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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Chomsky: EUA apoiaram três golpes na América Latina neste século

por James Suggett, em 28.08.2009, no site Venezuelanalisys.comMérida -- O autor americano, dissidente intelectual e professor de linguística do Instituto de Tecnologia de Massachussetts, Noam Chomsky, encontrou-se pela primeira vez com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em Caracas, e analisou a política do hemisfério durante um fórum transmitido nacionalmente pela TV na segunda-feira.
Chomsky é bem conhecido na Venezuela por suas críticas ao imperialismo americano e por seu apoio às mudanças políticas progressistas em andamento na Venezuela e em outros paises da América Latina em anos recentes. O presidente Chávez regularmente faz referencias a Chomsky em seus discursos e recomenda publicamente a leitura de um dos livros do autor, de 2003, chamado "Hegemonia ou Sobrevivência: A busca americana pelo domínio global"."Hegemonia ou sobrevivêncvia; nós optamos pela sobrevivencia", disse Chávez em uma entrevista coletiva de boas vindas ao autor. Ele comparou as teses de Chomsky às teses da autora socialista Rosa de Luxemburgo do início do século 20, "Socialismo ou Barbárie", e se referiu a Chomsky como "um dos maiores defensores da paz, um dos grandes pioneiros por um mundo melhor".Através de um intérprete, Chomsky respondeu que "escreve sobre paz e critica as barreiras à paz; isso é fácil. O que é mais difícil é criar um mundo melhor. E o que me excita sobre finalmente visitar a Venezuela é que posso ver como um novo mundo está sendo criado".Durante o forum de segunda-feira, que foi transmitido pela TV estatal VTV, Chomsky citou o golpe em Honduras, que começou em 28 de junho, como o terceiro apoiado pelos Estados Unidos na América Latina só neste século, depois da tentativa contra Chávez em 2002 e da derrubada de Jean-Bertrand Aristide no Haiti, em 2004.O acordo que vai permitir aos Estados Unidos aumentar sua presença militar em bases colombianas "é apenas parte de uma tentativa muito mais ampla de Washington de restaurar sua capacidade de intervenção", disse Chomsky.
De acordo com ele, a região tem capacidade de se unir e formar uma "zona da paz", na qual forças militares estrangeiras sejam impedidas de operar. "A Venezuela pode apresentar esta proposta, mas não pode fazê-lo sozinha", ele disse.
"As transformações que a Venezuela está fazendo em busca de criar um outro modelo sócio-econômico poderiam ter um impacto global se esses projetos forem bem sucedidos", disse o renomado autor.
A Aporrea.org, um site de análise de notícia popular na venezuela, descreveu Chomsky como orientado por "um socialismo libertário" e "veementemente anti-stalinista" ao introduzir uma entrevista com o autor na qual Chomsky disse que a política externa do presidente Barack Obama é parecida com a do segundo mandato do ex-presidente George W. Bush.
Chomsky tratou desse tema durante a conferência de segunda-feira, dizendo sobre Obama que "ele poderia ter muito a oferecer à América Latina se quisesse, mas não deu nenhum sinal de que pretende fazê-lo". Ele citou a postura indecisa dos Estados Unidos em relação ao golpe em Honduras como prova.
Chomsky também tratou das questões de liberdade de imprensa e de expressão nos Estados Unidos. "O sistema sócio-econômico dos Estados Unidos é desenhado de forma a que o controle da mídia fique nas mãos da minoria que é dona das grandes corporações... como resultado os interesses financeiros desses grupos estão sempre por trás da assim-chamada liberdade de expressão", ele disse.Chomsky afirmou que a crescente frustração com o governo de Obama nos Estados Unidos era previsível, já que a mídia corporativa vendeu a candidatura de Obama com o slogan de "Mudança na qual podemos acreditar", mas omitou as propostas concretas de mudanças que ele pretendia e o governo Obama se demonstrou incapaz de instituir as mudanças.
Chomsky estava acompanhado em Caracas do co-fundador da South End Press e da ZMagazine e operador do sistema ZCom, Michael Albert, e do co-fundador da Venezuelanalysis.com, sociólogo Gregory Wilpert.

