheiro foi lá medir. Mas pelas consequências a coisa foi muito semelhante à de 8 de setembro. Se a vazão não foi 735 metros cúbicos por segundo, foi de 835, 800, ou algo parecido. Se não houvesse assoreamento, a cidade não teria inundado. Houve inundação, porque o Tietê estava ainda mais assoreado do que em setembro. As causas que levam às enchentes são principalmente o assoreamento e a má limpeza do rio.

Viomundo – Ou seja, tem de se varrer todo dia o lixo da "casa"(rio). Se acumular, com o tempo a gente não passa mais...

Júlio Cerqueira César Neto -- Você tem um rio que deveria ter capacidade de 1.000 metros cúbicos por segundo. Se ele está sujo, a capacidade dele fica reduzida para 500, por exemplo. Assim, se a quantidade de água devido à chuva for de 700 metros cúbicos por segundo, ele extravasa. Não tem jeito. Encheu porque estava assoreado.

Viomundo – Alargar o Tietê, avançando sobre as marginais, resolveria as enchentes?

Júlio Cerqueira César Neto – Não acho que a solução seja por aí. Outro dia vi uma entrevista de um urbanista, dizendo que a prefeitura precisava tirar as marginais da várzea e colocá-las na encosta. No meu entender, tirar as marginais do lugar é algo totalmente fora de propósito.

Viomundo – E o que fazer?

Júlio Cerqueira César Neto – A calha do Tietê foi projetada há 20 anos. Na época, previa-se que a vazão de 1.000 metros cúbicos por segundo seria adequada para os nossos dias. Dez anos depois de iniciada a obra [levou 20 para ficar pronta], verificou-se que os 1.000 metros cúbicos já não seriam suficientes. Eram necessários 1.400. A urbanização foi muito mais intensa e mais rápida do que o imaginado. Ampliar o tamanho da calha não dá mais. A única forma de fazer com que a vazão voltasse a ser de 1.000 metros cúbicos por segundo é fazer piscinões. Infelizmente, pois são um mal necessário.

Viomundo – Por que infelizmente?

Júlio Cerqueira César Neto – Do ponto de vista hidráulico, os piscinões são perfeitos. Retêm o pico das cheias dos afluentes, diminuindo a quantidade de água que chega ao Tietê. É o único jeito de fazermos com que a vazão do Tietê baixe de 1.400 metros cúbicos por segundo para 1.000. Para isso, o governo do estado de São Paulo, via DAEE, projetou 134 piscinões. Entretanto, nos últimos dez anos, construiu apenas 43.

Viomundo – Um terço...

Júlio Cerqueira César Neto – Pois é. Com isso, não conseguiu baixar a vazão de 1.400 metros cúbicos para 1.000. Ou seja, mesmo que a calha do Tietê estivesse limpa, ela seria insuficiente para uma capacidade de 1.300 metros cúbicos por segundo, por exemplo, que são vazões que ocorrerão daqui para frente, no período chuvoso, que vai principalmente de janeiro a março.

Viomundo – Então até agora não choveu muito mesmo?

Júlio Cerqueira César Neto – As duas enchentes ocorreram com chuvas moderadas. São chuvas do período de estiagem. Ou seja, o pior está por vir.

Viomundo – E como resolver a questão das enchentes a curto prazo?

Júlio Cerqueira César Neto – A calha do Tietê tem duas deficiências importantes e não há como resolvê-las de pronto. Vamos ter de conviver com a insuficiência da calha por muitos anos ainda.

Viomundo – Por quê?

Júlio Cerqueira César Neto – Primeiro: temos de fazer 91 piscinões. Se eles levaram [o governo São Paulo] 10 anos para fazer 43, levarão mais 20 para fazer os que faltam. Segundo: o governo do estado não está disposto a gastar mais do que a limpeza [de resíduos da calha] de 400 mil metros cúbicos por ano, quando são necessários 1,2 milhão. São duas deficiências que precisam ser resolvidas. Ou o governo do estado faz mais piscinões e limpa a calha do Tietê ou vamos ter enchentes frequentemente.

Viomundo – O senhor disse que os piscinões são um mal necessário. Gostaria que me explicasse por quê.

Júlio Cerqueira César Neto – Nós temos um sistema que conduz o esgoto doméstico e outro, as águas pluviais. Chama-se sistema separador absoluto. Porém, há 30 anos, a nossa "magnífica" Sabesp constrói redes coletoras de esgoto que jogam o esgoto diretamente no córrego mais próximo. O córrego é do sistema de drenagem e não do sistema de esgotos. Então, todos os córregos da região metropolitana de São Paulo e o próprio rio Tietê – deste eu nem preciso falar para você – são esgotos a céu aberto. Os esgotos saem da rede, entram nos córregos. Portanto, quando se faz um piscinão num córrego desses, você retém não apenas a água da chuva mas a do esgoto também.

Viomundo – Quer dizer que o piscinão é um “esgotão”?

Júlio Cerqueira César Neto – Na prática, os piscinões são verdadeiros esgotos, sim. Ainda mais quando a água fica parada. Daí, sim, ela decanta, formando um lodo no fundo. É uma situação sanitária extremamente desfavorável. Esse é um dos aspectos pelos quais eu não gosto dos piscinões. Na sequência, eles se tornam um tremendo problema; são foco de proliferação de doenças na cidade.

Viomundo – Ou seja, do ponto de vista de saúde pública o piscinão é péssimo?

