REDES

terça-feira, 19 de novembro de 2019

BOLIVIA EL PUEBLO - HACE PETICIONES-SOLICITUDES

Uruguay: existe expectativa ante segunda vuelta electoral

O que é a “nova” ultradireita?


Geledés

O Texto já fala por si mesmo, quanto a autora, ela já se diz por si e o mundo sabe dela.

Outras Palavras.



Marilena Chauí: o que é a “nova” ultradireita?

http://bit.ly/2r35VLM



Por Marilena Chauí, no A Terra é Redonda
Tornou-se corrente nas esquerdas o uso de termos fascismo e neofascismo para descrever criticamente nosso presente.
Estamos acostumados a identificar o fascismo com a presença do líder de massas como autocrata. É verdade que, hoje, embora os governantes não se alcem à figura do autocrata, operam com um dos instrumentos característico do líder fascista, qual seja, a relação direta com “o povo”, sem mediações institucionais e mesmo contra elas. Também, hoje, se encontram presentes outros elementos próprios do fascismo: o discurso de ódio ao outro – racismo, homofobia, misoginia; o uso das tecnologias de informação que levam a níveis impensáveis as práticas de vigilância, controle e censura; e o cinismo ou a recusa da distinção entre verdade e mentira como forma canônica da arte de governar.
No entanto, não emprego esse termo por três motivos: (a) porque o fascismo tem um cunho militarista que, apesar das ameaças de Trump à Venezuela ou ao Irã,  as ações de Nathanayu sobre a faixa de Gaza, ou a exibição da valentia do homem armado pelo governo Bolsonaro e suas ligações com as milícias de extermínio, não podem ser identificados com a ideia fascista do povo armado; (b) porque o fascismo propõe um nacionalismo extremado, porém a globalização, ao enfraquecer a ideia do Estado-nação como enclave territorial do capital, retira do nacionalismo o lugar de centro mobilizador da política e da sociedade; (c) porque o fascismo pratica o imperialismo sob a forma do colonialismo, mas a economia neoliberal dispensa esse procedimento usando a estratégia de ocupação militar de um espaço delimitado por um tempo delimitado para devastação econômica desse território, que é abandonado depois de completada a espoliação.
Em vez de fascismo, denomino o neoliberalismo com o termo totalitarismo, tomando como referência as análises da Escola de Frankfurt sobre os efeitos do surgimento da ideia de sociedade administrada.
O movimento do capital transforma toda e qualquer realidade em objeto do e para o capital, convertendo tudo em mercadoria, instituindo um sistema universal de equivalências próprio de uma formação social baseada na troca pela mediação de uma mercadoria universal abstrata, o dinheiro.
A isso corresponde o surgimento de uma prática, a da administração, que se sustenta sobre dois pilares: o de que toda dimensão da realidade social é equivalente a qualquer outra e por esse motivo é administrável de fato e de direito, e o de que os princípios administrativos são os mesmos em toda parte porque todas as manifestações sociais, sendo equivalentes, são regidas pelas mesmas regras. A administração é concebida e praticada segundo um conjunto de normas gerais desprovidas de conteúdo particular e que, por seu formalismo, são aplicáveis a todas as manifestações sociais. A prática administrada transforma uma instituição social numa organização.
Uma instituição social é uma prática social fundada no reconhecimento público de sua legitimidade e de suas atribuições, num princípio de diferenciação que lhe confere autonomia perante outras instituições sociais, sendo estruturada por ordenamentos, regras, normas e valores de reconhecimento e legitimidade internos. Sua ação se realiza numa temporalidade aberta ou histórica porque sua prática a transforma segundo as circunstâncias e suas relações com outras instituições.
Em contrapartida, uma organização se define por sua instrumentalidade, fundada nos pressupostos administrativos da equivalência. Está referida ao conjunto de meios particulares para obtenção de um objetivo particular, ou seja, não está referida a ações articuladas às ideias de reconhecimento externo e interno, de legitimidade interna e externa, mas a operações, isto é, estratégias balizadas pelas ideias de eficácia e de sucesso no emprego de determinados meios para alcançar o objetivo particular que a define. É regida pelas ideias de gestão, planejamento, previsão, controle e êxito, por isso sua temporalidade é efêmera e não constitui uma história.
Por que designar o neoliberalismo como o novo totalitarismo?
Totalitarismo: por que em seu núcleo encontra-se o princípio fundamental da formação social totalitária, qual seja, a recusa da especificidade das diferentes instituições sociais e políticas que são consideradas homogêneas e indiferenciadas porque são concebidas como organizações. O totalitarismo é a afirmação da imagem de uma sociedade homogênea e, portanto, a recusa da heterogeneidade social, da existência de classes sociais, da pluralidade de modos de vida, de comportamentos, de crenças e opiniões, costumes, gostos e valores.