JORNALISMO CLOACA


O velho moralismo dos tempos de Carlos Lacerda está a todo vapor neste agosto que termina. No dia 24 último, quando completavam 55 anos do suicídio de Getúlio Vargas liguei o rádio ao acordar e levei um susto. Um jornalista da CBN bradava indignado contra a compra pelo Palácio do Planalto de toalhas de rosto e de banho de fio egípcio. Imaginei que tinha recuado no tempo ou estava tendo um pesadelo. Naquela crise de agosto de 1954, a UDN (União Democrática Nacional), que de democrática não tinha nada, pois vivia pregando o golpe, falava em mar de lama no Catete etc e tal. Agora, entre outras acusações, a CBN, do sistema Globo de rádio, se indignava contra as toalhas de fio egípcio. Os políticos da UDN que passaram o tempo todo na porta dos quartéis tentando convencer a oficialidade sobre a necessidade de derrubar Getúlio Vargas, depois Juscelino Kubitschek e em seguida João Goulart, deixaram herdeiros neste 2009. Agora passam o tempo todo denunciando, criando fatos com repercussão na mídia conservadora hegemônica com o visível objetivo de desviar a atenção de temas relevantes relacionados com o futuro de um Brasil soberano. E o 24 de agosto remete a Era Vargas, que FHC jurou riscar do mapa, à Carta Testamento e ao suicídio de Getúlio, às riquezas petrolíferas nas mãos dos brasileiros, à IV Frota estadunidense rondando as riquezas petrolíferas do pré-sal e assim sucessivamente. Aí surge o tal comentarista da CBN, do sistema Globo de rádio, para “denunciar” os gastos com as toalhas de fio egípcio, numa repetição grotesca da rádio Globo em 1954. Aí vem o colunista político Merval Pereira (será coincidência?) bradar contra a Era Vargas com um comentário intitulado “filhote do getulismo”, comparando o sindicalismo daquela época com o atual. O objetivo de Pereira é um só: palanque de uma candidatura tucana. O colunista de O Globo é de fato um filhote de um colunista reacionário dos anos 50 - recentemente elogiado pelo próprio Merval - de nome João Neves da Fontoura, que até o fim da vida escreveu contra o seu ex-correligionário Getúlio Vargas e criticava tudo o que passava por perto de nacionalismo. Enfim, tais reflexões fazem parte da história contemporânea brasileira, que ainda precisa ser contada sem a visão distorcida do conservadorismo. Mas se o leitor imagina que as distorções e manipulações midiáticas se resumem a Era Vargas ou aos veículos de imprensa das Organizações Globo, enganam-se. Na edição de 26 de agosto último, a revista Isto É, no mais puro estilo Veja, editou matéria exemplo típico de manipulação da informação, que pode ser denominada “jornalismo cloaca”. Com o título “O lobista de Chávez”, a matéria de página inteira, assinada por Claudio Dantas Siqueira, mentia de cabo a rabo, exatamente com o objetivo de induzir o leitor a se posicionar contra a Telesul, um importante canal televisivo de integração, e o governo da República Bolivariana da Venezuela. A raivosa Isto É queimava o combativo jornalista Beto Almeida com informações mentirosas, porque ele participa como diretor independente, ou seja, sem representar qualquer país, da diretoria da Telesul. De quebra, a matéria “informava” que o Governador Roberto Requião fez um convênio com o canal de integração, apresentando um telejornal da Telesul na TV E do Paraná. O jornalismo cloaca da Isto É ainda por cima selecionou o senador tucano Álvaro Dias para questionar o jornalista Beto Almeida, que também é dos quadros da TV Senado, onde ingressou por concurso. E assim sucessivamente. Não é à toa que alguns analistas vêem o dedo de algum serviço de inteligência na elaboração de matérias como a apresentada pela Isto É. Cabe agora a própria revista responder a tais insinuações e apresentar alguma justificativa para demonstrar que o objetivo da matéria foi apenas jornalístico. Podem crer que vai ser uma tarefa impossível, pois pela forma como foi escrita está na cara a origem da pauta. Por estas e muitas outras, chegou a hora de os brasileiros tomarem conhecimento da necessidade urgente de abrir a discussão sobre a questão da democratização dos meios de comunicação. O que não pode mais ser permitido é os barões da mídia continuarem manipulando ao bel prazer e toda vez que são questionados responderem com acusações infundadas, misturando alhos com bugalhos, ou seja, liberdade de expressão e de imprensa com liberdade de empresa. A hora é essa! Em tempo: a briga Globo x Record deveria sensibilizar os parlamentares em Brasília a criarem uma CPI sobre a mídia. Seria a oportunidade de os brasileiros conhecerem com mais detalhes as graves acusações que foram divulgadas de um lado e do outro.

