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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

A VIDA DE UM ESCRITOR: JULIAN FUKS




Júlian Miguel Barbero Fuks (São Paulo, São Paulo, 1981). Romancista, contista e crítico literário. Filho de argentinos refugiados no Brasil, Júlian Fuks cresce na cidade de São Paulo. Em 2000, ingressa no curso de jornalismo da Universidade de São Paulo (USP). Contribui como resenhista e repórter de literatura em diversos órgãos de imprensa como o jornal Folha de S.Paulo e as revistas Cult e Entrelivros. Estreia como autor em 2004 com o volume de contos Fragmentos de Alberto, Ulisses, Carolina e Eu.

Em 2009, recebe o título de mestre em teoria literária na USP por sua dissertação sobre o romancista argentino Juan José Saer (1937-2005). No mesmo ano, inicia curso de especialização em estética e arte na Universitat Autònoma de Barcelona (UAB), na Espanha. Em 2010, participa da antologia Primos - Histórias da Herança Árabe e Judaica, organizada pelas romancistas Adriana Armony (1969) e Tatiana Salem Levy (1979). Recebe indicações para o prêmio Jabuti e Portugal Telecom pelos livros Histórias de Literatura e Cegueira, de 2007, e Procura do Romance, de 2011.
Análise

Júlian Fuks possui uma evidente influência da literatura argentina em suas obras, com referências explícitas a nomes como o contista Jorge Luis Borges (1899-1986) e o romancista Juan José Saer (1937-2005). Como esses autores, Fuks problematiza em seus escritos os limites entre a ficção e a realidade incorporando fatos reais e elementos biográficos, dando-lhes configuração literária. Desse modo, torna-se difícil classificar um livro como Histórias de Literatura e Cegueira. Baseando-se parcialmente na biografia de três autores - além de Borges, o poeta João Cabral de Melo Neto (1920-1999) e o romancista irlandês James Joyce (1882-1941) - Fuks mescla reflexão ensaística, análise crítica de obras dos autores abordados e ficcionalização da vida destes escritores.

A problematização entre ficção e realidade recebe outros contornos em Procura do Romance. Júlian Fuks atribui a Sebastián, protagonista da narrativa, alguns de seus dados biográficos. O personagem, por exemplo, também é filho de pais argentinos refugiados no Brasil. Mais ainda: no livro, Sebastián narra as dificuldades na elaboração de um romance criando uma espécie de metarromance, isto é, um romance cujo tema principal é a processo de escrita de um romance. Devido a tal enfoque não se pode considerá-lo como uma mera autobiografia já que, no decorrer da trama, o autor inventa situações que problematizam a narração colocando a própria linguagem em questão.