Novo: por que, em lugar da forma do Estado absorver a sociedade, como acontecia nas formas totalitárias anteriores, vemos ocorrer o contrário, isto é, a forma da sociedade absorve o Estado. Nos totalitarismos anteriores, o Estado era o espelho e o modelo da sociedade, isto é, instituíam a estatização da sociedade; o totalitarismo neoliberal faz o inverso: a sociedade se torna o espelho para o Estado, definindo todas as esferas sociais e políticas não apenas como organizações, mas, tendo como referência central o mercado, como um tipo determinado de organização: a empresa – a escola é uma empresa, o hospital é uma empresa, o centro cultural é uma empresa, uma igreja é uma empresa e, evidentemente, o Estado é uma empresa.
Deixando de ser considerada uma instituição pública regida pelos princípios e valores republicano-democráticos, passa a ser considerado homogêneo ao mercado. Isto explica porque a política neoliberal se define pela eliminação de direitos econômicos, sociais e políticos garantidos pelo poder público, em proveito dos interesses privados, transformando-os em serviços definidos pela lógica do mercado, isto é, a privatização dos direitos, que aumenta todas as formas de desigualdade e exclusão.
O neoliberalismo vai além: encobre o desemprego estrutural por meio da chamada uberização do trabalho e por isso define o indivíduo não como membro de uma classe social, mas como um empreendimento, uma empresa individual ou “capital humano”, ou como empresário de si mesmo, destinado à competição mortal em todas as organizações, dominado pelo princípio universal da concorrência disfarçada sob o nome de meritocracia.
O salário não é visto como tal e sim como renda individual e a educação é considerada um investimento para que a criança e o jovem aprendam a desempenhar comportamentos competitivos. O indivíduo é treinado para ser um investimento bem sucedido e para interiorizar a culpa quando não vencer a competição, desencadeando ódios, ressentimentos e violências de todo tipo, destroçando a percepção de si como membro ou parte de uma classe social e de uma comunidade, destruindo formas de solidariedade e desencadeando práticas de extermínio.
Quais são as consequências do novo totalitarismo?
– social e economicamente, ao introduzir o desemprego estrutural e a terceirização toyotista do trabalho, dá origem a uma nova classe trabalhadora denominada por alguns estudiosos com o nome de precariado para indicar um novo trabalhador sem emprego estável, sem contrato de trabalho, sem sindicalização, sem seguridade social, e que não é simplesmente o trabalhador pobre, pois  sua identidade social não é dada pelo trabalho nem pela ocupação, e que, por não ser cidadão pleno, tem a mente alimentada e motivada pelo medo, pela perda da autoestima e da dignidade, pela insegurança;
– politicamente põe fim às duas formas democráticas existentes no modo de produção capitalista: (a) põe fim à social-democracia, com a privatização dos direitos sociais, o aumento da desigualdade e da exclusão; (b) põe fim à democracia liberal representativa, definindo a política como gestão e não mais como discussão e decisão públicas da vontade dos representados por seus representantes eleitos; os gestores criam a imagem de que são os representantes do verdadeiro povo, da maioria silenciosa com a qual se relacionam ininterruptamente e diretamente por meio do twitter, de blogs e redes sociais – isto é, por meio do digital party –, operando sem mediação institucional,pondo em dúvida a validade dos parlamentos políticos e das instituições jurídicas, promovendo manifestações contra eles; (c) introduz a judicialização da política, pois, numa empresa e entre empresas, os conflitos são resolvidos pela via jurídica e não pela via política propriamente dita. Em outras palavras, sendo o Estado uma empresa, os conflitos não são tratados  como questão pública e sim como questão jurídica, no melhor dos casos, e como questão de polícia, no pior dos casos; (d) os gestores operam como gangsters mafiosos que institucionalizam a corrupção, alimentam o clientelismo e forçam lealdades. Como o fazem? Por meio do medo. A gestão mafiosa opera por ameaça e oferece “proteção” aos ameaçados em troca de lealdades para manter todos em dependência mútua. Como os chefes mafiosos, os governantes também têm os consiglieri, conselheiros, isto é, supostos intelectuais que orientam ideologicamente as decisões e os discursos dos governantes, estimulando o ódio ao outro, ao diferente, aos socialmente vulneráveis (imigrantes, migrantes, refugiados, lgbtq+, sofredores mentais, negros, pobres, mulheres, idosos) e esse estímulo ideológico torna-se justificativa para práticas de extermínio; (e)transformam todos os adversários políticos em corruptos, embora a corrupção mafiosa seja, praticamente, a única regra de governo; (f) têm controle total sobre o judiciário por meio de dossiês sobre problemas pessoais, familiares e profissionais de magistrados aos quais oferecem “proteção” em troca de lealdade completa (e quando o magistrado não aceita o trato, sabe-se o que lhe acontece);
