REDES

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quem aguenta tudo isso??

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.

Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E depois uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).

Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para.... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver
um derrame, nem vai perceber.... .....

Todos os dias deve-se comer fibra..
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia... UFA !!!

E não esqueça de escovar os dentes depois de comer...
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da
laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental,
massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.

Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia,
mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito. TÁ DIFICILLLLL

As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar,
ou a meia hora vira uma).

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser
regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar das minhas
amizades quando eu estiver viajando.

Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia
para comparar as informações.

Ah! E o sexo!!!!
Todos os dias, um dia sim, o outro também, tomando o cuidado de não se
cair na rotina.

Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.

Dizer EU TE AMO, toda hora, ''ainda pego quem inventou essa neura...!!!' '


Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e
espero que você não tenha um bichinho de estimação. se tiver tem que
brincar com ele, pelo menos meia hora todo dia, para ele não ficar
deprimido... .

Na minha conta são 29 horas por dia...

A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo
tempo!!!

Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os
dentes ao mesmo tempo.

Chame os amigos e seus pais, seu amor, o sogro, a sogra, os cunhados...
Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher. Não esqueça do EU TE AMO, (Vou achar logo quem inventou isso, me aguarde).

Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se
sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésia.

Agora voce tá ferrado mesmo é se tiver criança pequena, ai lascou de vez,
porque o tempo que ia sobrar para voce...meu já era. Criança ocupa um
tempo danado..

Agora tenho que ir.

É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro e correndo.

E já que vou, levo um jornal.....

Tchau....

Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.

Luís Fernando Veríssimo

terça-feira, 17 de maio de 2011

Apple exibirá na BookExpo America pela primeira vez

Apple exibirá na BookExpo America pela primeira vez

Postado por Bianca Hayashi em 17/05/2011 16:53
Blog: Macmaki

Mas não devemos esperar nenhum grande lançamento na feira

Por Bianca Hayashi,
da revista MAC+

A Apple irá fazer uma rara aparição em um evento de outras companhias ao final de maio. A empresa reservou um estande na BookExpo America, a maior feira de livros dos Estados Unidos e que acontecerá entre os dias 23 a 26 de maio, em Nova York.

O estande da Apple ficará próximo à da Random House (o grupo de livros da Disney) e o da MacMillian. O PaidContent acredita que a Apple está indo à BookExpo para aumentar a exposição de sua plataforma iBooks enquanto a venda de livros eletrônicos cresce. Portanto, não devemos esperar nenhum grande anúncio da empresa de Cupertino.

Por outro lado, o The Digital Reader especula que a Apple está preparando algo especial para comemorar os 10 anos das Apple Stores e é relacionado ao iBooks

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O que Wim Wenders viu com os olhos de Pina

FOTO IMDB
FOTO IMDB


12.05.2011 - Jorge Mourinha, em Berlim


Wim Wenders demorou um quarto de século a trazer ao cinema a obra coreográfica de Pina Bausch; foi precisa a evolução do 3D digital para lhe fazer justiça. Rejuvenescido e emocionado pela experiência, explica como, mesmo depois de morta, a coreógrafa guiou todo o processo de criação deste "trabalho de amor"
"Pina", o filme que Wim Wenders fez para maior glória da coreógrafa Pina Bausch (1940-2009), e que está desde ontem nas salas portuguesas, não é apenas mais um documentário de um cineasta habituado ao género (desde o "Nick's Movie" com Nicholas Ray, 1980, ao enorme sucesso de "Buena Vista Social Club", 1999, passando por "Tokyo-Ga", 1985). Nem é "apenas" "mais um" filme: "Teria abandonado tudo o que estivesse a fazer para fazer este filme. Era algo que eu queria mais do que qualquer outro projecto desde meados dos anos 80. Mas não sabia como. Havia algo de tão mágico no trabalho de Pina que eu sabia que as câmaras não seriam capazes de o capturar. Havia algo que acontecia em cada representação... algo que sentíamos no nosso próprio corpo e que dificilmente se podia traduzir em filme. Eu não podia dizer que iria filmá-la melhor do que qualquer normalíssimo registo filmado de uma peça. Não era suficiente", diz-nos em Berlim, dias depois da estreia mundial do filme.

