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quarta-feira, 7 de agosto de 2019

A luta que pode ressurgir das periferias




por  http://bit.ly/2M8miju


OUTRAS PALAVRAS vem se destacando dia a dia por seu conteúdo equilibrado, limpo textualmente, atual nos dias que rolam no Brasil ,A.Latina e o Mundo Ocidental. Prova disto são alguns posts aqui já postos e este de hoje.Vale a pena prestigiá-los. ( http://bit.ly/2M8miju )
Quanto a matéria abaixo concordo com Maister F.Silva: a luta ou quiça uma grande revolta virá das periferias face seu abandono e esquecimento do estado.A dor, o sofrimento produz revoluções  gestadas  pelo massacre. A esquerda, mesmo não compacta, vem avisando, todavia... Paulo Vasconcelos


A luta que pode ressurgir das periferias

http://bit.ly/2M8miju
Nas metrópoles brasileiras, multidões vivem em favelas. Esquecidos pelos serviços públicos, são os principais afetados pelo neoliberalismo. É aí que podem surgir movimentos tão surpreendentes como foi, nos anos 1970, o Custo de Vida
Publicado 07/08/2019 às 17:05 - Atualizado 07/08/2019 às 17:08

Segundo o Censo 2010 do IBGE, o Brasil tinha cerca de 11,4 milhões de pessoas morando em favelas e cerca de 12,2% delas (ou 1,4 milhão) estavam no Rio de Janeiro. Considerando-se apenas a população desta cidade, cerca de 22,2% dos cariocas, ou praticamente um em cada cinco, eram moradores de favelas. No entanto, ainda em 2010, Belém era a capital brasileira com a maior proporção de pessoas residindo em ocupações desordenadas: 54,5%, ou mais da metade da população. Salvador (33,1%), São Luís (23,0%) Recife (22,9%) e o Rio (22,2%) vinham a seguir. No entanto, o IBGE só realiza estudos sobre o aumento demográfico desses conglomerados a cada 10 anos, levando a crer que seguramente desde o ano de 2010 esse número aumentou significativamente.
Essa população acostumou-se a viver na adversidade com a precariedade dos serviços públicos, falta de saneamento, segurança pública praticamente inexistente, serviços de água e luz em sua maioria irregulares e itens como gás de cozinha, televisão e internet controlados por milícias paramilitares. Todavia, esse não é um estudo que deve ser levado em conta como universalizante acerca de quem é considerado pobre no país, essa é parcela que reside em áreas onde a presença do estado é inócua, tímida, praticamente inexistente. Situar e entender o crescimento das periferias ao mesmo passo que a ineficiência do estado brasileiro em dar respostas a essa crise demográfica é importante nesse momento político por que passamos. Nas favelas e comunidades periféricas emergiram novos atores, com novos paradigmas de fé, esperança, modelo de sociedade, novos valores morais e éticos.
Entretanto há uma adversidade que aprofunda-se e não há população capaz de acostumar-se, a falta de comida no prato. As medidas econômicas tomadas pelos governos Temer e Bolsonaro, PEC do teto de gastos, as mudanças na legislação trabalhista, a reforma previdenciária, são medidas que drenam dinheiro para o bolso dos ricos e corroem o poder aquisitivo da classe trabalhadora. Medidas que aprofundam a crise, com desemprego galopante e desindustrialização crescente. O Brasil caminha para um fosso que o ressurgimento de um movimento forte aos moldes do que foi o Movimento Custo de Vida, também conhecido como Movimento Contra a Carestia é praticamente inevitável.
A fome contraditoriamente trará a hora da verdade aos novos atores sociais que hoje predominam nas periferias brasileiras, alinhados politicamente ao governo central. Não há retórica capaz de colocar comida na mesa, para fazer frente a esse problema é necessário o passo do movimento real, outrora desempenhado pelas Comunidades Eclesiais de Base com o protagonismo das mulheres periféricas.

Empire Files: The Hidden War on Trans Rights- ASSASSINO

EnClave Política: Conversamos con Juan Grabois ARGENTINA A SITUAÇÃO SÉRIA

Toni Morrison falece, mais um grande buraco na literatura americana e do mundo ocidental


Toni Morrison por \El Pais Toni Morrison, Nobel de Literatura. (GETTY)








Antes do El Pais, a TELESUR anunciou o fato: perdemos Toni Morrison falece, mais um grande buraco na literatura americana e do mundo ocidental.Estamos num ano terrível de perdas.|Abaixo matéria do El Pais-BR


Morre Toni Morrison, prêmio Nobel de Literatura em 1993

A escritora, a primeira afro-americana a recebr o prêmio, abordou em suas obras a vida da população negra

A escritora, batizada como Chloe Anthony Wofford, nasceu em uma família humilde. Filha de um operário e uma dona de casa, ela mesma trabalhou como empregada doméstica na adolescência. Em seguida, formou-se em Filologia Inglesa e trabalhou como editora da Random House em Nova York. Foi quando publicou seu primeiro romance e criou seu novo nome, recuperando o apelido que lhe davam na família e adotando o sobrenome de seu ex-marido: Toni Morrison.