– ideologicamente, com a expressão “marxismo cultural”, os gestores perseguem todas as formas e expressões do pensamento crítico e inventam a divisão da sociedade entre o bom povo, que os apoia, e os diabólicos, que os contestam. Por orientação dos consiglieri, pretendem fazer uma limpeza ideológica, social e política e para isso desenvolvem uma teoria da conspiração comunista, que seria liderada por intelectuais e artistas de esquerda. Os conselheiros são autodidatas que se formaram lendo manuais e odeiam cientistas, intelectuais e artistas, aproveitando-se do ressentimento que a extrema direita tem por essas figuras. Como tais conselheiros estão desprovidos de conhecimentos científicos, filosóficos e artísticos, empregam a palavra “comunista” sem qualquer sentido preciso: comunista significa todo pensamento e toda ação que questionem o status quo e o senso comum (por exemplo: que a terra é plana; que não há evolução das espécies; que a defesa do meio ambiente é mentirosa; que a teoria da relatividade não tem fundamento, etc.). São esses conselheiros que oferecem aos governantes os argumentos racistas, homofóbicos, machistas, religiosos, etc., isto é, transformam medos, ressentimentos e ódios sociais silenciosos em discurso do poder e justificativa para práticas de censura e de extermínio;
– a dimensão planetária da forma econômica neoliberal faz com que não exista um “fora” do capitalismo, uma alteridade possível, levando à ideia de “fim da história”, portanto à perda da ideia de transformação histórica e de um horizonte utópico. A crença na inexistência da alteridade é fortalecida pelas tecnologias de informação, que reduzem o espaço ao aqui, sem geografia e sem topologia (tudo se passa na tela plana como se fosse o mundo) e ao agora, sem passado e sem futuro, portanto sem história (tudo se reduz a um presente sem profundidade). Volátil e efêmera, nossa experiência desconhece qualquer sentido de continuidade e se esgota num presente vivido como instante fugaz;
– a fugacidade do presente, a ausência de laços com o passado objetivo e de esperança em um futuro emancipado, suscitam o reaparecimento de um imaginário da transcendência. Assim, a figura do empresário de si mesmo é sustentada e reforçada pela chamada teologia da prosperidade, desenvolvida pelo neopentecostalismo. Mais do que isso. Os fundamentalismos religiosos e a busca da autoridade decisionista na política são os casos que melhor ilustram o mergulho na contingência bruta e a construção de um imaginário que não a enfrenta nem a compreende, mas simplesmente se esforça por contorná-la apelando para duas formas inseparáveis de transcendência: a divina (à qual apela o fundamentalismo religioso) e a do governante (à qual apela o elogio da autoridade forte).
Diante dessa realidade, muitos afirmam que vivemos num mundo distópico, no qual as distopias são concebidas sob a forma da catástrofe planetária e do medo. Vale a pena, entretanto, mencionar brevemente a diferença entre utopia e distopia.
A utopia é a busca de uma sociedade totalmente outra que negue todos os aspectos da sociedade existente. É a visão do presente sob o modo da angústia, da crise, da injustiça, do mal, da corrupção e da rapina, do pauperismo e da fome, da força dos privilégios e das carências, ou seja, o presente como violência nua. Por isso mesmo é radical, buscando a liberdade, a fraternidade, a igualdade, a justiça e a felicidade individual e coletiva graças à reconciliação entre homem e natureza, indivíduo e sociedade, sociedade e poder, cultura e humanidade. Uma utopia não é um programa de ação, mas um projeto de futuro que pode inspirar ações que assumem o risco da história, fundando-se na ação humana como potência para transformar a realidade, tornando-se imanentes à história, graças à ideia de revolução social.
A distopia tem um significado crítico inegável ao descrever o presente como um mundo intolerável, porém corre o risco de transformá-lo em fantasma e rumar para o fatalismo, a imobilidade e  o desalento do fim da história. A utopia também parte da constatação de um mundo intolerável, mas em lugar de curvar-se a ele, trabalha para colocá-lo em tensão consigo mesmo para que dessa tensão surjam contradições que possam ser trabalhadas pela práxis humana. A imobilidade distópica decorre de sua estrutura fantasmática: nela, o intolerável não é o ponto de partida e sim o ponto de chegada. Ao contrário, a mobilidade utópica provém de sua energia como projeto e práxis, como trabalho do pensamento, da imaginação e da vontade para destruir o intolerável: o intolerável é seu ponto de partida e não o de chegada.
Se a utopia é a visão do presente sob o modo da angústia, da crise, da injustiça, do mal, da corrupção e da rapina, do pauperismo e da fome, da força dos privilégios e das carências, do presente como violência intolerável, não podemos abrir mão da perspectiva utópica nas condições de nosso presente.

