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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

ESSA CALOU OS > AMERICANOS.!!! > SHOW DO EX- MINISTRO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRO OS ESTADOS AOS UNIDOS

>
> Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o
> ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual
> senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado
> sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
>
>
> O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que
> esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.
>
>
> Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:
>
> "De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria
> contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que
> nossos governos não tenham o devido cuidado com esse
> patrimônio, ele é nosso.
>
> "Como humanista, sentindo o risco da degradação
> ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua
> internacionalização, como também de tudo o mais que tem
> importância para a humanidade.
>
> "Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser
> internacionalizada, internacionalizemos também as reservas
> de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante
> para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia
> para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas
> sentem-se no direito de aumentar ou
> diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu
> preço."
>
> "Da mesma forma, o capital financeiro dos países
> ricos deveria ser
> internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para
> todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela
> vontade de um dono, ou de um país.
> Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego
> provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores
> globais. Não podemos deixar que as reservas
> financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia
> da especulação.
>
> "Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a
> internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O
> Louvre não deve pertencer apenas à França.
> Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças
> produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse
> patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico,
> seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário
>
> ou de um país. Não faz muito, um milionário
> japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de
> um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter
> sido internacionalizado.
>
> "Durante este encontro, as Nações Unidas estão
> realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de
> países tiveram dificuldades em comparecer por
> constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que
> Nova York,
> como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada.
> Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade.
> Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro,
> Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica,
> sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
>
> "Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo
> risco de deixá-la nas
> mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais
> nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que
> são capazes de usar essas armas, provocando uma
> destruição milhares de vezes maiores do que as
> lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
>
> "Defendo a idéia de internacionalizar as reservas
> florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando
> essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha
> possibilidade de COMER e de ir à escola.
> Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas,
> não importando o país onde nasceram, como patrimônio que
> merece cuidados do mundo inteiro.
>
> "Como humanista, aceito defender a
> internacionalização do mundo.
> Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei
> para que a Amazônia
> seja nossa. Só nossa!
>
>
> DIZEM QUE ESTA
> MATÉRIA NÃO FOI PUBLICADA, POR RAZÕES ÓBVIAS. AJUDE A
>
> DIVULGÁ-LA, SE POSSÍVEL FAÇA TRADUÇÃO PARA OUTRAS
> LÍNGUAS QUE DOMINAR.
>
>

Livros embalados como cigarro

BY...http://www.dzai.com.br/livrolivre/blog/livrolivre






























Cigarros e livros estão historicamente ligados, mas enquanto o livro é considerado um vício saudável, o cigarro decaiu e está as beiras de ser banido do mundo. Com saudades dos "bons" e velhos tempos, quando se podia fumar no meio de montes de papel, uma empresa criou o Cigarro Literário.

São onze contos de seis grandes autores que vem dentro da embalagem mais elegante do mercado. As caixas são de alumínio e o livro vem embrulhado em papel alumínio e celofane. Todos os livros apresentam o texto integral e os fabricantes dizem que a fonte permite uma leitura fácil.

No site você pode comprar um maço por R$ 20 mais frete ou o pacote por R$ 117 mais o frete.

Prêmio de melhor capa de livro


http://www.dzai.com.br/livrolivre/blog/livrolivre









Prêmio de melhor capa de livro
Sim, existem prêmios para capas de livros. Também existem para encadernação, mas isso fica para um outro post. A Getty Images, uma empresa que vende fotos para todo o tipo de usos ofereceu um prêmio nacional para as melhores capas de livros feitas com fotografias compradas no banco de imagens.

O concurso julgou capas de livros de 2009 e o vencedor foi Rodrigo Rodrigues de Azevedo, autor da capa de Os espiões, de Luis Fernando Veríssimo. O segundo lugar ficou com Renné Nery Ramos que fez a capa de John, de Cynthia Lennon. O terceiro lugar foi para Raul Fernandes. Ele fez a capa de Faróis Estrábicos na Noite, escrito por Cecília Prada.

O prêmio da Getty Images não é o único brasileiro que premia capas. O famoso Prêmio Jabuti, o mais importante da literatura brasileira também premia os designers que fazem o primeiro contato do leitor com a obra. Os ganhadores de 2009 estão abaixo.











Escreva para: blogglivrolivre@gmail.com

CARTA DE UMA PROFESSORA PORTUGUESA PARA MAITÉ PROENÇA



-Contribuição Anselmo Dantas PB-
CARTA DE UMA PROFESSORA PORTUGUESA PARA MAITÉ PROENÇA


Maitê Proença disse no programa "Saia Justa" umas gracinhas sobre a
inteligência dos portugueses.

O programa passa em Portugal e causou um grande mal-estar lá na terrinha.

Uma Doutora Portuguesa deu-lhe a resposta.

Obs : É isso que dá, alguem despreparado emitir conceitos sobre
assuntos que não domina,

com apoio dos alienados das redes de TV Brasileira ,que se consideram
o maximo em cultura.

