REDES

quarta-feira, 31 de julho de 2019

URGENTE - BRASIL EUA- TRUMP O TIRANO


POR SPUTINIK





O JORNAL SPUTINIK DENUNCIA A ESBÓRNIA MILITARISTA ENTRE BRASIL E EUA.
PAÍS SE VENDE,SE DOA AO TIRANO TRUMP
LEIAM



http://bit.ly/2ysGxQo
EUA oficializam designação do Brasil como aliado prioritário fora da OTAN





A decisão faz com que o Brasil e EUA tenham uma maior aproximação na esfera militar, além de facilitar a compra de armamentos de defesa norte-americanos.
O assunto sobre a possibilidade do Brasil virar um aliado prioritário dos Estados Unidos extra-OTAN havia sido discutido durante a visita do presidente Jair Bolsonaro à Casa Branca, em março deste ano. 
Com o novo status de aliado preferencial fora da Aliança do Norte, o Brasil torna-se comprador preferencial de equipamentos e tecnologia militares dos EUA, participar de leilões organizados pelo Pentágono para vender produtos militares, além de ganhar prioridade para promover treinamentos militares com as Forças Armadas norte-americanas.

Brasileños denuncian políticas de Gobierno que desprotegen el ambiente

EnClave Política: Conversamos con Leandro Carvalho y Ana Ma. Valentino

terça-feira, 30 de julho de 2019

Crime de desaparecimento-Fernando Santa Cruz

A esbórnia causada, já prevista e agora exposta, tira o sono e não saímos do pesadelo:
JAIR BOLSONARO.
Um crime  pela omissão?
Aonde chegamos?
Ficaremos calados ou gritaremos,tomaremos a atitude devida?
Trending Topic-Twitter
#impeachement





segunda-feira, 29 de julho de 2019

No livro “Ideias para adiar o fim do mundo”, o pensador indígena Ailton Krenak








Não é necessário mais falar de Elton e sua palavra enxuta.Nos lembra a obra de Ailton Krenak mostrando" como os povos da floresta agem para evitar a ameaça de fim de mundo...":
leiam : Flagra do Facebook



Elton Luiz Leite de Souza
No livro “Ideias para adiar o fim do mundo”, o pensador indígena Ailton Krenak nos mostra como os povos da floresta agem para evitar a ameaça de fim de mundo: mais do que o cacique , enquanto “chefe político”, ou o pajé, o “chefe religioso”, assume o comando aquele que é uma “pessoa coletiva”. 
Nos povos da floresta a “pessoa coletiva” não é alguém com “muitos eus” ou “personalidades”. Diferentemente, a “pessoa coletiva” é aquela que diz narrativas que expressam o “nós” da comunidade. Somente sendo uma “pessoa coletiva” se pode ser uma singularidade. A “pessoa coletiva” não profere ordens e nem cultos, ela tece narrativas. São as narrativas de uma “pessoa coletiva” que potencializam a comunidade para enfrentar as ameaças de fim de mundo. 

A “pessoa coletiva” é o poeta da comunidade. Entre os povos da floresta, o poeta não tem nome próprio designando um ego, pois seu nome é “pessoa coletiva”. É assim que o poeta é chamado: “pessoa coletiva”. O poeta expressa um poder diferente daquele que exerce o cacique, o poeta promove curas para enfermidades que o pajé não consegue curar, e trava guerras cujas armas não são lanças ou flechas, pois sua guerra é a resistência por intermédio da palavra que não deixa morrer um mundo, o mundo dos povos da floresta. A “pessoa coletiva” é um “agente coletivo de enunciação”, como dizem Deleuze & Guattari, e por ela fontaneja um “afloramento de falas”, tal como aflora na pessoa coletiva Manoel de Barros, o poeta da nossa tribo. Segue um trecho do livro de Krenak:
“Nosso tempo é especialista em criar ausências: do sentido em viver em sociedade, do próprio sentido da experiência da vida. Isso gera uma intolerância muito grande com relação a quem ainda é capaz de experimentar o prazer de estar vivo, de dançar, de cantar. (...) O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanta fruição de vida. Então, pregam o fim do mundo como uma possibilidade de fazer a gente desistir dos nossos próprios sonhos. E a minha provocação sobre o adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história. Se pudermos fazer isso , estaremos adiando o fim” (p. 26).
"Tenho em mim um sentimento de aldeia e dos primórdios. Eu não caminho para o fim, eu caminho para as origens. Não sei se isso é um gosto literário ou uma coisa genética. Procurei sempre chegar ao criançamento das palavras. O conceito de Vanguarda Primitiva há de ser virtude da minha fascinação pelo primitivo. Essa fascinação me levou a conhecer melhor os índios” (Manoel de Barros)

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Jarid Arraes: jovem ecritora-mulher do sertão



foto arquivo da autora 


Não bastou vir para Sampa, as marcas estão no seu imaginário e caem na escrita; é isto que  percebo na obra da cearense Jarid Arraes. O Cariri cearense decalcou em sua mente e colou em sua estética literária, ou ela sabe fazer seu marketing com a linguagem nordestina, mas entorna na sua fauna lexical outras modulações  regionais fazendo uma salada com o linguajar sudestino, aliás já há algum tempo morando-SP . Será por isso?




por JARID ARRAES http://bit.ly/2YbhLym
A autora  começou a escrever por influência dos folhetos de cordel, presentes na região.Por vezes  toma-o como mote, mas deixa-o. Agora, percebe-se que está  mais madura, porém ainda titubeia no seu léxico, em que  ondeia em verdadeiras historinhas infantojuvenis, no seu último livro de contos ( Redemoinho em Dia Quente-Ed.Kindle)



Jarid poderá ainda crescer na sua escrita-de contos, mas precisa se reelaborar, filtrando sua escrita, muito despojada, por vezes em demasia. Muitos dos seus contos são bons, outros caem numa verdadeira crônica, o que não a desmerece, mas...