Lula: La cultura es liberación, educación y conocimiento-TELESUR



Telesur
Telesur cobre evento no Recife PE. que a grande mídia aqui não o fez.

    http://bit.ly/2Xt3Jth



    “El festival trae la música como una forma de resistencia y politización en la lucha por la libertad del expresidente. Estas son canciones de protesta para denunciar que tuvimos un preso político en Brasil por más de 550 días”, destacó el comité organizador del Festival.

    El expresidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, asistió este domingo, junto a más de 40 cantantes, al festival “Lula Libre”, que se desarrolló en la ciudad de Recife, en el estado de Pernambuco, al nordeste del país.
    “Hoy soy un hombre mejor que el que entró en la cárcel. Soy un hombre más maduro. Hoy sé que nada destruye a quienes tienen la capacidad de amar en este país”, expresó el exmandatario ante los miles de espectadores.
    “El festival trae la música como una forma de resistencia y politización en la lucha por la libertad del expresidente. Estas son canciones de protesta para denunciar que tuvimos un preso político en Brasil por más de 550 días”, destacó el comité organizador del Festival.
    Lula señaló que la cultura es liberación, educación y conocimiento, al tiempo que agradeció al exministro de Educación, Fernando Haddad, por “la dignidad que tuvo para representar al pueblo brasileño”.
    “Hermosa fiesta por la justicia por Lula Libre en Recife”, escribió el Instituto Lula en su cuenta en Twitter y añadió que la personas en Pernambuco recibieron al líder del Partido de los Trabajadores (PT) con los brazos abiertos.
    El exmandatario convocó a sus seguidores el sábado último a participar en el evento, el cual “es un símbolo de la lucha por la justicia para Lula”.