________________________________

Exma. Senhora:

Foi com indignação que vi a ‘peça cómica’ que fez em Portugal e
passou no programa Saia Justa em que participa. Não que me espante que
o tenha feito – está à altura da imagem que há muito tenho de si, pelo
que me tem sido dado ver pelos seus desempenhos – mas sim pelo facto
da TV Globo ter permitido que tal ignorância fosse para o ar.
Só para que possa, se conseguir, ficar um pouco mais
esclarecida: A ‘vilazinha’ de Sintra é património da Humanidade,
classificada pela UNESCO e unanimemente reconhecida como uma das mais
belas e bem preservadas cidades históricas do mundo;
Em Portugal, onde existem pessoas que olham para o mouse do seu
computador como se de uma capivara se tratasse, foi onde foi
inventado o serviço pré-pago de telefones móveis (os celulares) – não
existia nenhum no mundo que sequer se aproximasse e foi também o que
inventou o sistema de passagem nas portagens (pedagios, se preferir),
sem ter que parar – quando passar por alguma, sem ter que ficar na
fila, lembre-se que deve isso aos portugueses.
É um dos países do Mundo com maior taxa de penetração de
computadores e serviços de internet em ambiente doméstico. É o único
país do mundo onde TODAS as crianças que frequentam a escola têm
acesso directo a um computador (no próprio estabelecimento de ensino)
– e em Portugal TODAS as crianças vão à escola.. Muitas delas até têm
um computador próprio, para seu uso exclusivo, oferecido ou
parcialmente financiado pelo Ministério da Educação – já ouviu falar
do Magalhães? É natural que não... mas saiba que é uma criação nossa,
que está a ser adquirida por outros países. Recomendo-o vivamente – é
muito simples e adequado para quem tem poucos conhecimentos de
informática.
Somos tão inovadores em matéria de utilização de tecnologia
informática e web nas escolas, que o nosso caso foi recomendado por
especialista americanos, como exemplo a seguir, a Barack Obama, que é
só o Presidente dos Estados Unidos – ao Sr. Lula da Silva tal não
seria oportuno, porque ele considera que a Escola não é determinante
no sucesso das pessoas (e, no Brasil, a julgar pelo próprio, tem toda
a razão).
A internet à velocidade de 1 Mega, em Portugal há muito que é
considerada obsoleta – eu percebo que não entenda porquê, porque no
Brasil é hoje anunciada como o grande factor diferenciador a
transmissão por cabo que já não nos interessa. Já estamos noutra –
estamos entre os países do mundo com a rede de fibra óptica mais
desenvolvida.E nesse contexto 1 Mega é mesmo uma brincadeira.
O ditador a que se refere – o Salazar – governou, infelizmente,
‘mais de 20 anos’, mas para a próxima, para ser mais precisa, diga que
foram 48 (INFELIZMENTE, é mais do dobro de 20). Ainda assim, e apesar
do muito dano que nos causou a sua governação, nós, portugueses,
conseguimos em 35 anos reduzir praticamente a ZERO a taxa de
analfabetos e baixar para cifras irrisórias o nível de mortalidade
infantil e de mulheres no parto onde estamos entre os melhores do
mundo.
Criar uma rede viária que é das mais avançadas do mundo – em
Portugal, sem exceder os limites de velocidade e sem correr risco de
vida, fazemos 300 km em duas horas e meia (daria tanto jeito que no
Brasil também fosse assim!).
Melhorar muito o nível de vida das pessoas, promovendo salários
e condições de trabalho condignos. Temos ainda muito para fazer nesta
matéria, mas já não temos pessoas fechadas em elevadores, cuja função
é apenas carregar no botão do andar pretendido – cada um de nós sabe
como fazê-lo e aproveitamos as pessoas para trabalhos mais
estimulantes e úteis; também já não temos trabalhadores agrícolas em
regime de escravatura – cada pessoa aqui tem um salário, não trabalha
a troco de um prato de comida.
Colocar-nos na vanguarda mundial das energias renováveis, menos
poluentes, mais preservadoras do planeta; enquanto uns continuam a
escavar petróleo, nós estamos a instalar o maior parque de energia
eólica do mundo (é a energia produzida a partir do vento).
Poderia também explicar-lhe quem foi Camões, Fernando Pessoa,
etc., cujos túmulos viu no Mosteiro dos Jerónimos, mas eles merecem
muito mais.
Ah!, já agora, deixe-me dizer-lhe também que num ponto estou
muito de acordo consigo: temos muito pouco sentido de humor. É
verdade. Não acharíamos graça nenhuma se tivéssemos deputados a
receber mesada para votarem num certo sentido, não nos divertiria
muito se encontrassem dirigentes políticos com dinheiro na cueca, não
nos faria rir ter senadores a construir palácios megalómanos à conta
de sobre-facturação do Estado, não encontramos piada quando os
políticos favorecem familiares e usam o seu poder em benefício
próprio. Ficaríamos, pelo contrário, tão furiosos, que os colocaríamos
na cadeia. Veja só – quanta falta de humor! Mas, pelo contrário,
fazem-me rir as sessões plenárias do senado brasileiro. Aqui em
Portugal , e estou certa que em toda a Europa, tal daria um excelente
programa de humor.
Que estranho não é?!
Para terminar só uma sugestão: deixe o humor para quem no
Brasil o sabe fazer com competência (e há humoristas muito bons no
Brasil). Como alternativa, não sei o que lhe sugerir, porque ainda não
a vi fazer nada que verdadeiramente me indicasse talento...
Peço desculpa por não poder contribuir.

Mafalda Carvalho
Dra Profa Universidade de Coimbra

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MAIS ACUSAÇÕES NAS CORTES EUROPÉIAS CONTRA O GOOGLE

New Complaints Filed Against Google in Europe

BY N YORK TIMES


By BLOOMBERG NEWS
Published: February 23, 2010

Google faces European antitrust scrutiny after three companies filed complaints about what they consider unfair competition.

A British price-comparison site called Foundem, a French legal search engine called Ejustice.fr and a Microsoft service called Ciao From Bing, brought complaints to the European Commission, Google said Tuesday in a posting.

Foundem and Ejustice.fr complained that Google plays down their sites in its search results, Google said. Ciao From Bing, a former partner of Google, was acquired by Microsoft in 2008. That company’s complaint relates to Google’s terms and conditions, Google said. Ciao originally took its complaint to Germany’s antitrust agency and the case was transferred to the European Commission, Google said.

