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sábado, 28 de julho de 2018

LULA LIVRE -- Bordões ... Capturas do Face Luciana Hidalgo


https://bit.ly/2LtKNru


https://bit.ly/2LUtegx



Abrindo com motes da arte poética  para conectar o texto de Luciana Hidalgo:


O amor é um dos poemas de Vladimir Maiakovski. Foi adaptado e musicado por Caetano Veloso:


Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zôo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então,
de todo amor não terminado
seremos pagos
em inumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo quotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:
– Camaradas!

Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casas.
Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo,
a mãe,
pelo menos a Terra.
Vladimir Maiakovski (1893-1930)

ou

Marcha de Quarta-Feira de Cinzas
Vinicius de Moraes

......

Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando
Cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida
Feliz a cantar

Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
.....


A mais alta performance da arte é quando ela se enquadra com os anseios, desejos do povo e assim enxerga a vida e a luta. Poetas assim o  fizeram :Maiakovski, ou Thiago de Melo, Joao Cabral, Daniel Lima , Vinicius, a exemplo aqui, Ademir Assunção etc. Aqui neste projeto e com participação dos artistas, ídolos do povo, a grande maioria, a arte levanta seu motor e arregaça o céu da praça , denuncia, aponta fogo e energiza. Precisamos de mais, por todas cidades e seus artistas locais,"mas que nunca é preciso cantar." Por todas as vilas, vilarejos, grandes pequenas cidades do Norte ao sul, leste oeste. É NECESSÁRIO DESCONCENTRAR....AVANTE BRASILEIROS. Luciana Hidalgo agora, aqui, abaixo.Paulo Vasconcelos


Luciana Hidalgo Facebok

“Lula Livre” é um bordão que ecoa diariamente nos mais variados rincões da resistência no Brasil. Agora alguns desses ecos se unem num livro. Os escritores Ademir Assunção e Marcelino Freire convidaram grandes nomes da arte brasileira para criarem contos, poemas, cartuns, tudo pela libertação de Lula, o preso político. Em “Lula livre Lula livro” há textos de Augusto de Campos, Chico Buarque, Raduan Nassar, Chico Cesar, Aldir Blanc, Chacal, Frei Betto etc. Dos amigos escritores aqui no Facebook tem Noemi Jaffe, Marcia Denser, Edimilson De Almeida PereiraSebastião NunesRaimundo CarreroSidney RochaTarso de MeloAdriane Garcia e muita gente incrível (minha "Carta ao Lula" também está entre os textos publicados). O livro será lançado no sábado na Casa Paratodxs, na Flip, em Parati, e no Festival Lula Livre, nos Arcos da Lapa, no Rio. Em breve vão disponibilizá-lo em e-book. Por enquanto, deixo aqui o belo poema que abre o livro, de Ademir Assunção, que diz muito sobre o Brasil pós-golpe, esse purgatório dos cínicos:




CHACAIS E HIENAS
Ademir Assunção
a história sempre termina assim
os chacais – e também as hienas
saltam sobre o leão ferido
os chacais – e também as hienas
saltam sobre o leão ferido
para devorar sua carne – até o osso
os chacais – e também as hienas
saciam a fome atávica de séculos
e mostram os dentes pontiagudos
mostram os dentes pontiagudos
fiapos de carne entre os caninos
e riem seu riso de escárnio e ganância
e o riso de escárnio e ganância
é ouvido em toda a pradaria
toda a savana toda a cidade
as ovelhas balem nos currais os lobos
uivam nos cerrados as águias
apuram a visão no alto das árvores
o cheiro de carniça persiste por dias
vermes fermentam os restos de carne
e o couro do leão ferido se degrada
o vento crepita nos galhos secos
um silêncio – que não é paz nem trégua
se espalha pela pradaria savana cidade
a chuva não vem o sol é inclemente
a fome o escárnio a ganância persistem
e a história recomeça de novo e de novo.