    João Anzanello Carrascoza - Trilha de Letras conversa com o escritor


    segunda-feira, 18 de novembro de 2019

    Adriana Guzmán, indígena feminista: “No se acaba por ley con el racismo y en Bolivia ha habido un golpe racista y fascista”

    http://bit.ly/2rPQBmj


    Nodal nos oferece uma entrevista equilibrada, realizada com 
    Adriana Guzmán, indígena, feminista.Sua fala guarda coerência e conhecimento de uma Bolívia em momento duro e ditatorial tramada pelo conservadorismo antigo de Santa Cruz de la Sierra, um dos maiores centros burgueses e do grande capital.
    Abaixo matéria:http://bit.ly/2rPQBmj



    Adriana Guzmán, indígena feminista: “No se acaba por ley con el racismo y en Bolivia ha habido un golpe racista y fascista” – Por Laura Cruz



    Adriana Guzmán es indígena, partícipe de un feminismo anticolonial y comunitario que ha crecido en estos años en Bolivia tras la llegada de Evo Morales. El empoderamiento que ha conseguido la población indígena boliviana desde 2006 ha sido el mayor de su historia y a raíz de esto las asambleas y movimientos sociales han fructificado por todo el país. Ahora, Bolivia yace convulsa con una de las situaciones políticas más graves sufridas desde el triunfo del MAS (Movimiento al Socialismo), el partido de Evo Morales.
    ¿Qué ha pasado realmente estos días en Bolivia?
    En La Paz después de las elecciones del 20 de octubre se han desatado una serie de protestas aludiendo a un supuesto fraude. Estas movilizaciones se realizaron en diferentes lugares del país. Son legítimas, pero se han utilizado para encubrir un golpe de Estado. Han empezado a aparecer grupos armados con cascos, en motos, con gases y también con armas de fuego que han ido produciendo terror en varios lugares del país. Tanto en las ciudades grandes como en las pequeñas.
    ¿De dónde venían estos grupos?
    Estos grupos tienen su origen en la Unión Juvenil Cruceñista, que en 2008 ya tenía un grupo armado que tenía como misión matar indios. Un grupo fascista y racista. Una parte de la formación de estos grupos viene de esa organización y otra de lo que en algunas universidades se ha planteado que hay que luchar hasta perder la vida, incluso armados. Hay jóvenes universitarios incorporados a estos grupos que han generado terror. Entonces son atacadas las organizaciones sociales. Para nosotras no hay una confrontación, sino una legítima defensa. Sobre todo se ha atacado a mujeres y hombres aymaras y quechuas. Eso ha derivado en una situación muy compleja que ha dado lugar al golpe de Estado.
    ¿Cuáles son los síntomas de que estaríamos ante un golpe de Estado?
    El golpe es apoyado por los militares y los policías. Antes de ayer hubo tres muertos en la ciudad de El Alto de manos de los policías. Están del lado de estos grupos cívicos (Comité cívico de Santa Cruz, presidido por Luis Fernando Camacho), que son los grupos golpistas. Aparte de golpe de Estado es un golpe a las organizaciones sociales. Los militares tardan en incorporarse pero le sugirieron el sábado pasado la renuncia a Evo. Dentro de las Fuerzas Armadas se ha desconocido al comandante de las Fuerzas Armadas para así poder decidir apoyar el golpe. Y las fuerzas policiales han dicho en un comunicado que apoyan a Luis Fernando Camacho. Han cortado de sus uniformes la wiphala (bandera indígena) y los militares dieron un comunicado con la policía para dar un toque de queda. Es para desmovilizar los bloqueos, los cortes de luz.
    ¿Quién está bloqueando?
    Las organizaciones sociales, la confederación de trabajadores campesinos ha ordenado el corte de luz en resistencia a este golpe fascista. Ha ordenado Estado de emergencia y movilización permanente. Nosotras como feministas nos plegamos a las organizaciones matrices. No creemos en un feminismo que sea independiente incluso de su pueblo. Antes de ayer empezaron a sobrevolar los militares y ocuparon las calles para militarizarlas. Utilizaron armas de fuego. Desde Cochabamba dispararon desde un helicóptero para desmovilizar los bloqueos.
    ¿Debería haber atendido Evo al mandato del pueblo en 2016, que le pidió que no se presentase a la reelección? Esto habría podido dar lugar a un MAS renovado que ganase las elecciones y pudiese lucir sus logros, como la reducción de la pobreza del ejecutivo de Evo Morales.
