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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

04:22 AM) Fidel Castro deja el poder tras casi medio siglo

04:22 AM) Fidel Castro deja el poder tras casi medio siglo

el universal venezuela




La Habana.- El convaleciente líder Fidel Castro dijo hoy que no seguirá como presidente de Cuba, despidiéndose del poder después de casi medio siglo como leyenda viviente de la izquierda mundial.

Castro, de 81 años, dijo en un texto publicado por el diario oficial Granma que aún no se ha recuperado de la enfermedad que lo obligó a transferir hace un año y medio el poder a su hermano Raúl.

"A mis entrañables compatriotas, que me hicieron el inmenso honor de elegirme en días recientes como miembro del Parlamento (...) les comunico que no aspiraré ni aceptaré -repito- no aspiraré ni aceptaré, el cargo de Presidente del Consejo de Estado y Comandante en Jefe", escribió Castro en el diario del gobernante Partido Comunista.

La decisión de no postularse para otro mandato de cinco años como jefe de Estado despeja el misterio sobre el futuro político del hombre que ha gobernado Cuba desde la revolución de 1959, desafiando a Estados Unidos y convirtiéndose en un mito para la izquierda mundial, reseñó Reuters.

Castro dijo en su mensaje no estar en "condiciones físicas" de encabezar otro mandato de cinco años como presidente.

Su sucesor en la presidencia será anunciado el 24 de febrero, cuando el Parlamento cubano se reúna para renovar al Consejo de Estado, que el mismo Castro preside hasta ahora.

Raúl Castro, un general de 76 años que fue durante medio siglo su mano derecha y lo reemplaza interinamente desde que enfermó hace un año y medio, es el candidato más firme para sucederlo.

En su mensaje, Castro dice que Cuba dispone de dirigentes de varias generaciones para relevarlo.

Fidel Castro se apartó temporalmente del poder el 31 de julio del 2006 tras una operación intestinal que lo tuvo al borde de la muerte. No ha sido visto en público desde entonces.

Su renuncia a la presidencia no impide, sin embargo, que sea elegido miembro del Consejo de Estado o desempeñe en el futuro el papel de un veterano estadista.

Asimismo, Castro mantendrá una gran influencia política desde su puesto de primer secretario del gobernante Partido Comunista.

Desde ahora, dijo, seguirá escribiendo ensayos en la prensa, como desde hace casi un año.

"No me despido de ustedes. Deseo solo combatir como un soldado de las ideas. Seguiré escribiendo bajo el título 'Reflexiones del compañero Fidel'", añadió.

el universal venezuela

Renúncia de Fidel não deve gerar mudanças em Cuba, dizem especialistas


Ha tempos vindo a preparar sua síada oficial dopoder, e lei-a -se isto entre aspas pois enquanto vida tiver ele estará no poder,Fidel faz o exercício de substituiçaõ sua pelo seu irmão Raul.A bem da verdade vejo isto como um laboratório em vida do comandante para ver as reações internacionais como se sucedem,e ainda mais agora coma transiçaõ Bush
PAulo a c v


Renúncia de Fidel não deve gerar mudanças em Cuba, dizem especialistas
Da Redação
Em São Paulo

Depois de 49 anos no poder, Fidel Castro renunciou nesta terça-feira (19) à presidência de Cuba. O anúncio foi feito em carta publicada no jornal estatal Granma. Para especialistas ouvidos pelo UOL News, a renúncia não deve acarretar grandes mudanças no país, uma vez que, na prática, Fidel já estava afastado do poder desde julho de 2006, quando passou o comando do país ao irmão, Raúl Castro.



Veja entrevista com Laurindo Leal Filho

"Não é um episódio dramático, que implique em grande mudança", disse o sociólogo e professor da USP, Laurindo Leal Filho. Para ele, a doença do presidente permitiu uma transição mais tranqüila. "Talvez uma situação mais abrupta, um eventual falecimento do presidente no poder, criasse situações mais difíceis", falou.

Para Cristina Pecequilo, professora de relações internacionais da Unesp (Universidade do Estado de São Paulo), a saída oficial de Castro também não deve mudar o relacionamento da ilha com os Estados Unidos. "Sem Fidel no poder, que é uma realidade que já observamos há um tempo, à medida que ele já havia se afastado na prática de suas funções de governo, a relação entre Estados Unidos e Cuba, no curto prazo, não tende a sofrer grandes modificações", explicou.