É um "trabalho de amor" que Wenders transportava há quase um quarto de século, em associação muito próxima com a própria coreógrafa, desaparecida subitamente em 2009, literalmente na véspera do início das rodagens. "Originalmente, Pina teria sido o centro do filme, mas não num sentido biográfico - ela não queria que se falasse muito dela, por isso o filme era sobre o seu trabalho e o seu olhar. Tínhamos chegado a acordo para fazer o filme sobre o modo como ela olhava para o trabalho e para os seus bailarinos, e o modo como transformava isso nas peças. Ela não confiava nas palavras, confiava apenas nos seus olhos, nos seus sentimentos, e tinha os olhos azuis mais penetrantes, verdadeiros e profundos que se possa imaginar. Quando ela olhava para nós, sentíamos que via atrav??s de nós. Não havia segredos. E era um olhar protector, de amor. Ela via realmente tudo. E essa capacidade talvez excluisse as palavras. Ela não gostava de palavras, por isso a dança era algo que surgia para fazer aquilo que as palavras não podiam. Éramos amigos e eu percebia a sua reticência, a sua dificuldade, mas foi apenas a trabalhar neste filme e a aplicar esses princípios que o interiorizei realmente."

Que o mesmo é dizer: o mais universalmente reconhecido dos cineastas alemães da "renascença" dos anos 70, o homem de "O Amigo Americano", "Paris, Texas" e "As Asas do Desejo", reencontrou-se (depois de uma longa série de filmes menores) no processo de se apagar perante a obra de outrem? "Aprendi mais do que nunca. Aprendi a confiar nos meus olhos de modo diferente, aprendi a confiar no que as câmaras podem fazer sem palavras e aprendi que a verdadeira essência de um documentário é conseguir que aquilo que queremos transmitir possa ser mostrado da forma mais bela possível. E isso é uma abstracção que eu não tinha sido capaz de compreender antes. Creio que a natureza do trabalho de Pina exigia que eu não me impusesse à sua arte, e devo dizer que isso é um processo que não é fácil". Sobretudo para um cineasta: "Nós, cineastas, somos convencidos por natureza - já trabalhámos com estrelas, conhecemos a linguagem corporal, sabemos o que é a presença de um actor e como tirar o melhor dele e pô-lo confortável para ele poder dar-nos essa presença... Depois vemos Pina e compreendemos que nem estamos no mesmo planeta. Não somos sequer capazes de chegar perto do que ela é capaz de ver."

Ressurreição

Nesta tarde de Fevereiro no hotel Adlon de Berlim, perante uma mesa-redonda de jornalistas europeus, há na voz de Wenders - mesmo afectada por uma garganta inflamada - uma emoção que dificilmente se traduz em palavras. É apropriado: já a estreia mundial do filme na edição 2011 do Festival de Berlim, fora de concurso, tivera algo de catarse para quem lá esteve. E o realizador nunca esconde que o simples facto de "Pina" existir é em si mágico. Este é, verdadeiramente, um filme "ressuscitado", porque a morte súbita de Bausch, dois dias antes do início das rodagens ("o inimaginável"), literalmente interrompeu a produção.

"Já nada do que tínhamos sonhado era possível, era o fim de um longo sonho que tínhamos sonhado juntos. Era a primeira vez que eu poderia ter feito o filme como ele devia ser feito, o primeiro ano em que a tecnologia existente era capaz de filmar como eu queria; sem o eixo espacial [do 3D] eu não podia imaginar o filme. Tínhamos chegado tarde de mais e foi muito doloroso compreendê-lo", lamenta Wenders.

Coube, então, à companhia de Bausch relançar o projecto. "Foram os actores que me empurraram e que me disseram: 'Pensa duas vezes. Não podemos apenas desistir, queremos que estas peças continuem a existir de outro modo.'"
Depois de filmadas as quatro peças escolhidas originalmente pela coreógrafa - "Café Müller" (1978), "Vollmond" (2006), "Kontakthof" (1978) e "Le Sacre du Printemps" (1975) -, "houve uma pausa longa". "Eu tinha de preencher o 'buraco' que a Pina tinha deixado. Levou algum tempo, e acabou por ser simples, mas por vezes as coisas mais simples são as mais difíceis. A Pina tinha trabalhado durante 30 anos com os seus bailarinos e tinha desenvolvido as peças sempre usando o mesmo método: fazendo-lhes perguntas, repetidamente, à volta de cada tema. Eles não podiam responder às perguntas com palavras, apenas com os seus corpos, e era isso que ela transformava nas peças. E compreendi que essa era a única maneira de fazer este filme. Os bailarinos dar-me-iam as suas respostas sobre o método de trabalho. Ver e observar a linguagem corporal dos seus bailarinos foi a única coisa que me permiti usar e foi uma revelação incrível fazer um filme que não confiasse nas palavras", afirma.