Morrison passou marcou a história da literatura não apenas por ter sido a primeira mulher negra a receber o Prêmio Nobel, mas também pelo Prêmio Nacional da Crítica pelo romance Song of Solomon (1977), o Pulitzerpor Amada (1987), pelo sucesso de público e crítica com Jazz (1992) e ao tornar-se membro da Academia Americana de Artes e Letras e do National Arts Council.Os romances de Morrison são considerados um relato da história sociopolítica de sua raça que está entrelaçada com a de seu país: a dos negros escravizados, a dos afro-americanos e a das influências recíprocas entre eles e o resto da sociedade. “O que eu faço é remover os curativos para que a cicatriz seja vista, a realidade. Não devemos ter medo de olhar para o passado porque só assim sabemos quem somos”.Ele começou a publicar em 1970, com 39 anos. Após a estreia tardia, com O olho mais azul, a escritora não parou mais. Com seis romances publicados, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. O Nobel foi como uma faísca que iluminou seu lado mais criativo, porque, desde então, Morrison não parou de explorar novas formas de escrever, de investigar os rastros da História e de dialogar com os leitores.

CINCO GRANDES LIVROS DE TONI MORRISON

O olho mais azul (1970) Em seu romance de estreia, Morrison parte da realidade de uma garota desafortunada para construir o retrato de uma infância truncada, além de abordar diversos aspectos, como o conceito de beleza imposta ou a voz feminina.
Sula (1973) é uma obra situada em uma fictícia colina de algum local de Ohio (EUA), onde vive uma comunidade fundamentalmente negra, pobre e sem esperança, através da qual a romancista expressa uma de suas preocupações essenciais: o status das mulheres negras nos Estados Unidos, discriminadas pela sociedade e pelo Estado, abandonadas, abusadas e abusadas educação para cuidar de suas filhas e em casa.
Song of Solomon (1977) é a história familiar de um empresário próspero que tentou esconder suas origens para integrar-se à sociedade branca.
Tar Baby (1981) narra a chegada de um náufrago negro à costa de uma idílica ilha caribenha de mansões oníricas em que a vida dos milionários corre pacificamente entre servos e opulência.
Amada (1987) foi o livro mais célebre da romancista. Ambientado na Guerra da Secessão Americana, o romance é baseado na vida da escrava afro-americana Margaret Garner, que fugiu do Estado escravista de Kentucky em janeiro de 1856 para Ohio, onde essa a escravidão havia sido abolida.

O sistema é incompatível com a luta contra a desigualdade, pois aplica a necropolítica


por REV RAMBLA


Brasil de Fato um dos jornais alternativos do nosso espectro digital nos brinda com a entrevista com 

Clara Valverde Gefaell,espanhola e de lucidez como toda boa teórica,fala-nos para tentar aclarar  esse HOJE PERVERSO,vale conferir.


http://bit.ly/2KsVkQz

Neoliberalismo leva à morte as pessoas que não são lucrativas, diz escritora

Clara Valverde Gefaell afirma que o sistema é incompatível com a luta contra a desigualdade, pois aplica a necropolítica




“O melhor mecanismo de controle é deixar que as pessoas vejam os vulneráveis para que imaginem que isso também pode acontecer com elas" / Foto: Joan Cortadellas/ Divulgação