Belchior e o jornalismo de Ali Kamel

Mauro Carrara

Tempos atrás, narrei publicamente algumas desventuras daquele tido como “o mais pior dos jornalistas brasileiros”.

Entre muitos profissionais e observadores da imprensa, o estatístico Ali Kamel constitui-se em referência singular de apuração preguiçosa, texto confuso e aplicação ladina de lógicas de conveniência.

O sabujo da família Marinho subiu ao cume da Vênus Platinada valendo-se da escada magirus da obscenidade, especialmente na execução de serviços de comunicação encomendados pela direita brasileira.

Detalhe: a referência nada tem a ver com “O Solar das Taras Proibidas”. Deixemos em paz o astuto Casanova de Roberto Mauro.

Convém, no entanto, notar como o amoroso e eterno pupilo de Henrique Caban logrou, no tempo presente, impor seu “modus informandi” às Organizações Globo e, por tabela, a significativa parcela da inculta mídia monopolista do país.

Exemplo formidável tivemos na edição de 23 de Agosto do Fantástico, o caduco programa dominical da emissora carioca.

Inventou-se ali uma estória (sim, agora sem “h”, mesmo) sobre o desaparecimento de um “grande astro da MPB”.

O sumido (ninguém sabe, ninguém viu) seria Belchior, o inspirado cantor e compositor cearense, moço de Sobral, ex-repentista, autor de jóias da música brasileira como “Apenas um rapaz latino-americano” e “Paralelas”.

A longa matéria misturava fraseados de trama noir e música incidental de suspense hitchcockiano. Por meio de depoimentos pinçados e uma edição bem tesourada, a Globo induziu o brasileiro a cogitar até mesmo de uma abdução.

No dia seguinte, por exemplo, no comércio popular da Rua 25 de Março, no Centro de São Paulo, um pirateador de CDs afirmava que o artista encontrava-se numa base militar em Vênus, na qual cientistas cabeçudos escaneavam sua mente de poeta.

Naquele final de tarde, o hábil prosador admitia já ter vendido 16 cópias de álbuns do artista.

O que o telespectador engole

Ora, nos delírios narrados por Patrícia Poeta e Tadeu Schmidt, o folhetim da Globo manteve-se caninamente fiel à doutrina kameliana do jornalismo “testador de hipóteses”.

Afinal, a teoria do desaparecimento era verossimilhante, o que mestre Kamel considera suficiente para a construção de uma boa matéria.

O estatístico, aliás, já cometera experiências do gênero em “Veja” e na própria Globo, com destaque para os malabarismos argumentativos destinados a atirar no colo de Lula a responsabilidade pela tragédia com o avião da TAM, em Congonhas, em 2.007.

No caso de Belchior, a reportagem foi tratada como pândega por vários profissionais gabaritados da Central Globo de Jornalismo. Era o "se colar, colou". Riu-se da figura do trouxa engolidor de bobagens, o típico Homer Simpson boneriano.