O que não faz de "Pina", longe disso, um filme sem palavras. "Alguns dos bailarinos dizem coisas e partilham algumas memórias, mas", segundo Wenders, "podemos ver o filme sem elas": "Não trazem explicação, apenas textura. Os bailarinos responderam às minhas perguntas a dançar, e continuaram a fazê-lo até eu compreender o que eles queriam dizer. Depois filmámo-los em exteriores, e isso é realmente a única coisa que eu próprio trouxe ao filme. Tentei encontrar exteriores que correspondessem a e realçassem o melhor possível o que os bailarinos queriam dizer. E eu estava tão ocupado a tentar compreender o novo meio que estava a usar e a aplicá-lo do modo como tinha prometido a Pina que a decisão de deixar de fora as palavras foi quase um alívio."

Pina em 3D

Esse "novo meio" é o 3D digital, para Wenders o único modo de conseguir traduzir para imagens a tal fisicalidade, a tal magia da obra de Bausch. Mas não foi fácil chegar ao resultado final. "Os primeiros testes foram um desastre. O espaço estava lá; a espacialidade não era um problema, mas não era capaz de dar uma representação elegante do movimento."
Aos poucos - num processo que durou dois anos de preparação até a equipa se sentir pronta a filmar com a companhia da coreógrafa -, a tecnologia aproximou-se do que Wenders desejava. "Precisámos de software diferente, forçámos muito a tecnologia, tive a ajuda de um 'estereógrafo' que acima de tudo estava interessado na fisiologia da questão. Era essa a chave - estamos a tentar simular o que os nossos dois olhos fazem com duas câmaras que nunca serão capazes de substituir dois olhos. Houve muito a aprender não apenas em termos de tecnologia mas também no modo como o olho humano funciona, e fomos capazes de nos aproximar o mais possível disso neste momento particular."

Não por acaso, são os olhos que Wenders retém da mulher com quem partilhou este sonho impossível ao longo de um quarto de século e que homenageia no filme terminado, definido como "um filme de Wim Wenders para Pina Bausch". "Pina era uma mulher lindíssima, e a única coisa em que não consigo parar de pensar quando penso nela são os olhos. Para mim, a chave do seu ser, do seu trabalho e da sua arte era o modo como usava os olhos, como era capaz de transformar algo que ela via em algo que nos emocionava. Este teatro não existia antes, ela inventou-o. Para os seus olhos serem capaz de exprimir o que queria, era precisa uma arte nova, uma plataforma nova. Ela foi uma grande inventora, talvez até uma investigadora - criou toda uma nova mitologia sobre o que se pode ler na relação entre os homens e os mulheres através dos corpos, da línguagem corporal, dos gestos, do modo como eles se aceitam, se revelam, se rejeitam. Ela criou um vocabulário preciso para isso, sem recorrer a palavras, apenas por saber ver, e por ser capaz de o transformar, com os seus bailarinos, em algo que todos podem ver."

La filosofía y el televisor

“La filosofía de House”, “La filosofía de Lost” y “Los Soprano y la filosofía”, entre otros, prueban que en el cruce entre TV, cine, Platón y Nietzsche hay un fértil mercado editorial.

POR FEDERICO KUKSO





“Los Soprano y la filosofía”, o de cómo teorizar con recursos insospechados.
Etiquetado como:SeriesLibros sobre seriesLost
Pese a los comentarios históricamente incorrectos alguna vez deslizados por un ex presidente argentino de patillas por muy pocos olvidado, Sócrates –como todo el mundo sabe o, al menos, debería saber– no dejó ninguna obra escrita (que se sepa, claro). Lo suyo, más bien, era la oralidad, la palabra viva, plantarse en una esquina, plaza o mercado bullicioso de la Atenas de fines del siglo V antes de Cristo y comenzar a mover los brazos y señalar con el dedo para acompañar así con una batería de gestos sus reflexiones sobre la virtud, la verdad, la justicia, la belleza, el amor, la libertad, la vida y la muerte.