A ativista e escritora espanhola Clara Valverde Gefaell, 62 anos, retorna ao tema do seu mais recente livro, De la necropolítica neoliberal a la empatía radical (Espanha, Icaria Editorial, 2015), ainda não lançado no Brasil, e afirma que o sistema neoliberal é incompatível com a luta contra a desigualdade. “O neoliberalismo aplica a necropolítica, deixa morrer as pessoas que não são lucrativas”, define. Diagnosticada aos 23 anos de idade com síndromes de sensibilização central (SSC), Clara tem limitações de movimento que a impedem de caminhar e operar o computador. Pede que as perguntas sejam breves. “Vivo entre a cama e o sofá”, resume. Após o diagnóstico, foi professora e enfermeira. Tem oito livros publicados e é coautora de La sanidad está en venta: Y también nuestra salud (A sanidade está à venda: e também nossa saúde, Icária Editorial, Barcelona, 2012). A autora relaciona essas enfermidades ao que denomina “processo de necropolítica”.Não são atendidas pelos sistemas de saúde públicos, ainda que a maioria já tenha sido reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e 5% da população sofra com essas doenças”, denuncia. Ao contrário do que possa parecer, o sistema não é violento, as violências são sutis, ressalva a escritora. “O melhor mecanismo de controle é deixar que as pessoas vejam os vulneráveis para que imaginem que isso também pode acontecer com elas. Ainda que alguém tenha um emprego, se ficar doente perderá sua renda e seguramente não receberá nenhuma ajuda”, resume.
Extra Classe – O que é necropolítica neoliberal?
Clara Valverde Gefaell – A necropolítica neoliberal é a política de deixar morrer os que não servem ao capitalismo porque não produzem nem consomem.
EC – Como a senhora chegou a esse conceito?
Clara – A ideia surgiu olhando pela janela e vendo as pessoas que vivem nos caixas eletrônicos. Mas esse é só um exemplo. Se não vemos a necropolítica liberal é porque não queremos enxergar. Quanta gente hoje você viu que está entre a vida e a morte?
Os excluídos são os que não têm o mínimo: teto, comida, abrigo, as pessoas com deficiência sem ajuda, etc. Eles são neutralizados, deixando que morram / Foto: Divulgação 

EC – Conforme destaca Santiago Lópes Petit no Prólogo de De la necropolítica neoliberal a la empatía radical, seu livro demonstra que a política neoliberal consiste em uma necropolítica cujo objetivo declarado é acabar com os excluídos. Quem são os excluídos e como eles são neutralizados ou eliminados por esse poder?
Clara – Os excluídos são os que não têm o mínimo: teto, comida, abrigo, as pessoas com deficiência, sem ajuda, etc. Eles são neutralizados, deixando que morram. Na Espanha, muitas pessoas com deficiência que são dependentes morrem antes de receber a ajuda que o governo lhes havia prometido.
EC – Onde esse fenômeno ocorre? Vê diferença entre a necropolítica exercida por governos europeus e latino-americanos?
Clara – Isto ocorre em todo país capitalista. Aqui, e também na América Latina.
EC – Quais são os mecanismos de controle desse sistema e por que a sociedade não se rebela?
Clara – O melhor mecanismo de controle é deixar que as pessoas vejam os vulneráveis para que imaginem que isso também pode acontecer com elas. Bem, a todos, menos a Trump e a outros ricos. Aos demais, pode acontecer. Ainda que alguém tenha um trabalho, se ficar doente, perderá sua renda e seguramente não receberá nenhuma ajuda.
EC – A necropolítica se utiliza de violência?
Clara – A necropolítica é violenta, porque mata, ainda que pouco a pouco.
EC – Como o poder constituído faz para convencer os cidadãos que a necropolítica neoliberal é benéfica para a sociedade?
Clara – O poder passa a imagem de que os excluídos e os vulneráveis são gente suja, desagradável, que não quer trabalhar, e vale mais tirá-los do meio dos demais.
EC – Qual é o papel da linguagem nesse fenômeno? Você identifica a influência das redes sociais e das fake news como ferramentas a serviço dessa política?
Clara – As redes sociais reproduzem as notícias e quase toda notícia é falsa (fake), porque foi escrita e é controlada por uma corporação que obtém benefícios.
EC – Nesse contexto, quem faz a defesa das minorias e excluídos?
Clara – Ninguém faz essa defesa. Os partidos políticos de esquerda dizem que representam a todos, mas quantos doentes, pobres e sem teto, ou pessoas com deficiência existem em posições de poder?
EC – No capítulo V do livro, você relaciona as síndromes de sensibilização central (SSC) com a necropolítica. Por que as SSC são exemplos das motivações e consequências dessa política neoliberal?
Clara – As Síndromes de Sensibilização Central (SSC) incluem a Encefalomielite Miálgica/Síndrome de Fadiga Crônica, as Sensibilidades Químicas Múltiplas, a fibromialgia e a Eletrohipersensibilidade. Não são atendidas pelos sistemas de saúde públicos, ainda que a maioria já tenha sido reconhecida pela Organização Mundial de Saúde há 30 anos e 5% da população sofra com essas doenças. Com certeza, nem você que está lendo isto e acredita estar informado ouviu falar delas.
EC – De que forma essas doenças incapacitam?
Clara – Essas enfermidades deixam o doente fechado em sua casa, em sua cama, mas não causam alarme social porque não morremos disso. Mas é como viver o pior dia da pior gripe que já teve, todos os dias, durante décadas. Para atender essas enfermidades seria necessário investir dinheiro e questionar o poder das indústrias tóxicas que as causam.
EC – Ou seja, elas são mais um fator de exclusão…
Clara – Os doentes de SSC são vistos como preguiçosos que não querem trabalhar. A maioria das pessoas com SSC adoeceu na adolescência e passa décadas doente, sem ajuda.
EC – Quando você foi diagnosticada e o que são SFC e SQM?
Clara – Fiquei doente de Encefalomielite Miálgica/Síndrome de Fadiga Crônica (EM/SFC) aos 23 anos de idade e este ano completo 63 anos. Fui diagnosticada no Canadá, em 1990. A duras penas me tornei enfermeira e professora de Enfermagem. Depois tive que deixar essas atividades, porque não podia me levantar. Vivo entre a cama e o sofá. Sou privilegiada, porque o governo me deu 72% de deficiência e uma pequena pensão que não cobre nem meus gastos médicos, nem ajuda.
EC – No Brasil, o governo Bolsonaro, que promove o desmonte de políticas e da estrutura de prevenção e tratamento de IST, Aids e Hepatites Virais, é um exemplo de prática da necropolítica?
Clara – Sim, os cortes em saúde matam.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Breves...A PALIDEZ VIVA DA MENTIRA-VERDADE - Clarice Lispector