Veja entrevista com Cristina Pecequilo

Hoje, segundo Cristina, Cuba divide-se entre a influência de Hugo Chávez - presidente da Venezuela e um dos líderes do novo movimento socialista -, e do mundo capitalista, representado pelos Estados Unidos. "Cuba continua hoje dividida entre dois mundos, e aí temos que ver qual que vai prevalecer", falou.

Leal Filho acredita, no entanto, que "não há nenhuma possibilidade de uma reversão para o capitalismo". "A revolução cubana está enraizada na sociedade", afirmou.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

amor em tempos de coléra de gabriel garcia marques no cinema


Traz Fernanda Montenegro exuberante!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

"Tropa de Elite" vence Urso de Ouro em Berlim

Merecido o urso, pois é uma grande película que além de seu valor técnico traz um valor ideológico e que faz dicutir quem somos e porque assim somos
paulo a cv



"Tropa de Elite" vence Urso de Ouro em Berlim
Da Redação *
O filme brasileiro "Tropa de Elite", de José Padilha, foi o vencedor do Urso de Ouro de Melhor Filme em Berlim. O Urso de Prata ficou com o documentário sobre tortura em em Abu Ghraib "Standard Operating Procedure", do norte-americano Errol Morris.


O diretor José Padilha exibe o Urso de Ouro de "Tropa de Elite", grande vencedor 58º Festival de Cinema de Berlim
EXIBIÇÃO TEVE PROBLEMAS
PADILHA E MOURA DEFEDEM O FILME
"TROPA" TEM ESTRÉIA CONTROVERSA
FOTOS DO FESTIVAL
FOTOS DE "TROPA DE ELITE"
WAGNER MOURA: REALIDADE É PIOR QUE "TROPA"
COMENTE A VITÓRIA DO FILME
JOSÉ PADILHA NO BATE-PAPO UOL COM MARCELO TAS
"É difícil expressar sentimientos em qualquer língua. Costa-Gavras é um herói para todos na América Latina, por todos os filmes que fez", disse o diretor brasileiro ao receber o prêmio das mãos do presidente do júri, o diretor franco-grego Constantin Costa-Gavras.

Apesar da recepção majoritariamente negativa que teve na mídia internacional --a produção brasileira chegou a ser chamada de "fascista" pela revista americana "Variety"--, "Tropa de Elite" desbancou os favoritos "Sangue Negro", de Paul Thomas Anderson, e a comédia "Happy-Go-Lucky", de Mike Leigh.

Na sexta-feira (15), Padilha rebateu às críticas internacionais dizendo que, independente de se gostar ou não de "Tropa de Elite", o importante é o debate que o filme teria causado.

Além do filme de Padilha, mais uma produção brasileira foi premiada em Berlim: Daniel Ribeiro recebeu o Prêmio Geração 14 Plus, voltado ao público jovem, pelo curta-metragem "Café com Leite".

Sucesso popular
Antes mesmo de sua estréia no Brasil, dia 5 de outubro de 2007, o filme "Tropa de Elite" já era um dos mais comentados da história do cinema brasileiro, por conta da inédita pirataria de cópias não-finalizadas do longa-metragem. Mesmo assim, o foi o filme brasileiro mais visto de 2007, encerrando o ano com 1,9 milhão de pagantes nos cinemas (a estimativa de cópias piratas vendidas é de 11,5 milhões).


Cena de "Tropa de Elite", que foi criticado por mostrar métodos violentos da polícia

Camelô mostra cópias piratas de "Tropa de Elite" e filmes do Bope vendidos no Rio
INTERNAUTAS ELEGEM "TROPA DE ELITE" O MELHOR FILME DE 2007
TRAILER DO FILME
FUNK DO CAPITÃO NASCIMENTO
ATOR CAIO JUNQUEIRA CHAMA CAMELÔ DE "MOLEQUE"
"TROPA DE ELITE" NO "METRÓPOLIS"
O sucesso popular de "Tropa de Elite" foi tamanho que camelôs do Rio de Janeiro e São Paulo chegaram a distribuir "continuações" do filme, na verdade vídeos institucionais produzidos pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais, divisão da Polícia Militar carioca da qual faz parte o Capitão Nascimento, protagonista do filme) para confrontar os vídeos produzidos pela facção criminosa Comando Vermelho e distribuídos nas favelas cariocas.