“At this stage this is a fact-finding exercise, and we’re happy to answer the commission’s questions,” Google said in a statement. “We are happy to explain our products and technology, and are very confident that our business operates in the interests of users and partners, as well as within European competition law.”

Ciao, Ejustice.fr and Foundem did not immediately answer e-mail inquiries.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O discurso de Dilma no IV Congresso do PT.

Queridas companheiras, queridos companheiros,

Para quem teve a vida sempre marcada pelo sonho e pela esperança de mudar o Brasil, este é para mim um dia extraordinário.

Meu partido – o Partido dos Trabalhadores – me confere a honrosa tarefa de dar continuidade à magnífica obra de um grande brasileiro. A obra de um líder - meu líder - de quem muito eu tenho orgulho: o presidente Lula, o Lula. Jamais pensei que a vida me reservasse tamanho desafio. Mas me sinto absolutamente preparada para enfrentá-lo - com humildade, com serenidade e com confiança.

Neste momento, ouço a voz da minha Minas Gerais, terra de minha infância e de minha juventude. Dessa Minas que me deu o sentimento de que vale a pena lutar, sim, pela liberdade e contra a injustiça. Ouço os versos de Drummond:

“Teus ombros suportam o mundo/
E ele não pesa mais do que a mão de uma criança”
Até hoje eu sinto o peso suave da mão de minha filha, quando nasceu. Que força naquele momento ela me deu. Quanta vida ela me transmitiu. Quanta fé na humanidade me passou. Eram, naquela época, tempos difíceis.

Ferida no corpo e na alma, fui acolhida e adotada pelos gaúchos – pelos gaúchos generosos, solidários, insubmissos, como são os gaúchos. Naqueles anos de chumbo, onde a tirania parecia eterna, encontrei nos versos de outro poeta - Mário Quintana - a força necessária para seguir em frente. Mário Quintana disse:



“Todos estes que aí estão/

Atravancando o meu caminho,/

Eles passarão.

Eu passarinho.”



Eles passaram e nós hoje voamos livremente.Voamos porque nascemos para ser livres.

Sem ódio, sem revanchismo e com serena convicção afirmo que nunca mais viveremos numa gaiola, numa jaula ou numa prisão.


Hoje estamos construindo um novo país na democracia. Um país que se reencontrou consigo mesmo. Onde todos, todos, mas todos mesmo, expressam livremente suas opiniões e suas idéias.

Mas um país que não tolera mais a injustiça social. Que descobriu que só será grande e forte se for de todos.



Vejo nesta manhã – já quase tarde - nos jovens que nos acompanham e nos mais velhos que aqui estão - um extraordinário encontro de gerações. De gerações que, como a minha, levaram nosso compromisso do país e com o país às últimas conseqüências.



Amadureci. Amadurecemos nós todos. Amadureci na vida. No estudo. No trabalho duro. Nas responsabilidades de governo no Rio Grande do Sul e, sobretudo, aqui no governo do Brasil. Mas esse amadurecimento não se confunde com perda de convicções.


Não perdemos a indignação frente à desigualdade social, à privação de liberdade, às tentativas de submeter nosso país. Não sucumbimos aos modismos ideológicos. Persistimos em nossas convicções, buscando, a partir delas, construir alternativas concretas e realistas. Continuamos movidos a sonhos. Acreditando na força do povo brasileiro, em sua capacidade de construir um mundo melhor.


A história recente mostrou que estávamos certos. Tivemos um grande mestre – o Presidente Lula nos ensinou o caminho.


Em um país, com a complexidade e as desigualdades do Brasil, ele foi capaz de nos conduzir pelo caminho de profundas transformações sociais em um clima de paz, de respeito e fortalecimento da democracia.

Não admitimos, portanto, que alguém queira nos dar lições de liberdade. Menos ainda aqueles que não tiveram e não têm compromisso com ela.



Companheiras, Companheiros, recebo com humildade a missão que vocês estão me conferindo. Com humildade, mas com coragem e determinação. Coragem e determinação que vêm do apoio que recebo de meu partido e de seu primeiro militante mais ilustre – o Presidente Lula.


Do apoio que espero ter dos partidos aliados que, com lealdade e competência, também são responsáveis pelos êxitos do nosso Governo. Com eles quero continuar nossa caminhada. Participo de um governo de coalizão. Quero formar um Governo de coalizão.

Estou consciente da extraordinária força que conduziu Lula à Presidência e que deu a nosso Governo o maior respaldo da história de nosso país – a força do povo brasileiro. Esta é a força que nos conduziu até aqui e que nos mantém.

A missão que me confiam não é só de um partido ou de um grupo de partidos. Recebo-a como um mandato dos trabalhadores e de seus sindicatos.


Dos movimentos sociais. Dos que labutam em nossos campos. Dos profissionais liberais. Dos intelectuais. Dos servidores públicos. Dos empresários comprometidos com o desenvolvimento econômico e social do país.




Dos negros. Dos índios.Dos jovens. De todos aqueles que sofrem ainda distintas formas de discriminação.

Enfim, das mulheres. Para muitos, elas são “metade do céu”. Mas queremos mesmo é metade da terra também. Com igualdade de direitos, salários e oportunidades.


E como disse o presidente Lula, não há limite para nós mulheres. É esse, inclusive, um dos preceitos da primeira vez nós termos uma candidata mulher.


Quero com vocês - mulheres do meu país - abrir novos espaços na vida nacional. É com este Brasil que quero caminhar. É com ele que vamos discutir e seguir, avançando com segurança, mas com a rapidez que nossa realidade social exige sistematicamente de nós.