Clarice Lispector foi uma pastora de si, o si como rebanho invisível,caçou,caçoou da palavra.Disse de seus rebanhos e desdisse, caçoou de novo de si nos  acoitados do seu rebanho.
Não duvide, ou duvide, tudo é uma pitomba miúda, tudo não é palavra:


...a mentira nasce em quem a  cria e passa a fazer existirem novas mentiras  de novas verdades.

...a verdade é mais inatingível que Deus..

...uma palavra é mentira de outra..

Clarice Lispector

domingo, 4 de agosto de 2019

Richard Powers: alerta para o erro de crer que a tecnologia resolverá os problemas, quando é a causa de catástrofes


O pensamento de Powers é muito interessante e nos relembra Baudrillard, Breton, Virillio.A Tecnologia e sua dupla face. Leiam abaixo por EL PAIS-

http://bit.ly/2SZMmOq 



Imagem relacionada
Richard Powers CREDIT:ALAMY STOCK PHOTO


http://bit.ly/2SZMmOq    el pais 

Richard Powers: “Nossa maneira de viver carece de sentido”

Ganhador do Pulitzer por ‘Overstory’, o autor norte-americano alerta para o erro de crer que a tecnologia resolverá os problemas, quando é a causa de catástrofes



Desde seu começo como escritor, Richard Powers (Illinois, 1957) sempre se caracterizou por figurar entre os primeiros a explorarem as possibilidades da ciência pelo ponto de vista da ficção. Suas narrativas se ocupam de questões tais quais a engenharia genética, a física nuclear, a indústria química e a inteligência artificial, como pano de fundo para situações de profundo interesse humano. Físico de formação, a necessidade de especialização inerente à ciência o levou a se interessar pela literatura. Powers é autor de 12 romances que integram um corpus narrativo fascinante. Em The Gold Bug Variations (1991), seu terceiro título, os fios da história se movem com agilidade sobre um pano de fundo que conjuga elementos tão díspares como a música, a genética e a informática. Em Galatea 2.2 (1995), reescritura da história de Pigmalião, um neurologista excêntrico apresenta um computador chamado Helen aos prazeres da leitura. O protagonista de Ecos da Mente(2006), romance com que Powers ganhou o National Book Award, é um neurologista inspirado na figura de Oliver Sacks, sobre quem lança uma visão crítica. Overstory, seu título mais recente, ganhou o Prêmio Pulitzer em abril deste ano. O encontro ocorre numa cabana em pleno coração das Smoky Mountains, ao pé da cordilheira dos Apalaches, onde Richard Powers vive na mais estrita solidão há quatro anos. O romance representa um giro radical na sua obra. Nela, Powers se afasta dos temas científicos e tecnológicos para centrar-se em cheio no dano que a humanidade está lhe infligindo ao mundo natural...
Lei mais em

http://bit.ly/2SZMmOq