Nas redações da emissora, pórém, a pauta se converteu em batata quente. Ninguém queria assumir a execução da suíte.

Durante a semana, os fatos comprovaram que os súditos de Kamel testam hipóteses, levianamente, ou são péssimos apuradores.

Nos dois anos do suposto “sumiço”, Belchior foi visto, fotografado e gravado em vídeo por dezenas de pessoas, entre jornalistas e cidadãos comuns.

Uma cantora lírica encontrara o cantor em duas ocasiões, em setembro do ano passado, em São Paulo.

Dois meses depois, ele aparecera no bairro do Coqueiral, no Recife, para participar de um evento do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase.

Bastava aos jornalistas do Fantástico “testar um Google” para encontrar as matérias dos jornais pernambucanos sobre a participação de Belchior na cerimônia.

Em 9 de Fevereiro, em Brasília, posara para fotos ao lado de outro famoso amante do bigode, ninguém menos que José Sarney.

O “sumido” distribuira ainda autógrafos para admiradores em lugares como aeroportos e restaurantes, no Brasil e no Uruguai. Tudo recente, recentíssimo.

Aliás, que fugitivo, abduzido ou desencarnado daria palhinhas em shows, participaria de atividades de ONGs e visitaria o presidente do Senado?

A edição de 30 de Agosto do Fantástico, portanto, tinha de colocar dar um fim honroso a mais essa alucinação kamelista.

A batata quente caiu nas mãos da dedicada Sônia Bridi. Coitada.

E lá foi a galega comer pó nas estradas do Uruguai e, convertida em emissária da assistência social, dar plantão na porta de uma pousada em San Gregorio de Polanco.

Tomou um chá de cadeira. Coitada de novo.

Belchior apresentou-se já de noite à câmera da Globo. Afirmou que considerava “estranha” a reportagem sobre seu suposto desaparecimento. E disparou uma fleumática reprovação: “aquilo não tinha nenhuma relação comigo”.

Com um sorriso de mofa nos lábios, concluiu: “eu vivo em São Paulo”.

Ao que tudo indica, o simpático Belchior deu um tempo para escapar de falsos amigos e parentes chatos. É possível ainda que, inadimplente, tenha revivido seu personagem latino-americano, aquele “sem dinheiro no bolso”. Normal, normalíssimo.

Não por acaso, o jornalismo kameliano faz estardalhaço em torno de fatos inexistentes, mas cerra os olhos ao embuste dos bandalhos mal dissimulados.

A Globo não sabe, por exemplo, quem é o marido de Lina Vieira, desconhece seu padrinho demista cara-de-pau e nem desconfia dos interesses da ninfa da Receita no factóide da “agilização”.

Vamos testar uma hipótese? A empresa da família Marinho continuará enfiando gente em seu Triângulo das Bermudas, e Ali Kamel seguirá educando os truões da mídia imprensaleira. Vale uma aposta?

domingo, 30 de agosto de 2009

Empresa americana vai assessorar tucanos na CPI da Petrobrás. Como é que é?