Nessa caminhada encontraremos milhões de brasileiros que passaram a ter comida em suas mesas e hoje fazem três refeições por dia. Milhões que mostrarão suas carteiras de trabalho, pois têm agora emprego e melhor renda. Milhões de homens e mulheres com seus arados e tratores cultivando a terra que lhes pertence e de onde nunca mais serão expulsos. Milhões que nos mostrarão suas casas dignas e os refrigeradores, fogões, televisores ou computadores que puderam comprar.

Outros milhões acenderão as luzes de suas modestas casas, onde reinava a escuridão ou predominavam os candeeiros. E estes milhões de pontos luminosos pelo Brasil afora serão como uma trilha incandescente que mostra um novo caminho.


Nessa caminhada, veremos milhões de jovens mostrando seus diplomas de universidades ou de escolas técnicas com a convicção de quem abriu uma porta para o futuro, para o seu futuro.

Milhões - mas muitos milhões mesmo - expressarão seu orgulho de viver em um país livre, justo e, sobretudo, respeitado em todo o mundo.

Muitos me perguntam por que o Brasil avançou tanto nos últimos anos. Digo que foi porque soubemos construir novos caminhos, e ter a vontade política de um grande líder, como o presidente Lula com a sua vontade de fazer trilhar, derrubando velhos dogmas que funcionavam como barreiras nos caminhos do Brasil.

O primeiro caminho é o do crescimento com distribuição de renda - o verdadeiro desenvolvimento. Provamos que distribuindo renda é que se cresce. E se cresce de forma mais rápida e sustentável. Essa distribuição de renda permitiu construir um grande mercado de bens de consumo de massa, de consumo popular. Ele nos protegeu dos efeitos da crise mundial. O nosso consumo, o consumo do povo brasileiro sustentou o país diante do medo que se abateu sobre o sistema financeiro internacional e privado nacional.

Criamos 12 milhões de empregos formais. A renda dos trabalhadores aumentou. O salário mínimo real cresceu como nunca. Expandimos o crédito para o conjunto da sociedade. Estamos construindo um Brasil para todos. Não o Brasil para uma minoria, como fizemos sistematicamente desde os tempos da escravidão. O segundo caminho foi o do equilíbrio macro-econômico e da redução da vulnerabilidade externa.

Eliminamos as ameaças de volta da inflação. Reduzimos a dívida em relação ao Produto Interno Bruto. Aumentamos nossas reservas de 38 bilhões de dólares para mais de 241 bilhões. Multiplicamos por três nosso comércio exterior, praticando uma política externa soberana, que buscou diversificar mercados. Deixamos de ser devedores internacionais e passamos à condição de credores. Hoje não pedimos dinheiro emprestado ao FMI. É o Fundo que pede dinheiro a nós.

Grande ironia é essa: os mesmos 14 bilhões de dólares que foram sacados do empréstimo, que antes o FMI nos emprestava, agora somos nós que emprestamos ao FMI.



E isso faz a diferença no que se refere à nossa postura soberana.



O terceiro caminho foi o da redução das desigualdades regionais. Invertemos nos últimos anos o que parecia uma maldição insuperável. Quando o país crescia, concentrava riqueza nos estados e regiões mais prósperos. Quando estagnava, eram os estados e regiões mais pobres que pagavam a conta.

Governantes e setores das elites viam o Norte e o Nordeste como regiões irremediavelmente condenadas ao atraso.


A vastos setores da população não restavam outras alternativas que a de afundar na miséria ou migrar para o sul em busca de oportunidades. É o que explica o inchaço das nossas grandes cidades e das médias também.

Essa situação está mudando por decisão do governo do presidente Lula que focou nessas questões, num grande conjunto de sua política de desenvolvimento.



O Governo Federal começou um processo consistente de combate às desigualdades regionais. Passou a ter confiança na capacidade do povo das regiões mais pobres. O Norte e o Nordeste receberam investimentos públicos e privados. O crescimento dessas duas regiões passou a ser sensivelmente superior ao do Brasil como um todo no período da crise.






Nós vamos aprofundar esse caminho e esse compromisso de acabar com esse desequilíbrio. O Brasil não mais será visto como um trem em que uma única locomotiva puxa todos vagões, como nos tempos da “Maria Fumaça”. O Brasil de hoje é como alguns dos modernos trens de alta velocidade, onde vários vagões são como locomotivas e contribuem para que o comboio avance, se desenvolva e cresça. Nós queremos 27 locomotivas puxando o trem do Brasil.


O quarto caminho que trilhamos e continuaremos a trilhar é o da reorganização do Estado.

Alguns ideólogos chegavam a dizer que quase tudo seria resolvido pelo mercado. O resultado foi desastroso para muitos países.


Aqui, no Brasil, o desastre só não foi maior – como em outros países – porque os brasileiros resistiram a esse desmonte e conseguiram impedir a privatização parcial e integral da Petrobrás, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica ou de FURNAS.


Alguns falam todos os dias de “inchaço da máquina estatal”. Omitem, no entanto, que estamos contratando basicamente médicos e profissionais de saúde, professores e pessoal na área da educação, diplomatas, policiais federais e servidores para as áreas de segurança, controle e fiscalização. Escondem, também, que a recomposição do corpo de servidores do Estado está se fazendo por meio de concursos públicos.


Vamos continuar valorizando o servidor e o serviço público. Reconstituindo o Estado. Recompondo sua capacidade de planejar, gerir e induzir o desenvolvimento do país. É muito bom lembrar que diante da crise, quando o crédito secou, não sacrificamos os investimentos públicos e privados. Ao contrário, utilizamos nossos bancos para impulsionar o desenvolvimento e a garantia de emprego no País. Por isso, quando em muitos países, o emprego caia, em 2009, aqui, nós conseguimos criar quase um milhão de empregos.