    Creo que hay una lógica masculina y machista del poder. El gobierno de Evo Morales no es el mejor que hubiéramos querido. Pero ellos hacen el golpe por el poder político, porque el económico ya lo tienen. Por seguir administrando el Estado y para poder seguir teniendo el poder sobre nuestros cuerpos que tienen en las calles y en sus haciendas. Ellos son terratenientes. El Estado plurinacional ha significado una labor importante de los pueblos originarios, más allá del Estado y a pesar del Estado incluso. Los terratenientes lo que quieren recuperar es ese poder colonial para tener peones, para que nuestro único horizonte sea ser sus sirvientas, sus trabajadoras o tener un hijo del patrón, como históricamente han sido violadas nuestras abuelas.
    Tras Evo, ¿no había alternativa en el propio MAS?
    Evo se ha presentado cuatro veces, eso no lo permitía la Constitución. El segundo candidato que se enfrenta a Evo, Carlos Mesa, es el autor del genocidio indígena de la masacre del gas en 2003. A Evo Morales se le cuestiona presentarse por cuarta vez, pero a Carlos Mesa no se le cuestiona. La feminista María Galindo, por ejemplo, no cuestiona que este genocida vaya en una papeleta electoral. Ahí están nuestras distancias con el feminismo, ahí nuestras distancias con ella. Galindo dice que la denuncia del racismo es una campaña política del MAS. No. La denuncia del racismo en este pueblo es histórica, porque hemos vivido un colonialismo profundo construido sobre nuestros cuerpos.
    Hay algunas voces no indígenas que se erigen defensoras de lo indígena.
    Tenemos algunas compañeras no indígenas, pero que no opinan que lo del golpe de Estado sea una campaña política de Evo. Vivimos en un país en el que no se ha acabado con el racismo, porque con el racismo no se acaba por ley, sino acabando con los privilegios que tienen los grupos de poder. Como eso no se ha hecho, el racismo permanece.
    ¿Cuáles son las mayores medidas del MAS contra el racismo en estos años?
    Como Estado ha hecho una ley, la ley 045 contra toda forma de racismo y discriminación. Pero por ley no se acaba con el racismo, aunque al menos han hecho la ley. Lo que no ha hecho Evo es tocar los privilegios de los terratenientes y los oligarcas de Santa Cruz, que es de donde sale este golpe racista. En 2008 cuando ya se detecta este grupo violento, se tendría que haber hecho una investigación profunda y una desarticulación de la célula, pero eso no se ha hecho. Como no han tocado los privilegios económicos, estos señores tienen toda la libertad para financiar un golpe de Estado racista junto con la complicidad internacional. No se ha cambiado la matriz económica del país, sigue siendo extractivista, sigue beneficiando a los ricos. Ahí está el límite del Estado, que gobernando para todos también tiene que gobernar para los ricos y los violadores, por ejemplo. Es su contradicción. Evo Morales ha redistribuido riqueza, pero no ha tocado a los ricos. Yo pude mandar a mis hijos a la universidad, eso no podría haberlo hecho antes. Pero no era suficiente.
    ¿Cómo lo está viviendo la población no politizada? Tanto indígena como mestiza.
    Es una lástima que lo que no se ha hecho desde el Estado tampoco lo hemos hecho las organizaciones sociales, porque gran parte de las personas que se suman a este movimiento fascista y ven en Camacho un ideal, son nuestros hijos. Esos que ahora tienen educación y celular. Hay una lógica colonial. No quieren ser vendedoras como su mamá o trabajadoras de la tierra. Quieren ser empresarios, como en Oriente. Ahí dentro de nuestras propias organizaciones tenemos un trabajo que no hemos hecho. Otra parte de la gente no politizada es gente religiosa. Hemos atacado a la Iglesia Católica, pero no a la Evangélica. Cuando Camacho dice que hay que poner el país en manos de Dios, tenemos en las protestas a la mitad de compañeras y compañeros que dicen que van a la protesta y la mitad que quieren orar y pedir paz a Dios. Gran parte de la gente no politizada responde a esta lógica fundamentalista que también utiliza Luis Fernando Camacho. La gente en general está profundamente desinformada por los medios de comunicación porque estos canales les pertenecen a los ricos y dicen que aquí no está pasando nada.