O Conversa Afiada recebeu o e-mail abaixo de uma fonte ligada à indústria do petróleo:
“O Senador Alvaro Dias declarou que o partido está em negociação com uma empresa de Houston, nos Estados Unidos, para auxiliar seu trabalho na CPI da Petrobras. E diz mais “Foi a única empresa até agora que topou nos ajudar porque não é daqui e deve trabalhar para as concorrentes da Petrobrás. Na próxima semana devemos ter muito mais munição”.As motivações do PSDB aos poucos vão ficando claras. Para atacar um patrimônio nacional busca apoio em uma concorrente nos Estados Unidos, país que tem enorme interesse no enfraquecimento da Petrobras, já que pretende que suas empresas de petróleo ganhem importante fatia do pré-sal. Para isso contam com um senador tucano, que se dispõe a fazer o jogo do capital internacional contra a empresa brasileira.
Depois de tentar mudar o nome da empresa para PETROBRAX, agora os tucanos se dispõem a prestar relevantes serviços aos concorrentes de nossa maior empresa. Mas, sobre isso, a imprensa não fala uma linha.
Álvaro Dias deverá se encontrar com representantes de uma empresa de Houston na próxima semana para fechar contrato de investigação sobre a Petrobras. Dias deixou subentendido que a investigação que ficará a cargo da tal empresa pode ultrapassar a análise dos documentos enviados à CPI. O senador falou sobre essa questão com jornalistas do Globo, Estadão e Folha. Mas não deu detalhes.
Outro senador que estaria envolvido nos contatos com a empresa é Sérgio Guerra, mas ele se nega a falar sobre o assunto.”
O Conversa Afiada, na segunda-feira, perguntará ao senadores Álvaro Dias e Sérgio Guerra os termos da colaboração dos tucanos com a empresa americana para desestabilizar a Petrobrás e meter a mão no pré-sal.
O Conversa Afiada convida os amigos navegantes a fazer o mesmo.
O e-mail de Álvaro Dias é: alvarodias@senador.gov.br
E o telefone de seu gabinete é: (61) 3303-4059/4060
O e-mail de Sérgio Guerra é: sergio.guerra@senador.gov.br
E o telefone de seu gabinte é:(61) 3303-2382/2383O Conversa Afiada pedirá ao presidente da CPI, senador João Pedro (PT-AM), que interpele os dois tucanos sobre esse ato que, se verdadeiro, seria uma forma de traição.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Design em nome da qualidade de vida



Design em nome da qualidade de vida

Publicado em 24/08/2009 | PEDRO DE CASTRO, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO

Entrevista com Jorge Frascara, pesquisador de design de informação.

O tempo que um cliente de telefonia perde nas páginas de detalhamento de serviços, ou que o comprador de uma televisão passa de menu em menu para acertar a imagem, pode ser consequência de um design mal aplicado. É o principal objetivo do design de informação, disciplina do design gráfico, dispor dados de maneira a facilitar ao máximo a experiência do usuário. O argentino radicado no Canadá, Jorge Frascara, um dos expoentes da área, atribui ao design a função de tornar as relações mediadas mais éticas. Para ele, o design deve ter em mente o uso que as pessoas farão dos dados. O professor está em Curitiba para ministrar o curso Design de Informação Centrado no Usuário, promovido pela Universidade Positivo. Hoje à noite ele dá uma palestra gratuita, aberta ao público, no campus da instituição.

Especialistas dizem que o design de informação é uma disciplina aplicada em vários campos do design gráfico antes de um campo específico. Em que esferas o design de informação está mais desenvolvido?

Não se pode dizer facilmente que haja uma área do design de informação que esteja mais desenvolvida que outras. As diferenças se encontram entre os designers ou entre os estudos de design. Por exemplo, um dos ramos mais conhecidos do design de informação é a sinalização, mas isso não significa que todas sinalizações sejam melhores que todos os formulários ou que todos os horários de trens. Ao contrário: sua visibilidade às vezes leva a concepções totalmente equivocadas que colocam a inovação, a identidade e o estilo por cima da capacidade informativa dos sistemas. Muitas vezes, coisas como os horários de trens, que não são projetos tão desejados por estudiosos de design, terminam por oferecer um melhor serviço. Existe uma necessidade imperiosa de implementar o conhecimento existente em design de informação porque ela é uma disciplina necessária para o funcionamento eficaz e honesto da sociedade. Das contas de serviço de gás ou eletricidade até as apólices de seguro, a informação do público alvo deve ser um objeto supremo.

Esta idéia, de que o design deve passar dados de forma eficiente em vez de apenas atraente, é condizente com alguns usos do design, como na publicidade?