O tema mulher está presente em suas outras obras também e com saltos fora do estereótipo da mulher nordestina, o que é de bom alvitre.

Em seu site  mais detalhes da escritora, via pela qual tornou-se conhecida. http://bit.ly/30ICyeu


El País fez uma  reportagem- Via Joana Oliveira- e que vale ser lida, todavia não me agrada  a adjetivação retirante, afinal a temática dela não se reduz a isto, ou será  estampido marqueteiro(?) -vide abaixo-






http://bit.ly/2GmHVYW

Jarid Arraes, a “jovem mulher do sertão” que faz literatura retirante


Escritora, poeta e cordelista lança livro de contos protagonizados por mulheres do Cariri cearense e fala se sua condição de migrante do século XXI: "A gente mora nessa casa com telhado quebrado"


JOANA OLIVEIRA

Paraty 22 JUL 2019 - 12:21 BRT

Jarid Arraes, cordelista e escritora de 28 anos, define-se como uma "jovem mulher do sertão", apesar de viver em São Paulo desde 2014 (mudou-se exatamente no dia 31 de dezembro). Nascida e criada em Juazeiro do Norte, região do Cariri cearense, ela cresceu entre os cordéis escritos pelo pai e o avô e os livros da mãe, professora. Aprendeu a ler antes de chegar à escola e, depois dos cordéis, descobriu a poesia. "Lia Drummond, Goulart, Augusto dos Anjos. Graças a isso, comecei a escrever também muito cedo, fazendo biografias de mulheres negras em cordel", conta ela na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), onde foi um dos destaques, com o livro de contos Redemoinho em dia quente (Alfaguara), o primeiro que publica em uma grande editora.

Arraes só soube que podia escrever, de fato, quando conheceu o nome Conceição Evaristo. "Descobri-la me deu a confirmação que eu podia escrever, porque eu nunca tinha lido nada escrito por uma mulher negra, por alguém que parecesse minimamente comigo. Quando li Cadernos Negros, a literatura se abriu para mim e comecei a publicar o que eu escrevia".

A primeira obra, um livro de cordéis, foi publicado aos 22 anos, por meio de um empréstimo. Depois, vieram a coletânea Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis, lançado em 2017, e o livro de poesia Um buraco com meu nome, do ano passado. A escritora tem um carinho especial, no entanto, pelo caçula, onde todos os contos são protagonizados por mulheres e no qual ela imprime a vivência de ser uma espécie de retirante no século XXI e suas visões sobre a terra natal. "São histórias que fogem do estereótipo da mulher sertaneja, que vive em casa de taipa, com chão rachado e caveira de vaca na frente. Mesmo quando retrato a pobreza em alguns contos, não é dessa forma, porque não foi isso que eu vi e nem acho interessante reproduzirmos sempre as mesmas coisas. Quis representar um Cariri urbanizado, com idosas lésbicas, mulheres que gostam das tradições, outras que as subvertem… Me representa muito, não só por ser um livro da minha terra, mas por ter essa multiplicidade de vozes", explica.

Em Redemoinho em dia quente, o leitor conhece as histórias de uma velha religiosa que toma remédios alucinógenos para encontrar Padre Cícero, de uma travesti cujo sonho é conhecer Silvio Santos, mas também o relato de uma adolescente que descobre que o pai abusa sexualmente de sua irmã. "Agora ela é como uma casa com telhado quebrado, mas onde ainda mora gente", diz, em certo momento, a personagem. Arraes usa essa frase para construir um paralelo com as muitas violências às quais as mulheres são submetidas e que ela mesma sofreu, conta, como nordestina migrante em São Paulo. "A gente mora nessa casa com telhado quebrado", afirma.

O livro também é especial porque restabeleceu a relação de carinho entre a escritora e o Cariri, algo que fica claro no conto em primeira pessoa Despedida de Juazeiro Norte. "A vida inteira, sentia que aquele lugar não me encontrava, não me sentia pertencente. Por muito tempo, não gostei de lá, e esse livro e a ida para São Paulo me fizeram ver o carinho e a saudade que tenho da minha terra. Até mesmo o fato de ser escritora, com toda a influência do cordel, só foi possível porque cresci lá, porque aprendi lá", diz Arraes.

Apesar dos planos de publicar, em breve, um romance, a escritora conta que não pretende abandonar o cordel. "Valorizo essa literatura como estética, como tradição. Só atualizo os temas, mas mantenho a identidade, que são o ritmo, a rima, a métrica". Ela pretende continuar fazendo essa parte de sua obra de maneira independente, montando um a um não mão e mandando para os leitores por correio. "Isso é autonomia e respeito à tradição. Um acordo que faço com as editoras é que, mesmo que publique outro livro de cordel, continuarei vendendo as histórias individuais como folheto".

Desde que começou a publicar de modo independente, Arraes mantém uma loja online. Com mais de 30 mil seguidores, ela é muito consciente que grande parte do seu êxito veio da relação direta com o público nas redes sociais. "Só consegui chegar onde cheguei porque soube usar a Internet. Eu não estava nas livrarias, então onde ia mostrar meu trabalho? Além disso, valorizo muito minha relação com os leitores, respondo todo mundo, sempre estou muito próxima. Acho que essa é uma relação mais honesta e há mais apoio. É algo que nenhuma vitrine ou editora substitui", diz. Durante a Flip, a escritora recebeu um dos apoios que mais almejava: o da sua mentora literária, Conceição Evaristo. "Você me mostrou que não estou condenada ao silêncio", disse, emocionada.