A vocação pop do filme se expressou de várias formas: fantasias de "Tropa de Elite" foram o grande sucesso no Carnaval de 2008, os MCs Cidinho e Doca (autores do "Rap das Armas", trilha das primeiras cenas do filme) passaram a fazer shows na em todo país e o quadro-paródia "Bofe de Elite" fez com que o programa do humorista Tom Cavalcante, na Record, ocupasse freqüentemente a liderança no Ibope.

Polêmicas
"Tropa de Elite" também foi alvo de críticas no Brasil, por conta da maneira como trata temas polêmicos como a violência policial no combate ao crime, a responsabilidade dos compradores de drogas e a suposta hipocrisia das passeatas de paz organizadas pela classe média. Diversas vezes o diretor José Padilha e o protagonista Wagner Moura tiveram que defender-se da acusação de "fascismo" e apologia à violência no filme - a ponto do ator, ainda em outubro, já se dizer cansado de responder às mesmas críticas.

Veja os vencedores do 58º Festival de Cinema de Berlim:

- Melhor Filme: "Tropa de Elite", de José Padilha
- Prêmio Especial do Júri: "S.O.P. - Standard Operating Procedure", de Errol Morris
- Melhor Diretor: Paul Thomas Anderson ("Sangue Negro")
- Melhor Contribuição Artística: Jonny Greenwood (Radiohead), pela trilha sonora de "Sangue Negro"
- Melhor Roteiro: Wang Xiaoshuai ("In Love We Trust")
- Melhor Ator: Reza Najie ("The Song of Sparrows")
- Melhor Atriz: Sally Hawkings ("Happy Go Lucky")
- Melhor Filme de Estréia: "Asyl - Park and Love Hotel", de Kumasaka Izuru

by http://cinema.uol.com.br/ultnot/2008/02/16/ult4332u660.jhtm

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Cloverfield - Monstro








Título original Cloverfield
Gênero Ação
Ano 2008
País de origem Estados Unidos
Distribuidora Paramount Pictures Brasil Distribuidora de Filmes Ltda.
Duração 90 min.
Classificação 14 anos
Língua Inglês
Cor Colorido
Diretor Matt Reeves
Elenco Blake Lively, Mike Vogel, Lizzy Caplan
Vídeos Veja o trailer

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Resenha
'Cloverfield' destrói NY e recicla clima de 'Godzilla'
Divulgação

Cartaz do filme
Cenário de diversas catástrofes no cinema, Nova York enfrenta uma nova destruição que agora atende pelo nome de Cloverfield. Trata-se de um monstro gigantesco e faminto, criado por J. J. Abrams, produtor da série de TV Lost e diretor de Missão Impossível 3.
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Cloverfield - Monstro teve um grande lançamento nos Estados Unidos, que arrecadou de saída mais de US$ 40 milhões de dólares, embora seguido de uma queda vertiginosa de 70% na segunda semana.

O longa é uma retomada dos antigos filmes protagonizados por criaturas gigantescas e perigosas com um tempero um pouco mais moderno.

Para se comunicar com as novas gerações, a ação acontece praticamente em tempo real, à la 24 Horas, e é gravada por uma câmera de um dos personagens - o que faz a história parecer uma combinação entre Godzilla e A Bruxa de Blair.

Tudo começa quando Rob (Michael Stahl-David) dá uma festa de despedida em seu loft em Manhattan. Ele está de mudança para o Japão. Essa é a última chance de acertar antigas contas, como com sua ex-namorada Beth (Odette Yustman), que vai à festa acompanhada de um outro rapaz.

Rob não terá muitas chances para conversar com qualquer pessoa, pois estará mais preocupado em salvar a própria vida. Mal a festa começa, ouve-se uma explosão. Quando os convidados se dão conta do que está acontecendo, Nova York está destruída, a Estátua da Liberdade foi decapitada e o caos dominou tudo e todos.

Quando chegam à rua, Rob e alguns sobreviventes têm que fugir, ainda sem saber do quê. Até que uma pessoa grita "eu vi, e está vivo!".

O rapaz, acompanhado de Lily (Jessica Lucas), Marlena (Lizzy Caplan) e Hud (T.J. Miller), fica obcecado em documentar todo o acontecimento. Segue em direção da ponte do Brooklyn, até que Cloverfield a destrói também.