Seja para o benefício do público, seja para o benefício do comerciante que anuncia um produto, a qualidade do trabalho do design de informações se mede pela medida em que se alcançam os objetivos propostos. Por exemplo, se uma peça publicitária é atrativa, mas não contribui para alçar as vendas de um produto, a propaganda não alcança os objetivos necessários.

A busca da clareza é característica do chamado design centrado no usuário. Este não deveria ser um princípio de todo o campo do design?

Não necessariamente. Nos supermercados, o desenho da distribuição das mercadorias é complexo, feito para forçar o público a passar mais tempo nele, tentando-o a comprar coisas que não pensava comprar. Na publicidade de produtos de consumo, muitas vezes se vendem fantasias para incrementar as vendas. As companhias de seguro elaboram suas apólices de modo que as pessoas comuns não as entendam e as aceitem sem questionar. O design de informação centrado no usuário, pelo contrário, é um design ético, que defende a qualidade de vida do usuário.

Comunicação persuasiva é um termo recorrente em seus textos. No design, esta persuasão busca corrigir hábitos nocivos das pessoas?

O design de persuasão pode ser usado tanto na publicidade de produtos de consumo como em suas aplicações com fins sociais. Quando se tratar de design com fins sociais, a estratégia é fazer com que as pessoas tomem uma decisão consciente, mudando suas atitudes e condutas. Os argumentos devem ser organizados de uma maneira tal que o público veja uma vantagem pessoal na tomada de uma nova posição.

Você tem estudado equipamentos de segurança, a partir da visão de que as pessoas aprendem mais por tentativa e erro. O design de informação tem-se mostrado eficaz nesta função?

O design de informação deve ser capaz de ajudar os usuários de produtos. Isso não significa que sempre o seja ou que, pelo contrário, sempre se deva usar manuais para aprender a usar instrumentos. A solução ideal é que a informação seja incorporada nos produtos, isto é, que a interação entre os usuários e os produtos possa ser intuitiva. O designer de informação deveria estar envolvido desde o princípio no desenvolvimento de espaços e produtos.

BY http://qurlyq.com/5ul

Bienal do Livro movimenta Curitiba em agosto


Primeiro grande evento da cidade dedicado à leitura terá autores de primeira grandeza e projeto inédito no País

Um projeto inovador, um curador experiente e uma cidade que há tempos merecia um evento compatível com sua realidade, nível e condição cultural. É neste cenário que Curitiba comemora a realização de sua 1ª Bienal do Livro, que acontece entre os dias 27 de agosto e 4 de setembro, o Expo Unimed Curitiba. Autores de renome já confirmaram presença e farão parte de um modelo inovador no País, criado pelo dramaturgo e autor premiado Alcione Araújo. Cultura, Educação e Meio Ambiente estarão no centro das atenções tanto pela programação, como pelas atrações que devem envolver grupos culturais de dança, teatro, oficinas, cafés literários, sessões de autógrafos com grandes autores e editoras de todo o País com seus lançamento mais recentes.


A idéia de transformar Curitiba na capital da leitura é da Agência Esfera, que se uniu a entidades literárias para promover o evento. Há cinco anos, várias delas participavam da feira do livro na Praça Osório, no centro da capital. O evento surgiu de uma reunião e foi tomando corpo. Hoje a expectativa é de reunir mais de 400 mil visitantes nos nove dias do evento. Expositores, escritores, intelectuais, estudantes, profissionais e o público participarão do mais importante evento literário do Paraná com oportunidade de divulgar e conhecer obras, trocar informações e se aproximar de autores de renome da nossa literatura.


Um dos princípios básicos que nortearam a concepção da feira foi ter a certeza de que uma Bienal agregaria um valor muito maior ao evento do que somente uma feira numa praça. A formalidade do espaço, a possibilidade de reunir grandes nomes da literatura, editoras premiadas e novidades que gerariam uma receptividade muito melhor do público em relação a produtos, exposições, autores e debates de questões relevantes da cultura literária.

BY

http://www.bienaldolivrocuritiba.com.br/?system=news&eid=168