    ¿Todos los medios de comunicación están con el golpe?
    Realmente sí. Aunque los medios son teóricamente imparciales, los dueños de estos medios son los empresarios que están con el comité cívico. Te presentan confrontación, cuando en realidad es depresión con muertos. Te dicen que vándalos del MAS atacan, cuando son estos grupos armados. Al final lo que quieren provocar es una guerra psicológica para desprestigiar nuestra resistencia.
    [Se oye una voz de alguien al otro lado del teléfono]. No sé si has escuchado, pero ahora mismo me han gritado por la calle: “A estas indias hay que matarlas”. Yo no soy del MAS, pero por la cara que tenemos, todas estamos dentro del MAS ahora.
    ¿Se han intensificado ahora los ataques racistas por la calle?
    Por supuesto, es muy grave andar por las calles del centro de la Paz. Ahora hay una marcha de resistencia antirracista, porque se ha quemado la Wiphala y contra la violencia que han generado Luis Fernando Camacho y Mesa. No sé si todos los que van a la marcha apoyan a Evo, pero sí estamos todos en contra del golpe.
    ¿Qué opinas del nombramiento de Jeanine Añez como “presidenta”?
    Este es un gobierno de facto. Para nosotros la movilización es importante porque creemos que el Congreso no puede sesionar. Los congresistas del MAS no han podido asistir a esa sesión del Congreso porque su vida está en riesgo. ¿Qué garantía les puede proporcionar una policía y unas fuerzas armadas que protegen al golpe? Se ha perseguido a dirigentes y autoridades, se ha quemado la casa del presidente del Senado, la casa de la ministra de cultura, la casa de Evo, la Confederación de campesinos, etc. No hay ninguna seguridad. Esa sesión ha servido para intentar borrar lo que es un gobierno fascista. Aunque asuma Añez, no van a borrar este golpe. Nuestra propuesta es que si el golpe lo han hecho ellos, que lo resuelvan ellos. Queremos continuidad del mandato de Evo, que sea él el que convoque las elecciones sin su participación, pero que se garantice que el MAS participe, porque por el momento es la única sigla que tenemos. Este golpe intenta anular la participación del Mas. En el informe de la OEA sobre el fraude electoral solo se hace un comentario, pero sin proceso de investigación. Han sido detenidos los del tribunal electoral de la forma más humillante, mostrados en la televisión como si fueran un cartel del narcotráfico, cuando realmente no hay una prueba.
    Si Evo no se hubiera vuelto a presentar, ¿crees que la situación habría sido diferente o se habría intentado perpetrar un golpe con cualquier excusa?
    Habría sido importante que él no se presente y apostar por cualquier otra persona, porque este es un proceso que lo reciben las personas y no es necesaria la personalización. Sin embargo, todas las transformaciones que se han hecho no pasan por lo económico ni por lo político y por lo colonial. Nosotras ahora nos miramos al espejo sin vergüenza, nos nombramos, discutimos. Esa transformación atenta contra la forma de vida de los empresarios porque les impide explotarnos. Así que habría habido cualquier motivo para gestar un golpe de Estado.
    ¿Fue el ejecutivo de Evo feminista?
    El machismo de Evo era público, sin embargo eso no significa ser un patriarca. Camacho puede que no sea tan machista, pero es un fundamentalista, un empresario explotador y un patriarca. Más allá de Evo, las cosas que han hecho las mujeres desde el Estado Plurinacional, no están en la lógica tradicional. Reconocemos que la ley que garantiza a las mujeres estar libres de violencia es una ley fascinante.
    [Se corta parcialmente y se oyen ruidos de aviones]. No sé si oyes, pero ahora mismo los militares intentan reprimir esta marcha por el aire. Hay una crítica que tenemos que hacer desde el feminismo. No ha habido voluntad política para luchar contra esta violencia, a pesar de esta ley. No se ha logrado la despatriarcalización en los ministerios. Pero hay un proceso de cambio que ha hablado de la despatriarcalización más allá del Estado. No podemos concentrarnos en mirar solo al Estado. Las organizaciones hemos tenido tiempo para hablar del Patriarcado, tiempo para un feminismo comunitario. Nosotras no nos concentramos en Evo, miramos más allá.