A culpa parece bater em Rob, que se sente obrigado a salvar Beth, que saiu da festa pouco antes da tragédia. Ela consegue contatá-lo por seu celular, que milagrosamente ainda funciona. Em seu caminho, o rapaz não verá nada além de destruição, mortes e terror.

J. J. Abrams teve a idéia de criar o monstro durante uma viagem ao Japão - por isso, homenageia o país no enredo, mandando Rob para lá. Para desenvolver o projeto, ele contou com seus colaboradores habituais, como o roteirista Drew Goddard (Lost e Alias) e o diretor Matt Reeves (Felicity).

Com Cloverfield - Monstro, Abrams espera que os norte-americanos vivenciem uma espécie de catarse do pós-11 de setembro. Por isso, fez um filme sem subtexto político, explorando apenas os horrores do ataque de algo desconhecido.

Esse foi o mesmo recurso usado pelo cinema japonês em 1954, ao lançar Godzilla, uma espécie de símbolo dos horrores da bomba atômica, lançada sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945.

Apesar da queda na bilheteria, Cloverfield - Monstro pagou-se na primeira semana. O filme custou cerca de US$ 25 milhões - o que é bem baixo para esse tipo de produção em Hollywood.

A sequência já está prometida para breve. Resta saber qual cidade Cloverfield irá destruir dessa vez.

Reuters

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Fúria do Opus Dei na América Latina


Interessante a trama da política em qualquer dos espaços que ela ocupa e a guerra por mesmos espaços.Interessante ler e ponderar.Vale a pena manter sempre de olho os artigo da NOVA-e http://www.nova-e.inf.br/
pauloacv













Fúria do Opus Dei na América Latina

Altamiro Borges

O jurista Ives Gandra da Silva Martins, principal expoente da seita fascista Opus Dei no Brasil, está preocupado com o avanço das esquerdas na América Latina. Num artigo raivoso na coluna Tendências/Debates da Folha de S.Paulo, ele destilou ódio e preconceito contra Hugo Chávez, Evo Morales, Fidel Castro e Lula. Ele aproveitou também para criticar a “falta de preparo” de governantes pelo mundo a fora e para oferecer seus cursinhos às novas gerações de dirigentes políticos. “Neste mundo atormentado por falsas lideranças e fantástica mediocridade, creio que valeria a pena a idéia, que propus em meu livro, de uma ‘escola de governo’... financiada pelos governos”. No meio do arrazoado direitista, um merchandising para os seus lucrativos negócios!

Na sua ótica elitista, “colhe o mundo, atualmente, uma notável safra de pseudolíderes, populistas e despreparados, que conduzem nações mais ou menos desenvolvidas exclusivamente baseados no poder de comunicação com o povo, principalmente com a parcela menos favorecida”. Nesta safra, segundo o líder da seita, estariam incluídos “o histriônico presidente venezuelano – capaz de criar desnecessárias resistências por ser incapaz de controlar seus repentes e ofensas –, que transforma o narcotráfico colombiano e sua indústria de seqüestros em ‘idealística’ guerrilha... O mesmo se pode dizer de Morales, que também pretende se perpetuar no poder e que começa, com sua enciclopédica e truculenta ignorância, a dividir a nação”.

A influência da seita fascista

Após criticar o presidente Lula por elevar impostos que atingem principalmente os bancos, Ives Gandra encerra a safra latino-americana com mais uma esquizofrenia fascistóide. “É de lembrar que os três presidentes são amigos de um ditador que fuzilou, sem julgamento – os homicídios perpetrados nos famosos ‘paredóns’ –, muito mais pessoas que Pinochet”. Além de mentir sobre a realidade dos direitos humanos em Cuba, ele não consegue esconder a sua simpatia pelo regime ditatorial do Chile, que sempre teve o ativo apoio do Opus Dei. Até quando critica a “desastrada presidência de George W. Bush”, Ives Gandra alerta para “o risco do voto num outro populista despreparado para conduzir seus destinos” – talvez numa referência doentia a Barack Obama.

As idéias direitistas e preconceituosas do Opus Dei já são conhecidas, mas é bom não subestimar a influência desta seita mundial – que goza de espaços na mídia burguesa e tem forte presença no aparato estatal. Seu interesse pela América Latina também não é novo e paira sempre ameaçador. Desde a sua chegada ao continente, nos anos 50, o Opus Dei planeja ardilosamente sua ascensão ao poder. O projeto só ganhou ímpeto com a onda de golpes militares na região a partir dos anos 60. Seus seguidores presidiram várias nações ou assessoraram inúmeros ditadores. Nos anos 90, com a avalanche neoliberal, os tecnocratas fiéis a esta seita voltaram a gozar de certo prestígio.