Na verdade, quando a crise mundial apenas começava, Lula disse em seu discurso na ONU em 2008: É chegada a hora da política!


Nada mais apropriado do que essa frase. A maior prova nós demos ao mundo: o Brasil só pôde enfrentar com sucesso a crise porque tivemos políticas públicas adequadas. Soubemos articular corretamente Estado e mercado, porque colocamos o interesse público no centro de nossas preocupações.



O quinto caminho foi o de nossa presença soberana no mundo. O Brasil não mais se curva diante dos poderosos. Sem bravatas e sem submissão, o país hoje defende seus interesses e, como diz minha mãe, se dá ao respeito. É solidário com as nações pobres e em desenvolvimento. Tem uma especial relação com a América do Sul, com a América Latina e com a África. Estreita os laços Sul-Sul, sem abandonar suas relações com os países desenvolvidos. Busca mudar instituições multilaterais obsoletas, que impedem a democratização econômica e política do mundo.

Essa presença global, e o corajoso enfrentamento de nossos problemas domésticos em um marco democrático, explicam o respeito internacional que hoje gozamos.



O sexto caminho para onde convergem todos os demais foi o do aperfeiçoamento democrático.

No passado, tivemos momentos de grande crescimento econômico. Mas faltou democracia. E nós sabemos como faltou!

Em outros momentos tivemos democracia política, mas faltou democracia econômica e social. E sabemos muito bem que quando falta democracia econômica e social, é a democracia como um todo que começa a ficar ameaçada. O país fica à mercê das soluções de força ou de aventureiros. Hoje nós estamos crescendo e distribuindo renda, com equilíbrio macro-econômico, com expansão da democracia, com forte participação social na definição das políticas públicas e com respeito aos Direitos Humanos.

Quem duvidar do vigor da nossa democracia que leia, que escute ou que veja o que dizem os jornais livremente, o que dizem nos jornais livremente as vozes oposicionistas. Mas isso não nos perturba. Preferimos as vozes dessas oposições – ainda quando mentirosas, injustas e caluniosas – ao silêncio das ditaduras. Como disse o Presidente Lula, a democracia não é a consolidação do silêncio, mas a manifestação de múltiplas vozes defendendo seus direitos e interesses. Nela, vai desaparecendo o espaço para que velhos coronéis e os velhos senhores tutelem o povo. Este passa a pensar com sua cabeça e a se constituir uma nova e verdadeira opinião pública.

As instituições funcionam no país. Os poderes são independentes. A Federação é respeitada. Diferentemente de outros períodos de nossa história, o Presidente relacionou-se de forma republicana com governadores e prefeitos, não fazendo qualquer tipo de discriminação em função de suas filiações partidárias.




Não praticamos nenhum casuísmo. Basta ver a reação firme e categórica do Presidente Lula ao frustrar as tentativas de mudar a Constituição para que pudesse disputar um terceiro mandato. Não mudamos – como se fez no passado – as regras do jogo no meio da partida.



Como todos podem ver, temos um extraordinário alicerce e uma herança bendita sobre a qual construir o terceiro Governo Democrático e Popular. Temos rumo, experiência e impulso para seguir o caminho iniciado por Lula. Não haverá retrocesso, nem aventuras. Mas podemos avançar muito mais. E muito mais rapidamente.



Queridas companheiras, queridos companheiros.



Não é meu propósito apresentar aqui um Programa de Governo. Este Congresso aprovou as Diretrizes para um programa que será submetido ao debate com os partidos aliados e com a sociedade.



Hoje quero assumir alguns compromissos como pré-candidata, para estimular nossa reflexão e indicar como pretendemos continuar este processo iniciado há sete anos.



Vamos manter e aprofundar aquilo que é marca do Governo Lula – seu olhar social, seu compromisso social. Queremos um Brasil para todos. Nos aspectos econômicos e em suas projeções sociais, mas também um Brasil sem discriminações, sem constrangimentos. Ampliaremos e aperfeiçoaremos os programas sociais do Governo Lula, como o Bolsa Família, e implantaremos novos programas com o propósito de erradicar a miséria na década que se inicia.


Vamos dar prioridade à qualidade da educação, essencial para construir o grande país que almejamos, fundado no conhecimento e na justiça social. Mas a educação será, sobretudo, um meio de emancipação política e cultural do nosso povo. Uma forma de pleno acesso à cidadania. Daremos seguimento à transformação educacional em curso – da creche ao pós-graduação.

Os jovens serão os primeiros beneficiários da era de prosperidade que começamos a construir no primeiro governo do presidente Lula, que continuamos no segundo e que continuaremos. Nosso objetivo estratégico é oferecer a eles a oportunidade de começar a vida com segurança, liberdade, trabalho e realização pessoal.

No Brasil temos hoje 50 milhões de jovens, entre os 15 e os 29 anos de idade. Mais de um quarto da nossa população. É para eles que estamos construindo um Brasil melhor. Eles têm direito a um futuro melhor. O Brasil precisa muito da juventude. De profissionais qualificados. De mulheres e homens bem formados. Isto se faz com escolas que propiciem boa formação teórica e técnica, com professores contratados, concursados, bem treinados e bem remunerados. Isso não é inchaço da máquina, é imprescindível para todos. Com bolsas de estudo e apoio para que os alunos não sejam obrigados a abandonar a escola. Com banda larga gratuita para todos, computadores para os professores, salas de aula informatizadas para os estudantes. Com acesso a estágios, cursos de especialização e ajuda para entrar no mercado de trabalho. Serão esses jovens bem formados e preparados que vão nos conduzir à sociedade do conhecimento nas próximas décadas.