    Entre os indígenas que compõem o povo irmão da Bolívia, Gaia receberá outro nome: “Pachamama”

    ( imagem: "Pachamama", Frida Kahlo)

    Como sempre nada a acrescentar.Elton ao escrever raspa o todo em resumos geniais que apreendemos e degustamos como água nova, pura, não apenas cristalina mas com  cristais que nos ilumina em sua pequenas-grandes partículas. Granulações que formatam um todo poético/político.

    Do Elton Luiz Leite de Souza: por seu  facebook
    Segundo a mitologia, antes de tudo existia o Caos. E foi do Caos que nasceu a primeira divindade: Gaia, a Terra. A palavra "nascer" não é muito adequada, pois todo nascer pressupõe um pai e uma mãe.
     O Caos não é homem ou mulher, macho ou fêmea, tampouco o Caos é filho de alguma coisa. O adequado talvez seja dizer que Gaia emergiu do Caos, tal como uma ilha que sobe do fundo do oceano. Gaia emergiu da multiplicidade indivisível de uma realidade inesgotável. Gaia é singular, incomparável, única de sua espécie: Ancestral Mulher. De Gaia nasceu Uranos, o Céu. "Nascer" também é um termo inadequado, já que Gaia não tinha par. Talvez seja mais adequado dizer que o Céu-Uranos foi um pedaço da Terra que se separou dela, pondo-se acima a gravitar. Nessa época , a Terra era toda ventre, múltiplos ventres. 
    Cada ventre era uma caverna que ia dar no Caos, a imanência fértil, da qual a Terra emergiu. E foi por um desses ventres que veio ao mundo Eros, o Amor. Este ocupou o lugar vazio entre a Terra e o Céu, pois o Amor fez nascer a ideia de que toda separação é vazio a ser vencido. Sob o poder de Eros, o Céu deitou-se sobre a Terra: as estrelas daquele viraram sementes desta, e assim nasceram novos deuses filhos do Céu e da Terra. Cada divindade nova nascia das estrelas do Céu plantadas como sementes na Terra. Talvez seja isso que queira dizer Manoel quando ensina que "poesia é celestar as coisas do chão." 
    A palavra "amor" nasceu da junção do termo "a" com função de negação ( como em a-fasia: sem fala) mais a abreviação de morte ( "mor"). Assim, "amor" é "não morte" ( nos vários sentidos que a palavra morte tem). Para a planta, o sol e a chuva são "não morte", isto é, amor ( em um sentido não romântico); para o libertário, a liberdade é não morte; para o educador, a educação é não morte.

    Entre os indígenas que compõem o povo irmão da Bolívia, Gaia receberá outro nome: “Pachamama” ( a "Mãe de Todos": mãe dos rios, dos bichos , das sementes, do céu, das estrelas e de tudo o que vive ). No protofascismo em curso na Bolívia, com bíblias e fuzis em punho, servis ao dinheiro e ao capital,o poder teológico-político quer matar , simbólica e fisicamente, nossa mãe.
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