“Catequese” na América Latina

Nos anos 50, a seita aliciou seus primeiros fiéis entre as velhas oligarquias que procuravam se diferenciar dos povos indígenas e pregavam o fundamentalismo religioso. Mas o Opus Dei só adquiriu maior pujança com a onda de golpes a partir dos anos 60. Até então, a sua ação ainda era dispersa. Segundo excelente artigo de Marina Amaral na revista Caros Amigos, “em 1970, Josemaría Escrivá [fundador da seita na Espanha] viajou para o México dando início às ‘viagens de catequese’ pelas Américas que duraram até as vésperas de sua morte em Roma, em 1975”.

Em 1974, visitou a América do Sul, então dominada por ditaduras. “O clero progressista tentava usar o peso da Igreja para denunciar torturas e assassinatos e para lutar pelo restabelecimento da democracia. Em suas palestras, ele respondeu certa vez a um militar que perguntara como seguir o caminho da ‘santificação espiritual’ do Opus Dei: ‘Os militares já têm metade do caminho espiritual feito’”. Neste período sombrio, a seita apoiou os golpes e participou de vários governos ditatoriais, segundo Emílio Corbière, autor do livro “Opus Dei: El totalitarismo católico”.

No Chile, a seita fascista foi para o ditador Augusto Pinochet o que fora para Augusto Franco na Espanha. O principal ideólogo deste regime sanguinário, Jaime Guzmá, era um membro ativo da seita, assim como centenas de quadros civis e militares. Ela ainda apoiou os golpes e participou dos regimes autoritários na Argentina, Paraguai e Uruguai. Segundo Corbière, ela financiou o regime do ditador nicaragüense Anastácio Somoza até sua derrota para os sandinistas. Na década de 90, ainda deu “ativa assistência” à ditadura terrorista e corrupta de Alberto Fujimori, no Peru.

O fundamentalismo neoliberal

Outra fase “próspera” se dá com a ofensiva neoliberal nos anos 90. Gozando da simpatia do papa e de autonomia frente às igrejas locais, ela se beneficia da invasão de multinacionais espanholas, fruto da privatização das estatais. Muitas delas são influenciadas por numerários do Opus Dei. Segundo Henrique Magalhães, em artigo na revista A Nova Democracia, “a Argentina entregou as suas estatais de telefonia, petróleo, aviação e energia à Telefônica, Repsol, Ibéria e Endesa. A Ibéria já havia engolido a LAN [aviação], do Chile, onde a geração de energia já era controlada pela Endesa. Os bancos espanhóis também chegaram ao continente neste processo”.

“O Opus Dei é para o modelo neoliberal o que foram os dominicanos e os franciscanos para as cruzadas e os jesuítas para a Reforma de Lutero”, compara José Steinsleger, colunista do jornal mexicano La Jornada. Nos anos 90, a seita também emplacou vários bispos e cardeais na região. O mais famoso foi Juan Cipriani, do Peru, amigo intimo do ditador Alberto Fujimori. Em 1997, quando da invasão da embaixada do Japão por militantes do Movimento Revolucionário Tupac Amaru, o bispo se valeu da condição de mediador e usou um aparelho de escuta no crucifixo, o que permitiu à polícia invadir a casa e matar todos seus ocupantes.

Os tentáculos no Brasil

No Brasil, o Opus Dei fincou a sua raiz em 1957, na cidade de Marília, no interior paulista, com a fundação de dois centros. Em 1961, dada à importância da filial, a seita deslocou o numerário espanhol Xavier Ayala, o segundo na hierarquia. “Doutor Xavier, como gostava de ser chamado, embora fosse padre, pisou em solo brasileiro com a missão de fortalecer a ala conservadora da Igreja. Às vésperas do Concílio Vaticano II, o clero progressista da América Latina clamava pelo retorno às origens revolucionárias do cristianismo e à ‘opção pelos pobres’, fundamentos da Teologia da Libertação”, explica Marina Amaral.