En lugar de dar respuestas, Sócrates suministraba gratuitamente inquietudes. Incitaba a poner en tela de juicio absolutamente todo y a demostrar qué opiniones y juicios estaban basados en las costumbres y la religión y cuáles en la razón. Y para hacerlo no se hacía el serio ni se llenaba la boca con términos complicados. El, más bien, usaba como gancho ejemplos del arte, la música y el deporte o cualquier asunto conocido o considerado interesante por sus interlocutores para de esa manera moverlos a hacer algo tan poco habitual, pensar. Por eso, a este hombre que terminó siendo condenado a muerte por sus ideas se lo considera no sólo la primera gran figura de la filosofía occidental. También se lo recuerda como el primer “filósofo pop”, un representante de un modo, tendencia o fórmula que busca despertar la curiosidad por las grandes preguntas de la filosofía a través de recursos de lo más insospechados y que ahora, 2500 años después de la muerte de aquel ateniense que “sólo sabía que no sabía nada”, vuelve a tomar fuerza y a aterrizar en las librerías como una nueva moda.

Basta tan sólo con abrir un poco los ojos y correr del medio los “libros spam” que se acumulan mes a mes en los estantes (asegurando desde ahí tener las respuestas a todos los problemas) para distinguir una nueva generación de libros que combinan lo mejor de ambos mundos. Por un lado, ensayos filosóficos sobre moral, la voluntad de poder y el nihilismo y por el otro, aquella nueva narrativa o “literatura audiovisual” que con los años fueron construyendo las series y películas. Ahí están pues La filosofía de House: todos mienten (Selector editorial), La filosofía de Lost: la isla tiene sus razones (Libros del Zorzal), Lost: la filosofía (Grijalbo) y los recientes y no menos interesantes Los Soprano y la filosofía y El Señor de los anillos y la filosofía, ambos de editorial Ariel.

Cada una a su manera, estas obras son la prueba de que lejos de morir y ser sepultada como decretó (y quizás por lo bajo deseó) el astrofísico inglés Stephen Hawking en su último y publicitariamente inflado libro, El gran diseño, la filosofía más bien evolucionó en los últimos años. O mejor: que los editores finalmente abrieron los ojos y vieron que en este cruce entre TV y cine y Platón, Nietzsche, Sartre y compañía se abría un nuevo mercado a explorar.

La disciplina que con los siglos fue construyendo una imagen de solemnidad exacerbada, de temas profundos y abstractos destinados a ser divagados sólo por un círculo de cerebros privilegiado de repente hizo “pop”: como soñó e impulsó en su momento Gilles Deleuze y después aceleraron Michel Onfray y Slavoj Zizek, la filosofía comenzó a salir de su cárcel, las aulas de las universidades. Y experimentos de filosofía para no filósofos de repente se reprodujeron por todo el planeta como un virus.

Zen y el arte del mantenimiento de la motocicleta (1974) del estadounidense Robert M. Pirsig y El mundo de Sofía (1991) del noruego Jostein Gaarder abrieron el camino y demostraron en su momento la existencia de un interés, una pequeña llama que debía ser alimentada. Quedó claro que cualquier tema o cosa es capaz de intrigar. Todo sirve para pensar. Sólo basta con estar con los ojos bien abiertos como un cazador furtivo en busca de su nueva presa.

En su escape fuera de las aulas, la filosofía vio luz y también saltó a la televisión. Y fue en Seinfeld y la filosofía: un libro sobre todo y nada (1999) de William Irwin –por entonces, un profesor de filosofía de 26 años del King’s College de Pensilvania, Estados Unidos– en el que la filosofía pop encontró su primer gran boom editorial, algo bastante entendible en un país como Estados Unidos de una rica tradición en estudios culturales.