Protegeremos as crianças e os mais jovens da violência, do assédio das drogas, da imposição do trabalho em detrimento da formação escolar e acadêmica. As crianças e os mais jovens devem ser, sim, protegidos pelo Estado, desde a infância, para que possam se realizar, em sua plenitude, como brasileiros.



Companheiros e companheiras,






Um País se mede pelo grau de proteção que dá a suas crianças. São elas a essência do nosso futuro. E é na infância que a desigualdade social cobra seu preço mais alto. Crianças desassistidas do nascimento aos cinco anos serão jovens e adultos prejudicados nas suas aptidões e oportunidades. Cuidar delas adequadamente é combater a desigualdade social na raiz.

Vamos ampliar e disseminar por todo o Brasil a rede de creches, pré-escolas e escolas infantis. Um tipo de creche onde a criança tem acesso à socialização pedagógica, aos bens culturais e aos cuidados de nutrição e saúde indispensáveis ao seu pleno desenvolvimento. E o governo federal vem fazendo isso. E é isso é o que está previsto no PAC 2.


Vamos resolver os problemas da saúde, pois temos um incomparável modelo institucional – o SUS. Com mais recursos e melhor gestão vamos aprimorar a eficácia do sistema. Vamos reforçar as redes de atenção à saúde e unificar as ações entre os níveis de governo. Darei importância às Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs – pretendemos chegar até 2010, até o fim do governo do presidente Lula, a 500 UPAs. Daremos prioridade também ao SAMU, aos hospitais públicos e conveniados, aos programas Saúde da Família, Brasil Sorridente, que o presidente Lula tanto se empenha para implantar, e Farmácia Popular.


Vamos cuidar das cidades brasileiras. Colocar todo o empenho do Governo Federal, junto com estados e municípios, para promover uma profunda reforma urbana, que beneficie prioritariamente as camadas mais desprotegidas.


Vamos melhorar a habitação e vamos perseguir a universalização do saneamento. Implantar transporte seguro, barato e eficiente. Tudo isso está previsto no chamado PAC 2.

Vamos reforçar, também, os programas de segurança pública.



A conclusão do PAC 1 e a implementação do PAC 2, junto com a continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida serão decisivos para realizar esse compromisso. Serão decisivos para melhorar as condições de vida dos brasileiros. Naquilo que é talvez uma das maiores chagas da história do Brasil, que é o fato de uma parte da população ter sido obrigada a morar em favelas, em áreas de riscos, como beiras de córregos e, quando caem as grandes chuvas, são eles os mais afetados e os que mais sofrem conseqüências dramáticas, incluindo a morte.



Vamos fortalecer a proteção de nosso meio ambiente. Continuaremos reduzindo o desmatamento e impulsionando a matriz energética mais limpa do mundo. Vamos manter a vanguarda na produção de biocombustíveis e desenvolver nosso potencial hidrelétrico. Desenvolver sem agredir o meio ambiente, com usinas a fio d’água e utilizando o modelo de usinas-plataforma. Aprofundaremos nosso zoneamento agro-ecológico. Nossas iniciativas explicam a liderança que alcançamos na Conferência sobre a Mudança do Clima, em Copenhague. As metas voluntárias de Copenhague, assumidas pelo Brasil, serão cumpridas, haja ou não acordo internacional. Este é o nosso compromisso haja, ou não, acordo internacional. Esse é o compromisso do presidente Lula e o meu compromisso.


Vamos aprofundar os avanços já alcançados em nossa política industrial e agrícola, com ênfase na inovação, no aperfeiçoamento dos mecanismos de crédito, aumentando nossa produtividade. Agregar valor a nossas riquezas naturais é fundamental numa política de geração de empregos no País. Tudo que puder ser produzido no Brasil deve ser - e será - produzido no Brasil. Sondas, plataformas, navios e equipamentos aqui produzidos, para a exploração soberana do Pré-sal. Essa decisão vai gerar emprego e renda para os brasileiros. Emprego e renda que virão também da produção em indústrias brasileiras de fertilizantes, combustíveis e petroquímicos derivados do óleo bruto. Assim, com este modelo soberano e nacional, a exploração do Pré-sal dará diversidade e sofisticação à nossa indústria.



Os recursos do Pré-sal, aplicados no Fundo Social, sustentarão um grande avanço em nossa educação e na pesquisa científica e tecnológica. Recursos que também serão destinados para o combate à pobreza, para a defesa do meio ambiente e para a nossa cultura.

Vamos continuar mostrando ao mundo que é possível compatibilizar o desenvolvimento da agricultura familiar e do agronegócio. Assegurar crédito, assistência técnica e mercado aos pequenos produtores e, ao mesmo tempo, apoiar os grandes produtores, que contribuem decisivamente para o superávit comercial brasileiro.

Todas as nossas ações de governo têm, sem sombra de dúvida, uma premissa: a preservação da estabilidade macro-econômica.



Vamos manter o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a política de câmbio flutuante.



Vamos seguir dando transparência aos gastos públicos e aperfeiçoando seus mecanismos de controle.



Vamos combater a corrupção, utilizando todos os mecanismos institucionais, como fizemos até agora.



Vamos concretizar, junto com o Congresso, as reformas institucionais que não puderam ser completadas ou foram apenas parcialmente implantadas, como a reforma política e a tributária.






Uma coisa é estratégica. Vamos aprofundar nossa postura soberana no complexo mundo de hoje. É como diz o presidente Lula: “quem não se respeita, não pode ser respeitado”. Seremos intransigentes na defesa da paz mundial e de uma ordem econômica e política mais justa.



Enfim, vamos governar para todos. Com diálogo, tolerância e combatendo as desigualdades sociais e regionais.