Ainda segundo a reportagem, “aos poucos, o Opus Dei foi encontrando os seus aliados na direita universitária. Entre os primeiros estavam dois jovens promissores: Ives Gandra e Carlos Alberto Di Franco, o primeiro simpático ao monarquismo e candidato derrotado a deputado; o segundo, um secundarista do Colégio Rio Branco, dos rotarianos do Brasil. Ives começou a freqüentar as reuniões do Opus Dei em 1963; Di Franco ‘apitou’ (pediu para entrar) em 1965. Hoje, a organização diz ter no país pouco mais de três mil membros e cerca de quarenta centros, onde moram aproximadamente seiscentos numerários”.

Crescimento na ditadura

Durante a ditadura, a seita também concentrou sua atuação no meio jurídico, o que rende frutos até hoje. O promotor aposentado e ex-deputado Hélio Bicudo revela ter sido assediado duas vezes por juízes fiéis à organização. O expoente nesta fase foi José Geraldo Rodrigues Alckmin, nomeado ministro do STF pelo ditador Garrastazu Médici em 1972, e tio do candidato tucano a presidência em 2006. Até os anos 70, porém, o poder do Opus Dei era embrionário. Ele tinha quadros em posições importantes, mas sem uma atuação coordenada. Além disso, dividia com a Tradição, Família e Propriedade (TFP) as simpatias dos católicos de extrema direita.

Seu crescimento dependeu da benção dos generais e dos vínculos com poderosas empresas. Ives Gandra e Di Franco viraram os seus “embaixadores”, relacionando-se com os donos da mídia, políticos de direita, bispos e empresários. É desta fase a construção da sua estrutura de fachada – Colégio Catamarã (SP), Casa do Moinho (Cotia) e Editora Quadrante. Ela também criou uma ONG para arrecadar fundos: OSUC (Obras Sociais, Universitárias e Culturais). Esta recebe até hoje doações do Itaú, Bradesco, GM e Citigroup. Diante desta denúncia, Lizandro Carmona, da OSUC, implorou à jornalista Marina Amaral: “Pelo amor de Deus, não vá escrever que empresas como o Itaú doam dinheiro ao Opus Dei”.

Ofensiva recente na região

Na fase recente, o Opus Dei fixou planos mais ousados para conquistar poder político na região. Em abril de 2002, participou ativamente do frustrado golpe contra o presidente Hugo Chávez, na Venezuela. Um dos seus fiéis, José Rodrigues Iturbe, virou ministro das Relações Exteriores do fugaz governo golpista. A embaixada da Espanha, governada na época pelo franquista Partido Popular (PP), de José Maria Aznar – cuja esposa é do Opus Dei –, deu guarita aos seus fiéis. Outro golpista ligado à seita, Gustavo Cisneiros, é o maior empresário das comunicações no país.

Em dezembro de 2006, a seita assistiu a derrota do seu candidato, Joaquim Laví, ex-assessor do ditador Augusto Pinochet, à presidência do Chile. Já em maio de 2006, colheu nova derrota com a candidatura de Lourdes Flores, numerária do partido Unidade Nacional. Em compensação, ela festejou a vitória do narcoterrorista Álvaro Uribe na Colômbia, que dispôs de milhões de dólares do governo George Bush. Já no México, outro conhecido fiel do Opus Dei, Felipe Calderon, ex-executivo da Coca-Cola, venceu uma das eleições mais fraudulentas da história deste país.

A sua jogada mais ousada, porém, foi a tentativa de eleição de um seguidor no Brasil. Segundo Henrique Magalhães, “as esperança do Opus Dei se voltaram para Geraldo Alckmin, que hoje é um de seus quadros políticos de maior destaque. A Obra tentou fazer dele presidente para formar um eixo geopolítico com os governantes da Colômbia e do México”. A mídia e os tucanos até tentaram esconder esta sombria ligação. Numa sabatina à Folha de S.Paulo, Alckmin garantiu: “Não sou da Opus Dei; respeito quem é, mas não conheço”. Mentiu ao esconder suas estreitas relações com a seita fascista – desde seus tempos de infância, no convívio com seu pai e o tio-ministro do STF da ditadura, até às ilícitas “palestras do Morumbi”. Mas o povo não se deixou enganar. Isto explica as recentes lamúrias elitistas de Ives Gandra, o chefão do Opus Dei.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).