Lo que parecía al principio un chiste o una versión filosófica del affaire Sokal (Jerry Seinfeld es comparado con Sócrates, George Costanza con el hombre sin virtudes de Aristóteles y se analiza a Kramer bajo la lente de Soren Kierkegaard) terminó por atraer a un público nuevo y curioso con ganas de seguir en contacto con sus ídolos televisivos incluso en un libro de filosofía desacartonada.

Desde entonces, a Irwin se lo compara a grandes rasgos con Andy Warhol. No por su genialidad sino por su actitud e intención de romper con la seriedad de una tradición milenaria y de observar y rastrillar el ecosistema de la cultura popular en el que habitamos (series, películas, música, videojuegos, deportes y muchos etcétera) desde una perspectiva filosófica.

“Desde hace cientos de años que la filosofía tiene un problema de relaciones públicas –cuenta Irwin, quien luego de su primer experimento estableció una colección en la editorial Blackwell llamada Pop & Philosophy (www.andphilosophy.com)–.

Al vincular la filosofía y la cultura popular llevamos a la filosofía más allá de la academia. La cultura popular es el lenguaje comercial de nuestra época. Y debemos aprovechar esta situación y usar series y películas como vehículos, como disparadores.

La mayoría de los filósofos comprenden que con estos libros tratamos de difundir la filosofía como lo hacía Sócrates. A veces me topo con algunos prejuicios, pero no permito que me molesten mucho”.

Desde aquel Big Bang de la filosofía pop, ya hay más de 50 títulos que toman una serie o película (desde The Office a 24 y los X-Men ) y le agregan el “y la filosofía” (o “La filosofía de...”), una modalidad similar a la vivida en la divulgación científica con libros del tipo La ciencia de La Guerra de las Galaxias (Jeanne Cavelo, 2000) o La física de los superhéroes (James Kakalios, 2009).

De esa combinación salieron propuestas, algunas atractivas y otras algo forzadas pero que a la larga ayudan a salir de la pasividad del mero consumo para incitar la reflexión: Batman y la filosofía: el señor oscuro del alma, Tomar la pastilla roja: ciencia, filosofía y religión en The Matrix, U2 y la filosofía: cómo descifrar una banda atómica, El filósofo en el fin del universo: filosofía explicada a través de la ciencia ficción, James Bond y la filosofía: las preguntas son para siempre y el reciente y muy esperado Mad Men y la filosofía: nada es lo que parece.

Por ahora pocas de estas propuestas probaron suerte en la Argentina. Quien más conoce del tema es Leopoldo Kulesz, director de Libros del Zorzal: “En la feria de Frankfurt de 2009, un agente literario me presentó la colección Pop & Philosophy de la editorial Blackwell integrada, entre otros, por el libro La filosofía de Lost –comenta–. Lo leí rápido y, como adicto a Lost, resultó una lectura agradable e interesante. Compré los derechos y lo publicamos para la Feria del Libro de Buenos Aires 2010. Vendimos, sólo en nuestro stand, más de mil ejemplares”.

Pero cuando parecía que el mismo fenómeno que tuvo éxito en Estados Unidos estaba encaminado a repetirse en el país, algo pasó. “Por acto reflejo, compré de la misma colección los derechos de La filosofía de Crepúsculo, La filosofía de Harry Potter, La filosofía de Batman y La filosofía del hombre araña –continúa Kulesz–. Cuando salió La filosofía de Crepúsculo, algo empezaba a hacerme ruido. Claro, Crepúsculo como Harry Potter, Batman y El hombre araña me interesaban tanto como la cría de mejillones en la costa bretona. Me había dejado entrampar en la lógica del ‘se vende mucho, luego edito’ cuando desde mis inicios como editor el precepto fue siempre ‘me parece importante difundir, luego edito y dedico todos mis esfuerzos para vender a morir’. Así, devolví los derechos de Harry Potter , Batman y El hombre araña a su editor original, perdí los anticipos pagados y me prometí no dejarme encandilar nunca más por otras colecciones que no me interesan difundir. Salvo, como es obvio, que el primer libro se venda mucho”.

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domingo, 15 de maio de 2011

La 'bushificación' de Obama

Por: DANIEL SAMPER PIZANO | 8:24 p.m. | 14 de Mayo del 2011


Daniel Samper Pizano

El presidente de Estados Unidos ofrece más de una semejanza con su horrible antecesor, George W. Bush. Ojalá sea solo efecto pasajero de los afanes electorales.