Companheiras e companheiros,



Faremos na nossa campanha um debate de idéias, com civilidade e respeito à inteligência política dos brasileiros e das brasileiras. Um debate voltado para o futuro.

Nós somos aqueles que temos o que apresentar.



Recebo essa missão especialmente como um mandato das mulheres brasileiras, como mais uma etapa no avanço de nossa participação política e como mais uma vitória contra a discriminação secular que nos foi imposta. Gostaria de repetir: quero com vocês, mulheres do meu País, abrir novos espaços na vida nacional.



Queridas amigas e amigos



No limiar de uma nova etapa de minha vida, quando sou chamada a tamanha responsabilidade, penso em todos aqueles que fizeram e fazem parte de minha trajetória pessoal.


Em meus queridos pais.


Em minha filha, meu genro e em meu futuro neto ou neta.


Nos tantos amigos que fiz.


Nos companheiros com quem dividi minha vida.


Mas não posso deixar de ter uma lembrança especial para aqueles que não mais estão conosco. Para aqueles que caíram pelos nossos ideais. Eles fazem parte de minha história. Mais que isso: eles são parte da história do Brasil.


Quero recordar três companheiros que se foram na flor da idade.



Carlos Alberto Soares de Freitas. Beto, você ia adorar estar aqui conosco.



Maria Auxiliadora Lara Barcelos. Dodora, você está aqui no meu coração. Mas também aqui com cada um de nós.



Iara Yavelberg. Iara, que falta fazem guerreiras como você.



O exemplo deles me dá força para assumir esse imenso compromisso.A mesma força que vem de meus companheiros de partido, sobretudo daquele que é nosso primeiro companheiro – o presidente Lula.

Este ato de proclamação de minha candidatura tem uma significação que transcende seu aspecto eleitoral.


Estamos hoje concluindo o Quarto Congresso do Partido dos Trabalhadores. Mais do que isso: estamos celebrando os Trinta Anos do PT. Trinta anos desta nova estrela que veio ocupar lugar fundamental no céu da política brasileira.


Em um período histórico relativamente curto mudamos a cara de nosso sofrido e querido Brasil.

O PT cumpriu essa tarefa porque não se afastou de seus compromissos originais. Soube evoluir. Mudou, quando foi preciso. Mas não mudou de lado. Até chegar à Presidência do país, o PT dirigiu cidades e estados, gerando práticas inovadoras políticas, econômicas e sociais que o mundo observa, admira e muitas vezes reproduz. Fizemos isso, preservando e fortalecendo a democracia.

Mas, a principal inovação que o PT trouxe para a política brasileira foi colocar o povo – seus interesses, aspirações e esperanças – no centro de suas ações.


Olhando para este magnífico plenário o que vejo é a cara negra, branca, índia e mestiça do povo brasileiro.

Esta é a cara do meu partido.


O rosto daqueles e daquelas que acrescentam à sua jornada de trabalho, uma segunda jornada – ou terceira, no caso das mulheres: a jornada da militância.


Quero dizer a todos vocês que tenho um enorme orgulho de ser petista. De militar no mesmo partido de vocês. De compartilhar com Lula essa militância.



Companheiros e companheiras,



Estou aceitando a honrosa missão que vocês me delegam com tranqüilidade e determinação.

Sei que não estou sozinha. A tarefa de continuar mudando o Brasil é uma tarefa de milhões. Somos milhões. Vamos todos juntos, até a vitória.


Viva o povo brasileiro!

Serra e o fim da era paulista na política.

Por: Luis Nassif.

Por que José Serra vacila tanto em anunciar-se candidato?

Para quem acompanha a política paulista com olhos de observador e tem contatos com aliados atuais e ex-aliados de Serra, a razão é simples.

Seu cálculo político era o seguinte: se perde as eleições para presidente, acaba sua carreira política; se se lança candidato a governador, mas o PSDB consegue emplacar o candidato a presidente, perde o partido para o aliado. Em qualquer hipótese, iria para o aposentadoria ou para segundo plano. Para ele só interessava uma das seguintes alternativas: ele presidente ou; ele governador e alguém do PT presidente. Ou o PSDB dava certo com ele; ou que explodisse, sem ele.

Esta foi a lógica que (des)orientou sua (in)decisão e que levou o partido a esse abraço de afogado. A ideia era enrolar até a convenção, lá analisar o que lhe fosse melhor.

De lá para cá, muita água rolou. Agora, as alternativas são as seguintes:

1. O xeque que recebeu de Aécio Neves (anunciando a saída da disputa para candidato a presidente) demoliu a estratégia inicial de Serra. Agora, se desiste da presidência e sai candidato a governador, leva a pecha de medroso e de sujeito que sacrificou o partido em nome de seus interesses pessoais.

2. Se sai candidato a presidente, no dia seguinte o serrismo acaba.

O balanço que virá
O clima eleitoral de hoje, mais o poder remanescente de Serra, dificulta a avaliação isenta do seu governo. Esse quadro – que vou traçar agora – será de consenso no ano que vem, quando começar o balanço isento do seu governo, sem as paixões eleitorais e sem a obrigatoriedade da velha mídia de criar o seu campeão a fórceps. Aí se verá com mais clareza a falta de gestão, a ausência total do governador do dia-a-dia da administração (a não ser para inaugurações), a perda de controle sobre os esquemas de caixinha política.

Hoje em dia, a liderança de Serra sobre seu governo é próxima a zero. Ele mantém o partido unido e a administração calada pelo medo, não pelas ideias ou pela liderança.

Há mágoas profundas do covismo, mágoas dos aliados do DEM – pela maneira como deserdou Kassab -, afastamento daqueles que poderiam ser chamados de serristas históricos – um grupo de técnicos de alto nível que, quando sobreveio a inércia do período FHC-Malan, julgou que Serra poderia ser o receptador de ideias modernizantes.