Versão teatral de "Vestido de Noiva " foca alucinação


Vestido de Noiva do pernambucano Nelson Rodrigues é a segunda grande peça deste autor e que estreando em 1943 causou impacto entre outras copisa, pelo formato do texto e da cenografia, nesta com a regia de Santa Rosa-Paraibano-.
Vale a pena ver rever e coonferir La Benguel, também.
Paulo a cv

Versão teatral de "Vestido de Noiva " foca alucinação
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VALMIR SANTOS
da Folha de S.Paulo

Historiador da obra de Nelson Rodrigues, o crítico Sábato Magaldi pode surpreender-se --para o bem ou para o mal, dirá depois-- com a versão de "Vestido de Noiva" que a Companhia de Teatro Os Satyros apresenta a partir de amanhã, em São Paulo, com participação da convidada Norma Bengell.

A começar pela extinção das linhas limítrofes dos planos narrativos da memória, da realidade e da alucinação na trajetória da personagem Alaíde, a moça que é acusada de roubar o namorado da irmã, é atropelada e envolve-se com uma cafetina do início do século 20, para ficar por aqui.

Lenise Pinheiro/Folha Imagem

Atrizes Cléo de Paris (sombra, ao fundo), Silvanah Araújo e Nora Prado em cena
O texto de Nelson Rodrigues (1912-80), segundo de sua lavra para teatro, apresenta uma profusão de cenas sobrepostas em tempos e espaços. Foi a partir da montagem dessa peça, em 1943, no Rio, que o polonês Zibgniew Ziembinski (1906-78) e o cenógrafo paraibano Tomás Santa Rosa ajudaram a demarcar a fase de modernidade no teatro brasileiro, conforme apontam historiadores como o próprio Magaldi.

Para assinar seu primeiro Nelson em palcos brasileiros --dirigiu o monólogo "Valsa Nº 6" em Lisboa, nos anos 1990--, o diretor Rodolfo García Vázquez quer concentrar "tudo na cabeça de Alaíde", com ênfase no plano da alucinação.

"Naquele período histórico [década de 1940], não se podia pensar o teatro como uma alucinação. O Nelson teve de dividir os planos muito claramente. O que a gente faz é trazer isso para hoje e relativizar o que é o real. Tudo depende de ponto de vista, de perspectiva."

Segundo o diretor d'Os Satyros, "Vestido de Noiva" é dos textos mais difíceis que montou, tantas e rápidas são as "quebras" de narrativas no meio do caminho. "É uma linguagem muito contemporânea, não sentimos necessidade de corte nos diálogos."

O que Ziembinski e Santa Rosa resolveram por meio da luz (eram mais de 130 efeitos 64 anos atrás), a equipe de Vázquez, que também desenha a luz, acresce o suporte em vídeo, ora com diálogos inteiros pré-gravados entre Alaíde (Cléo De Páris) e Madame Clessy (Bengell), ora com clipes.

Vázquez diz que procurou afastar-se "totalmente do elemento brasileiro, carioca" do universo rodriguiano, reconhecíveis na geografia suburbana ou na música. "O espetáculo está colocado num plano mais próximo do cinema de David Lynch", afirma, citando o cineasta norte-americano de "Império dos Sonhos".

No ensaio de terça-feira à tarde, essa pretendida atmosfera onírica era sugerida pela valorização audiovisual: imagens projetas num cenário revestido por tecidos brancos, como o imaculado véu da noiva, e a trilha etérea puxada por Björk.

Para Norma Bengell, Vázquez é "bastante transgressor" se comparado à versão "clássica" de Ziembinski, da qual ela fez parte na remontagem arqueológica de 1976, no mesmo papel de Clessy, em que o polonês seguiu à risca a sua concepção original. "O Nelson ia gostar dos recursos de multimídia e das roupas modernas, que na nossa época incluíam espartilho", afirma a atriz. "Naquela remontagem, ele ia toda noite ao teatro, no Rio de Janeiro, mas não costumava criticar."

Dizendo-se "bissexta" na arte do teatro, Bengell nunca fez outra peça do autor. Carrega a vantagem de que, hoje, diz enxergar mais maldade no subtexto da sua personagem mundana do que há 32 anos. Ela está ao lado de Ivam Cabral, Nora Toledo, Alberto Guzik, Silvanah Santos e outros intérpretes nessa produção realizada pelo Itaú Cultural, instituto que em 2007 abrigou leitura dramática da obra pelo grupo.

Vestido de Noiva