Se divulgó un informe con severas críticas al continuismo de Obama en violación de derechos.

Como quien no quiere la cosa, el presidente Barack Obama nos declaró locos a quienes tenemos dudas jurídicas sobre la manera como murió Osama Bin Laden. Hablando para la televisión dijo: "Todo el que cuestione que Bin Laden recibió lo que merecía necesita que le examinen la cabeza".
Pues los primeros que deben ir al siquiatra son los "padres fundadores" de Estados Unidos, esos próceres que redactaron una constitución democrática admirable. Allí leemos que "a nadie (...) se le privará de la vida, la libertad o la propiedad sin el debido proceso legal". Es una norma federal consagrada en la V enmienda y ratificada para todos los estados en la VII: "No podrá estado alguno privar a una persona de la vida, la libertad o la propiedad sin el debido proceso legal". Que pasen al loquero, pues, George Washington, Benjamín Franklin, Alexánder Hamilton y compañía...
Este Obama no parece ser el mismo en quien teníamos puestas todas nuestras complacencias, el que nos dio la alegría de ver a un negro en la Casa Blanca, el hombre de talante liberal y filosofía tolerante. Temo que asistimos a la 'bushificación' de Obama. No solo me remito a la frase de marras, sino a los hechos. Como Bush, se metió en una nueva guerra; como Bush, mantiene el campo de concentración de Guantánamo; como Bush, no ordenó la búsqueda de Bin Laden como lo plantearon los próceres gringos, sino como lo habría hecho un sheriff del salvaje Oeste: a modo de cacería vivo o muerto. Es verdad que la guerra de Obama la aprobó la ONU y la encabeza la Otan y que los republicanos han entorpecido el cierre de Guantánamo. Pero el mero parecido incomoda.
Amnistía Internacional divulgó el jueves un informe con severas críticas al continuismo de Obama en la violación de derechos fundamentales. Para empezar, "no se ha cumplido la promesa de que el centro de detención de Guantánamo sería clausurado en enero del 2010. Al terminar el año permanecían 174 reos en la prisión". Además, la nueva regulación expedida en abril por una comisión militar nombrada por el Gobierno para evaluar la detención de sospechosos "ofrece pocas esperanzas de que la administración estadounidense emprenda cambios importantes y defienda los derechos humanos". Agrega Amnistía que "continúan la falta de responsabilidad y remedio a las violaciones de derechos humanos (...) que operó durante George W. Bush"
Una de las más graves quejas se refiere a la indiferencia y tolerancia oficial frente a las torturas. "Los autores de crímenes que violan las leyes internacionales dentro de la 'guerra contra el terror', con actos como torturas y desapariciones forzadas, no han sido llamados a responder por ellos". Según AI, el ministerio de Justicia informó que no había ningún acusado por la destrucción, en el 2005, de 92 cintas que contenían escenas de torturas.
Necesitamos que la campaña de reelección, que ha impelido a Obama a asimilarse a Bush, no lo siga degradando. Que defienda a los inmigrantes, como acaba de hacerlo; que propugne una sociedad transparente y libre; que no tema enfrentarse a los capitalistas salvajes; que practique los dictados de Washington y Franklin que profesa en teoría; que vuelva a ser, en fin, ese tipo que nos dio tantas esperanzas e ilusiones hace dos años y medio.
ESQUIRLAS. 1) Si alguien tiene dudas sobre el machismo de nuestra sociedad, que mire la última edición de Revista Credencial. Aparecen allí retratos de las diez más poderosas juntas directivas del país. Entre sus 99 miembros hay apenas 11 mujeres. Me gustaría ver la composición por sexos de la nómina de aseo en esas mismas empresas. 2) Vuelve y juega el Barcelona, campeón del fútbol español por tercera vez consecutiva. El 28 podría serlo de Europa. Mírenlo, gócenlo, disfrútenlo: de eso tan bueno no dan mucho. 3) Produce rubor la mezquindad europea con los desplazados por conflictos. Según Amnistía, en el 2010 solo reconoció el estatus de refugiados a 5.000 ciudadanos expulsados por las guerras.
cambalache@mail.ddnet.es
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