Outro dia almocei com um grande empresário, aliado de primeira hora de Serra. Cauteloso, leal, não avançou em críticas contra Serra. Ouviu as minhas e ponderou uma explicação que vale para todos, políticos, homens de negócio e pensadores: “As ideias têm que levar em conta a mudança das circunstâncias e do país”. Serra foi moderno quando parlamentar porque, em um período de desastre fiscal focou seu trabalho na responsabilidade fiscal.

No governo paulista, não conseguiu levantar uma bandeira modernizadora sequer. Pior: não percebeu que os novos tempos exigiam um compromisso férreo com o bem estar do cidadão e a inclusão social. Continuou preso ao modelito do administrador frio, ao mesmo tempo em que comprometia o aparato regulatório do Estado com concessões descabidas a concessionárias.

O castigo veio a cavalo. A decisão de desviar todos os recursos para o Rodoanel provocou o segundo maior desastre coletivo da moderna história do país, produzido por erros de gestão: o alagamento de São Paulo devido à interrupção das obras de desassoreamento do rio Tietê. O primeiro foi o “apagão” do governo FHC.

O fim das ideias
O Serra que emergiu governador decepcionou aliados históricos. Mostrou-se ausente da administração estadual, sem escrúpulos quando tornou-se o principal alimentador do macartismo virulento da velha mídia – usando a Veja e a Folha – e dos barra-pesadas do Congresso. Quando abriu mão dos quadros técnicos, perdeu o pé das ideias. Havia meia dúzia de intelectuais que o abastecia com ideias modernizantes. Sem eles, sua única manifestação “intelectual” foi o artigo para a Folha criticando a posição do Brasil em relação ao Irã – repetindo argumentos do seu blogueiro -, um horror para quem o imaginava um intelectual refinado.

É bobagem taxar o PSDB histórico de golpista. Na origem, o partido conseguiu aglutinar quadros técnicos de alto nível, de pensamento de centro-esquerda e legalistas por excelência. E uma classe média que também combateu a ditadura, mas avessa a radicalizações ideológicas.

Ao encampar o estilo Maluf – virulência ideológica (através de seus comandados na mídia), insensibilidade social, (falsa) imagem de administrador frio e insensível, ênfase apenas nas obras de grande visibilidade, desinteresse em relação a temas centrais, como educação e segurança – Serra destruiu a solidariedade partidária criada duramente por lideranças como Mário Covas, Franco Montoro e Sérgio Motta.

Quadros acadêmicos do PSDB, de alto nível, praticamente abandonaram o sonho de modernizar a política e ou voltaram para a Universidade ou para organizações civis que lhe abriram espaço.

O personalismo exacerbado
Principalmente, chamaram a atenção dois vícios seus, ambos frutos de um personalismo exacerbado – para o qual tantas e tantas vezes FHC tinha alertado.

O primeiro, a tendência de chamar a si todos os méritos, não admitir críticas e tratar todos subordinados com desprezo, inclusive proibindo a qualquer secretário sequer mostrar seu trabalho. Principalmente, a de exigir a cabeça de jornalistas que o criticavam.

O mal-estar na administração é geral. Em vez de um Estadista, passaram a ser comandados por um chefe de repartição que não admite o brilho de ninguém, nem lhes dá reconhecimento, não é eficiente e só joga para a torcida.

O segundo, a deslealdade. Duvido que exista no governo Serra qualquer estrela com luz própria que lhe deva lealdade. A estratégia política de FHC e Lula sempre foi a de agregar, aparar resistências, afagar o ego de aliados. A de Serra foi a do conflito maximizado não por posições políticas, mas pelo ego transtornado.

O uso do blogueiro terceirizado da Veja para ataques descabidos (pela virulência) contra Geraldo Alckmin, Chalita, Aécio, deixou marcas profundas no próprio partido.

Alckmin não lhe deve lealdade, assim como Aloizio Nunes – que está sendo rifado por Serra. Alberto Goldmann deve? Praticamente desapareceu sob o personalismo de Serra, assim como Guilherme Afif e Lair Krähenbühl – sujeito de tão bom nível que conseguiu produzir das poucas coisas decentes do malufismo e não se sujar.

No interior, há uma leva enorme de prefeitos esperando o último sopro de Serra para desvencilhar-se da presença incômoda do governador.

O que segura o serrismo, hoje em dia, é apenas o temor do espírito vingativo de Serra. E um grupo de pessoas que será varrido da vida pública com sua derrota por absoluta falta de opção. Mas que chora amargamente a aposta na pessoa errada.

Aliás, se Aécio Neves for esperto (e é), tratará de reasgatar esses quadros para o partido.

Saindo candidato a presidente e ficando claro que não terá chance de vitória, o PSDB paulista se bandeará na hora para o novo rei. Pelas possibilidades eleitorais, será Alckmin, político limitado, sem fôlego para inaugurar uma nova era. Por outro lado, o PT paulista também não logrou se renovar, abrir espaço para novos quadros, para novas propostas. Continua prisioneiro da polarização virulenta com o PSDB, sem ter conseguido desenvolver um discurso novo ou arregimentado novas alianças.

O resultado final será o fim da era paulista na política nacional, um modelo que se sustentou décadas graças ao movimento das diretas e à aliança com a velha mídia.

Acaba em um momento histórico, em que o desenvolvimento se interioriza e o monopólio da opinião começa a cair.

A história explica grande parte desse fim de período. Mas o desmonte teria sido menos traumático se conduzido por uma liderança menos deletéria que a de Serra.
Fonte: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/02/21/serra-e-o-fim-da-era-paulista-na-politica/