Júlio Cerqueira César Neto – Sim. Por isso eu digo que é um mal necessário. Só deve ser feito onde não há outra coisa a fazer. Não façam, pelo amor de Deus, piscinões para resolver alagamentos das cidades da região metropolitana, que são as enchentes das prefeituras. Deixem a água correr normalmente.

Viomundo – A curto prazo, o senhor já disse que não tem solução para o Tietê. Se o governo acelerar hoje a limpeza do rio, o resultado não vai aparecer amanhã. E agora?

Júlio Cerqueira César Neto – Esse trabalho tem de ser iniciado já. O governo do estado tem de passar a tirar 1,2 milhão metros cúbicos de resíduos do Tietê. Precisa colocar mais dinheiro no orçamento do ano que vem, porque essas obras não são feitas em uma semana. E esse trabalho de limpeza tem de ser feito o ano inteiro – de janeiro a dezembro. Ininterruptamente. É tirar, tirar, tirar, para evitar o acúmulo de resíduos no fundo do rio.

Viomundo – E se governo do estado de São Paulo não fizer a limpeza diária como tem de ser feita, nem investir os recursos necessários?

Júlio Cerqueira César Neto – Então que avise a população. Avise-a também que a cidade vai inundar. Quanto aos piscinões, em vez de levar 10 anos para fazer os que 91 que faltam, que faça em 5 anos.

Viomundo – E se o governo disser que não pode?

Júlio Cerqueira César Neto – Pode, sim. É só colocar dinheiro.

Viomundo – Isso implica estabelecer as enchentes como prioridade.

Júlio Cerqueira César Neto – Se é que é uma prioridade... Não me parece. Até agora, o governo de São Paulo não disse a que veio. Na quarta-feira, a Câmara Municipal aprovou o orçamento da Prefeitura. Para 2010, a verba de córregos e galerias para o sistema de drenagem pluvial da cidade foi cortada pela metade. E olha que provavelmente nem o orçamento inicial seria suficiente. Mas não cortaram a verba de publicidade da prefeitura. Com essas atitudes, o recado que deram é o de que enchente não é um problema importante.

Viomundo – Será que a Prefeitura e o Governo do Estado de São Paulo estão contando com a ajuda especial de São Pedro nos próximos meses?

Júlio Cerqueira César Neto – Eu não vejo com otimismo a nossa próxima estação chuvosa, não. Janeiro, fevereiro e março são os meses das grandes chuvas. E nós vamos ter situações piores do que as tivemos em setembro e dezembro.

Viomundo – Há quatro anos, quando foi concluído o bilionário rebaixamento da calha do Tietê, se propagandeou que São Paulo não teria mais enchentes. E agora?

Júlio Cerqueira César Neto – Essa informação de que não teríamos mais enchentes em São Paulo era simplesmente uma mentira. Primeiro, a calha não tem a capacidade que deveria ter. Segundo, faltam 91 piscinões. Terceiro, se o governo não se propuser a tirar do fundo do rio a quantidade necessária de resíduos, nós vamos continuar tendo mais enchentes . Portanto, é mentira que não teríamos mais enchentes aqui.

Viomundo – Mas não tem jeito mesmo de se evitar inundação nesses próximos meses em Sâo Paulo?

Júlio Cerqueira César Neto – A não ser que São Pedro se transforme num anjinho e diga: “Não chova mais na região de São Paulo, a não ser umas gotinhas...” Mas isso a gente não pode esperar, concorda?
Fonte: http://www.viomundo.com.br/denuncias/cerqueira-cesar-enchentes-em-sp-refletem-falta-de-governo/

Como Zé Alagão trata os alagados: a pau!



Um protesto envolvendo cerca de 200 moradores de bairros alagados da Zona Leste de São Paulo terminou em confusão em frente à sede da Prefeitura, no Centro, na tarde desta segunda-feira (8). Policiais militares usaram spray de pimenta e cassetetes para conter o protesto.

A manifestação começou por volta das 14h, quando o grupo chegou em frente à sede da administração municipal. Revoltados com a situação em que se encontram os bairros do Jardim Pantanal e do Jardim Romano, os moradores pretendiam ser recebidos pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). A assessoria da Prefeitura, porém, negou o encontro e afirmou que uma comissão receberia representantes do grupo.

De acordo com o assessor do gabinete da Prefeitura, Roberto Tamishiro, os moradores só seriam atendidos caso a manifestação fosse pacífica. Em seguida, soldados da Polícia Militar formaram um cordão de isolamento para afastar os manifestantes.

Houve desentendimento e os policiais usaram sprays de pimenta e deram golpes de cassetete nos manifestantes. Nesse instante, algumas lideranças do movimento foram atingidas e as pessoas começaram a se dispersar.

Segundo o major Marcos Rangel Torres, da PM, o uso do gás de pimenta e os casos de violência serão investigados. "Houve um acirramento da tensão e nesse momento foi necessário dispersar os manifestantes", afirmou.


“É mais fácil saírmos da Zona Leste do que o prefeito descer para falar com a gente?”, questionou Jackson Camilo, morador do Jardim Pantanal. Segundo ele, as únicas medidas imediatas tomadas foram a retirada de entulhos das ruas e o decreto de calamidade pública.

"O que nós queremos é saber como vai ficar a situação dos moradores da área legalizada", disse. "A enchente não atingiu apenas os moradores da várzea do Tietê".

A estimativa da organização do protesto é que mais 200 manifestantes cheguem ainda durante a tarde. Procurada, a assessoria de imprensa da PM informou que houve um princípio de tumulto, mas que a situação já havia se normalizado às 15h.
Fonte: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=26865